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anter tudo “na ponta do lápis” é coisa do passado para os agropecuaristas. Mas isto não quer dizer que o produtor não deve ter o completo controle do gerenciamento da sua propriedade. Ao contrário, no Show Rural Coopavel, destaque nos setores de máquina e tecnologia informática é a agricultura de precisão, visando produzir mais com menos. Assim como empresas de indústria e comércio, a propriedade rural também pode, e deve, ter um sistema de gerenciamento. O objetivo é fazer o controle mais apurado da gestão da produção. Conforme o gerente comercial da Agrotis Agroinformática, o engenheiro agrônomo Paulo Chedid Simão Filho, toda propriedade pode usar um sistema de gestão, seja de cereais ou culturas

perenes, ou ainda pecuaristas. Também é uma medida válida para todo porte de agropecuarista, seja pequeno, médio ou grande. Os benefícios, avalia, são verificados pelos lucros. “Com a gestão, vai ser possível mensurar os pontos mais eficientes da propriedade, quais estão produzindo maiores gastos, onde investimentos podem se converter em lucros, onde deve ser feita contenção, entre outros aspectos”, relaciona. Ele explica que a implantação de um sistema com controle de custos e receitas funciona como em uma empresa comum, onde o objetivo é aumentar a eficiência. Simão Filho aponta que, quando o produtor pode analisar com precisão os seus custos, através de planilhas, vai conseguir dar mais atenção aos aspectos, para fazer investimentos mais certeiros. “Quando começa a fazer isso safra a safra, mantendo históricos, há possibilidade de comparação de custos e avaliação se as medidas adotadas na propriedade são as melhores e ainda tomar decisões mais precisas”, ressalta. O que não adianta, ressalta o agrônomo, é implantar um sistema sem sa-

ber utilizá-lo adequadamente ou apenas subutilizá-lo. Ele garante que qualquer pessoa hoje pode utilizar um software pelo computador, tablet ou celular, porém, deve sempre fazer um treinamento prévio, para explorar o sistema da melhor forma possível. “O produtor sempre teve necessidade de fazer o controle da sua produção, no entanto, não é mais uma pura e simples necessidade de anotação, hoje é necessária uma ferramenta gerencial para administrar melhor a atividade, de maneira que possa extrair das informações para planejar o futuro dos seus investimentos”, finaliza.

CONTROLE DE FROTAS É A NOVIDADE EM PRECISÃO Além do gerenciamento de custos, hoje o produtor pode fazer o controle específico da sua frota de maquinários, que, aliás, é uma das grandes atrações do Show Rural Coopavel. A tecnologia está sendo apresentada no evento pelos técnicos da Massey Ferguson. Hoje em dia é possível ao agricultor comprar um trator ou pulverizador da fábrica já com o kit de controle. Mas também pode ser comprado separado e ser implantado posteriormente. Conforme o especialista em Marketing ATS da Massey, Niumar Dutra Aurelio, o kit coleta as informações da máquina a cada minuto e armazena a cada 15 minutos. Estas informações são enviadas via internet para um servidor da AGCO. O produtor pode acessar essas informações utilizando um login e uma senha. São dados como localização e status de trabalho (como velocidade, movimento, paralisação,

manobra de cabeceira), que oferecem a possibilidade de avaliar a eficiência da máquina e tomar medidas imediatas, para melhorar a logística. Alguns pontos analisados podem ser programados para ser enviados para o celular do responsável pelo gerenciamento para verificar está de acordo com o planejado. “A mecanização é um componente importante do custo de produção, então, quanto melhor gerir a frota para que trabalhe mais ao menor período de tempo, melhor serão os resultados”, pontua. O sistema é ideal para quem trabalha com mais de uma máquina ou não tem o acompanhamento pessoal do trabalho. Mas, conforme Aurelio, o pequeno produtor também pode fazer uso da tecnologia. “À medida que o negócio vai crescendo, o produtor tem outras preocupações do que apenas ele próprio dirigir um trator ou uma colheitadeira”, diz,

citando ainda que esse controle pode ser feito a longas distâncias, até mesmo em Estados diferentes. Ele informa, também, que a Massey Ferguson tem a tecnologia de fábrica em tratores e pulverizadores e, em breve, contará nas colheitadeiras. Mas em toda máquina pode ser implantado o sistema. Na opinião do especialista, em termos quantitativos, o sistema de controle permite ao produtor analisar precisamente a eficiência de suas máquinas. “E isto pode fazer a diferença no futuro, em lucros”, resume. Questionado sobre o custo da tecnologia, Aurelio garante que é acessível, mas alerta que, comprada de fábrica com as máquinas, há uma tributação menor, enquanto que adquirida isoladamente, os tributos incidentes são maiores por questão de legislação. “Mas são viáveis, a um custo acessível”, garante.


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