PODE UM GRUPO DE TEATRO ESCOLAR SER UMA COMUNIDADE DE PRÁTICA, CONDUCENTE A INOVAÇÃO PEDAGÓGICA?

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Não há muito para acrescentar sobre a elaboração dos figurinos, até porque a peça é bastante contemporânea e atual, o que é algo positivo, porque não temos dinheiro para comprar material. Recorremos às nossas próprias roupas, que já não usamos muito e depois vamos selecionando, conforme o papel que cada um desempenha, adequada ao tempo, ao estatuto e à classe social do personagem. Outro factor passa pelo “poupar” os alunos de excesso de trabalho, uma vez que os mesmos dedicam-se com bastante empenho noutras funções prioritárias, nomeadamente à construção do personagem. (Diário de bordo, 11 de julho de 2013)

A luminotecnia e a sonoplastia56 foram da responsabilidade da coordenadora F.F, que cruzou cores “quentes” e “frias”, utilizando um “Nocturne” de Chopin para criar a ambiência para cada cena/texto, dando ela a sua justificação, que anotei no meu diário de bordo:

As músicas utilizadas durante a peça, acompanhando algum dos textos foram músicas de Chopin, utilizadas no filme “O pianista”. Estas foram escolhidas pelas emoções que provocavam. Algumas músicas acompanharam o texto, dito ao vivo, outras serviram de música de fundo ao texto gravado. Após a escolha das músicas, estão são sempre testadas em conjunto com os textos, antes da decisão final. Por vezes uma música pode ser muito bonita e transmitir um conjunto de emoções variadas, mas quando “colocamos o texto por cima” o efeito obtido não é o desejado. Alguns textos foram considerados “fortes” o suficiente, para não necessitarem de qualquer fundo musical. Para o final escolheu-se a música Grito, dos “Polo Norte”/”Delfins”, que pretendeu transmitir uma mensagem de esperança aos espetadores. Esta música também fez a ligação com a imagem usada no desdobrável do espetáculo: O Grito, de Edvard Munch. No que respeita à “luz”, usou-se um foco azul e um azul esverdeado, cores frias, para transmitir frieza, tristeza, desespero, depressão. Usou-se também a cor vermelha numa situação que retratava a violência a que uma jovem tinha sido sujeita pelo pai e o modo como esta, num ato de desespero final o matou. O vermelho fez também uma ligação ao sangue. Diminuiu-se a intensidade da luz em algumas zonas do palco, quando queríamos centrar a ação apenas num dado espaço. (Diário de bordo, 11 de julho de 2013)

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A Coordenadora sublinhou que nos últimos anos, não tem havido nenhum membro interessado pela sonoplastia nem pela luminotecnia, preferindo estes, a parte da representação.

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