Pela capa, parece bom

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uma política agressiva de vendas pelo site, dei maior visibilidade aos nossos livros nas principais livrarias do país, participamos de todos os planos de governo, vendemos direito para o exterior etc. É lamentável que o próprio dono da editora tente desqualificar quem o ajudou a mantê-lo na ponta do processo cultural (…).16

Essas polêmicas se deram há quase dois anos. A Cosac Naify terminou 2012 com mais de 80 obras publicadas, um dos melhores resultados em toda sua trajetória. Até o momento em que este trabalho está sendo escrito, em 2013, esse número já foi superado e a editora caminha para ter seu melhor ano em quantidade de lançamentos. Hoje, o cargo de diretora editorial é ocupado pela antropóloga Florencia Ferrari, que tem apostado em novos caminhos para popularizar a Cosac Naify, mas sem perder a essência que a consagrou no mercado. Indícios desses novos caminhos são a entrada da editora no segmento dos livros de bolso, e também sua adesão ao e-book. Charles Cosac vê seu empreendimento tomar formas muito diferentes do que ele idealizou nos já longíncuos anos 1990. Apesar de ter orgulho da editora que criou, crê que não conseguiu seu objetivo inicial: democratizar o acesso às artes no Brasil. Eu tinha uma bibliografia elementar de História da arte que queria trazer pro Brasil. Por exemplo, às vezes tinha que dar um seminário e era um corre-corre de fotocópias de revistas, quase não existia material. Os artistas tinham pouco espaço de divulgação e registro material. Eu queria fazer livros de arte comerciais, queria que os livros fossem vendidos, e não dados. Que fosse desvinculada a noção de brinde. E nisso eu falhei

16. Augusto Massi. “A versão de Massi”. Disponível em www.valor.com.br/cultura/2491938/versao-de-massi, 20/01/2012.

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