O Ribatejo

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“É consensual que em 2011 existirá pressão para movimentos de consolidação, nomeadamente pelos sectores mais afectados pela crise. Na verdade, tempos de crise constituem excelentes oportunidades para empresas com sólida estrutura económico-financeira adquirirem activos subavaliados.”

A realidade portuguesa das Fusões & Aquisições A realidade do mercado de F&A em Espanha e Portugal *

20.000

160

18.000

140

16.000 120 14.000

(Valor em mil €)

12.000

100

10.000

80

8.000

60

6.000 40 4.000 20

Valor total das operações (m il €)

As F&A podem realizar-se de diversas formas: 1. Através da promoção de operações de concentração de PME’s de forma a redimensioná-las e a conferir-lhes massa crítica; 2. Através de aquisição de empresas – crescimento não orgânico – visando a obtenção e / ou diversificação de mercados e de carteira de negócios; 3. Através de operações que visem a mudança geracional dos empresários: a) Management Buy-Out (MBO) – que consiste na tomada de controlo de uma empresa pelos seus quadros; b) Management Buy-In (MBI) – que consiste na tomada de controlo de uma empresa por uma equipa de gestores / empresários estranhos a esta.

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Abr-11

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Mar-11

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Fev-11

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Jan-11

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Dez-10

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Out-10

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Set-10

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Ago-10

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Jul-10

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Jun-10

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Mai-10

2.000

Abr-10

Portugal tem acompanhado a tendência mundial das operações de F&A, cujo “boom” se deu por volta dos anos 90. No entanto, as empresas portuguesas são de dimensão bastante mais reduzida que a amostra mundial. Dada a pequena dimensão das empresas portuguesas, aliada a factores culturais, em muitos sectores será necessário proceder, em primeiro lugar, a uma reestruturação empresarial doméstica, antes de se poder avançar para uma internacionalização. É, por isso, necessário avançar, em muitos casos, com processos de F&A nacionais, antes de pensar em F&A internacionais. Apesar desta dificuldade, de acordo com o Jornal de Negócios de 20 de Dezembro de 2010, onde foi recolhida a opinião de vários especialistas a respeito da tendência de evolução do mercado de F&A em Portugal, é consensual que em 2011 existirá pressão para movimentos de consolidação, nomeadamente pelos sectores mais afectados pela crise. Na verdade, tempos de crise constituem excelentes oportunidades para empresas com sólida estrutura económicofinanceira adquirirem activos subavaliados; no entanto, é prática comum nestas alturas, proceder-se à venda, no lugar da aquisição de activos. Em síntese, numa altura de crise, o investimento em contra-ciclo pode fazer a diferença entre os líderes, o que reforça a importância de uma boa estratégia de F&A.

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Devido à reduzida dimensão das empresas portuguesas, que necessitam muitas vezes de reorganização empresarial doméstica, e tendo em conta que os processos de reestruturação reposicionam estrategicamente a empresa, o que acarreta mudanças culturais e organizacionais profundas, as operações de F&A são, por vezes, processos difíceis e demorados. Tendo em conta estas preocupações, é de louvar a publicação do Decreto-Lei n.º 53/2011, que vem simplificar o processo de fusão e cisão das sociedades comerciais portuguesas. * Fonte: Centre for European Economic Research (2011).

N.º de operações

Mesmo contando com a facilitação da legislação, de uma forma global, podemos resumir, do lado do comprador e do vendedor, quais são as principais

limitações e constrangimentos que podem determinar o sucesso de uma operação de F&A, em particular se envolver PME:

PERSPECTIVA DO VENDEDOR

PERSPECTIVA DO COMPRADOR

• Ausência de assunção de saída por parte dos proprietários – Ausência de planeamento na preparação de uma transmissão – Barreira psicológica dos fundadores

• Complexidade do processo de transmissão de empresas – Consultoria envolve pagamento de fees – Morosidade e receio de “custos escondidos”

• Dificuldade em avaliar o negócio – Expectativas sobreavaliadas – Como avaliar uma PME

• Falta de Consciência do valor real da compra – Imperfeições do Mercado: sinais entre compradores e vendedores – Economias de escala para intermediários: não se preocupam com PME – Receio de “custos escondidos”

• Dificuldade em trabalhar fora “do negócio” • As pessoas preferem começar o seu próprio negócio • Deficiente “fund raising”

• Enquadramento legal – Direito das sociedades, fiscalidade e formalidades administrativas

FERSANT recebeu workshop sobre Fusões e Aquisições A mini-auditório da FERSANT – Feira Empresarial da Região de Santarém, recebeu, no dia 09 de Junho, pelas 11h30, um workshop sobre “Mecanismos Inovadores de Financiamento – Capital de Risco e Apoio a Fusões e Aquisições. Casos Sucesso e Vantagens”. O seminário levado a cabo pela NPartners analisou a realidade das fusões e aquisições no Mundo e em Portugal e a sua evolução ao longo dos tempos. No âmbito das fusões e aqui-

sições, Rui Ferreira, da NPartners, deu a conhecer alguns casos práticos às empresas presentes, mostrando especificamente de que forma se pode dar andamento a processos deste tipo. Por fim, o seminário analisou especificamente sobre as oportunidades de fusões e aquisições na região de Santarém, bem como do apoio técnico prestado pela NERSANT às empresas, no âmbito destas operações. Julho 2011


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