OJORNAL 08/06/2011

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Quarta-feira, 8 de junho de 2011 | www.ojornalweb.com | e-mail: economia@ojornal-al.com.br

DIA DOS NAMORADOS

Preços dos presentes variam até 100% Pesquisa do Procon/AL mostra diferenças de valores que reforçam a necessidade de os consumidores pesquisarem Elisana Tenório Repórter

O funcionário público Marcos André dos Santos, 25, pensou que estava fazendo excelente negócio quando resolveu antecipar o presente da namorada. Semana passada, ele se deslocou a uma floricultura e encomendou um buquê de rosas com seis unidades por R$ 60,00. Marcos, porém, amargou um prejuízo de R$ 20,00 por não realizar uma pesquisa de preços, já que há flo-

riculturas em Maceió vendendo o mesmo produto por R$ 50,00 e, até por R$ 40,00. “Terminei me prejudicando porque agi por impulso. Se tivesse pesquisado um pouquinho teria economizando um pouco mais para gastar no próximo domingo”, reconheceu o servidor público. Para servir de referência para o consumidor, o Procon/AL divulgou, ontem, pesquisa realizada, semana passada, em estabelecimentos comerciais de vá-

rios segmentos. O resultado está à disposição do público no site www.procon.al.gov.br. De acordo com o superintendente Rodrigo Cunha, novamente fica comprovada a necessidade de se pesquisar, uma vez que a diferença de preços pode chegar até 100%. Há motéis, por exemplo, que cobram por 1h de permanência, de R$ 15,00 a R$ 30,00. “Se o consumidor resolver, no próximo domingo, se deslocar para um desses motéis é bom que vá sabendo quanto vai pa-

gar. Porém, mais importante que isso, é prudente planejar a compra seguindo seu orçamento sem surpresas desagradáveis”, orientou o superintendente Rodrigo Cunha. A pesquisa do Procon/AL, realizada em conjunto com os alunos da Faculdade da Cidade de Maceió (Facima), engloba vários itens, como perfumaria, cestas e flores, chocolate, motéis, restaurantes e roupas. “Consumidor consciente não age por impulso; pesquisa e economi-

za”, ressaltou Rodrigo Cunha. Na prática, de forma simplificada, foi constatada uma grande variação de preços. Uma cesta de café da manhã, por exemplo, com a mesma quantidade de itens, tem diferença de preços de R$ 55,00 a R$ 130,00. Há perfumes variando de R$ 80,00 a R$ 180,00. Outro exemplo são os restaurantes. Há o mesmo tipo de prato sendo oferecido por valores distintos. Um filé de frango varia de R$ 15,00 a R$ 50,00 depen-

dendo do local escolhido para se fazer a refeição. O superintendente alerta ainda para que o consumidor fique atento às promoções que o varejo costuma fazer nesta semana que antecede o Dia dos Namorados, já que elas podem significar ainda mais economia no bolso. “O varejo costuma realizar promoções próximo às datas comemorativas. Portanto, nessa reta final, o consumidor deverá ficar atento”, orienta Rodrigo Cunha.

Inflação de maio medida pelo IPCA cai para 0,47%, diz IBGE A inflação de maio medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,47%, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento de preços. Em abril, a inflação pelo IPCA havia sido de 0,77%. Com o resultado, o IPCA acumula alta

de 3,71% no ano e de 6,55% nos 12 meses encerrados em maio, acima do centro da meta de inflação do governo para este ano, de 4,5%. O IPCA engloba a variação de preços para famílias com rendimentos mensais de 1 a 40 salários mínimos, residentes nas principais áreas urbanas do País. O indicador

também é o índice oficial utilizado pelo Banco Central (BC) para cumprir o regime de metas de inflação, determinado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O centro da meta de inflação para 2011 foi estabelecido em 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.

INPC - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que apura a inflação para famílias com rendimento mensal de 1 a 6 salários mínimos, foi de 0,57% em maio. No ano, o INPC acumula alta de 3 48% e, em 12 meses, aumento de 6,44%. O INPC é utilizado em geral para os reajustes salariais.

Custo da Construção Civil sobe mais

Para atrair consumidores, as vitrines já estão devidamente decoradas

Compras on-line exigem cuidados Com a aproximação do Dia dos Namorados e com as inúmeras ofertas no mercado, fica até difícil escolher o presente para pessoa amada. O jeito é recorrer à internet. Além da comodidade, os descontos e promoções são os maiores atrativos. Porém, o Procon/AL alerta o consumidor em relação alguns sites. Durante o período de maio de 2010 a maio de 2011, foram registradas 352 queixas contra os sites comerciais: Compre da China (www.compredachina.com), Fênix do Oriente (www.fenixdooriente.com.br), Compra Fácil (www.comprafacil.com.br), Americanas.com, Submarino, Shop time, Ingresso.com, B2w viagens, Blackbuster (todos ligados ao site www.b2winc.com).

De acordo com o Procon/AL, as denúncias dos consumidores em relação os sites são cobrança indevida, falta de garantia dos produtos, demora na entrega e não entrega de mercadorias. “É necessário antes de realizar a compra buscar referência do site com outras pessoas, ou se for o caso procurar nos Procons a lista das empresas mais procuradas. Esta é a única forma de não ser lesado por estas empresas idôneas”, explica Rodrigo Cunha. Em São Paulo, o Procon detectou que 20 sites do comércio eletrônico vendiam uma série de produtos e não repassavam as mercadorias aos compradores. Dos 20, nove ainda continuam em atuação.

A inflação na construção civil medida pelo Índice Nacional do Custo da Construção Disponibilidade Interna (INCC-DI) em maio, que foi de 2,94%, foi a mais intensa desde junho de 1995 (3,12%). Aafirmação partiu do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. De acordo com ele, dois efeitos levaram a este patamar atípico do indicador: o aquecimento no setor da construção e a concentração em um período curto de tempo de reajustes de mão de obra em duas capitais, Brasília e São Paulo. Na prática, é o movimento de aquecimento na construção que tem conduzido a reajustes nos preços de mão de obra em um nível muito mais elevado este ano, do que em anos anteriores. Quadros lembrou que os preços de mão de obra na construção sempre são reajustados nesta época do ano, entre maio e junho. Mas,

a magnitude da elevação nos preços foi fora do normal em 2011. A alta de preços de mão de obra no INCC-DI em maio deste ano, de 5,48%, foi a mais forte desde maio de 1995 (16,47%), de acordo com a técnica da FGV, Sonia Henriques. A taxa em 12 meses do INCC-DI também disparou, com alta de 8,52% até maio, a mais elevada desde maio de 2009 (8,98%). Isso porque esta taxa acumulada também incluiu uma taxa mensal do INCC-DI de maio de 2010, referente ao período de reajustes de mão de obra no ano passado (que também ocorreu no mesmo mês). Para a especialista da fundação, a inflação na construção civil medida pelo INCC-DI pode encerrar este ano com aumento em torno de 11% a 11,5%. “E isso é uma projeção conservadora. Mas com certeza vai encerrar acima do ano passado, quando o INCC-DI subiu 10,41% “, afirmou ela.

CNI: ações de combate à inflação inibem resultado da indústria As medidas macroprudenciais adotadas pelo governo desde o fim do ano passado e o ciclo de alta dos juros básicos para conter a demanda e a inflação têm impactado o ritmo de crescimento da indústria em 2011. Apesar de positivo, o crescimento deve ser bastante infe-

rior ao registrado no ano passado. A avaliação foi feita ontem pelo gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, que também citou o câmbio valorizado e dificuldades persistentes nas economias americana e europeia como limitadores da expansão

da indústria brasileira. “Os indicadores de janeiro a abril deste ano, na comparação com o mesmo período de 2010, mostram que a indústria vai crescer em 2011, mas a um ritmo menor do que tivemos no ano passado”, afirmou. Segundo ele, embora o faturamento continue

em alta, a indústria tem reagido ao cenário de menor demanda com redução do uso da capacidade instalada e nas horas trabalhadas nas fábricas, além da interrupção do aumento no emprego. As medidas também acarretaram a formação de estoques indesejados na indústria.

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