O Jornalzão, edição 1092

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Escritora bate papo com jovens na biblioteca ´

A escritora santa-rosense, Carol Bonacin, autora do livro Operação Arcádia, se reuniu com cerca de 40 estudantes do 3º ano da ETEC de Santa Rosa para um bate papo, na última quinta-feira (23) de março, na biblioteca municipal Professora Licínia Nogueira Magalhães, por volta das 13h. Na oportunidade, a escritora contou um pouco da sua carreira, algumas das dificuldades, deu conselhos, falou sobre o sucesso do seu livro, o primeiro de uma tetralogia, alguns dos prêmios que recebeu, assim como o título de comendadora. Empolgados e curiosos com a história de Carol, vários alunos fizeram perguntas sobre uso da criatividade, inspirações e motivos para escrever.

O JORN ALZÃO - E D . 1.092 - 25/03/2017

SAUDADE DA FAZENDA AMÁLIA

Jornal do PCB responde carta de sindicalista local em 1962 A coluna "Conheça seus direitos", assinada pelo Dr. Cícero Viana, publicada em julho de 1962 no jornal Terra Livre, do PCB, responde a uma carta enviada por Abel Pereira Quintilhano, que exercia a presidência do sindicato da Alimentação local. Em uma 'nota', Viana esclarece que aproveita "hoje o espaço para responder algu mas cartas enviadas a esta coluna, cujo assunto interessa a todos os camponeses pelo Brasil afora. Continuaremos à disposição de todos para os esclarecimentos que forem necessários". Para contextualizar, a capa da mesma edição destaca a vitória dos empregados da Agro Fila de trabalhadores no ponto de ônibus da usina, década de 90 Industrial Amália no movimento grevista daquele ano, que praticamente parou a Fazenda Amália. Houve aumento geral de salários (35%) e o fim da cobrança dos aluguéis - tanto de moradias quanto de uso de pasto para animais (O Jornalzão publicou matéria a respeito no mês passado).

"Direção da Fazenda Amália não respeita palavra dada" A principal informação da coluna "Conheça seus direitos" é a extensão do 13º salário aos trabalhadores rurais. A seguir a resposta do colunista ao sindicalista: "Abel P. Quintilhano do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Açúcar, Mandioca, Panificação e Confeitaria, Laticínios e Produtos Derivados e Doces de Conservas Alimentícias de Santa Rosa de Viterbo, Estado de São Paulo. Sua carta de 6 de janeiro do corrente ano, sobre as perseguições e arbitrariedades que os trabalhadores da Fazenda Amália, do Conde Matarazzo, vêm sofrendo, mostra bem o que vale a palavra empenhada dos patrões quando se trata dos interesses dos trabalhadores. Não respeita, a direção da Fazenda Amália, nem a palavra dada em acordo assinado na Delegacia Regional do Trabalho. O Conde Matarazzo não gostaria de ser chamado mentiroso, mas endossa os atos de seus subordinados. Vamos por partes: As transferências que você denuncia em sua carta são ilegais, e os trabalhadores não são obrigados a aceitá-las. Não é a primeira vez que aquele industrial faz isso, e não será primeira derrota que ele terá na Justiça do Trabalho, se o caso for a Juízo. Igual vitória terá o operário que for despedido. O pessoal da lavoura, no caso aí de vocês, têm os mesmo direitos que poderão ser pleiteados na Justiça, sendo absolutamente ilegal o procedimento do tal Notarnícola.

"Conde tem raiva do sindicato" Quanto à raiva que o conde tem do Sindicato, é muito explicável: realmente, enquanto não despertou a consciência do operariado e mesmo do pessoal da lavoura, ninguém reclamava nada e aceitava contente (ou calado) a exploração, o que para os fazendeiros era muito bom, pois não tinha problemas com os empregados. Hoje a situação mudou muito e, como você mesmo diz, até greve os operários daí já fazem. Eles têm medo, repito, é dos trabalhadores unidos, organizados em associação ou sindicatos combativos e firmes nas suas reclamações e exigências. Os trabalhadores de Santa Rosa de Viterbo tem que continuar a tradição das lutas de junho de 1962, tendo em vista que só o próprio povo brasileiro resolverá os seus problemas, e ninguém por ele. Volte a escrever, Abel.


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