Modos de Cuidar - Dever de casa, do estado e da sociedade

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respostas: 57,5% afirmaram sempre brincar com a criança; 67,3% sempre conversar; 60,9% declararam sempre cuidar da criança; 37,0% sempre passear com a criança; e 40,6% ajudar a criança a comer (Tab. 40 no Anexo). A atividade mais comumente realizada por membro da família com mais de 15 anos com crianças com menos de 1 ano de idade é cantar, apontada por 67,4% dos respondentes (Tab. 41 no Anexo). Já com crianças com idades entre 1 e 2 anos, a atividade mais frequente é levar a criança para passear (72,7%), seguida de cantar para a criança (71,6% (Tab. 42 no Anexo). Cantar destaca-se também como a atividade mais comumente realizada com crianças entre 3 e 4 anos (69,7%). Em se tratando de crianças com idades entre 5 e 6 anos, o foco recai sobre atividades educativas: ensinar a como se comportar na escola foi apontado por 95,1% dos entrevistados, ensinar a ler e escrever por 92,3%, e ensinar o alfabeto por 91,6%. Apesar de esses números não configurarem um quadro totalmente negativo de possibilidades de relacionamento com a criança, a importância dessa interação para seu desenvolvimento é tão grande que continua sendo necessário, sempre, ressaltá-la. Especialmente entre famílias das camadas mais populares, onde o significado do lúdico para o desenvolvimento da criança ainda precisa ser mais difundido. Mais difundida também precisa ser a importância da criação, instalação e manutenção adequada, pelos órgãos e entidades competentes, de brinquedotecas e outros tipos de espaço para brincar.

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Bloco H

| Gerenciamento do comportamento

É composto das seguintes questões: desejo da criança de acompanhar, ou não, o entrevistado em determinada atividade; atitude do entrevistado em caso de comportamento inadequado da criança; responsável pela criança na ausência do cuidador.

Como constatado em pesquisas anteriores sobre exercício das competências familiares, a exemplo das que foram realizadas em Salvador e Lauro de Freitas, em 2007, os resultados encontrados revelam que as opiniões da criança sobre participação na rotina do seu principal cuidador não costumam ser respeitadas. Embora 38,4% das respostas afirmem que os entrevistados perguntam sempre e só levam a criança quando ela quer, em 55,6%das vezes eles declararam que a levam mesmo quando ela não quer; enquanto 22,9% disseram perguntar sempre, mas a levam mesmo quando ela não quer. E em 32,7% dos casos, não perguntam e levam (Tab. 45 no Anexo).

Esses números permitem concluir que a opinião da criança ainda é pouco ou nada respeitada. E que a violência física ou verbal com a criança ainda persiste, e precisa ser combatida. Trata-se de constatação séria, e grave, e, certamente, merecedora de estudos e recomendações posteriores capazes de contribuir para o encaminhamento da questão. Quanto ao “responsável pela criança na ausência do cuidador”, as possibilidades se distribuem entre as muitas opções, prevalecendo, porém, duas figuras femininas: a avó da criança, 22,4% e a tia da criança, 16,7% (Tab. 47 no Anexo).

MODOS DE CUIDAR

Com relação a atitudes assumidas pelos entrevistados em caso de comportamento inadequado da criança, 83,3% deles declararam dizer não e explicar por que o comportamento é inadequado, ainda que apenas 21,7% tenham declarado esta atitude de forma espontânea, ou seja, sem que o entrevistador perguntasse especificamente ao cuidador se ele(a) explicava à criança a inadequação de seu comportamento. Todavia, 74,0% admitiram dar umas palmadas e 54,6% afirmaram que batem nas crianças. Além disso, 52,7% disseram fazer ameaças. (Tab. 46 no Anexo).

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