O zen na arte de conduzir a espada

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técnica. Não haveria o menor sentido em treinar o fluido separado da técnica desde o início do estudo, pois não haveria nada com que se pudesse testá-lo.

"Quando o homem estiver maduro no exercício do fluido, esse se expandirá até o coração. Seu avanço rápido ou lento dependerá de suas faculdades inatas. O desdobramento maravilhoso do coração é facilmente reconhecível; o difícil é, partindo do próprio reconhecimento, permanecer livre em cada situação variável. A arte da espada é uma arte de vida ou morte. É fácil jogar fora a vida e encaminhar-se para a morte. Porém, é difícil não vivenciar a vida e a morte como uma dualidade. Porém, aquele que já não mais considera a vida e a morte como dualidade, alcançará sem dificuldades a liberdade."

Um deles perguntou, então: "Mas se as coisas sucedem assim, poderá um monge zen - que já ultrapassou os conceitos da vida e da morte - lograr a libertação e entender o sentido da arte da espada?"

E ele respondeu: "A meta da prática é diferente. O monge zen despreza a roda dos nascimentos e vive à espera da completa extinção. Ao entregar de início o seu coração à morte, ele já se colocou acima da vida e da morte. Por isso, ao encontrar-se entre numerosos inimigos e mesmo com a forma desfazendo-se em pó, ele conseguirá, sem maiores problemas, permanecer com os pensamentos imóveis. Ele nega a si mesmo as demandas da vida. A única coisa que faz é não odiar a morte.

"É diferente o enfoque quando se diz que, para o santo, vida e morte constituem uma unidade. O homem

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