Opiniões
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ISSN: 2177-6504
SUCROENERGÉTICO: cana, milho, sisal, açúcar, etanol, biogás e bioeletricidade
ano 17 • número 66 • Divisão C • Nov-Jan 2021
Ferramentas de inteligência para a área agrícola sucroenergética
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instruçþes IMPORTANTE • IMPORTANT • WICHTIG • First of all, before any action, please touch in the flag of your language. • Tout d'abord, avant toute action, veuillez toucher le drapeau de votre langue. • Primero, antes de realizar cualquier acciĂłn, toque la bandera de su idioma. • Bitte berĂźhren sie vor jeder aktion die flagge ihrer sprache. • Para que obtenha o melhor aproveitamento dos recursos que a Plataforma Digital MultimĂdia da Revista OpiniĂľes pode lhe oferecer, solicitamos que assista ao video abaixo. Nele estĂŁo contidos alguns recursos que lhe serĂŁo Ăşteis neste momento. Ao acionar o play, o video abaixo serĂĄ iniciado. Ao chegar no final, o video das instruçþes serĂĄ iniciado novamente, para encerra-lo acione o Play e ligue o som do video ao lado. Assista ao show.
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Ăndice
EDITORIAL DE ABERTURA: 10. Gonçalo Amarante GuimarĂŁes Pereira, Professor do Instituto de Biologia da Unicamp e Coordenador do LaboratĂłrio de GenĂ´mica e bioEnergia CIENTISTAS E ESPECIALISTAS: 14. Ricardo SimĂľes de Abreu, Bright Consulting 18. JoĂŁo Alves da Silva, Ubyfol 22. Danilo Eduardo Cursi, Ridesa-UFSCar 26. Paulo Cesar Idalgo Donadoni, Bayer 30. Glauber JosĂŠ de Castro Gava, IAC e MĂĄrcio RogĂŠrio Della Coletta, Usina Della Coletta 34. Redson Vieira, Corteva Agriscience 36. Valmir Barbosa, Datagro Alta Performance PRODUTORES AGRĂ?COLAS: 40. Francisco Evandro Albino, RaĂzen 46. Carlos Daniel Berro Filho, Biosev 50. Luiz Carlos CorrĂŞa Carvalho, Caio, Grupo Alto Alegre 54. Humberto CĂŠsar Carrara Neto, Usina SĂŁo JoĂŁo de Araras 60. Rodrigo Rodrigues Vinchi, Atvos 62. Murilo Naves Ferreira, Cerradinho Bioenergia 66. JosĂŠ Antonio Bressiani, GranBio 70. Denis Arroyo Alves, Orplana
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ĂĄudios
Sua prĂłxima viagem de carro Na sua prĂłxima viagem de carro, pegue seu celular, entre no site da Revista OpiniĂľes, escolha a edição recente desejada, folheie atĂŠ esta pĂĄgina, ligue o rĂĄdio do seu carro, toque na foto do autor escolhido e ouça o primeiro artigo pelos controles do rĂĄdio do seu carro. Quando terminar, toque no segundo autor e assim por diante. Quando chegar no seu destino, provavelmente terĂĄ ouvido toda a revista. Se desejar ouvir o artigo numa outra lĂngua, lido com voz nativa, localize o artigo desejado e toque na bandeira da lĂngua que preferir. AlĂŠm do portuguĂŞs, estĂŁo Ă sua disposição os ĂĄudios em inglĂŞs, em espanhol, em francĂŞs e em alemĂŁo. Pelo fato do artigo ser traduzido e lido por robĂ´s, poderĂĄ haver pequenas imperfeiçþes. É lĂłgico que vocĂŞ nĂŁo precisa viajar para desfrutar desse conforto. O sistema tambĂŠm funcionarĂĄ na sua mesa de trabalho, andando no parque, na esteira da academia, nas ruas congestionadas da cidade grande ou no sofĂĄ da sua Casa. Boa leitura ou boa audição, como preferir. EDITORIAL DE ABERTURA: 01. Gonçalo Amarante GuimarĂŁes Pereira, Unicamp CIENTISTAS E ESPECIALISTAS: 02. Ricardo SimĂľes de Abreu, Bright Consulting 03. JoĂŁo Alves da Silva, Ubyfol 04. Danilo Eduardo Cursi, Ridesa-UFSCar 05. Paulo Cesar Idalgo Donadoni, Bayer 06. Glauber JosĂŠ de Castro Gava, IAC e MĂĄrcio RogĂŠrio Della Coletta, Usina Della Coletta 07. Redson Vieira, Corteva Agriscience 08. Valmir Barbosa, Datagro Alta Performance PRODUTORES AGRĂ?COLAS: 09. Francisco Evandro Albino, RaĂzen 10. Carlos Daniel Berro Filho, Biosev 11. Luiz Carlos CorrĂŞa Carvalho, Caio, Grupo Alto Alegre 12. Humberto CĂŠsar Carrara Neto, Usina SĂŁo JoĂŁo de Araras 13. Rodrigo Rodrigues Vinchi, Atvos 14. Murilo Naves Ferreira, Cerradinho Bioenergia 15. JosĂŠ Antonio Bressiani, GranBio 16. Denis Arroyo Alves, Orplana
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Índice
editorial de abertura
o carro bioelétrico Ainda no século XVIII, antes do conhecimento do átomo, a ideia da eletricidade ficou clara, mas atribuiu-se o fluxo de energia ao movimento de cargas positivas. Já no final do século XIX, percebeu-se que, na realidade, as cargas que se moviam eram as negativas: os elétrons. Apesar disso, uma vez que todos tinham se acostumado com o erro, o engano foi mantido. Hoje, temos que falar que a corrente tem um sentido real e um sentido convencional, o que gera um verdadeiro nó na cabeça de quem começa a estudar a eletricidade. Temos muito a aprender com essa breve história. Primeiro, que erros podem se perpetuar, mesmo depois que percebemos serem erros.
Por exemplo, carros elétricos a bateria se tornaram uma febre a partir da ideia de que eles não emitiriam gases de efeito estufa. Entretanto, a maior parte da eletricidade do mundo é gerada a partir das fontes fósseis, e a fabricação de baterias, assim como sua operação ao longo da vida de um veículo, demanda enorme quantidade de energia. Além disso, os metais necessários para as baterias, como cobalto e lítio, têm uma ocorrência restrita a poucos países, e isso, seguramente, vai gerar uma tensão geopolítica similar à do petróleo. Portanto, se substituímos carros a combustão pelos elétricos a bateria, estaremos apenas maquiando um problema. O público estará sendo confundido, achando estar eliminando as emissões quando estará apenas movendo-as de lugar. Os beneficiários dessa tecnologia,
Chegou o momento de criarmos uma indústria automobilística nacional capaz de desenvolver o carro bioelétrico, um produto que faz 25 km por litro de etanol. " Gonçalo Amarante Guimarães Pereira Professor do Instituto de Biologia da Unicamp e Coordenador do Laboratório de Genômica e bioEnergia
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Opiniões que serão aqueles envolvidos na fabricação e na negociação de tais veículos, ficarão torcendo para que todos se acostumem com o erro e possamos, assim, estabelecer uma “eletrificação convencional”. Voltando às cargas, talvez os pioneiros da eletricidade não estivessem tão errados assim. Sabemos, hoje, que prótons, como o do hidrogênio e os contidos no ânion oxigênio, podem fluir através de condutores especiais. Esse fenômeno forma a base das Células Combustíveis, que podem dar origem à “eletrificação real”, que cumpra os objetivos desejados para evitar as mudanças climáticas. Tudo começa na fotossíntese, um processo que arranca os hidrogênios da água, com elétron e tudo, e os transfere para um CO2. Isso feito por 6 vezes, gera uma glicose, que é uma espécie de peça de lego fundamental, cada uma delas carregada com 12 hidrogênios. Por sua vez, essa glicose pode ser convertida em 2 moléculas de etanol, que, juntas, carregam dois oxigênios e todos os 12 hidrogênios da glicose. Esses “cachos de hidrogênio” se apresentam na forma líquida, não tóxica, e com grande densidade energética, muitas vezes maior do que a da bateria de lítio mais eficiente. Além disso, os hidrogênios desse cacho podem ser separados, em um processo denominado reforma, ficando disponível para as células combustíveis. Existem dois tipos principais de células combustíveis: a PEM e a SOFC (acompanhe na figura em destaque). As células PEM demandam um hidrogênio superpuro, utilizam metais
nobres no catalisador (normalmente platina) e operam a baixas temperaturas. O ânodo é separado do cátodo por uma membrana especial, que impede a passagem dos elétrons, enquanto permite a migração do próton. Daí o nome PEM: Proton Exchange Membrane. Como consequência, os elétrons escapam por um fio condutor, gerando uma corrente elétrica, que é utilizada para o carregamento de uma bateria ou mesmo a alimentação do motor elétrico. Uma coisa importante dessa tecnologia é que ela é dinâmica: quanto mais hidrogênio colocar, maior será a produção de eletricidade. Para um veículo, que tem que acelerar com rapidez, essa é uma característica altamente desejada. Por outro lado, a necessidade do hidrogênio puro faz com que essas células sejam normalmente alimentadas com gases armazenados, o que exige reservatórios sofisticados para resistir a altas pressões. Além disso, o abastecimento com hidrogênio é extremamente complicado e perigoso, havendo, no mundo, poucos postos com essa capacidade. Exemplo do uso dessa tecnologia é o modelo Mirai, da Toyota. A segunda opção são as células SOFC. Nesse caso, ao invés de uma membrana, o material que separa cátodo e ânodo é uma cerâmica feita a base de óxido sólido (daí o nome SOFC: Solid Oxide Fuel Cell. Diferentemente das células PEM, as células SOFC operam a altas temperaturas, são resistentes a impurezas vindas com o hidrogênio e utilizam materiais ; simples e baratos na sua confecção.
CÉLULAS DE COMBUSTÍVEIS: PEM e SOFC
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Índice
editorial de abertura O princípio é também a impermeabilidade da célula aos elétrons, que têm que escapar gerando uma corrente. Entretanto, aqui, é o ânion oxigênio que viaja. No cátodo, o O2 recebe os elétrons que fugiram pela corrente e se dissocia, gerando um átomo de oxigênio com dois elétrons (O-2). Esse ânion passa pela cerâmica como se estivesse pulando por entre buracos de um queijo suíço. Ao chegarem do outro lado, encontram os prótons hidrogênio e formam a água. Assim, no conjunto, podemos alimentar etanol na entrada de um “Reformador Embarcado” e teremos, como produto, uma corrente elétrica, água e o CO2 verde, vindo da fotossíntese. Exemplo dessa tecnologia está em um protótipo da Nissan, que rodou de forma experimental no Brasil por cerca de 2 anos, com performance aproximada de 22 km por litro de etanol. Criamos o Proálcool em resposta à crise do petróleo nos anos 1970. Ao analisá-lo com calma, a locomotiva do programa foi o carro a etanol. Foi ele que gerou a demanda que puxou todos os demais vagões – agrícola, energético e industrial –, que correram no trilho de uma política pública bem elaborada. Precisamos repetir isso imediatamente. Estamos vendo uma importação, cada vez maior, de peças automotivas para o Brasil, o que já se eleva em torno de U$ 50 bilhões, acarretando o desmonte dos nossos centros de tecnologia. Para fazer frente a isso, precisamos urgentemente
Opiniões de uma política que induza e incentive o desenvolvimento tecnológico na área das células combustíveis. Há muito a ser feito, e o programa Rota 2030 é tímido demais para isso. Precisamos de pesquisa nos catalisadores, nos materiais das membranas e cerâmicas, na eletrônica do processo, na miniaturização de reformadores, no desenvolvimento de novos processos de reforma direta, entre muitos outros temas. Com o conhecimento que temos, que nos coloca entre os principais produtores de ciência do mundo, podemos nos tornar um polo mundial em células combustíveis. Creio que chegou o momento de criarmos uma indústria automobilística nacional capaz de desenvolver o carro bioelétrico, um produto que faz 25 km por litro de etanol e entra em um mercado que tem o preço desse combustível limitado a 70% do preço da gasolina. Será o sonho de consumo de todos os brasileiros. Entretanto, para realizar isso, precisaremos, antes de tudo, de ter vontade de liderar. Se tivermos sucesso, poderemos ampliar essa tecnologia para todo o planeta. Isso aumentaria grandemente a demanda por biocombustíveis, que seriam produzidos principalmente em países tropicais, gerando emprego, renda e sustentabilidade. Trata-se de um processo tão extraordinário, que chegamos até mesmo a esquecer o efeito estufa, que poderá ser naturalmente corrigido como efeito dessa revolução. n
Veículo elétrico movido a célula de combustível de bioetanol, Nissan SOFC, completa primeiro período de testes no Brasil
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cientistas e especialistas
etanol:
um dos elementos básicos da transição energética no Brasil
O mundo discute os caminhos da retomada econômica pós-pandemia, e o Brasil continua submerso em questões que não nos permitem ver o todo e o amanhã depois dessa crise. Nesse panorama, se enquadra o futuro da mobilidade e será sobre ela, e mais especificamente sobre os veículos leves de passageiros, que versará este artigo. Corremos o risco de adotar soluções importadas, pensadas para outras realidades, mas que, de tão divulgadas, passam a ser vistas como totalmente viáveis, já que esse é o intuito dos
países que disputam a hegemonia da tecnologia do futuro, quando o aquecimento global forçará a adoção de mudanças profundas e permanentes na sociedade. Todas as opções devem ser consideradas, e a melhor solução será dada por composições de muitas delas, mas a forma com que essa discussão está se desenvolvendo não permite uma análise considerando as particularidades locais. A questão básica deveria ser: como reduzir globalmente as emissões de gases de efeito estufa (CO2eq), para conter e depois controlar o aumento da temperatura do planeta em, no máximo, 2 °C, de forma rápida e sustentável, e não: como reduzir as emissões de CO2eq de forma a evitar a dependência energética e criando um mercado para novas tecnologias, cujo desenvolvimento, produção e exportação garantirá o domínio econômico dos países mais desenvolvidos.
alternativas energéticas, como os biocombustíveis, não interessam aos países de tecnologias avançadas, pois não as dominam, são taxadas de retrógradas, causadoras de fome e devastação ambiental, em uma guerra de desinformação "
Ricardo Simões de Abreu Diretor da Bright Consulting
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Opiniões Dessa forma, alternativas energéticas, como os biocombustíveis, que não interessam aos países de tecnologias avançadas, pois não as dominam, são taxadas de retrógradas, causadoras de fome e devastação ambiental, em uma guerra de desinformação em que, infelizmente, temos fornecido muita munição. Interesses comerciais são inescrupulosamente levados a extremos, e a divulgação de meias verdades é orquestrada para tornar irreversíveis as tendências em que esses atores já investiram um enorme capital. A geração de energia solar e eólica e a produção de hidrogênio limpo, nos países que, geograficamente, têm as melhores condições para tornarem-se exportadores, é ignorada, assim como acontece com os biocombustíveis. Essa via de mão única não funciona mais. O desenvolvimento sustentável pressupõe o equilíbrio entre os três pilares, o ambiental, o social e o econômico. A questão é global e não mais local, mas é responsabilidade de cada país definir o que é possível aceitar.
Para isso, é necessário que um órgão governamental, com poder para ordenar uma discussão profícua, tome a frente e crie uma proposta clara e objetiva. A urgência em agir contra o aquecimento global favorece os biocombustíveis, principalmente os que podem ser misturados com combustíveis fósseis como a gasolina e o diesel. Nada pode ser mais rápido do que misturar etanol à gasolina e ao biodiesel ou HVO ao óleo diesel e reduzir imediatamente a pegada ambiental da imensa frota circulante, ao invés de esperar a substituição dos veículos atuais por outros com tecnologias caras e que precisam desenvolver, antes, uma infraestrutura de abastecimento que demanda investimentos com que os países mais pobres e de grande população não podem arcar. Pelo menos como uma transição, a utilização dos biocombustíveis deveria fazer parte da estratégia mundial. Se incentivada a produção deles, de forma sustentável em países da África e outras regiões em desenvolvimento, ;
CICLO DE VIDA SEM RECICLAGEM (gCO2e/km) Motores de Combustão Interna (MCI) 1,50
Produção do Veículo
E27 % RenBIo de 2020 a 2029
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E100 Híbridos (HEV) MCI + Eletrificação da propulsão
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% RenBio de 2020 a 2029 E100 CC com H2 Verde ou SOFC com etanol
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Elétricos (BEV)
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CONSUMO DE ENERGIA DO VEÍCULO (MJ/km)
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GASES DE EFEITO ESTUFA (gCO2e/km)
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cientistas e especialistas
Opiniões
a criação de empregos poderia reduzir o fluxo migratório, outro problema atual, e colaborar para o equilíbrio social e econômico global. O aspecto ambiental da sustentabilidade transcende a emissão de CO2eq, e as emissões de poluentes pelo escapamento e o ruído dos veículos com motores de combustão interna são fatores importantes que favorecem o uso da propulsão elétrica em frotas cativas ou de percurso definido nos centros urbanos, de forma a utilizar ao máximo as instalações de recarga. Isso posto e concentrando-se na emissão de CO2eq de veículos leves, no gráfico em destaque, são consideradas as etapas envolvendo a produção dos veículos e seus componentes, dos energéticos e seu uso. O descarte e a eventual reciclagem não estão incluídos. Ele compara veículos com motores de combustão interna (MCI) modernos com veículos eletrificados, ou híbridos (HEV), em que a eletricidade é produzida a bordo, com motores de combustão ou células de combustível (CC), que alimentam motores elétricos ligados às rodas do veículo, e veículos elétricos com baterias (BEV) carregadas externamente. O eixo vertical mostra as faixas de consumo energético dos três tipos de veículos. Em termos médios, o consumo dos MCI é 120% maior do que o BEV e 35% maior do que o dos HEV. Estes 35% são, em grande parte, devido à energia de frenagem recuperada pela tração elétrica dos HEV. Boa parte da grande diferença com os BEV é pelo fato de que a energia gasta para produzir os energéticos não é computada. No caso da eletricidade, esse valor pode atingir 50% em uma usina termoelétrica, contra 15% a 20% no caso dos outros combustíveis. O eixo horizontal mostra, em uma barra grossa inicial para cada tipo de veículo, a quantidade de CO2eq gerada na produção do veículo e componentes, dividida pela quilometragem total do veículo. Nota-se que, no BEV, essa parcela é maior do que a dos outros dois, pois a fabricação das baterias exige muita energia elétrica, que ainda não é totalmente produzida por fontes limpas. Quando for, haverá um duplo benefício, na fabricação e na rodagem, o que é mostrado na região da seta de energia limpa para o BEV e para as CC com hidrogênio (H2) verde, produzido com energia limpa.
As quatro barras mais finas, na sequência, indicam o CO2eq emitido durante a utilização dos veículos pelo consumo dos energéticos. A intensidade de carbono dos combustíveis renováveis é bem mais baixa, pois o CO2 emitido pelo escapamento é retirado da atmosfera no ciclo fechado dos biocombustíveis. Portanto, o E0, que é a gasolina pura, tem uma emissão de CO2eq maior que o E27, nossa gasolina com 27% de etanol e do E100, o etanol hidratado. A barra % RenBio mostra o resultado global da mistura de todo o etanol, anidro ou hidratado, com toda a gasolina pura consumida no Brasil, que irá variar ao longo dos anos, reduzindo a emissão total de CO2eq da frota brasileira em níveis equivalentes ao uso de veículos elétricos, onde as barras representam a geração com diferentes grids de geração elétrica. O grid do Brasil já é o mais limpo do mundo, com grande participação da biomassa e das hidroelétricas. O uso de BEV implica no aumento de termoelétricas com gás natural, e seu efeito é mostrado na barra vermelha. Conclui-se que, mesmo com a geração de eletricidade limpa, o HEV com E100 está no mesmo patamar de CO2eq de um BEV, a um custo do veículo muito menor, com fabricação nacional, preservando empregos de qualidade em toda a cadeia de valor e sem a necessidade de infraestrutura de recarga. No futuro, células de combustível usando H2 verde são uma tendência mundial que pode colocar os BEV em segundo plano. Elas são mostradas no quadrado verde, junto com as células do tipo SOFC, que funcionam com H2 gerado a bordo, a partir do etanol, e são a porta de entrada dos biocombustíveis para a era do H2 verde, mas que dependem de pesquisas e desenvolvimentos que não são prioridade internacional. Essas oportunidades não podem ser desprezadas, mas só a pressão da sociedade organizada e a definição clara, pelo governo, de uma rota a ser seguida farão com que as grandes empresas invistam na pesquisa, no desenvolvimento e na industrialização dessas soluções, lembrando que elas não servem só ao Brasil, mas também a países na América Latina, na Ásia e no continente africano, que, juntos, representam um mercado importante. A diplomacia tem um papel importante, mas precisa de um exemplo interno que possa catalisar essa ação internacional. n
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cientistas e especialistas
Opiniões
canavial deve estar “preparado”
para o período de estiagem
A água é um recurso importante para o perfeito estabelecimento e desenvolvimento do canavial. Durante o estresse hídrico, a planta diminui seu metabolismo para minimizar o gasto energético e, consequentemente, ter menores perdas, em razão da limitação que o ambiente está proporcionando. E, na tentativa de "sobrevivência", a planta começa a consumir suas reservas para manter um mínimo do seu metabolismo, o que acaba impactando na produtividade. Normalmente, a janela entre os meses de maio e agosto é o período em que há a maior limitação hídrica para o canavial. Todo trato cultural que favoreça um bom desenvolvimento das plantas no período que antecede essa janela de restrição hídrica favorece condições para que a cana-de-açúcar sinta menos as limitações do ambiente. Ter isso em mente é fundamental, visto que, dependendo das condições, o impacto na produção final torna-se uma realidade.
Quando a disponibilidade hídrica começa a ser limitante, naturalmente a planta altera seu metabolismo para minimizar o gasto energético e as perdas de água para o ambiente. Para que isso ocorra, há um desequilíbrio hormonal na planta, como a queda na síntese de auxina e o acréscimo da síntese de ácido abscísico, que participa diretamente no processo de abertura e fechamento de estômatos. Para que a planta seja eficiente nesse processo, ela precisa estar equilibrada nutricionalmente. Receber estímulos através de alguns nutrientes específicos e também de aminoácidos, no período de pré-seca, podem fornecer melhores condições à planta para suportar o período de limitação de água no solo. É por isso que trabalhar pensando à frente é essencial. Nesse caso, proporcionando todas as condições para um bom estabelecimento da planta. Por exemplo, um bom preparo e correção do solo são práticas primordiais, que condicionarão esse ambiente tanto no aspecto físico quanto no aspecto químico. Isso proporcionará um ambiente favorável a um melhor desenvolvimento do sistema radicular, e, consequentemente, buscando água e nutrientes em perfis mais profundos do solo.
Um canavial bem estabelecido e bem nutrido estará menos suscetível a qualquer estresse que o ambiente possa proporcionar, e isso dará condições para que a planta possa expressar seu potencial produtivo "
João Alves da Silva Gerente de Desenvolvimento Técnico de Mercado na Ubyfol
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Um bom desenvolvimento de raiz não implica apenas uma maior captação de água e nutrientes do solo, proporciona também um balanço adequado entre dois hormônios de crescimento, que são a auxina e a citocinina. A suplementação nutricional via folha, com nutrientes específicos para essa proposta, também é uma alternativa para dar condições à planta a sentir menos o estresse que está por vir. Precisamos nos atentar que o melhor manejo nutricional é aquele que fornece o equilíbrio de nutrientes. Plantas equilibradas estão menos suscetíveis às adversidades do ambiente. É claro que, em condições anormais, as intervenções com alguns nutrientes podem minimizar os impactos negativos dessas condições. Nutrientes como fósforo (P), potássio (K) e magnésio (Mg), além dos aminoácidos, são elementos que participam em processos que impactam diretamente a síntese e o acúmulo de fotoassimilados. O P é componente da molécula de ATP (adenosina trifosfato), responsável pela produção de energia na planta. O K, além de ativação enzimática, participa também no processo de abertura e de fechamento dos estômatos, mantendo as células-guarda túrgidas em condições hídricas normais. O Mg é componente da clorofila, molécula responsável pelo processo fotossintético
da planta. E, por último, os aminoácidos, que atuam tanto no processo de ativação enzimática quanto na síntese hormonal, obviamente cada qual com sua especificidade. Relembrando, é importante destacar que um preparo do solo adequado e o uso de insumos para sua correção são tecnologias que possibilitam um bom estabelecimento do canavial. A destruição de impedimentos físicos e a neutralização dos impedimentos químicos resultam num melhor ambiente para desenvolvimento do sistema radicular e, consequentemente, num melhor estabelecimento dessas plantas. Os estímulos fisiológicos proporcionados pela adubação foliar, a partir de produtos com tecnologias que favorecem a absorção e assimilação dos nutrientes aplicados, também se tornam uma tecnologia a ser trabalhada no preparo da planta para o período de estresse que está por vir. Essa é uma boa fórmula que o produtor pode seguir e planejar. Um canavial bem estabelecido e bem nutrido estará menos suscetível a qualquer estresse que o ambiente possa proporcionar, e isso dará condições para que a planta possa expressar seu potencial produtivo, entregando maiores produtividades, como, até mesmo, alcançar os tão desejáveis 3 dígitos. n
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Índice
cientistas e especialistas
ferramentas de inteligência no
melhoramento genético O rápido avanço no desenvolvimento de novas tecnologias e ferramentas de inteligência vem impactando positivamente todos os ramos da economia mundial. O setor sucroenergético não fica de fora; nas últimas décadas, inúmeras transformações tecnológicas nas áreas agrícola e industrial são claramente evidenciadas. Esse progresso tecnológico é primordial para garantir o suprimento contínuo de alimentos e energia sustentável para toda a população global. Assim como para o setor produtivo, o emprego de tecnologias disruptivas é também um fator amplamente buscado por todas as instituições de P&D em cana-de-açúcar, no Brasil e no mundo. No melhoramento genético, por exemplo, diversos são os desafios enfrentados, sejam eles devido à complexidade genética da cultura ou até mesmo devido à própria fisiologia da planta, que tornam o ciclo do melhoramento bastante extenso, normalmente acima de 10 anos. Atualmente, com os avanços de novas tecnologias, os componentes genéticos da cana-de-açúcar podem ser estudados e avaliados eficientemente através de abordagens moleculares, utilizando técnicas de sequenciamento (genômica), microarranjo de DNA, edição genômica, entre outras.
estamos vivenciando a era da informação, da tecnologia e do conhecimento, um momento de revolução tecnológica, considerada a Quarta Revolução Industrial "
Danilo Eduardo Cursi Pesquisador - Melhoramento da RIDESA/UFSCar
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Do mesmo modo, o componente fenotípico também pode ser medido mais precisamente com o atual desenvolvimento de ferramentas e metodologias de fenotipagem de alto rendimento (high-throughput). Esse tipo de tecnologia vem permitindo uma maior compreensão do controle genético de importantes características fenotípicas, possibilitando o aumento da eficiência e da velocidade na identificação de genótipos superiores, por conseguinte, contribuindo para a redução do ciclo do melhoramento.
Opiniões 1.
MAPEAMENTO DA VARIABILIDADE ESPACIAL DE ÁREA EXPERIMENTAL POR MEIO DO ÍNDICE DE VEGETAÇÃO DA DIFERENÇA NORMALIZADA - NDVI
N 0
2.
40
80 metros
Alta Moderada para Alta Moderada Baixa para Moderada Baixa
Nesse sentido, a integração do melhoramento genético com diferentes ferramentas de sensoriamento remoto, que tem como definição a aquisição de dados sobre um objeto, sem tocá-lo fisicamente, por meio de radiação eletromagnética, com sistemas de navegação que permitem a obtenção de informações sobre as coordenadas geográficas de qualquer ponto da superfície terrestre (GPS – Global Position System), juntamente com os SIG, softwares compostos de vários módulos dedicados ao armazenamento e ao processamento de dados com coordenadas conhecidas (geoprocessamento), sem dúvida constitui um eficiente método para alavancar os ganhos genéticos na cultura da cana-de-açúcar. Dentre as inúmeras plataformas de sensoriamento atualmente disponíveis, destacam-se os sensores aéreos multiespectrais (RPA, drones), Figura 1, os sensores proximais de alta resolução (EM38-MK2 – sensor de indução eletromagnética no solo), Figura 2, e os espectrômetros portáteis de infravermelho pró; ximo (NIR), Figura 3.
SENSOR DE INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA NO SOLO - EM38-MK2
N
Baixo potencial produtivo
Legenda -10 - -4,2 -4,1 - -1,1 -1 - 1,5 1,6 - 4,7 4,8 - 8,2 8,3 - 16 EM38-MK2 Geonics
3.
0 20 40
80
120 160
metros
ESPECTRÔMETRO PORTÁTIL DE INFRAVERMELHO PRÓXIMO (MicroNIR)
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Índice
cientistas e especialistas
Opiniões
Recentemente, o uso de aeronaves remotamente pilotadas (RPA) surgiu como uma importante opção para a agricultura, principalmente pela rapidez, precisão e fornecimento de dados em massa para tomadas de decisões mais assertivas. No melhoramento, o foco tem sido semelhante; de forma geral, utilizam-se diferentes tipos de sensores, acoplados nas RPA, os quais se baseiam em medidas da reflexão da radiação eletromagnética em diferentes comprimentos de onda, isto é, a energia captada dos diferentes genótipos em experimentação podem ser associados às diferentes características das plantas, como o índice de área foliar, a biomassa, fração da radiação fotossinteticamente interceptada, entre outras, que possibilitam estimar diversos componentes biométricos e condições fisiológicas. Ainda, em combinação com sistemas de machine learning e inteligência artificial, torna-se possível a identificação, a quantificação e a discriminação de diferentes doenças de importância econômica. Ademais, os diferentes índices de vegetação empregados (NDVI - Índice de Vegetação da Diferença Normalizada, EVI - Índice de Vegetação Melhorado, SAVI - Índice de Vegetação Ajustado ao Solo, VARI - Índice Resistente à Atmosfera na Região Visível, IAF - Índice de Área Foliar, entre outros), calculados a partir da reflectância das plantas, podem ser utilizados como variáveis secundárias para a seleção indireta de características de importância econômica dentro do melhoramento. De outro modo, sensores de condutividade elétrica do solo (CE) têm tido destaque como indicador no monitoramento de características do solo, como salinidade, textura, umidade, matéria orgânica, entre outras. Devido à sua capacidade em identificar a variabilidade de importantes características físicas e químicas do solo, a CE aparente (CEa) pode ser empregada para subdividir áreas heterogêneas onde se desejam implantar experimentos. Essa capacidade de identificação de variações em campo é de grande utilidade em experimentos de seleção de cultivares, visto que a diferença identificada pela CEa pode ser utilizada como critério para escolha de áreas
para experimentação ou como método de ajuste durante o processo de análise de dados do potencial genético de cada tratamento, reduzindo, assim, possíveis erros previamente não controlados pelo experimentador e, portanto, tornando o processo de seleção mais eficiente. Outra tecnologia inovadora que tem sido amplamente buscada pelos programas de melhoramento genético da cana-de-açúcar são os espectrômetros portáteis de infravermelho próximo (NIR). Esses equipamentos permitem que as análises dos diversos parâmetros tecnológicos (brix, pol, fibra, entre outros) sejam realizadas diretamente no campo, de forma imediata (tempo real), não destrutiva e que dispensam o uso de reagentes químicos, logo, contribuindo positivamente para a redução dos impactos ambientais. Essa ferramenta possibilita a avaliação e a classificação das centenas de genótipos de cana-de-açúcar, de acordo com as respectivas características qualitativas, ao longo das diferentes etapas de seleção, com alta precisão e confiabilidade. Essas tecnologias citadas são apenas alguns exemplos da integração de novas ferramentas de alto potencial com possibilidade de aplicação prática nas diferentes áreas de P&D em cana-de-açúcar. Evidentemente, uma ampla base de conhecimento multidisciplinar se faz necessária, visto o grande volume de dados que são gerados (Big Data) para posterior tratamento estatístico e geoespacial (SIG), processamento de imagens, modelagens e outros recursos para a correta interpretação e aplicação das informações analisadas. Em síntese, estamos vivenciando a era da informação, da tecnologia e do conhecimento, um momento de revolução tecnológica, por alguns especialistas considerada a Quarta Revolução Industrial, também chamada por Revolução 4.0. No setor sucroenergético, assim como nas diferentes áreas de P&D, ainda são muitos os desafios a serem superados para a aplicação das novas tecnologias disruptivas, porém uma gama de possibilidades e oportunidades se abrem diante das inúmeras necessidades de inovações do setor. n
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32,0% N
d=
1,3
g/cm3
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se a lavoura pudesse falar Se a sua lavoura pudesse falar, o que ela diria? Em dias atuais, com os recursos ferramentais disponíveis, tanto em nível de digitalização das informações provindas do campo quanto perfis distintos de condução de uma moderna lavoura canavieira, essas respostas poderiam passar por demandas sendo atendidas no momento mais adequado, com técnicas modernas e que, sob a aplicação de diferentes e customizadas formas de gestão agrícola, podem, sim, convergir para um modelo mais rentável de produção.
Há diferentes formas de gerenciarmos a diversidade das lavouras de cana que o País possui, já que temos um Centro-Sul e um Nordeste canavieiros amplos quanto a necessidades específicas de manejos agrícolas; são oportunidades para uso de tecnologias que favorecem a plena produção da cana. Sob essa óptica de diversidade de situações, levam-se em conta variáveis que, analisadas conjuntamente e monitoradas de forma precisa, acabam por gerar dados essenciais, os quais rementem a decisões cada vez mais assertivas e que são fundamentais para a rentabilidade do negócio do produtor. Quando se adotam produtos e serviços, por meio da inovação, que geram valor para o produtor canavieiro, o efeito, em geral, é um patamar superior de resultados alcançados ao longo de todo o sistema de produção sucroenergético. Um exemplo dessa estratégia, demonstrada pelo setor sucroenergético, foi a passagem de aprendizado ao longo da última crise de preços, que afetou toda essa cadeia, e quem conseguiu passar por essa crise soube analisar o momento de forma clara, em muito através de ferramentas de inteligência de dados e adequando formas de gestão. Em paralelo, boa parte do setor soube manter o foco na sustentabilidade do seu negócio, compreendendo o melhor momento
é possível acreditar que novas técnicas e formas de gestão agrícola irão surgir, de forma customizada e com maior velocidade, aumentando a experimentação do setor e sua consequente capacidade de inovar "
Paulo Cesar Idalgo Donadoni Gerente de Desenvolvimento de Mercado Cana-de-Açúcar para o Brasil e América Latina da Bayer
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Opiniões vindouro e mantendo os níveis de adoção de tecnologia possíveis quanto ao encaixe de retorno sob o investimento. Foi isso, em parte, que diferenciou esse setor, em termos de competitividade. Foi devido a essa combinação que produtores fornecedores de cana, usinas e grupos de usinas que vigoram neste momento, no setor, capturando a boa rentabilidade atual, conseguem seguir investindo em novos negócios, tecnologias e serviços, visando ao aumento de sua produção. Essas empresas, normalmente, souberam suportar as suas decisões com ferramentas de inteligência de dados, pois entenderam que isso era essencial naquele momento e seria ainda mais em um futuro próximo, aplicando, em suas análises de indicadores de lavoura, uma visão holística da produção agronômica, não se atentando apenas a fatos triviais, e sim ao diferencial que traz atratividade ao lucro. Ao tomarmos decisões mais assertivas para prover uma gestão de lavoura amplamente eficaz, os meios para isso podem passar por 4 aspectos fundamentais. O primeiro deles é a equação financeira do processo de investimento feito pelo produtor; esse ponto pode ser tratado com análises de dados econômicos que retratam os níveis de retorno do investimento sobre os impactos positivos, ao longo da cadeia de produção agroindustrial que envolve a cana, e não somente sob o efeito de resultado direto que ela carrega na área agrícola. Como exemplo, imaginem os efeitos do florescimento sobre o peso da cana reduzindo a densidade de carga e a produção em peso dos colmos industrializáveis, agora, somadas a isso, as perdas de redução de extração do caldo e outros desdobramentos negativos sobre os rendimentos industriais; danos que, ao longo da cadeia de produção agroindustrial da cana, por uso de um regulador de crescimento indicado e que protege o investimento quanto à manutenção da qualidade da matéria-prima, pode sim, ser evitado. Ou seja, é recomendado que as ferramentas de análise de dados observem os impactos, os efeitos e as mudanças ao longo do processo agroindustrial da cana, corroborando a adoção de determinado manejo. Ferramentas de digitalização de processos agroindustriais são determinantes para uma visualização adequada e clara da equação financeira que envolve a jornada do produtor, seja ele usina, ou fornecedor de cana. Seguindo a sustentação de análises essenciais para tomadas de decisão em nível de administração das lavouras de cana, um segundo aspecto é quando se aplica a adoção de tecnologias e
serviços inovadores que geram efeitos práticos de benefícios funcionais ao perfil desse produtor. A inovação deve estar presente na lavoura e nas decisões mais promissoras quanto à expectativa de resultado a ser obtido. A inovação é o impulso que movimenta novos e promissores resultados, sendo eles somente possíveis devido à adoção, em larga escala, pelo nível confiável de retorno financeiro obtido. Outro aspecto aplicável ao setor canavieiro são os modelos de preditibilidade, que são ferramentas mais recentes e vêm ganhando espaço nos planejamentos de safra, pois permitem que ocorra maior uniformidade no entendimento situacional e futuro das lavouras pelas equipes envolvidas. Também incluímos, aqui, os modelos preditivos aplicados para formação de árvores de decisão customizadas e que auxiliam na organização de fluxos de trabalho, além de suportar a decisão de protocolos (manejos) de tecnologias agrícolas. Ao final, considerando reduzir a complexidade dos agentes envolvidos na produção canavieira, nos deparamos com a inteligência de dados agronômicos, o denominado data intelligence, combinando, mais uma vez, a técnica e a expectativa financeira. O setor canavieiro parece estar bem adaptado à aplicabilidade de análises de inteligência agronômica, e elas vêm sendo aceleradas pela transformação digital que o setor já experimenta há algum tempo, muito em função da contribuição do ciclo da mecanização intensa por que ele passou recentemente. Esse aprendizado, em conjugação de dados de telemetria de máquinas e implementos, tem, agora, contribuído de outra forma, facilitando a interpretação e a consciência de gestores e técnicos envolvidos na produção quanto à importância dos indicadores filotécnicos provindo das lavouras. Todo esse aprendizado, aplicado na evolução do uso de técnicas de acompanhamento digitais das condições da lavoura e que interpretam sintomas característicos, efeitos do ambiente sobre as plantas, riscos iminentes de ataque de pragas e doenças e preditibilidade para tomada de decisão de proteção aos cultivos, entre outras funcionalidades, promove grande melhoria em qualidade e em fluxo de informações ao agricultor. On hand e com dados cada vez mais precisos e mais bem observados, é possível acreditar que novas técnicas e formas de gestão agrícola irão surgir, de forma customizada e com maior velocidade à tomada de decisão do produtor canavieiro, aumentando, ao mesmo tempo, toda a experimentação do setor e sua consequente capacidade de inovar. n
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No dia 24 de novembro de 2020, completamos 50 anos de Brasil. Ao longo desses anos, movemos o futuro por mãos brasileiras, produzindo bilhões de rolamentos, produtos para diferentes segmentos e ajudando a transformar sonhos em realidade. Sempre fomos movidos pelo propósito firme de desenvolver o futuro em movimento com qualidade e segurança. Assim, continuaremos escrevendo nossa história.
UMA BELA
HISTÓRIA
ESCRITA EM VERDE E AMARELO
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cientistas e especialistas
space sugarcane A Revolução Copernicana, que ocorreu no século XV, foi um evento de quebra de paradigmas culminante na história da humanidade. Seus desdobramentos ultrapassaram os limites do campo da ciência e do pensamento humano (o homem deixou de ser o centro do universo, do geocentrismo para o heliocentrismo). Atualmente estamos vivendo este novo momento, devido ao aumento da velocidade de evolução de novas tecnologias aplicadas na agricultura, integrando vários ramos das ciências, como a genética, a robótica, o processamento de Big Data, machine learning e o sensoriamento remoto, entre outras. O sensoriamento remoto, um ramo das geotecnologias, permite a obtenção de imagens e outros tipos de dados da superfície terrestre que é feita a distância, por meio da captação e do registro da energia eletromagnética refletida ou emitida pela superfície de um determinado alvo a ser pesquisado; no caso de agricultura, geralmente, estudam-se plantas, solos e corpos de água, e isso pode ser realizada por meio de vários tipos de plataformas, como drones, balões dirigíveis, aeronaves e satélites artificiais. No que diz respeito ao uso de satélites, atualmente existem aproximadamente 5.000 em funcionamento orbitando e enviando dados para a Terra. Globalmente, o sensoriamento remoto com satélites já demonstrou ser uma ferramenta eficaz de monitoramento da cultura de cana-de-açúcar, entretanto as plataformas de satélites de aquisição de imagens gratuitas possuem baixa resolução espacial, como Modis (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) ou tempo de revisita (resolução temporal) longo como a família de satélites Landsat (com 16 dias) o que, de certa forma, limita muito o uso dessas tecnologias em larga escala. Mas, a partir de 2014, devido ao êxito do Programa
Copernicus, da Agência Espacial Europeia (ESA), o maior programa de observação da Terra que existe hoje no mundo composto pelas famílias de satélites sentinelas, vem ocorrendo um grande aprimoramento dos dados e do processamento de imagens das constelações desses satélites óticos multiespectrais e de abertura sintética de radar (os SARs), que estão hoje orbitando a Terra. Nesse contexto, de avanço e da utilização exponencial dessas novas tecnologias de sensoriamento remoto e processamento digital de imagens, foi criado o projeto Space Sugarcane, no Laboratório Integrado de Geoprocessamento Aplicado e no Centro de Cana do Instituto Agronômico de Campinas, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que está sendo implantado nos canaviais da Usina Della Coletta Bioenergia com sucesso. Utilizando imagens e dados gratuitos de uma rede (constelação) de cinco satélites, três satélites ópticos e dois satélites de abertura sintética de radar (SAR), a Usina Della Coletta Bioenergia tem controlado "geograficamente" as áreas dos canaviais plantados, em desenvolvimento e colhidos, produzindo mapas e estatísticas de monitoramento de previsão de rendimento, identificando possíveis anomalias dos sistemas solo-planta e água, em poucas horas e corrigindo ou mitigando ; essas irregularidades.
o principal resultado do projeto Space Sugarcane é a geração de um novo produto para o setor agrícola paulista e brasileiro, democratizando o conhecimento e a transferência das ferramentas de geotecnologias para os produtores "
Glauber José de Castro Gava e Márcio Rogério Della Coletta Cientista do IAC - Instituto Agronômico Campinas e Diretor Agrícola da Usina Della Coletta, respectivamente
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Opiniões
Série temporal com diferentes estádios fenológicos da cana-de-açúcar da Usina Della Coletta Bioenergia, em Bariri-SP. A imagem com os talhões em amarelo é do início da safra e a' com talhões vermelhos é do final da safra de 2019/2020. Fonte: Imagem do satélite sentinela 2A do Programa “Copernicus” (ESA), modificada com a composição RGB 4-8-2.
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cientistas e especialistas
Opiniões
O presente projeto foi desenvolvido para ter a máxima tecnologia de monitoramento orbital dos canaviais com a melhor relação custo benefício para os produtores rurais. Assim, ele utiliza os produtos gratuitos dos satélites: 1. Os Sentinelas 1A e 1B são satélites de radar, operando na banda micro-ondas C (de 5,7 cm). Esse sistema mede a intensidade do sinal de retroespalhamento das microondas, que foram enviadas ativamente para a superfície da Terra. Isso permite mapear características físicas, como rugosidade, umidade do solo e estruturas das superfícies. Além disso, as imagens de radar também podem ser obtidas através da cobertura de nuvens e independentemente da luz do dia; 2. Os Sentinelas 2A e 2B são satélites que possuem um sensor MSI, que coleta a luz solar refletida da Terra. Novos dados são adquiridos no instrumento conforme o satélite se move ao longo de seu caminho orbital, possuindo um tempo de revisita de 5 dias. O MSI é um sensor que mede a energia refletida da superfície terrestre em 13 bandas espectrais, possuindo uma resolução espacial média de 10 m por pixels; e 3. Finalizando, o satélite CBERS-04A, que é uma parceria entre Brasil e China. O satélite CBERS-04A possui como destaque um sensor WPM (câmera de varredura ampla multiespectral e pancromática). O WPM é um sensor que fornece imagens pancromáticas com alta resolução espacial de 2 metros, mais imagens RGB e infravermelho de 8 m e com um tempo de revisita de 31 dias. Tendo como um dos objetivos a construção de um sistema de elevada tecnologia embarcada com a melhor relação custo-benefício, o Space Sugarcane também utiliza os softwares open source: QGIS e SNAP, para construção dos algoritmos de rasterização e geração dos produtos. A arquitetura desses softwares é ideal para processamento e análise de observação e monitoramentos dos alvos a serem pesquisados (solo, planta e água) em razão das seguintes inovações tecnológicas: extensibilidade, portabilidade, plataforma modular, arquitetura comum para todas as caixas de ferramentas, visualização de imagens e navegação muito rápidas; definições de região de interesse para estatísticas e vários gráficos; aritmética de bandas flexíveis usando expressões matemáticas arbitrárias, entre outros. Com a transferência de conhecimentos do projeto Space Sugarcane, realizada pelos pesquisadores do IAC, os engenheiros da Usina Della Coletta Bioenergia estão gerando produtos de geotecnologias de forma independente como:
a) monitoramento de uso do solo por meio de cálculos das áreas, com diferentes estágios fenológicos das lavouras, utilizando técnicas de classificação não supervisionada e supervisionada; b) monitoramento quantitativo e qualitativo da vegetação, um grande número de índices de vegetação estão sendo utilizados para estimar a quantidade de colmos produzidos nos talhões. Os índices de vegetação são algoritmos de rasterização baseados na transformação de valores de reflectância de determinadas imagens, gerando uma matriz de dados com valores dos índices em cada pixel. Esses valores podem ser relacionados às características da vegetação, como biomassa; índice de área foliar, porcentagem de cobertura vegetal e de teor de clorofila; c) cálculo de índices de estresse hídrico e de doenças do dossel da planta, perda de umidade devido ao estresse hídrico e a lesões das folhas rompidas por patógenos, fator importante na detecção espectral quando comparado a plantas saudáveis e tolerantes ao estresse hídrico. Recentes pesquisas desenvolvidas têm verificado altos níveis de discriminação fornecido pelos Índices de Estresse de Doença e Água DSWI (Disease–Water Stress Index); d) determinação da severidade de queimadas; os incêndios têm a capacidade de influenciar diferentes processos ecológicos, pois são responsáveis pela remoção parcial ou total da camada de vegetação. A avaliação dessas áreas está sendo realizada combinando o uso de imagens dos Sentinelas 2, pré e pós-incêndio, utilizando o Índice de Razão de Queima Normalizada. Outra vantagem desse sistema de monitoramento orbital é a utilização de processamentos computacionais para fusão das imagens de radar (SAR) com as ópticas multiespectrais. As imagens fundidas de polarização VH do Sentinela 1 com dados ópticos do Sentinela 2 elevam a precisão dos modelos de previsão de produção de colmo de cana-de-açúcar. As séries temporais de imagens de sensoriamento remoto baseadas em satélites radar e ópticos oferecem uma oportunidade única para avaliar a dinâmica da cobertura do solo e o monitoramento da produtividade da cana-de-açúcar em diferentes resoluções espaciais e temporais. Finalizando, o principal resultado do projeto Space Sugarcane é a geração de um novo produto do IAC, para o setor agrícola paulista e brasileiro, democratizando o conhecimento e a transferência das ferramentas de geotecnologias para os produtores, com qualidade, confiabilidade e baixo custo, dando acesso à chamada agricultura 4.0. n
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Informe científico
LALLEMAND BIOFUELS & DISTILLED SPIRITS
anuncia o lançamento da levedura FERMBOOST ™ BR para o aumento da rentabilidade do setor de biocombustível no Brasil MILWAUKEE, WI, USA, Dezembro, 2020: Lallemand Biofuels & Distilled Spirits (LBDS), fornecedor global de ingredientes inovadores para fermentação, tem o orgulho de anunciar o lançamento comercial da levedura Fermboost TM BR no Brasil. Fermboost TM BR compõe uma nova tecnologia de levedura que aumenta os lucros na produção de etanol combustível proveniente de milho no Brasil, estando amplamente disponível hoje. Fermboost TM BR proporciona maior lucratividade para produtores de etanol, aumentando os rendimentos durante a fermentação e reduzindo o volume de enzimas de alto custo necessárias no processo. Essa tecnologia gera um impacto positivo na margem operacional dos produtores de etanol de milho. “Estamos muito animados em anunciar o lançamento da Fermboost TM BR no Brasil esta semana. Nossa experiência com essa tecnologia nos Estados Unidos mostrou que a mesma pode aumentar significativamente as margens de produção de etanol, levando à aumentos na lucratividade do cliente acima de 10%”, disse Angus Ballard, presidente da LBDS. “Fermboost TM BR representa uma mudança radical no potencial econômico na conversão do milho para o etanol e é o primeiro de uma série de produtos, inovações e serviços que comercializaremos no Brasil nos próximos anos”. O lançamento da Fermboost TM BR faz parte da estratégia contínua da LBDS em trazer novos produtos de geração de valor para o Brasil. Fermboost TM BR é acompanhada do suporte das equipes técnicas e comerciais de biocombustíveis LBDS em todo o Brasil, e conta com o apoio das instalações de produção da Lallemand localizadas em Piracicaba. Por mais de uma década, a LBDS fornece leveduras e ingredientes para os setores de etanol de milho e cana-de-açúcar. Isso inclui a linha de produtos SucraMax, primeira levedura contendo tecnologia de alto rendimento dedicada à produção de etanol de cana e com sucesso comercial comprovado no Brasil, lançada pela primeira vez em 2017. Para obter mais informações sobre a Fermboost TM BR, consulte o site da LBDS em www.lbds.com ou entre em contato com o seu representante técnico ou de vendas local. Sobre a Lallemand Biofuels & Distilled Spirits: Lallemand Biofuels & Distilled Spirits (LBDS), sediada em Milwaukee, WI, é uma unidade de negócios da produtora Canadense de leveduras e bactérias Lallemand Inc. LBDS é fornecedora líder de ingredientes de fermentação e serviços de criação de valor para os mercados globais de etanol combustível e bebidas destiladas. Fermboost TM BR e todos os produtos para o mercado brasileiro serão comercializados e assistidos tecnicamente por meio da LBDS Brasil, com operações em Piracicaba, Brasil.
Fernanda Firmino, Sales Supervisor Brazil - Corn Ethanol Lallemand Biofuels & Distilled Spirits +1 (603) 667-7613 • ffirmino@lallemand.com Felipe Rodovalho, Technical Services, Sales/Technical Sales Lallemand Biofuels & Distilled Spirits +55 62 99619-8365 • frodovalho@lallemand.com
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cientistas e especialistas
Opiniões
soluções
para o aumento da produtividade
A relação da cana-de-açúcar com o Brasil tem mais de cinco séculos, quando as primeiras mudas foram introduzidas neste solo pelos portugueses. De lá para cá, o mercado sucroenergético evoluiu muito. A cultura se tornou uma das mais importantes e representativas da agricultura brasileira, correspondendo a quase 40% da produção mundial, com 720 milhões de toneladas/ ano, seguida pela Índia e pela China. Este ano, mesmo diante das dificuldades enfrentadas com a pandemia do coronavírus e a estiagem em algumas regiões do País, devemos manter os mesmos patamares de produção da safra anterior. Atualmente, o Brasil tem mais de 9 milhões de hectares de área cultivada com cana-de-açúcar, e o mercado de defensivos para cana é o segundo maior em vendas, atrás apenas da soja. Números como esses só são possíveis devido ao alto investimento em pesquisa e inovação realizado pelas principais empresas parceiras do setor. O foco desses investimentos tem sido a busca de um crescimento sustentável do setor por meio do lançamento de novas tecnologias, em especial novas moléculas, que permitam
maior eficiência com menor impacto, ampliação da receita e ganho sustentável para o agricultor. Essas tecnologias são suportadas, cada vez mais, por equipes especializadas, levando em conta boas práticas agrícolas e a preservação do meio ambiente. O produtor que trabalha com o cultivo da cana enfrenta diferentes desafios no decorrer da safra, desde pragas e plantas daninhas, até flutuações do câmbio e mudanças climáticas. Por isso, não existe uma única ferramenta que entregue ao canavieiro uma safra de sucesso, mas existe, sim, um conjunto de soluções que, quando integradas, são capazes de elevar os ganhos do agricultor, tanto em produtividade quanto em rentabilidade. Essas soluções permeiam todo o processo, desde a análise do solo, de modalidades de preparo, escolha da variedade, da opção de plantio, enfrentamento de pragas, estratégia de maturação até a colheita. Um dos fatores de destaque desse conjunto é o acompanhamento próximo da lavoura feito por consultores e especialistas com alto conhecimento técnico e expertise no negócio.
Atualmente, o Brasil tem mais de 9 milhões de hectares de área cultivada com cana-de-açúcar, e o mercado de defensivos para cana é o segundo maior em vendas, atrás apenas da soja. "
Redson Vieira Líder Comercial de Cana da Corteva Agriscience no Brasil
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Essa lagarta possui efeito direto na qualidade da matéria-prima e pode causar prejuízos de até R$ 5 bilhões por ano ao setor. Olhar essas ferramentas como “investimento” e não mais como custo é fundamental para tornar o setor cada vez mais competitivo economicamente. Aumentar a produtividade dos canaviais, produzir em maior quantidade ocupando a mesma área e utilizar menos recursos é primordial no desenvolvimento de ferramentas inteligentes na área da agricultura. Ao alcançar essas metas, conseguiremos ser mais sustentáveis e mais eficientes, refletindo diretamente na rentabilidade do produtor. Sob essa óptica, o envolvimento de empresas, entidades e instituições é fundamental para o contínuo investimento no desenvolvimento de soluções que promovam canaviais com excelência. Com esse conjunto de ações, baseadas em ciência e inovação, somadas a novas tecnologias em proteção de cultivo químico e biológico, biotecnologia, agricultura digital e à força e à dedicação do produtor, o mercado sucroenergético seguirá crescendo de forma sustentável nos próximos anos e se consolidará, cada vez mais, como um dos mais importantes pilares econômicos do País. n
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cientistas e especialistas
ferramentas de inteligência para a
área agrícola Ferramentas de inteligência é um tema aberto, sem limites tangíveis. E, nos dias de hoje, as mais diversas áreas das atividades humanas se misturam com grande facilidade. Interações e aplicações inimagináveis podem acontecer, particularmente na cadeia de produção sucroenergética, que parece melhor chamar de cadeia de negócios, que, pela sua extensão e diversidade, tem oferecido oportunidades também muito diversas. Meu olhar sobre esse assunto é do ponto de vista de “o que fazer” e do “como fazer”, como os conceitos de eficácia e eficiência, que, seja qual for o nível de complexidade ou de simplicidade, precisam de ferramentas de inteligência para serem medidos e gerenciados.
O processo de produção agrícola, desde a aquisição de terras até a entrega da cana na usina e logística reversa, tem uma complexidade que não pode ser subestimada. Para assegurar a sustentabilidade, a perpetuação das empresas, fazendo uso racional dos recursos, que são limitados, é exigida elevada inteligência, com razoável nível de especialização em cada parte do processo, bem como são exigidas habilidades técnicas e humanas dos gestores para assegurar a integração positiva entre as partes do processo. Diante das exigências desse cenário, ferramentas de inteligência potencializam a própria inteligência humana, proporcionando capacidade de realizar tarefas muito complexas em curto espaço de tempo.
O processo de inovação tecnológica deve acontecer com cautela, com embasamento em métodos científicos para validação e ajustes. Ensaios de validação precisam respeitar os princípios da experimentação agrícola: repetibilidade, casualidade e controle local. " Valmir Barbosa Consultor Sênior da Datagro Alta Performance
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Opiniões Essas ferramentas podem ser desde simples métodos de organização de dados até máquinas inteligentes, que interagem entre si fazendo predição e tratamento. O sincronismo da rotação da moenda já não tem início na mesa alimentadora, mas sim em cada uma das colhedoras espalhadas pelo campo, e seu fluxo depende de eventos agrícolas ocorridos no ano passado. Ferramentas de inteligência podem nos permitir esse sincronismo. Alguns casos de insucesso de empresas e gestores podem ter sido em consequência de subestimar a complexidade e da necessidade de ferramentas adequadas. No final dos anos 1990, havia diagnósticos do elevado grau de informalidade do setor, mesmo quando havia alto nível científico. Os negócios e os processos eram sustentados pelas pessoas exercendo suas funções alinhavadas no dia a dia, tanto que a rotatividade de pessoal decorrente da abrupta expansão do setor nos anos 2000, seguido pela crise decorrente da frustração do mercado, resultou em uma depressão de técnicos e gestores. Simultaneamente, como é normal, ocorreram outras mudanças, mas essas teriam sido conduzidas com sucesso, caso não houvesse a tal depressão, para não dizer “vácuo”. O resultado foi a vexaminosa queda da produtividade dos canaviais nos anos 2010. Estamos agora trabalhando para consolidar uma fase de risorgimento. Agora a realidade é diferente daquela anterior à crise, os stakeholders e as ferramentas são outras. Novas tecnologias associadas à novas ferramentas de inteligência podem levar o setor a patamares bem superiores de produtividade, de lucros e de sustentabilidade. Porém quanto a algumas ferramentas básicas de inteligência analítica, como estatística experimental, engenharia simultânea e mapeamento de processos, é aconselhável que não fiquem esquecidas no “fundo da caixa de ferramentas”, mas sim que fiquem à mão, para uso de rotina. Sobretudo porque existe hoje, no mercado, uma grande oferta de “hipóteses aparentemente verdadeiras”. Algumas aguardando validação e inserção, outras em uso no campo, sem ter sido suficientemente desenvolvidas. Esse descompasso tende a frustrar expectativas, confundir diagnósticos e reduzir receitas. A receptividade à inovação tecnológica é uma postura inteligente, porém a inovação não é justificável por si só, mas sim pelo ganho que proporcionar em eficiência e em eficácia. Uma nova tecnologia tem de mostrar resultado e, para isso, existem ferramentas de inteligência estatística. Caso contrário, pode haver perdas
de oportunidades pelo desperdício de foco, pode haver introdução certa da tecnologia errada e introdução errada da tecnologia certa. Pode haver introdução de tecnologias inadequadas, com impactos percebidos no longo prazo. O processo de inovação tecnológica nas empresas deve acontecer com cautela, com embasamento em métodos científicos para validação e ajustes. Ensaios de validação precisam respeitar os princípios da experimentação agrícola: repetibilidade, casualidade e controle local. Para desembaraçar essa complexidade, uma das primeiras ferramentas a serem utilizadas é o mapeamento dos processos. Em movimento, os processos não são lineares, tampouco unidirecionais, e aí aparecem as demandas por critérios, como ferramentas para tomadas de decisões. Certa vez, pelos anos 1990, assisti a uma aula do saudoso Dr. Artur Mendonça, sobre controle biológico. Disse ele, na ocasião, que “controle biológico não funciona com um método pronto, mas sim pela aplicação do conhecimento. Com conhecimento se faz o manejo. Quem procurasse um método pronto, iria se frustrar, pois o que havia era um pacote de conhecimento”. Pensando nisso, interpretei esse conceito do conhecimento como uma “caixa de ferramenta”. Em agricultura, o conhecimento é essencial, pois processo e resultado ocorrem em momentos muito diferentes, distantes no tempo. Tanto que o conhecimento é que dá ao agricultor a referência para assertividade do processo, e, ao mesmo tempo, é o “saber como fazer” sem ter o resultado à vista. O resultado virá tempos depois. O agricultor acredita que, fazendo a coisa certa, na hora certa, terá Esperança E [g (X )] no resultado. O agricultor, seja qual for seu nível hierárquico na organização, que esperar o resultado imediato vai se frustrar, pois a atenção deve ser colocada na assertividade do processo, de boas práticas ao plantar e tratar, assim a produção virá. O conhecimento é essencial para a percepção precoce de desvios e diagnósticos para correção. Frequentemente, diagnósticos precipitados ou equivocados têm levado a soluções ineficazes, a perdas de tempo, de investimento e de pessoas. Diagnósticos errados levam a soluções erradas e à continuidade das perdas. Atualmente, a complexidade das tarefas e suas interações faz necessário que se tenha arrojo para identificar e discernir oportunidades e cautela para capturar resultados positivos. Separar o joio do trigo. Isso só é possível com ferramentas de inteligência. Isso é o que tenho visto na história recente. n
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Índice
produtores
produtividade no setor agrícola é aliança entre inovação e eficiência O agronegócio é um vetor fundamental do crescimento econômico nacional. Em 2019, a soma de bens e serviços gerados no setor chegou a R$ 1,55 trilhão, respondendo por 21,4% do PIB brasileiro. A grandeza do segmento é o reflexo do comprometimento de todos os envolvidos na cadeia para garantir eficiência. Nesse contexto, entender de maneira mais clara e objetiva o funcionamento do negócio é necessário para conquistar resultados mais promissores, visto que o setor está sujeito a fatores externos, a exemplo de riscos climáticos, financeiros e operacionais – sem falar de uma pandemia global no meio do caminho. Nesse cenário, o setor sucroalcooleiro tem sido expoente e, para manter-se como tal, está avançando na aplicação de novas tecnologias, em especial na área agrícola. Muito além de utilizar tecnologia como método de digitalização
Se, antes, ferramentas de inteligência na agricultura aperfeiçoavam operações, hoje, a tecnologia ultrapassou territórios ao demonstrar que é necessária, inerente e eficiente em todos os processos. "
Francisco Evandro Albino Diretor Agrícola da Raízen
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de processos, as ferramentas de inteligência no setor estão sendo empregadas de modo a mapear, diagnosticar, gerenciar e complementar o conhecimento operacional e agronômico já presente nas corporações. Mais do que nunca, a busca por inovação leva em conta a sustentabilidade do negócio e a eficiência da operação, desde a fase de preparo de solo até a colheita da cana. Nesse contexto, o avanço na aplicação de solução que soma produtividade e eficiência é imperativo para uma matriz de processos eficaz. De costume, gerenciamos os processos operacionais e, portanto, as eficiências operacionais resultantes deles; ter um olhar sobre a eficiência agronômica também se faz necessário, já que os processos agronômicos também apresentam significativos efeitos nos resultados finais.
Opiniões De forma prática, podemos expressar a Efiutilizados para gerar o Modelo Digital de Terciência Operacional = ƒ (faixa de trabalho, veloreno (MDT), dando condições únicas para a cidade média, logística, número de “passadas”, elaboração de projetos de sistematização mais entre outros) e a Eficiência Agronômica = ƒ avançados, garantindo o melhor projeto para (insumo, dose do insumo, forma de aplicação a conservação do solo e para a logística agrído insumo, uniformidade de aplicação, posicola, tudo isso em um ambiente digital, com cionamento/localização do insumo, timing/ possibilidade de várias simulações e a geração prazo de aplicação, sequência operacional, das linhas de plantio, mesmo do escritório. entre outros). A redução de manobras proporcionada por essa Nesse sentido, a combinação dessas eficiêntecnologia pode chegar a 30%. cias traz aumento de produtividade do recurso Ainda na fase de pré-preparo de solo, por e da lavoura e, como resultante comum, a redumeio de imagens de VANT e algoritmos inteção de custos. ligentes de classificação, é possível identificar, Com o advento de novas tecnologias, a área qualificar e mapear a dispersão de ervas daniTema: Tema: Tema: Ferramentas Ferramentas Ferramentas dede de inteligência inteligência inteligência para para para a área aaárea área agrícola agrícola agrícola agrícola vem desenvolvendo muitos projetos, nhas que ocorrem na área, sendo as informatanto na linha da eficiência operacional como ções utilizadas para as tomadas de decisões na Produtividade Produtividade Produtividade nono no setor setor setor agrícola agrícola agrícola é éaliança éaliança aliança entre entre inovação inovação inovação ede eeficiência eeficiência eficiência da eficiência agronômica. Todos eles são em-entre estratégia controle de ervas durante o ciclo pregados, desde o preparo do solo para o planda cultura. Assim, as linhas de plantio geradas Por Por Por Francisco Francisco Francisco Evandro Evandro Evandro Albino, Albino, Albino, diretor diretor diretor Agrícola Agrícola Agrícola dada Raízen daRaízen Raízen tio até o transporte da cana para a unidade proe aprovadas na fase de projeto são utilizadas dutora, e estão mostrando que a modernização durante o nacional. plantio nos pilotos automáticos e auO O agronegócio O agronegócio agronegócio é um é é um um vetor vetor vetor fundamental fundamental fundamental do do do crescimento crescimento crescimento econômico econômico econômico nacional. nacional. 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A A grandeza Agrandeza grandeza do do segmento do segmento segmento é agrícola oésetor oaliança reflexo reflexo do doentre comprometimento de de todos todos os os envolvidos osenvolvidos envolvidos na Produtividade Produtividade Produtividade Produtividade Produtividade Produtividade Produtividade Produtividade nono setor no setor no setor no no setor agrícola setor agrícola no setor no agrícola setor agrícola ééreflexo éoagrícola éaliança aliança éagrícola aliança éédo aliança entre aliança entre écomprometimento aliança écomprometimento entre inovação aliança entre inovação entre inovação inovação inovação entre inovação e eficiência ecolheita eficiência inovação eficiência e de eficiência etodos eeficiência eficiência e durante eficiência e eficiência Abrasileiro. aplicação de técnicas de agricultura digital turais eeinovação todona ona ciclo da cultura. Por Francisco Evandro Albino, diretor Agrícola da Raízen cadeia cadeia cadeia em em em garantir garantir garantir eficiência. eficiência. eficiência. Dentro Dentro Dentro desse desse desse contexto, contexto, contexto, entender entender entender deprática de maneira demaneira maneira mais mais mais clara clara clara e objetiva eum eobjetiva objetiva Por Francisco Evandro Albino, diretor Agrícola da Raízen é liderada pelas geotecnologias, que utilizam Essa cobre mais ponto de extrema PorPor Francisco Por Francisco Por Francisco Por Por Francisco Francisco Evandro Por Francisco Evandro Por Francisco Evandro Evandro Francisco Albino, Evandro Evandro Albino, Albino, Evandro Albino, diretor Evandro Albino, diretor Albino, diretor Albino, diretor Agrícola diretor Agrícola Albino, diretor Agrícola Agrícola diretor da Agrícola diretor Agrícola da Raízen da Raízen Agrícola da Raízen Agrícola da Raízen daRaízen Raízen da Raízen da Raízen Por Francisco Evandro Albino, diretor Agrícola da Raízen funcionamento oofuncionamento funcionamento doedo negócio do negócio negócio é necessário éénecessário necessário para para para conquistar conquistar conquistar resultados resultados resultados mais mais mais promissores, promissores, promissores, visto visto visto que que que da lavoura, imagens de satélite de Veículo Aéreo Não Triimportância condução adequada OOoagronegócio é um vetor fundamental do crescimento econômico nacional. 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Dentro desse contexto, entender de maneira mais clara e objetiva naoocadeia caracterização dos ambientes deconquistar produção, para os tratos culturais, com funções multifuncionamento do negócio éénecessário para resultados mais promissores, visto que funcionamento necessário para conquistar resultados mais promissores, visto que o funcionamento ocenário funcionamento ocenário funcionamento o funcionamento oodo funcionamento funcionamento oosetor funcionamento funcionamento do negócio do negócio do negócio do negócio do énegócio necessário negócio édo necessário é negócio do necessário é necessário negócio éénecessário necessário para épara necessário para éconquistar necessário para conquistar para conquistar para conquistar para conquistar conquistar resultados para resultados conquistar resultados conquistar resultados resultados mais resultados mais promissores, resultados mais promissores, mais promissores, mais promissores, mais promissores, promissores, mais visto promissores, visto promissores, visto que visto que visto que visto que visto que que visto que que oNeste funcionamento do negócio ésucroalcooleiro necessário para conquistar resultados mais promissores, visto que Neste Neste cenário onegócio oodo setor setor sucroalcooleiro sucroalcooleiro tem tem tem sido sido sido expoente expoente expoente eresultados epara emais para para manter-se manter-se manter-se como como como tal, tal, tal, está está está com desdobramentos em blocos de manejo, é operacionais, tecnologias embarcadas de piloto oosetor está sujeito a fatores externos, a exemplo de riscos climáticos, financeiros e operacionais setor está sujeito a fatores externos, a exemplo de riscos climáticos, financeiros e operacionais o setor o setor o setor o está setor o está o setor está sujeito setor o está sujeito setor sujeito está o está sujeito setor a fatores sujeito está a sujeito fatores a está fatores a sujeito fatores a externos, sujeito a fatores externos, fatores externos, a fatores externos, a externos, fatores a externos, exemplo a exemplo externos, a exemplo a externos, exemplo a a de exemplo exemplo de riscos a de exemplo riscos a de riscos exemplo de climáticos, riscos de climáticos, riscos riscos climáticos, de climáticos, riscos de climáticos, climáticos, financeiros riscos financeiros climáticos, financeiros climáticos, financeiros financeiros financeiros e operacionais e financeiros operacionais e financeiros operacionais e operacionais e e operacionais operacionais e operacionais e operacionais setor está sujeito aaplicação fatores externos, a tecnologias, exemplo de riscos climáticos, financeiros eagrícola. operacionais avançando avançando na na aplicação na aplicação de de novas denovas novas tecnologias, tecnologias, em em em especial especial especial na na área naárea área agrícola. agrícola. 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PROCESSOS OPERACIONAIS
PROCESSOS AGRONÔMICOS
Conservação do Solo Preparo de Solo
Correção do Solo
Controle de Ervas Daninhas
Nutrição
Manejo Varietal
Controle de Pragas e Doenças
Maturação
Plantio Terra Planta Trato Soca Colheita
De costume, ao gerenciarmos os processos operacionais e, portanto, as eficiências operacionais De ao gerenciarmos os processos operacionais e, portanto, as operacionais DeDe costume, De costume, De costume, De costume, Decostume, ao costume, De ao gerenciarmos De costume, ao gerenciarmos ao gerenciarmos costume, ao gerenciarmos ao gerenciarmos ao gerenciarmos os aoos processos gerenciarmos os processos os processos os processos osprocessos processos operacionais osoperacionais processos os operacionais operacionais processos operacionais operacionais e,operacionais e, portanto, operacionais e, portanto, e,eficiências e, portanto, e,portanto, as portanto, e,as eficiências portanto, as e, eficiências as eficiências portanto, as eficiências aseficiências eficiências operacionais asoperacionais eficiências as operacionais eficiências operacionais operacionais operacionais operacionais operacionais De costume, costume, ao gerenciarmos osgerenciarmos processos operacionais e, portanto, asportanto, eficiências operacionais resultantes destes, os processos agronômicos também apresentam significativos efeitos nos De De De costume, costume, costume, ao ao gerenciarmos ao gerenciarmos gerenciarmos os os processos os processos processos operacionais operacionais operacionais e, e, portanto, e, portanto, portanto, as as eficiências as eficiências eficiências operacionais operacionais operacionais resultantes destes, os processos agronômicos também apresentam significativos efeitos nos resultantes resultantes resultantes resultantes resultantes resultantes destes, resultantes destes, destes, resultantes destes, osdestes, destes, os processos osprocessos destes, os processos os destes, processos osprocessos processos os agronômicos agronômicos processos osagronômicos processos agronômicos agronômicos agronômicos também agronômicos também agronômicos também também também apresentam também apresentam apresentam também apresentam também apresentam apresentam significativos apresentam significativos significativos apresentam significativos significativos significativos efeitos significativos efeitos significativos efeitos efeitos nos efeitos nos efeitos nos efeitos nosnos efeitos nos nosnos resultantes destes, os processos agronômicos também apresentam significativos efeitos nos resultados finais, e ter um olhar sobre a eficiência agronômica se faz necessário. resultados finais, eefinais, ter um sobre eficiência se faz necessário. resultantes resultantes resultantes destes, destes, destes, os os processos processos agronômicos também também apresentam apresentam apresentam significativos significativos significativos efeitos efeitos efeitos nos nos nos resultados resultados resultados resultados resultados resultados finais, resultados finais, eresultados finais, ter eolhar finais, finais, ter eos um ter eprocessos um finais, ter olhar eum eter finais, olhar um ter olhar eaaum sobre um olhar ter sobre eagronômicos olhar sobre ter um olhar aagronômicos sobre eficiência um olhar asobre eficiência sobre aagronômica olhar eficiência asobre eficiência aaeficiência sobre agronômica eficiência agronômica atambém eficiência agronômica aagronômica eficiência agronômica agronômica se agronômica se faz se faz agronômica necessário. se faz necessário. se faz se necessário. faz necessário. faz senecessário. necessário. faz se faz necessário. necessário. resultados finais, ter um olhar sobre eficiência agronômica se faz necessário.
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localização e a dispersão das plantas daninhas, melhorando o controle, reduzindo o esforço e o consumo de insumos. Ainda nos tratos culturais, o uso de VANTs ou drones se destaca em duas novas fronteiras: a) para aplicação de espécies de inimigos naturais que controlam a broca-da-cana de maneira natural; no processo, esses agentes são colocados em dispositivos e carregados nas aeronaves, que são responsáveis pela liberação em áreas e locais preestabelecidos, diminuindo a necessidade de mão de obra e aumentando a qualidade da aplicação, bem como a eficiência agronômica do controle biológico. b) para o controle localizado de daninhas/ catação: essa tecnologia rapidamente vem se mostrando eficaz e complementar ao uso de aviões agrícolas, economizando esforços e insumos em áreas de menor infestação e menor dispersão das plantas, já que o equipamento “enxerga” a posição e a quantidade das daninhas e atua especificamente no seu controle. Em relação ao uso racional da vinhaça, subproduto da produção do álcool, rica em potássio e matéria orgânica, também tem servido para mostrar o pioneirismo do setor na busca por soluções inovadoras e sustentáveis. A chamada “vinhaça enriquecida”, mistura de adubo na vinhaça, e sua aplicação direcionada à linha da cultura vêm proporcionando aumento da eficiência agronômica da fertilização, bem como a diminuição do consumo de fertilizante mineral. A opção por utilizar a vinhaça também diminui a pegada de carbono e os custos operacionais, gerando ganhos ambientais e de produtividade da cultura, estimulando a prática da economia circular. A capacidade do setor de incorporar as novas tecnologias ao sistema produtivo é uma realidade, e a procura, agora, é para consolidar a inovação como uma competência fundamental para os negócios do futuro. O fato é que disponibilizar informação qualificada e transformá-la em operações mais precisas é uma ambição da área agrícola. Por fim, a adoção de tecnologia no setor se tornou muito mais do que introduzir novos métodos; hoje, a inovação é fundamental ao agregar todos da cadeia produtiva em uma gestão eficiente em relação à produção. Se, antes, ferramentas de inteligência na agricultura aperfeiçoavam operações, garantindo melhores resultados nas safras, hoje, a tecnologia ultrapassou territórios ao demonstrar que é necessária, inerente e eficiente em todos os processos. A busca por eficiência, aliás, bem como tecnologia, é a solução para uma matriz de processos efetiva. n
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produtores
produtividade agrícola 4.0:
o futuro chegou
Quando analisamos a evolução do sistema de produção agrícola, podemos perceber claramente um grande salto na adoção de novas tecnologias. Esse processo vem ganhando força pela soma de vários fatores que, aqui, iremos discutir, e esse salto tem proporcionado uma nova realidade, a inteligência artificial trouxe consigo uma capacidade de processar informações potencializadas, ultrapassando, e muito, os limites da cognição humana. A velocidade de correção frente a um desvio diminuiu drasticamente, pois a informação está em tempo real, e as produtividades agrícolas e operacionais estão atingindo números cada vez melhores e de forma acelerada. A onda tecnológica tem ganhado força principalmente com a entrada da internet no campo. Essa ferramenta, associada às possibilidades de mobilidade hoje existente, mudou muito a dinâmica de produção na lavoura.
Hoje, o técnico percorre o campo com tablet em mãos, se guiando por mapas temáticos que, em um click, fornecem todas as informações da fazenda e do talhão. Ao identificar algum desvio, o técnico bate uma foto georreferenciada que, automaticamente, fica armazenada em nuvem. Assim, o gerente que antes tinha pela manhã seus relatórios impressos com os fechamentos do dia anterior, hoje também tem em seu celular a atualização, em tempo real, de todos os processos em detalhes: por fazenda, por frente de trabalho e por equipamento, por exemplo. Dessa forma, o gestor pode, inclusive, se comunicar diretamente com o determinado equipamento e operador. Somada a essa dinâmica, toda a informação gerada, de produção, dos rendimentos operacionais, dos indicadores de qualidade do processo, fotos, gráficos, dentre outros, alimentam continuamente uma grande base de dados, que, ao se
Hoje, o técnico percorre o campo com tablet em mãos, se guiando por mapas temáticos que, em um click, fornecem todas as informações da fazenda e do talhão. " Carlos Daniel Berro Filho Diretor Agrícola Corporativo da Biosev
aplicar softwares de inteligência, torna possível identificar várias correlações que apontam para tendências. E, estas, por sua vez, orientam o usuário para a melhor tomada de decisão, que pode inclusive ser programada, caso exista o interesse, para ser realizada automaticamente pelo sistema de inteligência. Em paralelo a essa crescente, e preenchendo papel importante nesse cenário, surgem as startups: empresas versáteis, com grande capacidade de personalizar soluções para o cliente
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Opiniões e que, com isso, conseguem criar parcerias ganha-ganha no desenvolvimento de ferramentas. São muitos os exemplos que podemos citar: ferramenta de monitoramento climático, prevenção e controle de incêndios, evolução da lavoura, gestão de insumos, experimentação, dentre outros. Há, hoje, uma infinidade de temas e possibilidades de associar base de dados, inteligência, softwares, satélites, sensores e outros. As ferramentas de inteligência vêm ocupando, cada vez mais, espaço dentro da cadeia como um todo. No melhoramento genético, por exemplo, é imprescindível o uso de softwares com inteligência para determinar os cruzamentos, as possíveis combinações favoráveis, ou não. Na produção agrícola, o planejamento, ao se definirem as variedades e insumos a serem utilizados, e os softwares buscam as combinações positivas de resultado dentro do banco de dados e trazem, de forma otimizada, quais as melhores possibilidades para alocar as variedades, qual insumo aplicar em determinada fazenda, qual o dimensionamento de equipamentos, dentre outros. A verdade é que, hoje, o técnico não inicia mais um planejamento do zero, em uma planilha em branco. Hoje, ele parte de um modelo já desenhado por um sistema inteligente e, então, sobre esse plano, ele faz os ajustes e as mudanças com base no seu conhecimento. O conhecimento técnico, inclusive, é muito importante, mas, muitas vezes, devido à menor capacidade de processamento de informações da mente humana, quando comparado ao de um computador, pode ser insuficiente para reunir todas as variáveis que impactam naquela decisão. Indo sentido às operações agrícolas, ao observarmos o painel de um trator, de uma colhedora ou de outro equipamento, será possível ter acesso a um raio x do que está acontecendo com a máquina: seus rendimentos, consumos, possíveis oscilações etc. Toda essa informação, automaticamente transferida para uma central, permite que sistemas centralizados de controle tenham uma visão ampla do todo, podendo atuar corretivamente, em tempo real. Não é mais preciso esperar o fechamento do dia para ter a visão se algum equipamento não está desempenhando normalmente ou seu consumo de combustível está fora dos padrões. Rapidamente, o sistema, com sua inteligência, detecta essa variação fora do padrão, e a central de controle pode atuar, juntamente com a operação, na mesma hora. O transporte de cana também é um bom exemplo de adoção tecnológica.
O motorista hoje está mais seguro, pois sistemas detectam se está fatigado, a rastreabilidade da matéria-prima ocorre de forma automatizada e, em tempo real, até mesmo a calibração dos seus pneus pode ser automaticamente monitorada. Para tanto, dois pontos são de suma importância para que todas essas novas possibilidades possam ser absorvidas e bem aproveitadas. Primeiramente, para cada processo de adoção de uma nova ferramenta, seja um novo software, um novo sensor, um aplicativo, ou um sistema de gerenciamento inteligente, é muito importante ser feito um trabalho de desenvolvimento interno, no qual uma equipe bem definida ficará à frente do projeto, na sua concepção, adoção, implementação e conclusões finais. Esse modelo é importante, pois, caso não seja tratado de forma organizada, corre-se o risco de se perder em meio a tantas soluções e não conseguir extrair de cada uma delas o que realmente tem a oferecer. Segundo ponto: impossível falar de adoção tecnológica, de inteligência na área agrícola sem falarmos de capacitação. Esses modelos inteligentes são, muitas vezes, intuitivos, e as novas gerações possuem uma habilidade muito grande de aprender rapidamente como utilizá-las. No entanto, sabemos que, para conseguir operar bem essa gama de ferramentas, é importante que as equipes passem por treinamentos, tenham o conhecimento das funcionalidades, entendam a importância de sua utilização e consigam, assim, traduzir tudo em resultado. A percepção é de que ainda temos muito para percorrer, em todas as oportunidades que os sistemas de inteligência aplicados na área agrícola podem oferecer. Desde a academia, é importante que a formação dos futuros profissionais tenha esse perfil, pois a produção agrícola mudou. A conectividade e a mobilidade no campo deram dinamismo ao processo, e os desvios são rapidamente identificados, os ganhos são cada vez maiores, as decisões, muitas vezes, são tomadas de forma automática, e o profissional que souber jogar a favor terá mais tempo para planejar e pensar nas estratégias. Esse tempo, que no passado muito era usado para gerar informações, hoje está na mão. O conhecimento técnico, sempre importante, alimentará os sistemas, que irão devolver para o usuário, de forma quase intuitiva, a melhor combinação e o melhor cenário. O profissional vai aprender a confiar, cada vez mais, nas ferramentas, delegando muitas decisões ao que o sistema inteligente definir, de forma automática, será um aprendizado contínuo, de um futuro que chegou. n
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produtores
um novo alvorecer Em pleno verão brasileiro, 2020, com as temperaturas elevadas e os dias longos, bons indicadores de produtividade agrícola e preços animadores, um raro cenário de encontro de ótimas notícias desenhava um “céu de brigadeiro” ao setor sucroenergético. Um ano pintado excepcional, com o lançamento do RenovaBio, carregava as tintas de otimismo e ânimo para seguir com os fundamentais investimentos já efetivados em 2019. Houve grande renovação de áreas em 2019, além do maior uso dos insumos modernos e importante renovação da frota de máquinas e carros.
Em suas reuniões de 2019, de abril e de outubro, a Canaplan lançava o que chamava de um “um novo ciclo setorial” iniciado. Na esteira da usina, o verde dos colmos era a esperança de uma safra 2020/2021 relevante, para deixar marcas do progresso esperado. Em pleno carnaval brasileiro, começaram a surgir notícias de um vírus na China, que, em poucas semanas, se transforma em pandemia, sem defesa inicial, sem noção de tempo, somente reclusão, máscara e lavar as mãos... despencam o consumo de combustíveis e, até, do açúcar.
A motivação é uma porta que se abre por dentro " Mario Sergio Cortella
Luiz Carlos Corrêa Carvalho, Caio Diretor do Grupo Alto Alegre
Esse cenário kafkiano (derivado de Franz Kafka, classificando situação desesperadora, claustrofóbica e traumática) travou, literalmente, as ações dos produtores, que viram preços do petróleo WTI negativos. Entre o céu de brigadeiro e o mundo de Kafka, o setor sucroenergético conviveu com dias negros, escurecidos com a revoada dos cisnes negros de Nassim Taleb (acontecimento de impacto desproporcionado). À queda da demanda de petróleo e dos seus derivados se juntou a do etanol; além da queda média histórica do consumo do açúcar, se somou, mais negativamente, a pandemia.
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Opiniões Passadas algumas semanas do trauma, o mundo real foi se restabelecendo, e o bom senso se firmando: os fundamentos que geraram a perspectiva de céu de brigadeiro continuavam... claro que com as limitações da Covid-19, mas continuavam... o mundo de juros baixíssimos continuava, e as commodities seguiam alimentando as ações dos Fundos Especulativos... pouco a pouco os preços do petróleo voltavam aos US$ 30/barril, aos US$ 40/barril, e os do açúcar aos US$ 11-12 c/lb... Em nov/20, US$ 15 c/lb. A moeda real brasileira se desvalorizou frente ao dólar, e um milagre se processou: açúcar vendido a R$ 1.500,00/tonelada a um custo cheio de R$ 1.200,00/tonelada, e o etanol subindo e acompanhando a recuperação dos preços do petróleo. À mágica da confiança, com as fixações dos preços e hedge do dólar, por um lado, se somava a colheita com boa produtividade agroindustrial. Isso aconteceu em todo o Centro-Sul brasileiro, com todas as cores da dispersão de dados típica da região e entre os produtores. À forte queda da demanda de etanol, o modelo flexível das indústrias brasileiras permitiu a arbitragem pelo açúcar, que remunerava bem... o etanol agradeceu, e os preços recuperaram ainda em maior velocidade. O fato é que a safra 2020/2021 está desenhada como uma das melhores até então, o que é algo realmente impressionante. Nesse momento, é fundamental rever os comentários iniciais: a) Os bons investimentos, no ano de 2019, em tecnologia e no porcentual de renovação da área plantada, foram a base de sustentação da boa safra 2020/2021; b) O bom verão e um canavial “alimentado e defendido” como uma base estrutural para uma boa produtividade agrícola; c) A seca forte e a melhoria da qualidade da matéria-prima, o que leva, com boa produtividade agroindustrial, à redução dos custos; com bons preços, à redução do endividamento. Após um longo período, quando o Centro-Sul canavieiro, na média, perdeu 2 toneladas de ATR/hectare, há, nas últimas safras, um real movimento de recuperação da produtividade, que, na safra 2020/2021, atingirá 11 a 11,2 ton ATR/ha, ou o mesmo que dizer que recuperou 50% do que já teve na entrada da década de 2010. Esse processo se deu como citado, pelo claro aumento no uso das tecnologias disponíveis e na renovação dos canaviais.
O processo de recuperação da produtividade agroindustrial “casa” com o lançamento do RenovaBio, que transmite confiança pela visão prospectiva decenal da matriz energética brasileira, pela lógica do estímulo à eficiência, na produtividade agrícola, na longevidade do canavial, na qualidade da matéria-prima processada e, agora, na redução das emissões de CO2. Trata-se de um momento ímpar: a) Eleição de um democrata como Presidente norte-americano, que deverá retornar os EUA ao Acordo de Paris (descarbonização); deverá fortalecer a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a OMC (Organização Mundial do Comércio – essencial ao Brasil nas questões relativas aos subsídios, tipo Índia e açúcar); b) Fortalecimento global da chamada bioeconomia, nela salientando-se os biocombustíveis; c) Crescimento das exigências ambientais no mundo, valorizando o etanol em países como a Índia e a China, expandindo, assim, o mercado internacional de biocombustíveis; d) Retorno do capital externo ao Brasil, em parceria com o capital local na expansão setorial e na agregação de valor aos produtos açúcar, etanol, bioenergia elétrica e biogás. O Brasil tem, na cana-de-açúcar, uma das mais ricas cadeias produtivas do seu agro. Afinal, as principais desenvolvedoras globais de moléculas para a defesa vegetal (pragas/doenças) da cana estão no Brasil; as grandes empresas globais de máquinas e caminhões, trazendo o excepcional desenvolvimento das tecnologias de informação ao setor também estão aqui; várias competentes empresas de fertilizantes, corretivos de solo e biotecnologia estão alimentando pipelines de tecnologia ao produtor canavieiro brasileiro. Ao mesmo tempo, há o CTC – Centro de Tecnologia Canavieira e as variedades transgênicas, além dos competentes IAC-SP e a rede Ridesa das universidades federais, sem contar as universidades estaduais e suas pesquisas e o crescente número de startups atuando em novas ferramentas técnicas ao setor. Essas ferramentas tecnológicas, já muito utilizadas nas culturas como a soja e o milho, estarão ganhando escala na cana-de-açúcar, por um lado. De outro lado, promovendo sinergia da cana, tanto com o milho, em planta de etanol com ambas as culturas como matéria-prima, como com o amendoim, a soja e ou; tras leguminosas.
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Opiniões Essa forma de utilizar intensivamente o solo em rotação de culturas traz vida à biodinâmica dos solos pobres quimicamente e com baixos teores de matéria orgânica. Não há dúvidas de que a tendência, nesta década, é a de ganhos de escala industrial e produtores agrícolas mais capacitados, assim como a profissionalização das cooperativas e associações de classe. O momento setorial é novo e brilhante! A região Nordeste acompanhará esse processo, e a sua localização geográfica é relevante, assim como sua estrutura logística setorial. A cada ano que o processo de descarbonização avance, que os biocombustíveis como o etanol, o biodiesel, o biogás e o bioquerosene avancem, ainda muito se verá na ponta da cadeia produtiva, onde os produtores de veículos estarão olhando, além dos carros elétricos, às misturas (blends) dos combustíveis fósseis e os renováveis, seja em veículos híbridos ou mesmo no encaminhamento dos esforços na célula de combustível. Isso sem contar os avanços de sucroquímica e da alcoolquímica. É claro que será preciso trazer a bordo desse movimento os grandes conglomerados de energia, assim como os dos motores e veículos ─ aliás, até nesse sentido, o Brasil está à frente: a Raízen (Shell+Cosan) e a BPBunge são grandes produtores canavieiros, do etanol e da bioenergia, já respondendo por quase 20% da oferta de produto no País; a Toyota lançou, no Brasil, o FFV híbrido. Muitos países estão na fase de transição de energia, no século XXI. O Brasil já fez isso e somente aperfeiçoará o seu modelo. O Brasil seria a máquina que moverá o mundo, no sentido dos biocombustíveis, e o fará com bioenergia. As políticas públicas, se não corrompidas, permitirão isso. O que não pode acontecer é um tipo de retrocesso em que o RenovaBio seja perturbado por judicialização de explícita má vontade de alguns agentes da cadeia produtiva ou por medidas antigas de um momento autoritário, como a redução dos níveis de mistura (blends), seja do etanol na gasolina ou do biodiesel no diesel, por exemplo. Tem-se que acreditar no mercado. Ele resolverá questões que a intervenção do Estado somente as complica. Entre as grandes questões que são conquista setorial, a valorização das externalidades dos biocombustíveis somente melhorará ainda mais com os ganhos de produtividade do uso das ferramentas técnicas à disposição dos produtores. n
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produtores
o encantamento do novo Eu me considero um “sobrevivente”, algo como um passageiro de uma nave que se perde no tempo e reaparece num outro século, num outro lugar... no futuro, nos bancos universitários ou nas bancadas de laboratórios escolares, ainda “embriagado” com as calculadoras de 4 funções, tomando contato com as ”científicas”, saindo dos cartões perfurados e olhando, de longe, os primeiros XP. Tratores cabinados eram um luxo, e ela própria, a cabine, um acessório opcional, muitas vezes não oferecido pelo fabricante. Ao que assistimos, hoje, olhando do passado recente, é mesmo uma revolução tecnológica que nos faz sentir em outro mundo, outro tempo. A revolução tecnológica, que trouxe, em seu vórtice, a tecnologia digital nos equipamentos mecanizados, tratamento de imagens captadas nos diversos espectrais, velocidades assombrosas de processamento e de comunicação, proporcionou a criação das mais diversas ferramentas inteligentes, e eu inicio a análise estruturando o raciocínio pelos softwares de gestão agrícola que, diferentemente do que se propunha no passado, um acumulador de informações, hoje “trabalha” e “processa” dados para oferecer informação,
É natural do ser humano se encantar com novidades; o mercado nos estimula a possuir o que é novo ou o que poucos ainda possuem, sob pena de sermos excluídos, ou, como se diz agora, cancelados. "
Humberto César Carrara Neto Diretor Executivo Agrícola da Usina São João de Araras
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conecta-se a outras ferramentas de controle de fertilidade do solo, de análise climatológica, de produção para oferecer parâmetros para controle de processos e tomada de decisões, em tempo suficiente para se alterar a dinâmica do processo produtivo e trazer soluções vantajosas; em resumo, antecipar e otimizar resultados. É natural do ser humano se encantar com novidades; o mercado nos estimula a possuir o que é novo ou o que poucos ainda possuem, sob pena de sermos excluídos, ou, como se diz agora, cancelados. Não é diferente com o mercado de tecnologia, com um grande volume de startups produzindo uma infinidade de ferramentas, fornecedores de equipamentos cada vez mais inteligentes, inundando o mercado com “novidades tecnológicas”, muitas delas com custos realmente baixos ou inseridas num produto, de
Opiniões forma indelével, de maneira que nos sentimos impelidos a perguntar: “Como eu não tenho isso ainda”? Eu penso que a pergunta correta a fazermos seria: “Para que eu preciso dessa ferramenta”? “O que ela poderá agregar aos meus processos, em economia, produtividade, produção”? “Tenho infraestrutura (pessoas, conhecimento, processamento) para suportar essa ferramenta”? Tenho certeza de que, caso fiquemos só na primeira pergunta, “como não tenho isso ainda?”, estamos prestes a adquirir uma pirotecnologia, ou seja, uma ferramenta que impressiona à primeira vista, mas é fugaz e pobre em resultados, porém, se passarmos às respostas seguintes e aplicarmos a visão do planejamento de gestão de mudanças, olhando todos os impactos periféricos na organização que sua implantação pode causar, certamente estaremos adquirindo uma ferramenta correta, e essa tecnologia será efetivamente útil. Creio que podemos entender melhor com exemplos e vou trazer um que a maioria dos leitores devem ter percebido, a do piloto automático, uma ferramenta inteligente, advinda da tecnologia de GPS, que foi amplamente oferecida pelos fabricantes de equipamento como algo agregado ao seu produto e que o diferencia dos demais. Vendeu como pipoca! E nós, tupiniquins, fazíamos o que com ele? Copiávamos linha imaginárias A/B e nos sentíamos num traje espacial. Hoje, sabemos que não faz nenhum sentido o piloto automático, se não tivermos software de planejamento de plantio que otimize a sistematização, a conservação de solo, que simule e desenhe as linhas de plantio, de forma que essas informações possam ser lidas, entendidas e executadas pelo piloto automático. Da mesma forma, esse software precisa conversar com qualquer modelo de piloto automático, já que os fabricantes individualizaram suas tecnologias de forma a se tornarem exclusivas, uma forma de “fidelização escravocrata”. Não basta isso, o software de gestão agrícola precisa estar pronto para receber informações desse piloto para armazenar dados durante a execução do projeto produzido pelo planejamento, pois, nas operações subsequentes, que também serão executas por pilotos automáticos, podem ocorrer desvios ou obstáculos que só a primeira operação percebeu, inclusive com armazenamento e compartilhamento de imagens. ; Não fica por aí.
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produtores Essa tecnologia é fundamentada em GPS; pois bem, minha área tem cobertura de sinal? Com que intensidade? Depois da implantação dessa tecnologia, a fórceps, tomamos conhecimento da “cintilação”, fenômeno tropical, causado pelas explosões solares que ocorre em locais com baixa cobertura satelital, que causa perturbações no sistema GPS, perturbações essas que não são percebidas pelo GPS de nosso veículo, encarregado de nos levar a um endereço, ou próximo dele, mas que é fatal para uma tecnologia que se propõe a realizar operações com centímetros de precisão. Ainda poderíamos prosseguir nesse exemplo, perguntando se meus operadores estão em condições de operar essa ferramenta, se tenho equipes de campo para sua manutenção, porque comprar e instalar uma tecnologia é relativamente fácil, mas capacitar a equipe de usuários para operá-la efetivamente requer um pouco mais de esforço. Esse foi só um exemplo, para fundamentar o que estou propondo na matéria, de que precisamos ser cautelosos na decisão e aquisição de ferramentas de inteligência, pensar no todo, na organização, na gestão de mudanças que essa ferramenta pode causar, na integração dela com outras ferramentas e/ou sistemas. Estamos vivendo a era da Inteligência Artificial... Muito se está falando sobre ela e pouco se conceituando. Eu entendo inteligência artificial através do velho caipira encostado na porteira, picando o fumo do palheiro, quando ele fala para o cidadão: “É sô... hoje vai chuvê”. Para “soltar” essa previsão meteorológica complexa, ele certamente decifrou o cantar do galo, a direção do vento, o balançar do rabo da novilha, a temperatura e, correlacionando tudo com acontecimentos históricos, soltou sua previsão. Isso se chama inteligência cognitiva. Pois bem, seu paralelo com a inteligência artificial nada mais é do que um sistema que correlaciona infinitos dados e informações, infere acontecimentos, baseados em históricos correlatos, sugere prováveis resultados e pode até tomar decisões, interferindo em processos. A diferença com o velho da porteira é a capacidade de processamento e, com certeza, o tamanho do banco de dados que acessa, portanto, leitores, para que a inteligência artificial venha a ser efetivamente uma ferramenta inteligente, é fundamental que nossas ferramentas digitais acumulem dados e que conversem entre si, pois, se minhas estações
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Opiniões meteorológicas não tiverem na memória dados históricos, se meu software de gestão não acumular dados de produtividade e de nutrição, se meu sistema de qualidade não acumular informações detalhadas do material processado, se minhas máquinas não se lembrarem dos rendimentos obtidos naquela fazenda, com aquelas condições, se ela não se comunicar com o software de gestão de pessoas para identificar quem a estava operando e quais treinamentos recebeu, se tudo isso não se conectar com o software financeiro para saber quanto custou e qual resultado econômico produziu, teremos, no máximo, um amontoado de informações que, se analisadas por algum bípede com bastante tempo disponível, poderemos chegar a decisões “pós morte”, pois o fato em questão já ocorreu e faz parte da história. Meu conceito de inteligência artificial começa por isso: sistemas integrados e conectados e termina com: histórico de informações/banco de dados. Só assim poderemos ter velocidade e capacidade para que o próprio sistema, entendendo meu negócio, consiga até tomar decisões a tempo de interferir ativamente nos processos produtivos, antecipando-se ao fato, apontando direções a tempo de manobras. Já existem muitas ferramentas disponíveis que estão voltadas para essa direção, porém os executivos do agronegócio precisam ficar atentos para a infraestrutura que estão montando para que essas ferramentas possam lhes entregar o resultado esperado. É extremamente importante atentar para a conectividade destas ferramentas e a capacidade do banco de dados. É frustrante e contraprodutivo chegar à fase final de implantação de um ERP e descobrir que o RH e o financeiro não se falam, ou que a agrícola e a indústria estão em bases diferentes e seus dados precisam ser transferidos vias tabelas. Porém, particularmente no ramo do agro, é fundamental para o sucesso de ferramentas inteligentes conhecer a área de cobertura e velocidade de transmissão de duas redes de Wi-Fi ou de telefonia digital, pois não há chance de sucesso sem o monitoramento on-line, com transmissão de dados e imagens em tempo real. Isso em uma indústria ou ambientes fechados em áreas urbanas é realmente fácil, mas pensar em milhares de hectares a centenas de quilometros de distância torna o processo mais complicado, ainda mais sabendo que essa infraestrutura não será oferecida por aqueles que recolhem nossos impostos. n
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produtores
a era da agrointeligência
é irreversível
Em um setor secular, cuja trajetória se confunde com a própria história dos agronegócios no Brasil, a aceleração da implantação de novas tecnologias agrícolas registrada nos últimos cinco anos pode ser considerada relativamente recente. Não por acaso, o setor é tido como tradicionalmente conservador. O que teria mudado para que a inteligência no agronegócio da cana fosse impulsionada? Definitivamente, a necessidade de aumentar a competitividade foi o combustível que determinou mudanças no planejamento de investimentos das empresas. E é justamente o mindset empresarial que pode ser sido a principal barreira para a transformação tecnológica no setor.
o piloto do Projeto Cubo registrou redução do custo por tonelada de cana transportada em R$ 1,84. Isso representa R$ 34 milhões de economia por ano-safra, em média. "
Rodrigo Rodrigues Vinchi
Diretor de Tecnologia Agrícola da ATVOS
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Com as margens de resultados cada vez mais achatadas, as empresas precisaram reestruturar suas operações para aumentar a eficiência. Assim como a expansão da automação industrial favoreceu o surgimento dos Centros de Operações Industriais (COI) dentro das unidades sucroenergéticas, com a evolução e adoção de tecnologias embarcadas em tratores, plantadoras, colhedoras e caminhões, surgem os Centros de Inteligência Agrícola (CIA).
Opiniões Iniciativas de otimização agrícola a partir da transformação digital conquistaram espaço definitivo nas estratégias. São inquestionáveis os ganhos de produtividade e desempenho a partir de uma gestão ágil e integrada que, por sua vez, só é possível a partir da coleta, organização, centralização e análise de bancos de dados e a conversão em informações essenciais. Somadas à sistematização de processos e ao monitoramento em tempo real, temos aliados significativos para ações imediatas. No caso da Atvos, por exemplo, o piloto do Projeto Cubo, implantado inicialmente em duas unidades, registrou redução do custo por tonelada de cana transportada em R$ 1,84. Isso representa R$ 34 milhões de economia por ano-safra, em média. Melhorar o custo fixo gera vantagens financeiras no curto prazo. Além disso, no dia a dia agrícola, as equipes precisam lidar com inúmeros fatores que influenciam nas tomadas de decisões. Com soluções de inteligência que agregam os dados e correlacionam essas variáveis todas, as margens de erro são reduzidas, e os decisores podem analisar com mais segurança os diferentes cenários que se apresentam e, assim, agir com mais precisão para obter a melhor performance. O monitoramento e o controle das principais pragas que habitam as lavouras canavieiras sempre foram críticos. Com armadilhas conectadas a softwares, o manejo tornou-se muito mais sustentável frente ao formato tradicional, que era manual, exigindo a mobilização de um grande efetivo dentro dos canaviais, em condições desfavoráveis. As estratégias de controle são desenhadas a partir do cruzamento de dados que permite a definição das circunstâncias e formatos mais adequados para intervenção. O uso de drones em 100% da lavoura é uma meta viável, aumenta a confiabilidade e eficácia das ações no monitoramento e controle de pragas e, principalmente, reduz a exposição das equipes a riscos. A curva de adaptação das lideranças na utilização de novos recursos está cada vez menor, acompanhando também a evolução das interfaces, mais responsivas e amigáveis, adequadas à realidade do campo. Para operações geograficamente dispersas, em que cada localidade tem características tão específicas, o grau de personalização que a ferramenta permite certamente acaba determinando a taxa de adesão dos gestores.
A praticidade é outro aspecto fundamental para que uma nova ferramenta seja bem-sucedida. Visualização de mapas e painéis, com atualização diária e automática, integradas a informações geoespaciais e dados históricos precisam estar disponíveis a um toque no celular. Se as ferramentas não auxiliam na solução de problemas rotineiros, maiores são as chances de que caiam em desuso. A digitalização do monitoramento da lavoura está demandando novas habilidades e criando funções inéditas no setor. Há alguns anos, não se imaginaria ter profissionais certificados como pilotos de VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados) junto à Agência Nacional de Aviação. O investimento na capacitação e preparo desses novos profissionais é indiscutível diante da possibilidade de percorrer 500 hectares por dia, identificar falhas com precisão e acompanhar a evolução das medidas adotadas a partir de imagens com resolução de três centímetros por pixel. A utilização de ferramentas inteligentes é uma realidade. A conectividade no campo, porém, ainda não. Particularmente em operações localizadas nas chamadas novas fronteiras agrícolas. De fato, existem alternativas que tornam possível às empresas driblar as dificuldades, mas, em geral, implicam recursos adicionais. Aprimorar a abrangência e a qualidade da infraestrutura de telecomunicações no meio rural segue sendo uma necessidade do setor. Somente assim, conseguiremos usufruir o máximo potencial das tecnologias embarcadas. Sem dúvida, o agronegócio pode fomentar essa discussão que, consequentemente, também contribuirá para o desenvolvimento social das regiões onde atuamos. O processo de melhoria de desempenho é contínuo. Muito em breve, teremos implementadas soluções de inteligência capazes de integrar totalmente a cadeia produtiva – a escolha da variedade a ser plantada, qual o momento mais adequado para se colher essa cana e o melhor mix de produtos a ser feito a partir dessa matéria-prima. Precisamos mensurar com rigor o desempenho das tecnologias disponíveis. Analisando o cenário atual, o determinante é que o entendimento sobre as forças disruptivas e sobre as necessidades de mudança está consolidado e é irreversível. n
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produtores
Opiniões
manejo para alta performance e
vantagens competitivas
As empresas do ramo sucroenergético seguem, incansavelmente, em busca dos aumentos de performance e de qualidade das suas operações, basicamente para se tornarem mais competitivas e aumentarem suas margens, por, necessariamente, estarem à mercê do mercado como direcionador dos preços de seus produtos. Para isso, torna-se necessário entender as oportunidades dentro dos seus processos e, através de um planejamento de melhoria contínua, encontrar soluções para otimizar suas atividades, de forma inteligente, com o menor custo, obtendo o maior benefício. Ao longo da história da Cerradinho Bioenergia, que, em 2020, se consolida com a sua 11a safra, o grupo sempre estruturou cada passo da sua trajetória na busca por geração de valor, de forma sustentável e com satisfação dos colaboradores em fazer parte de todo resultado, investindo tanto na capacitação e no desenvolvimento dos seus colaboradores como nas técnicas agronômicas e nas tecnologias, valorizando princípios voltados a inovações, pioneirismo e melhoria contínua. Com todos esses esforços e com a visão de vanguarda, em 2020, se mantém
O sucesso na formação da lavoura é fundamental para o ciclo econômico da cultura e, principalmente, para expressar o seu máximo potencial produtivo. "
Murilo Naves Ferreira Gerente Agrícola da Cerradinho Bioenergia
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por 8 safras consecutivas como a usina de maior produtividade agrícola no estado de Goiás, pelo ranking de classificação do grupo IDEA/CTC. Os desafios do grupo foram inúmeros desde a sua implantação em Chapadão do Céu-GO, no ano de 2007, enfrentando a cultura da região, até então consolidada pelo cultivo de grãos e com poucos estudos voltados para cana-de-açúcar no bioma cerrado. A contratação de terras para o cultivo de cana foi, ao longo do tempo, restringindo-se aos ambientes com potencial produtivo inferior, necessitando, assim, que a equipe agrícola se reinventasse, encontrando mecanismos para potencializar os resultados desses ambientes. O sucesso na formação da lavoura é fundamental para o ciclo econômico da cultura e, principalmente, para expressar o seu máximo potencial produtivo. Partindo do planejamento da melhor sistematização da área e do preparo de solo, é preciso aliar práticas conservacionistas, de acordo com o ambiente de produção, e, em um processo de melhoria contínua, ser ; aperfeiçoado ao longo das novas experiências.
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produtores As condições, principalmente, de relevos planos, em grande parte da região, permitem a adoção de práticas mais eficientes no uso do solo, abrindo oportunidade para novos padrões de manejo, empregando as práticas conservacionistas que permitem elevada produtividade da mecanização e aproveitamento de áreas. Diante desse cenário, pode-se usar menor quantidade ou extinguir as curvas de nível, viabilizada pelo manejo racional de solo, através do aumento da capacidade de infiltração, retenção e absorção de água no sistema decorrente da prática de subsolagem em faixas (canteirão de 2,3m) e posicionamento de caixas de contenção ao longo dos carreadores, para retenção das águas pluviais, consorciando isso a um manejo eficiente de rotação de cultura com leguminosas, trazendo benefícios mútuos, como cobertura vegetal ao solo no período chuvoso, promoção do aumento da disponibilidade de nitrogênio no solo pela fixação biológica e, consequentemente, redução da necessidade de adubação nitrogenada na implantação da cultura, através do plantio direto sobre a área rotacionada. A adoção de manejos com resíduos orgânicos, além de sustentável, faz toda a diferença nessa fase, visto a baixa CTC e níveis de matéria orgânica dos solos de cerrado. O trabalho de sistematização aliado a ferramentas de colheitabilidade possibilitam ganhos significativos na redução de custos de CTT, e muitas ferramentas de modelagem nesse sentido estão disponíveis para melhores tomadas de decisões. Sabendo que os esforços são direcionados para uma boa formação do ambiente para implantação da cultura, é fundamental a antecipação dos demais processos que interferem no resultado, a exemplo da boa condução dos viveiros de muda, sendo imprescindível estar livre de pragas, doenças e misturas varietais, e, para isso, o monitoramento deve ser constante. A operação de plantio de cana, cada vez mais, vem passando por constantes refinamentos, no sentido de garantir bom stand na busca por longevidade e produtividade, seja pelo aspecto operacional com maior nível de conhecimento das equipes ou novas tecnologias para aumento de performance, aliado a maior precisão e redução de custos. Aqui, sem dúvida, a estratégia antecipada e o planejamento prévio são cruciais para todo o ciclo da cultura, além de sustentar o plano de médio e longo prazo da empresa. A escolha de variedades desenvolvidas e selecionadas para expressar o máximo potencial produtivo é fruto de um trabalho
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Opiniões intensivo de experimentação que permite decisões consistentes para encaixe correto dos materiais adaptados a clima, ambiente, janela de colheita, mecanização, pragas e doenças, entre outros. Vale ressaltar, também, o manejo de plantas daninhas, cujo programa “Combate ao Mato/ Cana Limpa” foi implantado 6 anos atrás . Através de monitoramentos frequentes, o banco de dados permanece sempre atualizado, possibilitando as estratégias mais assertivas na redução do banco de sementes e monitoramento preciso para ervas de difícil controle. Nesse manejo e também para pragas, as soluções tecnológicas que permitem tomadas de decisões rápidas e de melhor custo x benefício estão em franco desenvolvimento. Outro programa de peso dentro da Cerradinho, implantado em meados de 2015, foi o “Vigor Total”, que propicia um direcionamento de várias iniciativas voltadas a garantir melhores teores de nutrientes para cada tipo de ambiente, passando por diversas formulações e alternativas de adubação, analisando sempre o retorno sobre o capital investido. Em grande parte das formulações, um mix elaborado de organomineral. As operações de colheita e transporte são etapas fundamentais para o sucesso da cadeia produtiva, dentro do viés de aumento de margem de lucro. Sendo a maior concentração dos custos de produção da cana, essas operações, além de serem monitoradas 24 horas por dia por uma Central de Operações Agrícola (COA), para atendimento das exigências de performance operacional, devem seguir padrões de qualidade para não interferir nos rendimentos dos cortes subsequentes dos canaviais; com isso, são adotados programas de monitoramento, como o “Viva Cana”, que tem como premissa evitar o pisoteio no canavial, controlando o tráfego das colhedoras e tratores dentro dos talhões, durante a colheita e o deslocamento. O pioneirismo na adoção de novas tecnologias na colheita, explorando o máximo potencial produtivo de cada equipamento e equipe com alto engajamento, permitiu à Cerradinho alcançar um dos maiores rendimentos de colhedora do País (ton/máq/dia), o que leva também a um custo de CTT muito competitivo. De maneira geral, todo resultado e trabalho realizado estão em constantes transformações e aptos a adaptações e melhorias rápidas, e isso possibilita à Cerradinho uma visão de futuro com muito potencial a ser explorado, sabendo que nossos colaboradores são o alicerce para todo e qualquer crescimento. n
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produtores
cana-energia: a matéria-prima das biorrefinarias Desde a sua origem, o melhoramento genético da cana-de-açúcar buscou aumentar a produtividade de sacarose. Isso levou os melhoristas a buscarem variedades com alta pureza e alto teor de açúcares no caldo, o que, por outro lado, levou a um baixo teor de fibras na cana. Isso ocorreu de forma contínua por mais de 120 anos de pesquisas. A partir dos anos 2000, a exportação da energia elétrica, a partir do excedente de bagaço e dos resíduos deixados no campo (folhas e ponteiros), passou a constituir importante fonte de receita para as usinas do setor sucroenergético e, com isso, o teor de fibras das variedades de cana começou a ganhar importância na hora da escolha do plantel varietal para o plantio. Mais recentemente, a partir da última década, com o advento das tecnologias de segunda geração (E2G), que faz uso dos açúcares contidos nas fibras (bagaço, folhas e ponteiros) para sua produção, a fibra tornou-se ainda mais importante. É justamente nesse novo cenário, pressionado positivamente pela necessidade de se aumentar a sustentabilidade global, através da redução das emissões dos gases de efeito estufa, que iniciamos uma nova década para o setor sucroenergético, que irá transformar-se significativamente ao longo dela. No dia 31 de dezembro de 2029, certamente veremos nossas indústrias produzindo uma gama de novos produtos, como o etanol de segunda
Ao invés de o melhoramento genético priorizar a produção da sacarose por área, ele terá que priorizar a produção de açúcares totais por área, que inclui a glicose presente na celulose e a xilose presente na hemicelulose "
José Antonio Bressiani Diretor de Tecnologia Agrícola da GranBio
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geração (2G), bioquímicos de segunda geração, biogás, biometano, CO2, hidrogênio, entre outros subprodutos, além dos produtos que já produzem atualmente, que são basicamente o açúcar, o etanol e a energia elétrica. Certamente, ao o final dessa década, nossa agroindústria atual estará muito mais parecida como uma biorrefinaria. E a matéria-prima principal para esse novo complexo agroindustrial será a cana-de-açúcar, por ter a maior eficiência energética na captura do CO2 e na conversão da energia solar, por ter grande adaptabilidade agronômica, podendo ser cultivada entre os paralelos 30º Norte e 30º Sul, por ter capacidade produtiva em ambientes restritivos, não competindo por alimentos e por ter um sistema produtivo eficiente e competitivo. Para atender à demanda de matéria-prima para esse novo complexo agroindustrial, o perfil varietal, que hoje é composto por variedades ricas em sacarose e com baixo teor de fibras, terá que mudar. Ao invés de o melhoramento genético priorizar a produção da sacarose por área, ele terá que priorizar a produção de açúcares totais por área, que inclui não somente a sacarose e os açúcares redutores presentes no caldo, mas também a glicose presente na celulose e a xilose presente na hemicelulose.
Opiniões Os açúcares do caldo irão para a produção de açúcar e etanol 1G, enquanto os açúcares das fibras contidos na celulose e na hemicelulose irão para a produção de etanol e bioquímicos de segunda geração. Da fibra, teremos ainda a lignina, que poderá ser utilizada na caldeira para gerar energia para o processo industrial e, também, exportação para a rede de distribuição de energia elétrica. Temos, portanto, a necessidade de se buscar um novo perfil varietal, o que coloca o melhoramento genético da cana-de-açúcar num novo divisor de águas, uma vez que a vantagem de se priorizar a produção de fibra é que as plantas serão mais rústicas, menos exigentes em solo, clima, água e nutrientes e mais resistentes a pragas e doenças, resultando em maior eficiência energética no seu cultivo, ou seja, maior unidade de energia produzida por energia gasta, se considerada toda a cadeia (output/input), e menor competição com a produção de alimentos, considerando a viabilidade de plantio dessas cultivares em áreas agrícolas marginais. Com esse novo enfoque, o da bioenergia, a GranBio iniciou, em 2012, o desenvolvimento de um novo perfil varietal de cana-de-açúcar, a cana-energia, cujo foco é maximizar a produtividade dos açúcares totais presentes na cana, oriundos do caldo e das fibras presentes nos colmos, ponteiros e folhas secas.
ÁREA COMERCIAL DA CULTIVAR VERTIX 3 NA REGIÃO DE CATANDUVA, SP RESULTADOS EXPERIMENTAIS DAS CULTIVARES VERTIX 2 E VERTIX 3, NO ESTADO DE ALAGOAS, BIOVERTIS CANA-ENERGIA Tipo 1 - Vertix 3 vs RB92579 (5 cortes) Cultivar Vertix 3 RB92579 Variação
TMVH 119,1 68,3 1,74
TMSH 41,7 22,9 1,82
TFH 24,8 10,6 2,35
TAH 13,1 10,1 1,30
CANA-ENERGIA Tipo 2 - Vertix 2 vs RB92579 (6 cortes) Cultivar Vertix 2 RB92579* Variação
TMVH 168,5 71,6 2,35
TMSH 58,2 23,3 2,49
TFH 39,6 10,5 3,77
(*) Média de 5 cortes TMVH = toneladas de biomassa verde por hectare TMSH = toneladas de biomassa seca por hectare TFH = toneladas de fibra por hectare TAH = toneladas de açúcar por hectare
TAH 14,0 10,7 1,31
Após 8 anos pesquisa, a GranBio, através da BioVertis, desenvolveu 11 variedades de cana-energia, todas registradas e protegidas junto ao Serviço Nacional de Proteção de Cultivar (SNPC). Em função da produtividade, teor de fibras e teor de açúcares presente no caldo, as cultivares foram divididas em 2 grupos, a saber: 1) tipo 1, para as variedades que apresentam teor de açúcares redutores totais (ART) acima de 100 kg por tonelada de biomassa, produtividade acima de 50% da produtividade do padrão cana convencional na média do ciclo produtivo de 5 cortes ou mais, e teor de fibras inferior a 20% sobre a biomassa in natura; e 2) tipo 2, para as variedades de cana-energia que apresentam ART abaixo de 100 kg/t, produtividade média de ciclo acima de 100% da produtividade do padrão cana convencional, ciclo produtivo superior a 2 vezes o ciclo da cana convencional (10 cortes ou mais) e teor de fibras acima de 20%. A cana-energia tipo 1, por exemplo, a variedade Vertix 3 da GranBio, Foto, tem aptidão para ser utilizada na indústria de E1G nos ambientes restritivos, para colheita durante toda a safra, podendo, inclusive, ser utilizada para ampliar a safra. Por ter um sistema radicular bem desenvolvido, essa cultivar contribui para melhorar o teor de matéria orgânica no solo ao longo dos cortes. A Vertix 3 vem sendo licenciada para as usinas desde 2017, e os resultados agronômicos dos experimentos conduzidos apontam para um aumento na produtividade de açúcar por hectare e redução nos custos de produção dada pela maior produtividade e maior longevidade do canavial (Tabela). Já as variedades de cana-energia do tipo 2, como a Vertix 2, têm aptidão para serem utilizadas nas indústrias que priorizam o uso da biomassa na produção de etanol e bioquímicos de segunda geração, biogás e biometano, eletricidade, siderurgia, pellets, etanol de milho, entre outras. Pode ser plantada nos ambientes restritivos, para colheita durante o ano todo, sem competir por alimentos. O etanol obtido do caldo é suficiente para pagar a quase totalidade dos custos de produção, ficando a grande quantidade de bagaço produzido com um custo residual significativamente inferior ao custo das demais biomassas disponíveis no mercado. n
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produtores
Opiniões
avançando com inteligência Sempre que tenho a oportunidade de falar ou escrever sobre a adoção de ferramentas tecnológicas ou, como no caso, de inteligência para a área agrícola, alerto logo de saída que não se deve olhar para esse tema como a substituição da experiência e da observação do produtor de cana por alguma máquina ou software. Para ilustrar esse alerta, gosto de contar uma passagem que vivenciei durante uma viagem com produtores brasileiros pelo interior da França, em um passado não tão distante. Durante visita à fazenda de um empresário, que se tornara produtor de feno de gramíneas, as nuvens no céu começaram a se formar e se tornar mais escuras. Então, um produtor brasileiro me pediu que perguntasse ao empresário francês se ele não iria recolher os fardos já prontos para que não se molhassem e perdessem qualidade.
Hoje, o poder está com quem compartilha conhecimento e, com isso, ganha amplitude de visão e ação, atingindo a excelência. "
Denis Arroyo Alves Diretor Executivo da Orplana
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O empresário sorriu orgulhoso, abriu seu notebook e nos mostrou um sistema avançado de software e algumas estações meteorológicas que o orientavam quanto ao risco de chuva, e, para aquele dia, havia 1% de chance apenas e em pouca quantidade. Continuamos, então, a visita, e, algum tempo depois, imagine só: choveu! E bastante! Então o produtor brasileiro deu um leve sorriso e falou: “se tem nuvem, ; chove, independente do Excel”.
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produtores Desde então, aprendi a combinar a observação do produtor com o olhar tecnológico, de equilibrar o moderno com o eterno, de mostrar que é um processo de soma e não de subtração. Esses dias, ouvi um podcast sobre ferramentas de inteligência artificial no qual, logo no início, faziam a correção para inteligência aumentada, ou seja, ferramentas que propiciam ampliar a capacidade humana e não substituí-la. Na área agrícola, não é diferente. Temos, hoje, um arsenal de possibilidades para expandir todos os fundamentos agro desenvolvidos na nossa história, impulsionando os produtores a resultados extraordinários, que, sem essas ferramentas, não seriam possíveis. Porém, hoje, o dilema é escolher entre as inúmeras opções que são ofertadas diariamente com aplicações distintas e complexas. Saímos de uma era de escassez de informação para esse novo mundo de ofertas quase infinitas, que acabam tendo um efeito negativo quanto à adoção desses novos caminhos. A oferta é tamanha que o produtor acaba tendo dificuldade em escolher uma ou outra e, por insegurança quanto aos resultados, acaba deixando de avançar. Sabe como é, quando a esmola é demais, o santo desconfia. Essa é uma barreira que precisa ser compreendida e trabalhada. Aqui, as associações de produtores e seu corpo técnico podem ter um papel relevante de validação e filtro dessas novas tecnologias, de ajudar o produtor a separar o joio do trigo. Outra importante barreira a ser superada é a abertura e o compartilhamento de informações. Nesse mundo de ferramentas de inteligência, não adianta saber quanto choveu ou qual índice de infestação de pragas apenas na sua fazenda. Para um resultado de maior qualidade, é necessário gerar uma massa de dados robusta para que sejam analisadas informações consistentes, que irão gerar conhecimento e ações práticas na obtenção de resultados superiores. Um exemplo simples já incorporado no dia a dia é o Waze, ferramenta de inteligência que indica os melhores caminhos com menor concentração de trânsito, ou então avisa sobre perigos reportados no caminho. Isso só é possível porque vários usuários estão conectados e compartilhando suas informações. Sem esse compartilhamento, o Waze seria apenas um mapa e não traria resultados e valor percebido. Temos, aqui, outra mudança importante entre passado e os dias de hoje. Antigamente, quem tinha o conhecimento tinha o poder e, por isso, não o compartilhava facilmente.
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Opiniões Hoje, o poder está com quem compartilha conhecimento e, com isso, ganha amplitude de visão e ação, atingindo a excelência. Olhando, agora, pelo lado das empresas que geram as ferramentas de inteligência, é preciso reforçar a necessidade de atenção com a funcionalidade e a aplicação real de cada produto ofertado. Se a ferramenta for complexa no seu uso, o produtor comprará, então, um novo problema, e não uma solução, como inicialmente parecia ser, além de desperdiçar recursos financeiros, que estão mais escassos a cada dia, principalmente no setor canavieiro. E, falando em solução, é fundamental que os desenvolvedores dessas ferramentas entendam profundamente a realidade do produtor, suas dores e desafios para, então, criarem uma solução que lhes atenda. Parece óbvio, mas tem gente por aí vendendo solução sem conhecer sequer o problema. Feito isso, é preciso demonstrar, na ponta do lápis, qual o custo/benefício dessa ferramenta, de maneira clara e objetiva. Não tenho particularmente nenhuma dúvida de que a evolução do agro passará pelas ferramentas de inteligência, mas sempre sendo meios para obter os resultados, e não como atividade fim da operação dos produtores. Recentemente, passamos por uma inversão desse sentido no setor canavieiro durante o processo de mecanização da colheita de cana-de-açúcar. Começamos a pensar mais nas máquinas (ferramentas) do que na cana produzida (objetivo final do produtor). Chegamos ao ponto de buscar variedades que fossem mais resistentes ao pisoteio que as máquinas causavam, mesmo que fossem menos produtivas em açúcar, ou seja, queríamos adaptar a cana às ferramentas (as máquinas), e não o oposto. Felizmente, isso vem mudando. Mas esse histórico e alerta deve ser aplicado a todas as ferramentas tecnológicas, incluindo as de inteligência. A finalidade do produtor agrícola é obter máxima produtividade por área, ao menor custo possível. O produtor deve sempre se perguntar: o que realmente ganho com isso? Qual o real resultado desse investimento? Nessa estrada dos produtores agrícolas, existem duas muretas laterais com as quais devemos evitar colidir. De um lado, está a dos modismos (mudar por mudar), e a outra, a do “aqui sempre fizemos assim” (nunca mudar). Como tudo na vida, é no equilíbrio que estão as grandes histórias de sucesso. n
Quem é visto, é lembrado.
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ISSN: 2177-6504
SUCROENERGÉTICO: cana, milho, sisal, açúcar, etanol, biogás e bioeletricidade
ano 17 • número 66 • Divisão C • Nov-Jan 2021
Ferramentas de inteligência para a área agrícola sucroenergética
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Acervo: Cerradinho Bioenergia
Próxima edição: O mapeamento do setor sucroenergética cenário, área plantada, qualidade, produtividade, variedade...
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