O Lyceu

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emos este, aquele, isto, aquilo e ainda aquel’outro. Desde

L

um simples bilhete, uma carta, até um livro… o mais importante é sentir-se atraído por um e lê-lo porque sim;

agarrá-lo, folheá-lo com sede de ler. Os livros têm o poder de nos libertar de certas realidades e até incorporar-nos em universos paralelos. A magia de ler um livro é ser englobado pela história, chorar com ela, rir com ela, enfim, sentir! Lemos: reflectimos, interpretamos, reinventamos. Como lemos? Ler é uma arte. É compreender a linguagem escrita: interiorizá-la, experimentá-la, criticá-la, recusá-la, esquecêla. Porque lemos? Gostamos de olhar e ver, de ouvir e partilhar, de analisar e sintetizar, de conhecer e aplicar, de adquirir e transformar. Lemos connosco, para nós, vós e eles, qual actividade social, indispensável a toda a totalidade psicobiossociológica – cada um

azer LER é, sem dúvida, apostar numa ferramenta de

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combate ao analfabetismo funcional e, para além disso, um indispensável investimento na promoção da cidada-

nia. Fazer ler é estimular os mais jovens no sentido do desenvolvimento da sua identidade e da sua percepção da sua condição de cidadãos. Fazer ler, estou convicto, é criar espaços de partilha de experiências, contribuindo para a ampliação do conhecimento do universo e do vínculo com o outro através da mediação das palavras. Um óptimo instrumento de reflexão sobre a inegável importância da leitura é o que decorre das palavras do escritor Kahlil Gibran, segundo o qual “Um livro é como uma janela. Quem não o lê, é como alguém que ficou distante da janela e só pode ler uma pequena parte da paisagem”.

de nós. Onde lemos? Simplesmente lemos, acto dissociável de qualquer contexto espacial ou temporal, só por si limitativos.

Não podíamos estar mais de acordo com este autor, posto que, na verdade, aquele que não lê, inevitavelmente ficará limitado a

Para que serve o que lemos? Nós fazemos música. Melodias,

uma visão parcelar, difusa e redutora da realidade, pois, tomando

sons admiráveis e arrebatadores. Sons que são gotas de chuva a

de empréstimo as palavras de Wittgenstein, “Os limites da minha

aterrar, ora repentinamente, ora lentamente. Nós compomos a sin-

linguagem são os limites do meu mundo”.

fonia da nossa vida, utilizando as notas dos nossos sentimentos. Tudo isto é admiravelmente fomentado pela necessidade suprema do ser humano: comunicar. Lemos o que os outros nos querem comunicar.

Fazer ler é, por contraponto, abrir janelas para uma paisagem sem muros, com outras cores, outra largueza e outra luz. Porquê, então, ter no olhar só uma nesga de céu, quando se pode abrir a janela para o céu todo?

Exteriorizamos o que pensamos sobre o que lemos. E as nossas estruturas inatas recebem, assimilam o que se lê, modificam-se para que, posteriormente, após um processo de estimulação externa, possamos utilizar o que de início aprendemos. Porém: “Ai que prazer/ Não cumprir um dever/ Ter um livro para ler/E não o fazer!/ Ler é maçada/ Estudar é nada/ O Sol doira / Sem literatura.” Enfim, verdades são verdades relativas. Acima de tudo, ler pode mostrar-nos o que é viver e fazer soar em nós a nota mais grave de uma harpa. E se além do que foi dito, se afirmar com veemência que “Livros são papéis pintados com tinta”, ao menos que seja esta a tinta com que se ilustra o nosso céu interior, enriquecido pelo arcoíris da sabedoria literária. Olhem! Cá está ele!

A n d r é Vi v e i r o s e R u b i n a B a r r o s - 1 2 º 5

Abel Fernandes - 8º Grupo A


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