Revista OH! Edição 02 JAN-JUN 2019

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ANO III | N.º 5 | JAN-JUN 2019

Revista da Família Hospitaleira no Brasil

SAÚDE&HOSPITALIDADE

TDAH Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade

DIABETES Um doce problema

ECOTURISMO Parques de São Paulo esperam por nós

Superior Geral é reeleito



Ir. Augusto V. Gonçalves, OH Superior da Ordem Hospitaleira no Brasil

EDITORIAL Perguntaram ao cientista Isaac Newton (1643-1727) como tinha descoberto a força da gravidade. Respondeu: “pensando sempre nela!” Pensando sempre nela, na ecologia e no cuidado da vida, da vida toda, acreditamos que podemos descobrir muita coisa boa e obter sucessos práticos sobre este tema já bastante abastecido de teorias. Do aquecimento global da Mãe Terra ao resfriamento geral dos relacionamentos humanos, quantos desafios corretivos para a humanidade e quantos deveres para cada um de nós, soldados dessas batalhas! Da poluição dos rios e dos mares até à despoluição das consciências ideologizadas, quanto trabalho à nossa espera! E à espera de políticas públicas! Desde uma metade da humanidade desprotegida de cuidados básicos até à outra metade, protegida contra a partilha, quanta ética para implantar, quanto Reino de Deus para instaurar! Com estes temas, questionamentos, desafios e alguns de seus desdobramentos, elaborou o Conselho Editorial, o cardápio desta edição titulada “Cuidar, Cuidar Sempre!”.

A matéria de capa, pela caneta de um apaixonado da ecologia, nos desperta e nos transporta para dentro do tema global e multifacetado; e a entrevista do estudioso e professor franciscano, Frei Ludovico, tem sabor profético, de anúncio e denúncia. Na nova rubrica “Magistério”, resumimos a Encíclica Laudato Si’, do papa Francisco, provavelmente o maior luzeiro atual da humanidade. Outros temas como o TDAH, a Diabetes, a Atividade Física, a Musicoterapia, o Ecoturismo e a Higiene Bucal completam a edição, que inclui também o texto integral de uma das cartas escritas por São João de Deus. Desejamos aos leitores que desfrutem muito, atentos aos apelos formulados pelos autores, porque continua a ser verdadeira a afirmação de Romem Barleta: “Deus perdoa sempre, o homem perdoa às vezes e a natureza, nunca!” E, para terminar, deixo um presente pra você, que conseguiu me ler até este ponto. É do tipo caça ao tesouro: na capa da revista, encontre o rosto de Jesus plasmado no globo terrestre. Parabéns por ter encontrado! Afinal, com Ele a missão fica mais fácil para todos, inclusive para os ecologistas profissionais.

DIRETOR Ir. Augusto Vieira Gonçalves

SAÚDE&HOSPITALIDADE

ANO III | N.º 5 | JAN-JUN 2019

Administração: Estrada Turística do Jaraguá, 2365 Vl. Jaraguá - 05161-000 - São Paulo - SP Fone: 11 3903-7857

CONSELHO EDITORIAL Vanessa C M Cavalcante Ivani Vera Cruz Juliana Vieira da Silva Leila Maiworm Luiz Antonio de Moura SECRETARIA Tânia Maria G. Silva

ARTE E DIAGRAMAÇÃO Ana Paula Francotti

IMPRESSÃO Gráfica Tribuna de Petrópolis Tiragem: 5.000 exemplares

AHAS - Associação Hospitaleira de Assistência Social CNPJ: 33.796.681/0001-03 FONE: +55(11) 390737857 www.saojoaodedeus.org.br revista@saojoaodedeus.org.br

HOSPITALIDADE | QUALIDADE | RESPEITO | RESPONSABILIDADE | ESPIRITUALIDADE


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Seja Irmão, irmão de todos!

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Na edição anterior da Revista OH! foi premiado Ricardo Silva, do Rio de Janeiro, com a seguinte legenda para a imagem acima: "O fruto do Trabalho consumido pela força do Capital".


SUMÁRIO

Um doce problema: DIABETES

06

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TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade

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A importância da Higiene Bucal

11

A importância da Atividade Física

14 15

Ecoturismo

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Origem e formação do Cuidador Pleno

18

Alimentação saudável, qualidade de vida e saúde

Cuidar, cuidar sempre!

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23

O Homem, a Música e a Musicoterapia

MAGISTÉRIO Carta Encíclica Laudato Si’

ENTREVISTA Frei Ludovico Garmus, ofm:

24 26

Relato de um interno da Casa de Saúde, que virou funcionário

27

CASA DA HOSPITALIDADE Acolhendo o Usibel

28

LAR SÃO JOÃO DE DEUS Perfil Sociodemográfico

São João de Deus escreveu-nos

30 32

MOSAICO DA FAMÍLIA HOSPITALEIRA Notícias

37

Novo Superior Geral é reeleito

37

Testemunho do novo Irmão professo


SAÚDE & QUALIDADE DE VIDA Dra Sonia Friedrich

Psiquiatra na Casa de Saúde São João de Deus e Professora na UNIP e na Universidade de Mogi das Cruzes

Cátia Maria Dantas

Psicóloga Clínica, Especialista em Saúde Mental e Coordenadora de estágios da UNIP e do CEP na Casa de Saúde São João de Deus

Os aspectos clínicos e psicológicos do TDAH, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade O TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que caracteriza-se por três sintomas: hiperatividade, impulsividade e falta de atenção. Devemos lembrar que a hiperatividade não é um sinônimo de TDAH. Ela é só o aumento da atividade motora, que pode ser encontrada em diversos transtornos psíquicos, como autismo, o transtorno bipolar, e em certos quadros ansiosos mas é constante. A impulsividade é a deficiência no controle dos impulsos “é agir antes de pensar”. Podemos entender impulso como a resposta automática e imediata a um estímulo. É na fase escolar que nota-se os primeiros sinais de TDAH. Dificuldade de terminar tarefas, manter a concentração e geralmente agitadas. Pois é nesta fase que há tarefas a serem cumpridas Para diagnóstico é importante que os sintomas estejam presentes na escola, em casa e na avaliação do profissional por período prolongado. Na infância está associado a dificuldades na escola e nos relacionamentos entre crianças, pais e professores. Seguir regras e limites para as crianças e adolescentes portadoras de TDAH é muito difícil por isso as queixas. O comportamento inquieto cansa os adultos. Para fazer o diagnóstico não há necessidade de exames laboratoriais ou de imagens. Os sintomas são analisados e o comportamento. Testes neuropsicólogicos podem ajudar para um diagnóstico mais preciso se houver possibilidades de serem realizados. Os sintomas na criança são pelo seis desta lista abaixo por mais de seis meses e sofrer em função deles: 01 - não prestar atenção em detalhes ou cometer erros por descuido; 06 | OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE

02 - Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas, conversas e leituras; 03 - Parece não escutar quando lhe dirigem a palavra; 04 - Não segue instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos; 05 - Tem dificuldade para organizar compromissos e cumprir prazos; 06 - Reluta em se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado; 07 - Perde itens necessários como documentos, chaves, celular, etc; 08 - É facilmente distraído por estímulos externos ou pensamentos; 09 - É avoado para atividades cotidianas como pagar contas, retornar ligações; 10 - Remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se contorce na cadeira; 11 - Levanta da cadeira em situações em que se espera que fique sentado; 12 - Corre ou sobe nas coisas em contextos inapropriados; 13 - É incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente; 14 - É inquieto permanentemente; 15 - Fala demais; 16 - Deixa escapar uma resposta antes que a pergunta tenha sido concluída ou termina as frases dos outros porque não consegue esperar; 17 - Tem dificuldade para aguardar a sua vez, como em filas; 18 - Interrompe ou se intromete em conversas, jogos ou atividades alheias sem ser convidado. Pensava-se que TDAH poderia continuar da infância para a idade adulta em algumas pessoas. Hoje já se fala em adultos que são diagnosticados tendo TDAH sem terem tido na infância. Nos adultos com TDAH ocorrem problemas de falta de atenção para as situações do dia a dia inclusive no trabalho. Podem ser esquecidos são inquietos impulsivos. Não tem noção


de seu comportamento e nem o quanto isso afeta a es pessoas com quem convivem. Segundo profª Carmita Abdo especialista em estudos da sexualidade. As pessoas adultas com TDAH podem sofrer com hiperexcitação, outros deixam de ter atividade sexual pelo incomodo de não conseguirem se concentrar no ato em si. Com TDAH estas pessoas tem mais comportamentos de risco. Elas apresentam uma chance maior de ter doenças sexualmente transmissíveis ou uma gravidez precoce. Supõem-se que haja 4% de pessoas com TDAH no mundo.

O tratamento do TDAH deve ser multimodal, ou seja, uma combinação de medicamentos, orientação aos pais e professores, além de técnicas específicas. Quanto a medicação a primeira escolha; Estimulantes, Lisdexanfetamina – duração do efeito 12 hs, Metilfenidato de ação curta – duração do efeito 3 a 5 hs, Metilfenidato de ação prolongada – duração do efeito de 8 a 12 hs; Segunda escolha – trocar o estimulante; Terceira escolha – Atomoxetina – duração do efeito de 24 hs; Quarta escolha – antidepressivos – (imipramina, nortriptilina, bupropiona; Quinta escolha – caso necessário trocar o antidepressivo;Sexta escolha – alfa-agonista – clonidina – duração de 12 a 24 hs; Sétima escolha – modafinila.

ATUAÇÃO PSICOLÓGICA A atuação do psicólogo no apoio à pessoas com TDAH, tem a intensão identificar o aspectos emocionais e psicológicos, auxiliando-os, direcionando e amenizando os sintomas, oferecendo a possibilidade de um melhor convívio com o transtorno e o alcance eficaz de ter uma melhor qualidade de vida, a partir de um grande trabalho a realizar junto ao paciente em seu fator comportamental, estrutural, funcional e social ( Barkley,1988). Em conjunto com o tratamento medicamentoso, a intervenção psicológica se faz necessária, (Domingos & Risso, 2000; Grillo & da Silva, 2004; Silva, 2003; Rohde e cols., 2000; Andrade & Scheuer, 2004) a justificativa para esta abordagem é o fato da criança com TDAH requerer atenção especial em diversos contextos, como em casa, na escola e no convívio social. Dado o caráter aversivo que a hiperatividade, a desatenção e a impulsividade têm sobre os pais, professores e amigos, a colaboração destes pode ser difícil de ser obtida, tornando ainda mais importante uma intervenção global para o problema (Caliman, 2009) Busca-se refletir e auxiliar com as intervenções que possam proporcionar melhor qualidade de vida , a educação sobre o transtorno é um passo muito importante para tratar o paciente portador do transtorno, seja criança, adolescente ou adulto. Portanto as intervenções psicoeducativas são importantes para ajudar a desfazer os rótulos (preconceitos) e ajudar na melhora da auto estima. Pois as intervenções psicológicas estimulam a atividade cognitiva e comportamental, a atividade cognitiva é monitorada e alterada através de técnicas e jogos lúdicos e o comportamento desejado pode ser influenciado mediante a mudança cognitiva.Diante do exposto até aqui apresentado o trabalho multidisciplinar, visa o restabelecimento de novos hábitos,


diminuição dos sintomas e poder de enfrentamento. Para tanto os pais, cuidadores e educadores devem estar empenhados para auxiliar a criança e adolescente. Estes desenvolveram autoestima, autonomia e poder de enfrentamento das dificuldades. Neste sentido, torna-se válido e eficaz o tratamento integrativo e sustentado do acompanhamento psicológico, associado ao trabalho mútuo e integrado entre a criança, seu meio familiar, professores e ambiente escolar, e profissionais da saúde, como aspecto fundamental para êxitos e progressos. A seguir será demonstrado a Escala ASRS-18, avaliar apenas o primeiro dos critérios (critério A) para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são necessários, LEMBRANDO que é somente uma ILUSTRAÇÃO de um dos critérios para se diagnosticar o transtorno.

COMO AVALIAR

Referências bibliográficas

DOMINGOS N. A. M., & RISSO K. R. (2000). O transtorno de déficit de atenção e a hiperatividade infantil. Em E. F. M. Silvares (Org.), Estudos de caso em psicologia clínica comportamental infantil (pp. 63-83). Campinas: Papirus. [Links] BLOG PSIQUEASY, Escala de Avaliação ASRS-18 –Adultos, 2018. Disponível em https://blog.psiqueasy.com.br/2018/09/05/escala-deavaliacao-asrs-18-adultos/ . Acesso em: 20 jan.2019

CALIMAN,Luciana Vieira. A Constituição Sócio-Médica, do Fato TDAH. Ver Psicologia &Sociedade 2009. SOUZA, F.; OLIVEIRA, V. Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade: Atuação do Psicólogo no Apoio à Criança com TDAH. Psicologia e Saúde em debate, v. 4, n. Suppl1, p. 21-21, 10 dez. 2018. 08 | OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE

Se os itens de desatenção da parte A (1 a 9) E/OU os itens de hiperatividade-impulsividade da parte B (1 a 9) tiverem várias respostas marcadas como FREQUENTEMENTE ou MUITO FREQUENTEMENTE existem chances do paciente ser portador de TDAH (pelo menos 4 em cada uma das partes). IMPORTANTE: Este questionário é apenas um ponto de partida para levantamento de alguns possíveis sintomas primários do TDAH. O diagnóstico correto e preciso do TDAH só pode ser feito através de uma longa anamnese (entrevista) com um profissional médico especializado (psiquiatra, neurologista, neuropediatra).


SAÚDE & QUALIDADE DE VIDA Dra. Andréa Rigoni

Dentista e proprietária da Rigoclínica

A IMPORTÂNCIA DA HIGIENE BUCAL Podemos falar sobre a higiene como um conjunto de regras e práticas que estão relacionadas à conservação da saúde. Assim, devemos pensar que a saúde de qualquer um de nós começa pela boca! A higiene bucal é um fator de suma importância para a saúde das pessoas. Caso não seja feita corretamente, o indivíduo poderá sofrer uma série de doenças, desde cárie, inflamações, infecções, até outras patologias mais sérias, como problemas cardíacos, entre outros. Hálito puro e sorriso saudável são o resultado de uma boa higiene bucal. Consulte o seu dentista caso sua gengiva doa ou sangre quando você escova os dentes ou usa fio dental, e principalmente se estiver passando por um problema de mau hálito. Essas manifestações podem ser a indicação da existência de um problema mais grave.

Como garantir uma boa higiene bucal? Uma boa higiene bucal é uma das medidas mais importantes que você pode adotar para manter seus dentes e gengiva em ordem. Dentes saudáveis não só contribuem para que você tenha uma boa aparência, mas são também importantes para que você possa falar bem e mastigar corretamente os alimentos. Devemos ter em mente que a prevenção é a maneira mais econômica, menos dolorida e menos preocupante de se cuidar da saúde bucal e que ao se fazer prevenção estamos evitando o tratamento de problemas que se tornariam graves. Existem algumas medidas muito simples que cada um de nós pode tomar para diminuir significativamente o risco do desenvolvimento de cárie, gengivite e outros problemas bucais. • Escovar bem os dentes e usar o fio dental diariamente.

• Ingerir alimentos balanceados e evitar comer entre as principais refeições. • Usar produtos de higiene bucal, inclusive creme dental, que contenham flúor. • Usar enxaguante bucal com flúor.

Que tipo de escova devo usar? Não é fácil decidir qual o tipo de escova usar, já que o mercado oferece inúmeros tipos, formas e tamanhos. Contudo, lembre-se de que: - As escovas macias são mais eficientes para remover a placa bacteriana e os resíduos de alimentos. De preferência, a escova deve também ter cabeça pequena para poder mais facilmente alcançar todas áreas da boca, como, por exemplo, os dentes posteriores. - Com relação ao tipo de cabo (por exemplo, flexível ou não), formato da cabeça da escova (retangular, cônica, etc.) e estilo de cerdas (com pontas planas, arredondadas, em diferentes níveis, etc.), escolha o que for mais confortável para você. O importante mesmo é usar uma escova que se ajuste bem à sua boca e alcance todos os dentes. - Para muitas pessoas, especialmente aquelas que têm dificuldades para escovar ou destreza manual limitada, a escova elétrica é uma boa alternativa.

Quando devo trocar minha escova dental? Troque sua escova de dentes a cada três meses ou quando perceber que ela começa a ficar desgastada. Além disso, é muito importante trocar de escova depois de uma gripe ou resfriado para diminuir o risco de nova infecção por meio dos germes que aderem às cerdas. OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE | 09


SAÚDE & QUALIDADE DE VIDA Juliana de Almeida Chauffaille Loureiro Nutricionista no Lar São João de Deus

UM DOCE PROBLEMA: DIABETES Para entender melhor esse doce problema, precisamos primeiro saber um pouco mais sobre esta doença. Conhecida mundialmente pelo nome de Diabetes Mellitus, esta doença se caracteriza pela elevação da glicose no sangue (hiperglicemia). Pode ocorrer devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas, pelas chamadas células beta. A função principal da insulina é promover a entrada de glicose para as células do organismo de forma que ela possa ser aproveitada para as diversas atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação, resulta em acúmulo de glicose no sangue, o que chamamos de hiperglicemia. A Diabetes é classificada em dois grupos: Diabetes tipo 1 e Diabetes tipo 2. A Diabetes tipo 1, ou insulina dependente, ocorre quando as células do pâncreas, que produzem a insulina, foram destruídas, não produzindo mais. Sendo assim, as células não conseguem absorver a glicose no sangue. Em sua maioria, acomete crianças e adultos jovens, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária. O quadro clínico mais característico é de um início relativamente rápido (alguns dias ou até poucos meses) de sintomas como: sede, diurese e fome excessivas, emagrecimento importante, cansaço e fraqueza. Se o tratamento não for realizado rapidamente, os sintomas podem evoluir para desidratação severa, sonolência, vômitos, dificuldades respiratórias e coma. Esse quadro mais grave é conhecido como Cetoacidose Diabética e necessita de internação para tratamento. Já na Diabetes tipo 2, ou insulina independente, o pâncreas produz insulina suficiente, porém as células são incapazes de utilizar toda a insulina, causando uma resistência insulínica, isso levará a um aumento da produção de insulina para tentar manter a glicose em níveis normais. Quando isto não é mais possível, surge o diabetes. Este quadro clínico ocorre de forma mais lenta e os sintomas como sede, aumento da diurese, dores nas pernas, alterações visuais e outros, podem demorar vários anos até se apresentarem. Se não reconhecido e tratado a tempo, também pode evoluir para um quadro grave de desidratação e coma. 10 | OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE

Ao contrário do Diabetes Tipo 1, geralmente ocorre um aumento de peso e obesidade, acometendo principalmente adultos a partir dos 50 anos. Contudo, observa-se, cada vez mais, o desenvolvimento do quadro em adultos jovens e até crianças. Isso se deve, principalmente, ao aumento do consumo de gorduras, doces e carboidratos aliados à falta de atividade física. Além da diabetes tipo 1 e 2, temos a diabetes gestacional, que é a diabetes diagnosticada durante a gestação, podendo ser transitória ou não, devendo a paciente, ao término da gravidez, passar por um acompanhamento específico. Normalmente é detectada no terceiro trimestre da gravidez. Para saber se é diabético, o diagnóstico laboratorial pode ser feito de três formas e, caso positivo, deve ser confirmado em outra ocasião. O diagnóstico precoce do diabetes é importante não só para prevenção das complicações agudas, como também para a prevenção de complicações crônicas. A hiperglicemia deve ser controlada e bem monitorada. Sabe-se que a hiperglicemia crônica através dos anos está associada a lesões da microcirculação, lesando e prejudicando o funcionamento de vários órgãos como os rins, os olhos, os nervos e o coração. Os pacientes que conseguem manter um bom controle da glicemia têm uma importante redução no risco de desenvolver complicações. Pacientes com Diabetes Tipo 2 não diagnosticado têm risco maior de apresentar acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio e doença vascular periférica do que pessoas que não têm diabetes. Isso reforça a necessidade de um diagnóstico precoce que permita evitar tais complicações. É importante, portanto, que o paciente procure regularmente seu médico e nutricionista, para receber medicações específicas e orientações nutricionais sobre a doença e seu tratamento. Somente um especialista indicará a melhor forma de evitar complicações e viver de forma saudável sem se preocupar, realizando suas atividades de rotina, viagens e prática de atividades físicas com muito mais segurança. É importante o envolvimento de todos os familiares com o tratamento, necessitando às vezes de mudanças de hábitos e adaptação de todos para um melhor estilo de vida.


SAÚDE & QUALIDADE DE VIDA

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL, QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE A alimentação adequada e saudável é um direito humano básico que envolve a garantia ao acesso permanente e regular aos alimentos, em quantidade e qualidade atendendo aos princípios da variedade, equilíbrio, moderação e prazer. Porém, não raro alimentação saudável é confundida com dietas para emagrecer e restritivas. Na verdade, não é bem assim. A alimentação saudável pode atuar na qualidade de vida, na prevenção e no tratamento de algumas doenças. Um importante instrumento para promoção de modos de vida saudáveis é a educação alimentar e nutricional, que nada mais é do que o processo de capacitação para a melhoria da qualidade de vida e saúde. O nutricionista é o profissional habilitado para dar informações e orientações confiáveis para uma alimentação saudável, o que amplia a autonomia para fazer escolhas alimentares inteligentes! Vamos a algumas dicas!

Faça boas escolhas alimentares

Prefira alimentos in natura, estes são obtidos diretamente de plantas ou de animais (como folhas e frutos ou ovos) e adquiridos para consumo sem que tenham sofrido qualquer alteração após deixarem a natureza. Para economizar na compra de legumes, verduras e frutas, você deve preferir variedades que estão na safra, pois essas sempre terão menor preço. Os alimentos minimamente processados são uma ótima escolha também. Estes são os que foram submetidos a alterações mínimas, como por exemplo: os grãos secos, polidos e empacotados ou moídos na forma de farinhas, raízes e tubérculos lavados, cortes de carne resfriados ou congelados e leite pasteurizado. Alimentos in natura e minimamente processados são a base para uma alimentação nutricionalmente balanceada e saborosa! Evite alimentos ultraprocessados. Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades, ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias. Desde que utilizados com moderação em preparações, os óleos, as gorduras, o sal e o açúcar contribuem para diversificar e tornar mais saborosa a alimentação!

Hidrate-se

A água é essencial para a manutenção da vida. Sem ela, não sobrevivemos mais do que poucos dias. O total de água existente no corpo dos seres humanos corresponde a 75% do peso na infância e a mais da metade na idade adulta. A água pura é a melhor opção para a ingestão de líquidos. Pode-se também “temperá-la” com rodelas de limão ou folhas de hortelã para aumentar a ingestão hídrica e sabor! Deve-se ingerir no mínimo dois litros de água por dia (6 a 8 copos), preferencialmente entre as refeições. Essa quantidade pode variar de acordo com a atividade física e com a temperatura do ambiente.

Bruna Hellen Faria da Silva

Nutricionista na CSSJD

Coma com atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia

Procure fazer suas refeições em horários semelhantes todos os dias. Coma sempre devagar e desfrute o que está comendo, sem se envolver em outra atividade. Procure comer em locais confortáveis e tranquilos e onde não haja estímulos para o consumo de quantidades ilimitadas de alimento. Sempre que possível coma em companhia, com familiares, amigos ou colegas de trabalho ou escola. A companhia nas refeições favorece o comer com atenção e o prazer da alimentação.

Mantenha-se ativo

A alimentação saudável e a atividade física regular são aliadas fundamentais para a manutenção do peso saudável, redução do risco de doenças e melhoria da qualidade de vida. Faça pelo menos 30 minutos de atividade física diária. Desenvolver habilidades culinárias também ajuda a se manter ativo. Para isso, converse com as pessoas que sabem cozinhar, peça receitas a familiares, amigos e colegas, leia livros, consulte a internet, eventualmente faça cursos e... comece a cozinhar! As habilidades culinárias envolvem também o planejamento das compras de alimentos e ingredientes culinários, organização e definição prévia do que vai se comer ao longo da semana. Permaneça ativo no trabalho, no lazer e na comunidade. Tenha uma atitude positiva e faça coisas que o deixem feliz! Assim, quanto mais saudáveis forem seus hábitos e seu ambiente, mais qualidade de vida e saúde terá! Referências bibliográficas BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA. Guia alimentar para a população brasileira, Brasília: Ministério da Saúde, 2014. FRANCA, Camila de Jesus e CARVALHO, Vivian Carla Honorato dos Santos de. Estratégias de educação alimentar e nutricional na Atenção Primária à Saúde: uma revisão de literatura. Saúde debate [online]. 2017, vol.41, n.114. OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE | 11


SAÚDE & QUALIDADE DE VIDA Luis Fernando Rosalvo Claudia Trindade

Musicoterapeutas na CSSJD

O HOMEM, A MÚSICA E A MUSICOTERAPIA! E eis que o homem se viu frente ao Caos e, juntamente com os demais seres pertencentes a sua espécie, tornou-se fundamental para a organização dos sentidos recebidos, a comunicação e a linguagem E assim, gradativamente, pela criação das palavras foi se estruturando a linguagem falada, carregada de seus símbolos, códigos e significados na constituição do campo verbal. Dessa forma, a linguagem verbal sempre careceu de uma função referencial, um contexto para que a mensagem seja comunicada. Todavia a linguagem verbal não consegue abranger toda a riqueza de diversidades do que é percebido e transmitido pelo ser. O campo do significado está além das habilidades lingüísticas conscientes. Para tal carência provêem a comunicação não-verbal que abarca desde os movimentos corporais, à inflexão de voz, timbre, intensidade, densidade, volume, etc. Todos os elementos que se encontram presentes na música. A música, que acompanha o homem desde o inicio da sua necessidade de comunicação, entendida como linguagem que atua no âmbito não verbal, é repleta de códigos e símbolos que se combinam criando uma comunicação não referencial, onde sua base torna-se completamente expressiva, ultrapassando o campo da consciência. Não há como determinar o momento exato em que o homem integrou a musica e seus elementos em suas atividades, contudo sabe-se que a sua utilização em rituais provém de milhares de anos dentro dos povos mais antigos da nossa civilização. Desde a Grécia antiga ela é vista como um grande agente capaz de afetar o indivíduo em diversos aspectos. São exemplo disso os escritos de Pitágoras referentes à matemática da música, pelas relações entre notas ou a Retórica de 12 | OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE

Aristóteles, onde acreditava que a música possuía a qualidade de transmitir impressões e criar diversos estados de ânimo. Os gregos com a Teoria dos Afetos consideravam que um modo musical influenciava os indivíduos de diversas maneiras podendo a música servir até de interferência ético-moral. Um caso da utilização da música como elemento terapêutico é descrito na história do povo de Israel: no momento em que Davi tocava seu instrumento, a harpa, os espíritos maus que atormentavam o rei Saul não resistiam à música e assim libertavam-no. “Musicoterapia é a utilização profissional da música e seus elementos, para a intervenção em ambientes médicos, educacionais e cotidiano com indivíduos, grupos, famílias ou comunidades que procuram otimizar a sua qualidade de vida e melhorar suas condições físicas, sociais, comunicativas, emocionais, intelectuais, espirituais e de saúde e bem estar”. (Federação Mundial de Musocoterapia, 1996)

A MUSICOTERAPIA NA PSIQUIATRIA

A vida por muitas das vezes pode ser conflitante e desafiadora. No sentido mais restrito, a realidade torna-se pesada para determinadas pessoas, acarretando em experiências desagradáveis, choques, abalos e perturbações, dificultando a forma de lidar com ela. A neurose e a psicose decorrem desse conflito entre o indivíduo e a vida externa. Segundo Freud a neurose resulta do conflito entre o id e o ego, e do mundo exterior partem as normas que “levam à necessidade de reprimir os impulsos instintivos” (COSTA, 1989, p 74). Já a psicose, esse conflito se origina entre o ego e a realidade externa que acaba culmi-


nando em um embotamento afetivo, isto é, uma total perda de interesse no mundo exterior. Fantasias, delírios, desejos, são todas formas de fuga que o individuo encontra para poder substituir de forma mais amena a realidade conflitante, todavia essa fuga da realidade não é completamente satisfatória, pois na fantasia também se encontram as frustrações e as experiências desagradáveis da realidade, no entanto, elas aparecem de forma irreconhecível pelo sujeito. Dessa maneira se explica o motivo da angústia e sofrimento advindo dos delírios e alucinações. “A música é uma atividade iniciada pelo ego. O ego utiliza a atividade musical como um meio de atingir vários objetivos: gratificação de necessidades específicas, defesas contra forças diversas ou ajuda em suas funções sintetizadoras e integrativas” (RUUD, 1990, p 41). A musicoterapia é a ponte entre o mundo externo e a fantasia onde transitam os elementos fantasiosos para a realidade sem que tais sejam ameaçadores à integridade do indivíduo, dando-lhe prazer em entrar em contato com esse mundo visto como ameaçador. Não significa que as sessões de musicoterapia sejam somente divertimento e distração. “Sendo terapia, implicam um processo de mudança, de enfrentamento de novas situações...” (COSTA, 1989, p 75). “A musicoterapia procura ir ao encontro do sujeito no nível em que o mesmo se situa, aceitando sua expressão sonoromusical, por mais primária e destituída de criatividade que seja” (ibid., p 79). Pela capacidade da música de não necessitar de referências verbais, pois sua expressão pode até mesmo ser intraduzível em palavras, mas carregada de significações de linguagem simbólica e emocional, pode-se “então pressupor que seja mais fácil entrar em contato com o esquizofrênico através da linguagem musical. A música propicia a liberação dos constrangimentos do verbo, do discurso lógico, levando o ouvinte a viajar “para uma terra de sonho”, onde se encontram os desejos satisfeitos...” (ibid., p 77). Através de uma linguagem onde a exteriorização das pulsões possa ser mais bem representada, trará um alívio das tensões, decorrendo o prazer. É essencial compreender também que quando o indivíduo sofre de problemas psiquiátricos não é somente sua psique que está prejudicada, mas também sua constituição global, pois “o Ser humano não é corpo e mente ou corpo mais mente, nem psique e soma ou psique e alma, nem matéria e espírito; é um todo”. No entretanto, na doença o ser encontra-se com o corpo “fragmentado”, no sentido de não ter significação consciente de seu estado físico, de dor, tensões ou rigidez muscular, ocorrendo muitas vezes movimentos estereotipados inconscientes.

O atendimento musicoterapêutico tem a função de abranger, através da atividade criativa e da expressividade corporal, a liberação das tensões musculares, proporcionando um relaxamento e a conscientização corporal. “O objetivo da Musicoterapia, no campo da medicina, é universal, com contribuição ao desenvolvimento do ser humano como totalidade indizível e única”. (BENENZON, Rolando, 1988, p 15). Referências bibliográficas COSTA, Clarisse Moura. O despertar para o outro. Musicoterapia. São Paulo, Summus, 1989. BENENZON, Rolando. Teoria da Musicoterapia. São Paulo, Summus, 1988. RUUD, Even. Caminhos da Musicoterapia. São Paulo, Summus, 1990. Referência indireta: FREUD, Sgmund. Neurose, Psicose e Perversão. São Paulo, Autentica. 2016 Site: Psicanálise Clínica. https://www.psicanaliseclinica.com/neurose-epsicose/ Acessado em 20/12/2018. Blog: História da Música. http://historiadamusica2011.blogspot.com/2011/07/ teoria-dos-afetos-teoria-dos-afetos.html . Acessado em 20/12/2018.


SAÚDE & QUALIDADE DE VIDA Plinio Gustavo

Educador Físico na CSSJD

A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA ATIVIDADE FÍSICA NA INFÂNCIA

O primeiro benefício das crianças praticarem atividades físicas é o fato de que desde cedo, se elas se acostumam com essas atividades, tornando-se elas algo prazeroso, isso contribuirá para uma prática regular ao longo da vida e um crescimento saudável. A atividade física contribui para o desenvolvimento motor (equilíbrio, força, agilidade, etc.) e cognitivo das crianças, e desde cedo elas já mantém seus corpos protegidos de muitas patologias. Conforme a idade avança, o fortalecimento da musculatura e o aumento da flexibilidade vai sendo gradual.

físicas e psicológicas nas pessoas A atividade física é uma forma de desacelerar essas transformações. Para os idosos, a prática de atividade física é fundamental para uma melhor qualidade de vida. Ela fortalece os músculos, ossos e articulações, o que melhora a capacidade de locomoção e realização de tarefas diárias, e ainda diminui a ocorrência de quedas e, consequentemente, lesões. Além de ajudar a prevenir e tratar algumas doenças, também ajuda na auto-estima do idoso, que quando saudável, consegue ser mais independente, o que minimiza os riscos de depressão e outros problemas psicológicos.

ATIVIDADE FÍSICA NA VIDA ADULTA

CONCLUSÃO

Para os adultos entre 18 e 65 anos é recomendada a prática de atividades aeróbicas de intensidade moderada 5 vezes por semana, por um período mínimo de 30 minutos; ou atividades de alta intensidade 3 vezes por semana por pelo menos 20 minutos.

Não perca tempo! Se você não pratica atividade física, independentemente da sua idade, comece a praticar o quanto antes.

Na vida adulta é onde inicia-se o declínio da massa muscular e, devido a isso, os exercícios de resistência (musculação, treinos funcionais, pilates, entre outros) são extremamente importantes.

Além dos benefícios já citados anteriormente, para os adultos, outros grandes benefícios da prática de atividade física é a diminuição da ansiedade, estresse e depressão.

ATIVIDADE FÍSICA NA TERCEIRA IDADE

As pessoas estão vivendo cada vez mais, o envelhecimento é algo inevitável, e com ele ocorrem diversas transformações 14 | OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE

Além de contribuir para a sensação de bem-estar, aliviar dores crônicas e melhorar a resistência física, a prática regular de atividade é fundamental para a saúde, atuando na prevenção e tratamento de doenças cardiorrespiratórias, psicossomáticas, metabólicas, alguns tipos de cânceres, AVC, diabetes, hipertensão, osteoporose, entre muitas outras.

É importante buscar orientação de um profissional de educação física a respeito das atividades indicadas para você, sua intensidade e a melhor forma de realizá-las. Caso possua alguma patologia, procure um médico antes de começar a praticar qualquer atividade física. Ele fará uma avaliação e poderá vetar algumas atividades e recomendar outras, de modo a garantir sua segurança, os benefícios das atividades e evitar lesões ou outras complicações.


SAÚDE & QUALIDADE DE VIDA

ECOTURISMO

O ecoturismo, segundo a EMBRATUR (Instituto Brasileiro de Turismo), é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca conscientizar a população para formação de um conceito ambientalista, através da interpretação do ambiente, promovendo o equilíbrio e o bem estar de todos os envolvidos. É uma tendência mundial em crescimento e responde a várias demandas: desde a prática do esporte radical ao estudo cientifico dos ecossistemas. O nome “ecoturismo” surgiu recentemente por volta de 1987 quando foi criada a Comissão Técnica Nacional coordenado pelo IBAMA e EMBRATUR Para que uma atividade se classifique como ecoturismo, são necessárias quatro condições básicas: respeito às comunidades locais; envolvimento econômico efetivo das comunidades locais; respeito às condições naturais e conservação do meio ambiente e interação educacional – garantia de que o turista incorpore para a sua vida o que aprende em sua visita, gerando consciência para a preservação da natureza e dos patrimônios histórico, cultural e étnico. O caminho ideal para o ecoturismo é o que se chama de desenvolvimento sustentável. Este conceito propõe a integração da comunidade local com atividades que possam promover a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais e culturais. Para quem é apaixonado por aventura e adora estar em contato com a natureza, não há nada tão especial como a prática do ecoturismo. Há quem pense que a capital de São Paulo é apenas um local no qual existem somente arranha-céus que comandam a economia nacional. Engano! Também temos lindos espaços de belezas naturais, com belas áreas verdes. São Paulo é um das rotas mais expressivas do nosso país. Possui uma grande riqueza em florestas, cachoeiras, grutas, cavernas e paisagens diversas e peculiares. Hoje o pouco que resta da Mata Atlântica, onde está uma das maiores biodiversidade do planeta, está sob a proteção do Estado. A capital traz em destaque inúmeros parques, com muito verde, espaços para caminhadas, picnics e até pistas para ciclistas aventureiros. Conheça alguns destinos de ecoturismo em São Paulo (capital), pertinho da Casa de Saúde São João de Deus, que também esta cravada em 25.000 metros quadros de pura área verde.

PARQUE ESTADUAL JARAGUÁ

O Parque Estadual Jaraguá abriga um dos últimos pedaços de Mata Atlântica da capital. Nas trilhas do parque é possível observar espécies nativas de fauna e flora, como macacoprego, tucano-do-bico-verde, bicho-preguiça, palmitojuçara, ipê-amarelo, dentre outras. Entre os atrativos do

Ivani Cruz

Coach Life

parque destacam-se a Trilha do Silêncio, a Trilha da Bica e da Trilha do Pai Zé, que leva o visitante ao Pico do Jaraguá, ponto mais alto do município de São Paulo, com 1.135 metros.

PARQUE ESTADUAL DA CANTAREIRA

O Parque Estadual da Cantareira é uma unidade de conservação e tem sua fauna e flora preservadas e protegidas por lei. A região é uma das maiores áreas de mata tropical nativa do mundo dentro de uma cidade. Pontos atrativos: Núcleo Pedra Grande, Núcleo Engordador, Núcleo Águas Claras e Núcleo Cabuçu. O parque assegura a proteção de seus mananciais e abriga espécies animais ameaçadas de extinção, como o bugio, o gato-do-mato, a jaguatirica, o macuco e o gavião-pomba, entre outros. Possui espécies vegetais, incluindo algumas ameaçadas de extinção, como a imbuia e a canela-preta.

PARQUE TORONTO

O parque “Cidade Toronto” surgiu de um projeto de integração técnica entre as Prefeituras de São Paulo e de Toronto, no Canadá, que tinha como objetivo, propiciar aprimoramento profissional, consultoria e transferência de "know-how" entre os técnicos das duas cidades. Os brejos e o lago constituem grande parte da área do Parque, que apresenta, por isso, uma fauna com morada e hábitos típicos desses ecossistemas. O ambiente é lindo, com mais de cem espécies de árvores e flores, um espaço para caminhar e um lago grande.


SAÚDE & QUALIDADE DE VIDA Nuno Luis Dutra Amaral

Terapeuta Corporal e Holístico Mediador I e II e Trainer I e II do PEI

ORIGEM E FORMAÇÃO DO CUIDADOR HOLÍSTICO O padrão Holístico é inerente à genética do individuo, na medida em que a natureza biológico-físico-orgânica é desenvolvida por nove meses no útero materno até formar o todo corporal. O Humano é por excelência o estágio mais evoluído da natureza biofísica, sendo, portanto, considerado o ápice de toda a evolução cosmológica, porque traz todas as características da pessoa no código genético. A característica do Cuidador é natural nos seres humanos desde a sua origem, porém, desenvolve-se através do senso afetivo, do acolhimento, da necessidade de proteção, defesa e ajuda mútua, virtudes que acabam sendo boicotadas, ou mesmo adulteradas, quando o individuo adentra no contexto social. O que deveria ser natural, autêntico e verdadeiro, torna-se artificial, porque a sociedade não vê com bons olhos atitudes deste porte, a não ser que façam parte de um contexto cultural, como produto direto da formação de opinião a que boa parte dela (sociedade) se dedica. Quando pensamos o homem, inserido no contexto social, cultural e tecnológico, nos damos conta de que ocorreram grandes alterações funcionais na sua forma de vida, ao mesmo tempo em que ele foi se construindo e se moldando para, futuramente, enfrentar os desafios advindos do ambiente que o circunda, bem como as demais vicissitudes da vida. Isto significa dizer: O homem, em toda a sua originalidade, passa por modificações estruturais que, inevitavelmente, transformam-no em alguém estranho para si próprio, assim como para os demais congêneres. O cérebro, na condição de “computador bioquímico” de toda esta organização estrutural e funcional, fica vulnerável, na medida em que é sujeito a boicotes que levam os indivíduos ao caos físico-orgânico, psíquico e social. Daí os distúrbios comportamentais, mentais e relacionais, dando origem aos conflitos existenciais e às doenças. Na prática, este processo caracteriza-se como herança do mundo civilizado não sendo, em essência, biológico ou corporal, mas, resultado do que foi sendo propagado ao longo do tempo transmitindo, não só os códigos genéticos, próprios da espécie humana, mas também os erros e os acertos, com significados e valores que encontram referências nas ideologias, nos conflitos e nas tragédias que ocorreram ao longo da história da própria espécie. Assim, o afloramento da cultura, do conhecimento e da tecnologia deu suporte ao estudo sistêmico da Ciência, que fundamenta os alicerces da Civilização. 16 | OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE

Como pode ser observado, o processo evolutivo foca o desenvolvimento do homem, em todo o contexto histórico e social, como que em uma prática coletiva, cuja interação alinha-se a todas as gerações de humanos que nos antecederam. Todavia, nenhuma Ciência fala da natureza do homem ou do fenômeno do seu existir centrado unicamente dentro do seu corpo. Esta visão foi substituída por uma série de valores, crenças e leis que favorecem as relações interpessoais, causando sérios conflitos, no contexto individual, coletivo, cultural, político e institucional. O que nós temos, efetivamente, como herança humana são todos os estudos e pesquisas desenvolvidos pela Antropologia, pela Paleontologia e pela Arqueologia, ciências cuja evolução deu suporte a um conhecimento mais aprofundado e aperfeiçoado da Anatomia, Fisiologia, Genética e nas demais áreas que nelas encontram fundamento. O Homem debruçou-se sobre si mesmo e projetou-se no espaço-tempo ambiental, em uma atitude instintiva que o levou a fazer uma auto-reflexão na tentativa de entender sua origem, sua existência e seu destino, uma prática que o induziu a desenvolver a mais sofisticada das atividades humanas: o Pensamento e a Cognição. Com esta explanação quero mostrar que estes fenômenos não fizeram parte da natureza consciente do homem, embora sempre estivessem presentes no cotidiano da vida do indivíduo, como um fenômeno meramente instintivo (não consciente). Por isso, e com isso, o fio da meada ficou perdido ao longo dos milênios. Para entendermos melhor esta realidade, deve-se focar no estudo do homem e o seu processo evolutivo, que passa por três grandes períodos que definem o seu existir na Terra: a PréHistória, a Proto-História e a História propriamente dita. A Pré-História refere-se a todos os fenômenos físicos, químicos e bioquímicos da natureza ocorridos desde o surgimento do universo, passando pela origem da Vida, até às diferentes ramificações hereditárias de todas as espécies. É neste contexto, que surge o homem na face da Terra, como parte integrante e inseparável da dimensão cosmológica. A Proto-História dá sequência a este processo evolutivo. Resgata e retrata todo o existir biológico no planeta Terra, como fenômeno que antecede os vários períodos da evolução humana até o surgimento da escrita. A História começa a ser definida com o surgimento da escrita e


segue até o período atual, descrevendo os diferentes estágios que fazem parte da evolução do homem, sobretudo no que se refere à sua constituição físico-orgânica e também à evolução dos processos cognitivos, psicomotores e psicossociais. Neste contexto, a evolução da psique fez toda a diferença, na medida em que colocou o homem como protagonista da própria história, por meio da qual, também, demarca as referências da própria espécie, uma atividade que moldou a personalidade e o caráter do individuo, processo este que, quando o homem se integra em forma de sociedade, é totalmente invertido. A memória passa a ser mais valorizada que o próprio cérebro, ocorrendo verdadeira subversão entre continente e conteúdo. Diante deste cenário, altamente criativo e de grande valor para as relações interpessoais, as sociedades se institucionalizaram e trouxeram para si todos estes fenômenos como se fossem da natureza social, o que não corresponde à realidade. Deste modo, transformaram a memória em centro logístico, com o objetivo de dar suporte a todas as pretensões de competência do próprio cérebro. A partir de então, o homem perde o status de ápice do processo evolutivo cosmológico, e passa a ser visto como objeto de criação e de transformação das sociedades que tomaram conta de todas as potencialidades e capacidades do homem, enxergando-as como propriedades suas. Desde então, o homem e a humanidade passaram de protagonistas a escravos da sociedade, que aproveitou todos os seus potenciais, capacidades e valores, em prol da civilização. Assim sendo, a história das civilizações não reflete a própria história do homem que está muito longe de ser referência para o viver da humanidade. Ou seja, o homem e a humanidade têm sua origem na Biologia e não na Sociologia, e a sua sobrevivência não depende da Civilização, e sim da natureza cosmológica universal. O que faltou na História das Civilizações, foi admitir que o Homem tem outra linhagem biofísico-orgânica, que é diferente do biopsicossocial. O que falta até hoje é valorizar a dimensão do Construto Histórico Pessoal (CHP), como o verdadeiro arcabouço estrutural e funcional do Corpo e do existir humano. Para entendermos o problema do homem no contexto social e das civilizações, temos que retroceder ao passado histórico e encontraremos duas vertentes psicointelectivas que

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orientaram o idealismo e o pensamento dos diferentes grupos socioculturais e institucionais. Toda esta experiência vivida, praticada e explorada acabou se transformando em uma herança cultural que nos foi transmitida ao longo da história. A primeira vertente é o Criacionismo, que se baseia na fé, na crença, em rituais e no pensamento místico, que depois deu suporte às diversas religiões. A outra vertente é o Evolucionismo de Darwin, um observador da evolução das espécies que introduz o homem em uma linhagem evolutiva da Biologia. Nenhuma destas duas vertentes contempla as exigências biofísico-orgânicas do homem, porque não incorporam a dinâmica bioenergética capaz de interpretar impressões, sensações, desejos, vontades e sentimentos, que fazem parte do CONSTRUTO HISTÓRICO PESSOAL. O que levou a esta tremenda confusão e desencadeou conflitos e problemas interpessoais, sociais, ideológicos, culturais e institucionais, foi a evolução do pensamento que até hoje não foi compreendida como um fenômeno que faz parte da dinâmica biológica do corpo, cérebro e psique. Vejamos: após a fecundação, a célula se multiplica e se diferencia para formar diferentes órgãos e sistemas. Sendo o mais importante todo o sistema nervoso, periférico, central e vegetativo, juntos contribuindo para a formação do cérebro, assim formando o primeiro “computador bioquímico universal”. O Pensamento evolui da experiência vivencial entre o corpo, o funcionamento intraorgânico, as relações interativas com o meio ambiente, que alimentam o cérebro com inúmeras informações da natureza física e corporal. Desta maneira, surgem os diferentes tipos de Pensamento: Caos, Místico, Mítico, Filosófico, Lógico, Racional, Científico, Tecnológico, Virtual. Estes foram todos os diferentes estilos de pensamento que deram suporte à história das civilizações. Fenômenos criados pelo Homem mas que acabaram não sendo bem aproveitados pela Sociedade, por isso favoreceu as crises conflitantes do individuo com sua história pessoal. O segredo da reeducação do homem está em admitir que a Vida esteja inscrita nas células, mais precisamente no núcleo, onde os códigos genéticos dão todo o suporte para a replicação de novas células, diferenciação em tecidos, em novos órgãos e sistemas, todos contribuindo para a organização do corpo em função do cérebro. Enquanto o corpo não estiver em plena sintonia com este aparato estrutural e funcional, interligado ao cérebro, não existe a menor condição de uma sobrevivência adequada humana, muito menos social.

ALEXANDRE

Responsável Técnico (11) 3742-1498 (11) 94021-2578 www.pirespinturas.net.br pirespinturas@terra.com.br

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CAPA Luiz Antonio de Moura

Pensador espiritualista, um caminhante e um cultor do silêncio.

CUIDAR, CUIDAR SEMPRE! As origens: Dizem os sábios que, quando Deus criou todas coisas e, inclusive, o ser humano, teve a preocupação de, em tudo, imprimir a marca da perfeição, própria da essência divina. O narrador sagrado afirma que, ao final de cada dia o Criador via que “tudo era bom”. Autor de verdadeira obra de arte, desconfigurou as trevas e mandou fazer-se a luz. Lançou olhar para o centro da terra, para as profundezas dos mares e para o infinito do cosmos e a tudo encheu com suas criaturas. Povoou a terra com as ervas, as florestas, os pomares, a gramínea, os pássaros, os animais ferozes, os domésticos, os répteis e, em suma, com a multidão incontável de seres vivos. Fez cair a chuva e o orvalho. Sobre os mares e os rios lançou um olhar singelo e criou todas as espécies de seres aquáticos e marinhos, dos microrganismos aos maiores de todos, sem esquecer das enormes florestas subaquáticas, que asseguram vida às diversas espécies que delas dependem. Do cume das mais altas montanhas ao ponto mais profundo dos mares, o Criador soprou o hálito da vida, a tudo dando um colorido próprio e impossível de ser imitado à perfeição. Ao final daquela jornada de seis dias, o vento soprava sereno sobre a relva; as imensas cataratas despejavam águas puras e cristalinas; da terra germinavam bilhões de novas ervas; rios e mares mostravam-se serenos e mansos e, em seus ambien-

tes submersos, bilhões de outros seres vinham à vida, passando felizes uns pelos outros; sobre a terra recém-formada animais de todas as espécies circulavam e manifestavam profundos louvores ao Criador, Àquele que os trouxe das trevas para a vida; nos ares, inúmeros pássaros voavam em zigue-zague, soltando seus cantos de felicidade e de louvores, todos, agradecidos por poderem sentir a vida pulsando em suas diferentes naturezas. O Criador, porém, sentiu a falta de alguém. Não de um alguém qualquer, mas, de alguém que, à imagem e à semelhança do Deus Uno e Trino – “façamos o homem...” – fosse capaz de raciocinar, de criar e de procriar e, mais do que tudo, de cuidar de todo aquele manancial inesgotável de vida. Assim narra o autor sagrado: “O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou no seu rosto um sopro de vida, e o homem tornou-se alma vivente” (Gn 2,7). Colocado no centro da vida, tendo aos pés toda a criação, com todas as maravilhas, ao ser humano são confiados o cultivo e a guarda de tudo (cf. Gn 2,15). Cultivar por meio do trabalho, para tirar da terra, das matas, das águas e do ar todo o necessário para a sobrevivência, própria e de todas as espécies. Guardar, no sentido de cuidar! Cuidar de toda a Criação, zelar pela manutenção da vida saudável e promissora de toda aquela unidade harmônica e resplandecente, que Deus acabara de disponibilizar para todos os viventes, da terra, das águas e do ar. Mas o tempo passa e o ser humano descobre que, mais do que cultivar, pode enriquecer com a exploração das matas e florestas, dos rios e dos mares, da terra (solo e subsolo) e de tudo o que foi criado, colocando tudo a disposição dos seus semelhantes em tro-


ca do metal precioso e valioso, apto para a aquisição de outros bens pessoais e patrimoniais, sem deixar de fora a exploração do próprio congênere.

O progresso das civilizações: Séculos e milênios

com a dizimação das matas e das florestas, em total prejuízo a todos os seres vivos; 9) Descuido e descaso com a forma desorganizada de ocupação e de exploração do solo (habitação, agricultura e pecuária)1.

trouxeram progresso à humanidade. Evolução tecnológica e aprimoramento dos meios de produção (e de exploração) em massa e, riqueza! Muita riqueza. Entretanto, a um preço existencial elevadíssimo. Tão elevado, a ponto de comprometer a sobrevivência de todos os seres vivos e, inclusive, da própria Terra.

O cultivo, foi transformado em exploração ambiental e humana desmedidas e o cuidado, em descuido, descaso e abandono. Não foi apenas o ambiente que se tornou moeda de troca no mercado global idealizado pelo ser humano, mas, também, o próprio humano. Olhando para o planeta terra, com toda a sua beleza, que só pode ser verdadeiramente contemplada do alto, a centenas de quilômetros de altura, é fácil concluir-se que o que existe é uma perfeita integração entre todas as criaturas e os elementos terra e água. Tudo é um. Deus cria o ser humano a partir do pó da terra. Ou seja, daquela terra que Ele próprio acabara de criar. Deus não inventa, não cria um produto especial para formar o homem, mas, vai buscar no chão de barro o elemento principal (terra) para formar aquele a quem confia o cuidado e o zelo por tudo o que foi criado. O Professor e teólogo Leonardo Boff, traz providencial lista dos descuidos verificados com a causa comum, capazes de colocarem em risco a sobrevivência, não apenas da raça humana, mas, e, sobretudo, de todas as espécies, apontando-os da seguinte forma: 1) Descuido e descaso pela vida inocente de crianças, usadas como combustível na produção para o mercado mundial (destacando o elevado número de crianças vinculadas ao trabalho, em detrimento da própria infância); 2) Descuido e descaso manifestados pelo destino dos pobres e marginalizados da humanidade; 3) Descuido e descaso com a sorte de milhões de excluídos do processo de produção, tidos como descartáveis e “zeros econômicos”; 4) Descuido e abandono dos sonhos de generosidade, com total menosprezo pela tradição da solidariedade; 5) Descuido e abandono da sociabilidade nas cidades, com predomínio da sociedade do espetáculo, do simulacro e do entretenimento; 6) Descuido e descaso com a coisa pública, principalmente, com o Erário, dando origem à proposição de “políticas pobres para os pobres”; 7) Abandono da reverência, indispensável para cuidar da vida e de sua fragilidade; 8) Descuido e descaso na salvaguarda da Casa Comum – o planeta Terra – com o envenenamento do solo e do subsolo, a poluição do ar e a contaminação das águas, bem como

Trata-se, evidentemente, de relação bastante comedida, se levarmos em conta todo o conjunto da Criação e o estado atual de todo ele, a evidenciar que toda a Obra está carente de cuidado e de zelo.

A Preocupação com a Casa Comum: Se, por

um lado, grande parte da civilização humana preocupa-se, de verdade, e com ótimas intenções, com todas as mazelas pela quais toda a Criação está passando, por outro, vamos encontrar no Papa Francisco, no caminho da Doutrina Social da Igreja, o grande incentivador do cuidado para com a Casa Comum, principalmente, quando, em junho de 2015, apresenta ao mundo a Carta Encíclica Laudato sí’ (Louvado sejas), por meio da qual exorta todos os homens e mulheres de todo o planeta a, não apenas olharem, mas, e, sobretudo, trabalharem em favor da Criação e da Mãe Terra, com os olhares totalmente voltados para a assim denominada “ecologia integral”. Na Carta Encíclica, a Papa usa o termo “ecologia integral”, para deixar bastante claro que Terra e seres vivos fazem parte de um todo indivisível, e que todo o mal infringido a uns, atinge de igual modo a todos. E, assim, convida-nos ao trabalho, afirmando: “O urgente desafio de proteger a nossa Casa Comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. O Criador não nos abandona, nunca recua no seu projeto de amor, nem se arrepende de nos ter criado. A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa Casa Comum” (LS 13). A preocupação de Francisco, no entanto, vai além da “Casa Comum”, ela penetra diretamente nas entranhas da Mãe-Terra e encontra o ser humano carente, sofrido e, muitas vezes, abandonado à própria sorte (LS 189). Na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho), o mesmo Francisco afirma que “As reivindicações sociais, que têm a ver com a distribuição de renda, a inclusão social dos pobres e os direitos hu-

1BOFF, Leonardo. Saber Cuidar. Petrópolis. 2ª Reimpressão. VOZES: 2017. 248 pg.

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manos não podem ser sufocados com o pretexto de construir um consenso de escritório ou uma paz efêmera para uma minoria feliz. A dignidade da pessoa humana e o bem comum estão por cima da tranquilidade de alguns que não querem renunciar aos seus privilégios. Quando estes valores são afetados, é necessária uma voz profética” (EG 218).

diga a Ordem Hospitaleira, que zela pelo carisma do santo. Teresa de Calcutá, quem não se lembra dela? Pequenina, magrinha, encurvada, com aquele famoso e inesquecível hábito azul mesclado com branco, caminhando por entre os pobres, fracos, doentes, famintos e abandonados. Sempre com um sorriso disponível, como a convidar todos nós para o serviço aos outros. Todos eles escolheram o caminho do “cuidar do outro”, sem limites! A propósito, Jesus assegurou-nos que “pobres sempre tereis convosco, mas a mim não me tereis sempre” (Jo 12,8).

O desafio, portanto, é gigantesco porque, além do cuidado com o ambiente, no qual estamos todos inseridos, devemos cuidar uns dos outros com igual atenção, preocupação e dedicação, concordando com a afirmação de Leonardo Boff que, citando o Frei Carlos Mesters, afirma que “O paraíso terrestre não significa a saudade de uma idade de ouro perdida, mas a promessa de um futuro que ainda virá. A primeira página das Escrituras, na verdade, é a última. Vem no começo como uma espécie de maquete do futuro, para que os(as) leitores(as) se encham de esperança acerca do fim bom de toda a criação. Foi a isso que nos convenceu Carlos Mesters, em seu extraordinário livro “Paraíso terrestre: saudade ou esperança?”2

nossa proposta. Diante de tudo o que foi dito acima, é uma proposta desafiante e desafiadora, porque não se resume a, apenas, cuidar do jardim comum, da Casa Comum, do ambiente, mas, também, do outro e de todos os outros, que habitam nesta gigantesca morada.

É, pois, esperança de todos nós, que a vida querida por Deus para todas as criaturas, conforme estabelecido no paraíso descrito nas primeiras páginas do Livro do Gênesis, seja, de fato, o futuro para o qual estamos destinados e a rota para onde estamos seguindo, o que só ocorrerá, de modo concreto, se, entendendo a vontade do Criador, cuidarmos da nossa Casa Comum, assim como uns dos outros, de modo que, juntos e felizes, possamos programar o retorno às origens.

A sabedoria dos Santos: O cuidado, de um modo geral, não passou despercebido de santos como Francisco de Assis, João de Deus e, ultimamente, Teresa de Calcutá. Olhando os exemplos deixados por estes santos, imitados por, e imitadores de, muitos outros, vamos ter uma compreensão mais exata sobre a extensão do apelo do Papa Francisco para que a Igreja seja de saída (EG 20), e para não fique, ou permaneça, enclausurada nas sacristias e nos altares, mas, que vá mais adiante, na busca do, e pelo, outro, seja para alimentá-lo com o alimento perecível, que mantém as forças vitais do corpo físico, seja para alimentá-lo com o vigor do Evangelho, que reestrutura toda a vida do espírito. Ir mais adiante, esse foi o conselho dado por Jesus a Pedro que, depois de uma noite inteira de tentativas em alto mar, nada conseguira pescar: “Faze-te ao largo e lançai as vossas redes para pescar” (Lc 5,4). Vai mais adiante, avança mais para dentro do mar, vai em busca da grande pescaria, é o incentivo dado pelo Mestre! Francisco de Assis teve coragem e foi mais adiante, lançou-se à pesca e viu suas redes cheias de tantos e de tão graúdos peixes, que até os dias hoje são contados entre os homens! O mesmo pode ser dito sobre João de Deus que, embora não possuindo bem algum, vivendo como mendicante e tido por louco, foi mais adiante e cuidou de quem, sem nada como ele, era cobiçado pela doença física e espiritual. Cuidou com tal zelo, carinho e dedicação dos pobres, abandonados e doentes, que seu carisma ainda é presente e muito forte no meio de todos nós – que o 20 | OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE

Cuidar de tudo e de todos: Cuidar, cuidar bem! É a

Muitas pessoas imaginam que, cuidar significa levar comida, remédio, dinheiro ou qualquer outro bem perecível, esquecendo-se de que o outro, assim como nós, é um ser integral, detentor de carências visíveis invisíveis. Outras, ainda, acreditam que cuidar do ambiente resume-se a plantar mudinhas de árvores nas margens dos rios ou nas praças e rodovias, ou, ainda, separar o lixo de forma orgânica e consciente, esquecendo-se de que o ambiente é tudo o que está no nosso entorno e que, portanto, afeta ou é afetado por cada movimento, cada ação ou mesmo omissão que praticamos. Cuidar do outro é, mais do que tudo, enxergá-lo, não apenas como sujeito de deveres e de obrigações, mas, também, como receptáculo de direitos: direito à vida, sem qualquer forma de exclusão. E vida em abundância, que significa plena, com paz, com saúde, com emprego e salário dignos, com moradia segura e adequada, com o reconhecimento da capacidade para educar e receber educação, com potencial para ser evangelizado mas, também, com bagagem e com experiência para evangelizar, com competência para encaminhar seus projetos e seus sonhos, mas, também, para auxiliar o outro, nas mesmas tarefas. Vida vivida na simplicidade dos gestos e dos gostos, no convívio com a família, com os amigos, com os vizinhos, com a comunidade e com a sociedade de um modo geral, sem explorar e sem ser explorado, sem excluir e sem ser excluído, sem se impor e sem receber imposições. Vida com direito de falar e de ser ouvido, mas, também, com direito ao silêncio, ao repouso e à reclusão meditativa. Vida com direito de desabafar suas dores, angústias, decepções e desilusões, pelo tempo que for necessário e por quem possa, realmente, ajudar e encaminhar suas petições. O respeito a todo esse manancial de direitos supera a roupa, o remédio, o alimento ou o dinheirinho doados, muitas vezes, como forma de desencargo de consciências. Cuidar do outro significa estar atento para todo este conjunto de necessidades que o ser humano tem, para que a vida, de fato, seja vivida em abundância. Cuidar bem, importa buscar assegurar ao outro aquilo que ele, de viva voz, afirma estar necessitando que, muitas vezes, é, apenas, ser ouvido! Cuidar, e cuidar bem, à moda do bom samaritano, é o nosso objetivo! É proporcionar ao outro o sentimento dos primeiros seres humanos, naquele oásis inicial, com plena liberdade para tudo, mas, também, com o dever de obediência e com a missão de “cultivar e de guardar”, de respeitar e de reverenciar. 2REB (Revista Eclesiástica Brasileira) – Vol. 76, n. 301, jan/mar.2016 – p. 31.


O necessário olhar para o futuro:

Daí, desse cuidado total com o outro, parte-se para o cuidado com a MãeTerra que, como afirmamos, não é, apenas, plantar novas mudinhas e separar o lixo. São questões importantes, sim, mas, cuidar e cuidar bem, de forma integral, é o nosso propósito e, para que seja atingido, é necessário irmos mais adiante, lançando, não as nossas redes, mas, o nosso olhar para o futuro, para nele podermos antever o quão difícil será a existência dos que até lá conseguirem chegar, caso deixemos de lado atitudes importantes e necessárias, a serem tomadas agora, já! A ausência de compromisso pessoal, social e comunitário com o consumo desmedido e com o excesso de sobras, onde a demanda por tudo é cada vez maior e, ao mesmo tempo, o desperdício alcança índices alarmantes em todo o planeta, é uma das maiores causas da fome e de suas consequências mais diretas. O ser humano destes nossos tempos desconhece, ou deixou de lado, a prescrição do Senhor quando, no deserto, cobriu a superfície da terra com o Maná, para alimento do povo hebreu recém-liberto da escravidão no Egito, e já carente do alimento físico. A ordem dada por Deus a Moisés, era para que ninguém recolhesse mais do que o necessário para um dia, para si e para a sua família (Ex 16,16). Os que ousaram desrespeitar, e recolheram além do que realmente necessitavam, viram o excesso decompor-se em vermes (Ex 16,20). Desde o princípio, portanto, o acúmulo de bens é condenado, porque é fonte do desperdício. Retira-se apenas o necessário, para que todos tenham o essencial.

1.300.000.000 (1,3 BILHÃO) DE TONELADAS DE ALIMENTOS PERDIDOS OU DESPERDIÇADOS POR ANO EM TODO O MUNDO (FONTE: https://www.huffpostbrasil.com/2018/04/08/como-odesperdicio-de-alimentos-afeta-o-brasil-e-o-seu-bolso_a_23375621/)

Se levarmos em consideração que o mundo tem, atualmente, uma população em torno de 7.600.000.000 – sete bilhões e seiscentos milhões – de habitantes (dados de outubro de 2017) e que a previsão é de que em 2100 tenha algo em torno de 11.200.000.000 – onze bilhões e duzentos milhões – de habitantes, é de se temer seriamente pelo futuro, pois, se hoje a fome e suas consequências alastram-se de forma tão desastrosa mundo afora, como será no século vindouro, caso permaneçam as condições atuais?

de plásticos e toda uma classe de descartáveis e de poluentes, estão congestionando e contaminando as vias respiratórias do Planeta, obstruindo o caminho do oxigênio garantidor da vida.

A dura realidade: Como já

tivemos oportunidade de observar, existe uma dura realidade imposta a todos nós, seres humanos, já a partir da matriz econômica que o mundo capitalista adota, defende e expande para fronteiras cada vez mais distantes, com olhos e mentes voltados para o Oriente. Entretanto, é nosso dever, até por uma questão de sobrevivência da espécie humana, fazer uma pausa para refletir sobre os acessórios que transportamos todos os dias, em decorrência do consumo que não conseguimos equilibrar. Parece uma questão tola e desprovida de sentido, mas, observe-se uma simples compra no supermercado: dentre todos os produtos que compramos, grande parte está acondicionada em embalagens plásticas que, ao final, serão lançadas fora, sem qualquer proveito e, quando não observada a seletividade sugerida para o trato com os resíduos sólidos, reforçam os enormes lixões do mundo. Mas, não para por aí: temos, ainda, as famigeradas garrafas Pet que todos conhecemos os males que causam. E, por fim, mas não por último, as sacolas plásticas, que o mundo civilizado tenta abolir, mas, encontra sérias barreiras no mundo dos cifrões ($). Tudo isto entope, por assim dizer, a boca do ralo, tapa as narinas do Planeta e enrijece seus pulmões e, quando o Planeta é abalado, todos nós, seres vivos, sofremos as consequências. É bom ressaltar que estamos falando, apenas, de uma parte muito pequena do problema. Estamos exemplificando, simplesmente, com as compras de supermercado. Porém, temos, ainda, os resíduos de obras, resíduos industriais, resíduos de alimentos, resíduos hospitalares, resíduos de transportes (rodoviário, ferroviário, aéreo e marítimo), resíduos da mineração, resíduos tecnológicos e de informática e muitas outras espécies de resíduos, todos com potencial extremamente danoso, venenoso e desastroso para o ambiente, como um todo. Observem-se os dados abaixo:

E, se tomarmos consciência do acúmulo (de lixo, de restos e de entulhos) que estamos impondo à Mãe-Terra, então, o assombro é total: sacolas plásticas, garrafas pet, canudinhos

(FONTE: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/04/19/ sacola-plastica-e-uma-das-maiores-vilas-do-meio-ambiente) OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE | 21


Quem nunca viu cenas como estas?

O dados que seguem ajudam a pensar, quando falamos em bilhões de unidades. Observem-nos:

(FONTE: https://www.bbc.com/portuguese/geral-42308171)

É preciso cuidar do ambiente – aqui, mais uma vez, fazemos coro com Leonardo Boff: não existe meio-ambiente, o ambiente é inteiro, é um todo. Precisamos cuidar do nosso entorno, se quisermos manter viva, para lá adiante, a esperança da vida, tal qual a conhecemos. Cuidar, cuidar bem! Cuidar sempre! Cuidar, com resultados. Cuidar com dedicação e com afinco. Cuidar para transformar realmente, com poucos discursos e muitas iniciativas. A leitura da Laudato Si’, do Papa Francisco, traça o caminho, é preciso querer segui-lo.

O que está faltando: O que está faltando à civilização contemporânea é uma vida pautada pela ética. Uma ética de compromisso com tudo e com todos. Nós, seres humanos, precisamos deixar de lado o péssimo costume de apontar as falhas dos outros, dos governos, das instituições, dos políticos e do povo, de forma generalizada. Precisamos compreender, de uma vez por todas, que tudo depende de todos e que nós formamos o todo, e somos parte na reunião de todos. E aqui, mais uma vez, reportamo-nos à mensagem de Francisco, o Papa: “As reflexões teológicas ou filosóficas sobre a situação da humanidade e do mundo podem soar como uma mensagem repetida e vazia, se não forem apresentadas novamente a partir de um confronto com o contexto atual no que este tem de inédito para a história da humanidade” (LS 17). “Nenhuma sociedade do passado ou 22 | OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE

do presente vive sem um código de conduta”, afirma Leonardo Boff. “Os códigos não são apenas prescrições legais para uma convivência justa, paritária e cooperativa. Eles vêm acompanhados de valores que estimulam o bem-viver e conviver e que tornam a vida social menos conflitiva, com segurança e equidade. Como seres sociais precisamos elaborar tais códigos e chegar a certos consensos; cabe coibir certas ações e criar projetos coletivos que dão sentido e rumo à história social de um povo”.3 Esse código de ética não se trata de simples compilação normativa acerca do que “pode” e do que “não pode” ser feito. Mas, precisa ser um manual inscrito no coração de todos os homens e mulheres, vale dizer, de todos os seres humanos, composto por princípios e por compromissos universais relacionados intrinsecamente com a existência de todas as criaturas. Trata-se, na verdade, de uma consciência tão inerente aos seres humanos, quanto o é, por exemplo, a consciência do ser (Cogito ergo sum). Assim, é necessária a consciência do “existo, logo devo cuidar!”. Somente com esta nova formulação enraizada na alma de todos os viventes, e que nada tem de filosofia, mas, de metodologia, é que todos passaremos a compreender a necessidade da postura ética que devemos, todos, adotar na relação entre uns e outros, e de todos em relação à Casa Comum, a Mãe Terra. Com toda a sua larga vivência, experiência e sabedoria profética, Leonardo Boff recorda-nos que “O poeta e cantor negro brasileiro Milton Nascimento canta em uma de suas canções: “há que se cuidar do broto para que a vida nos dê flor e fruto”. Isso se aplica à Terra e a todos os ecossistemas: há que se “cuidar com compreensão, compaixão e amor” da Terra, entendida como Gaia, Magna Mater, Casa Comum, a Pacha Mama de nossos indígenas, para que ela possa assegurar a sua vitalidade, integridade e beleza. Terra e humanidade, formamos uma única entidade, como o viram e estremeceram os astronautas, a partir de suas naves espaciais, lá fora no espaço exterior. De lá não há diferença entre Terra e humanidade. Ambos formam uma única entidade, com uma mesma origem e um mesmo destino”.4 A partir de um novo ethos pessoal e social, somos todos convidados a olhar para o Jardim do Éden e, nele e por meio dele, compreendermos que ainda estamos no Paraíso, e que a nossa expulsão, por nós mesmos, não faz parte do projeto do Criador, que continua perguntando a cada um de nós: “onde estás?” (Gn 3,9).

3BOFF, Leonardo. Ética e Espiritualidade – Como cuidar da Casa Comum. Petrópolis. VOZES: 2017. Pág. 51. 4 Idem, pág. 177.


MAGISTÉRIO Luiz Antonio de Moura

Pensador espiritualista, um caminhante e um cultor do silêncio.

ESCUTAR A IGREJA FAZ BEM!

Carta Encíclica Laudato Si’ De acordo com o cânon 96, do Código de Direito Canônico, é por meio do batismo que o homem e a mulher são incorporados à Igreja de Cristo e nela constituídos pessoas, com os deveres e os direitos próprios dos cristãos. Ou seja, por meio do sacramento do batismo a pessoa é introduzida no seio da Igreja para, em comunhão e de forma comunitária, libertar-se dos pecados e ser, de novo, gerada como filho e filha de Deus (cânon 849), a partir de quando, encontra na Igreja todo o manancial por meio do qual ela exercer o múnus de ensinar e de santificar. Para nós, aqui, interessa tratar apenas do múnus de ensinar e, mais especificamente, dele exercido por meio do Magistério, que é riquíssimo, já que é composto, também, pelas inúmeras Cartas Encíclicas promulgadas pelos Papas ao longo dos séculos, cujos conteúdos nem sempre são do conhecimento da grande maioria, ou pelo menos de parte considerável, dos fiéis cristãos, leigos e leigas. A Igreja, de forma bastante intensa, pronuncia-se no tocante aos direitos fundamentais da pessoa humana, assim como também sobre as questões de natureza social e, mais recentemente, sobre as questões ambientais. Portanto, desta feita, vamos falar um pouco (bem pouco, por sinal), acerca da Carta Encíclica Laudato Si’, promulgada pelo Papa Francisco, em junho de 2015. Trata-se de documento por meio do qual o Papa não fica restrito apenas ao meio ambiente, ele vai mais fundo, adentrando mesmo na questão da existência e da sobrevivência das espécies, principalmente, a humana. Dizse assim, porque o documento é dividido em seis capítulos muito bem definidos, a saber: Capítulo I – O que está acontecendo com a nossa casa; Capítulo II – O evangelho da criação; Capítulo III – A raiz humana da crise ecológica; Capítulo IV – Uma ecologia integral; Capítulo V – Algumas linhas de orientação e ação e; Capítulo VI – Educação e espiritualidade ecológicas. O Papa principia a Encíclica com a frase Laudato si’, mi’ Signore – “Louvado sejas, meu Senhor”, recordando Francisco de Assis que assim cantava em profundo louvor ao Criador de todas as coisas. Já na introdução ao documento Francisco chama a nossa atenção para o fato de que “O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permitenos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos” (LS 2),

a partir de quando dirige-se “a cada pessoa que habita neste planeta” (LS 3). Ele trata a questão do clima como “bem comum”, sem esquecer-se da questão da água, da perda da biodiversidade, da deterioração da qualidade da vida humana assim como da degradação social. Mas ele, também, e sabiamente, adentra no Evangelho da Criação, ainda que admitindo que a ideia de um Criador possa, ainda, ser motivo de tantas discordâncias, tanto no campo da política quanto no do pensamento. Ainda assim, o Papa é corajoso e evoca as narrativas bíblicas do Livro do Gênesis, recordando que o próprio Deus, ao criar todas as coisas, viu que tudo era bom (Gn 1,31). Vale dizer: se Deus, que é perfeito, viu que tudo era bom, é porque a tudo criou com perfeição absoluta e se hoje esta perfeição já não se faz presente, deve-se ao mau trato a tudo dispensado por nós, seres humanos, que não soubemos cultivar e guardar, de forma simultânea. Não é por outra razão que, no Capítulo III Francisco chama a nossa atenção para a raiz humana da crise ecológica, afirmando “A humanidade entrou em uma nova era em que o poder da tecnologia nos põe diante de uma encruzilhada. Somos herdeiros de dois séculos de ondas enormes de mudanças: a máquina a vapor, a ferrovia, o telégrafo, a eletricidade, o automóvel, o avião, as indústrias químicas, a medicina moderna, a informática e, mais recentemente, a revolução digital, a robótica, as biotecnologias e as nanotecnologias” (LS 102). Como se vê, Francisco é um homem do século XXI, plenamente antenado com todas as transformações vividas e em curso e, profeticamente, conectado com as consequências daí decorrentes. Mas ele é, também, técnico no sentido mais genuíno do termo, porque olha para tudo o que se passa e lança a marca da Encíclica: estamos diante de diferentes elementos de uma “ecologia integral”, chamando nossa atenção para a dinâmica da vida moderna, que envolve, ao mesmo tempo, diversos componentes do planeta – componentes físicos, químicos e biológicos – que, relacionados entre si, “formam uma trama que nunca acabaremos de individuar e compreender” (LC 138). A Carta Encíclica Laudato si’ merece ser lida e saboreada com a mesma serenidade com que foi redigida, porque em cada capítulo, em cada linha, percebe-se de forma nítida a engenhosidade do Papa para ligar todos os fios da trama existencial, envolvendo a Casa Comum e todas as espécies, sem deixar de lado o drama vivido por toda a civilização. Vale a pena ler com atenção e carinho. Ela revela que alguém, aqui e agora, está pensando em tudo e em todos como um todo. OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE | 23


ENTREVISTA

Conduzida por Ir. Augusto Gonçalves e Luiz Antonio de Moura

Frei Ludovico Garmus, ofm:

“Os pais deveriam levar os filhos a passeios “ecológicos”, mostrar a beleza das plantas, dos pássaros... mas também o lixo nas ruas, a poluição dos rios e a perversidade do desperdício... levá-los a visitar crianças pobres, os asilos” DOUTOR EM EXEGESE BÍBLICA PELA PUA – PONTIFICIA UNIVERSITÀ ANTONIANUM – ITÁLIA, FREI LUDOVICO GARMUS CONCEDE A ENTREVISTA A SEGUIR, SOBRE QUESTÕES RELACIONADAS COM O MEIO AMBIENTE, O CUIDADO COM A CASA COMUM, O PROJETO DIVINO DA CRIAÇÃO E O QUE AINFoto: Igor Júlio Fernandes de Souza DA FALTA PARA ESTARMOS EM PÉ DE IGUALDADE COM AS NAÇÕES MAIS CONSCIENTIZADAS DO PLANETA, ACERCA DA QUESTÃO AMBIENTAL. AUTOR DE LIVROS E DE ARTIGOS DIVERSOS É PROFESSOR NO INSTITUTO TEOLÓGICO FRANCISCANO, EM PETRÓPOLIS, ONDE MINISTRA AULAS DE EXEGESE BÍBLICA DESDE 1973. O INTERESSE PELA QUESTÃO AMBIENTAL, ELE AFIRMA, VEIO COM A ECO-92 (NO RIO DE JANEIRO), A PARTIR DE QUANDO, EM DECORRÊNCIA DOS CURSOS QUE TINHA QUE PREPARAR E DOS ESTUDOS REALIZADOS, VIU-SE NA OBRIGAÇÃO DE LER A BÍBLIA COM OUTROS OLHOS. “Não podemos imaginar o paraíso como um mundo perfeito criado por Deus, mas, como sendo o desejo de Deus para o ser humano: desejo de que ele viva em harmonia com toda a criação, numa missão que o projeta para o futuro... Permitir que o capital estrangeiro explore as nossas riquezas, sem deixar valores e riquezas para o nosso povo e sem melhorar a qualidade de vida, é a grande ameaça à soberania!” Revista OH! – Tem um cientista holandês ou escandinavo que “prova” serem exagerados os alarmismos sobre a ecologia, propagados nas últimas décadas. É de se dar crédito a este tipo de informação? A questão ecológica é um viés de renovação do capitalismo ou é um fato real e dramático da civilização moderna? Frei Ludovico - Há um pequeno grupo de cientistas que ainda persiste em negar as evidências, já em andamento, do aquecimento global, causado e acelerado pela interferência humana, pela industrialização, pelas revoluções tecnológicas, movidas pelo capitalismo predador. Tais cientistas servem de apoio para alguns países negarem o perigo que ameaça tanto a civilização humana como a toda a vida do Planeta. – A questão ecológica não é um convite para renovar o sistema capitalista no qual a vida dos seres vivos não é levada em conta. Antes é uma condenação das práticas de nossa civilização baseada no consumismo irresponsável, uma condenação. Ela convida a um novo tipo de relação com a natureza, que fundamenta o capitalismo. Convoca o ser humano a relacionarse com a natureza como criação de Deus e não como simples objeto de manipulação. Nós humanos somos parte da criação de Deus e devemos respeitá-la como um dom de Deus. OH! - Por sua experiência e conhecimento, acredita que a ecologia se tornou assunto de viés ideológico, quase uma religião? Frei L - A ecologia nada tem de ideológico. A própria ciência, como a biologia, nos leva a perceber que o ser humano 24 | OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE

está profundamente relacionado com a vida dos outros seres vivos que fazem parte do seu ambiente. Não é religião, mas as religiões levam a considerar a natureza como criação de Deus. Portanto, promovem nas pessoas um respeito diante da vida criada por Deus. OH! - Sobre a ecologia, o que pais e professores podem ensinar nas escolas que possa, de fato, surtir efeitos no futuro? Frei L - Os professores e os pais podem e devem despertar nas crianças, adolescentes e jovens uma nova consciência de que todos pertencemos ao mesmo ambiente de vida das outras criaturas. A consciência de que somos parte, com outros seres vivos, do mesmo ambiente. Respiramos o mesmo ar, bebemos da mesma água, nos alimentamos dos frutos da Mãe e Irmã Terra. Instrumentos tecnológicos, vídeos, informações não nos faltam para as salas de aula. Os pais deveriam levar seus filhos a passeios “ecológicos”, mostrar a beleza das criaturas, das plantas, dos pássaros; ouvir o canto dos passarinhos, respirar o ar puro das montanhas. Mas, também, ver o lixo nas ruas, a poluição dos rios, o exagero do consumismo e a perversidade do desperdício. Sobretudo, levá-los a visitar as crianças pobres, os asilos, as casas de acolhimento das crianças cujos pais não têm condição de criá-las. Mostrarlhes as mazelas da falta de infraestrutura, como da água encanada, do esgoto devidamente direcionado, da imundície e dos males causados pelos lixões. A ecologia deve ser integral, incluindo todos os pobres.


OH! - Por sua experiência de longos anos no magistério, consegue perceber a evolução da consciência ecológica nos seus alunos de hoje? Frei L - Quando comecei a lecionar no ITF, em 1973, as discussões sobre a ecologia estavam apenas começando, na Europa e nos EEUU. Lynn White, teólogo e ambientalista protestante, foi um dos que trouxe a discussão para o campo da Teologia. Como foi na civilização ocidental cristã que nasceu a indústria e a tecnologia, acusou o cristianismo de justificar a agressão ao ambiente com a “permissão” que o Criador deu de “dominar” todas as outras criaturas. Portanto, segundo ele, o Cristianismo, baseado na Bíblia, era o principal destruidor da vida no planeta Terra. Propunha, também, um remédio a partir do próprio Cristianismo: um novo relacionamento do ser humano com seu ambiente, baseado no modelo da espiritualidade de São Francisco de Assis. Houve, sem dúvida, uma conscientização entre os meus alunos. Confesso, porém, que gostaria de despertar mais os estudantes de Teologia nas causas da Ecologia Integral, que envolve nossa relação com Deus, com todas as criaturas e com os mais pobres. Precisamos, hoje, de uma espiritualidade mística, que envolve a ecologia e o estudo da Teologia, a exemplo de São Francisco de Assis e do Papa Francisco. OH! - São Francisco, na sua opinião, se sentiria feliz por ser chamado de “Patrono da Ecologia”? Frei L - Como já disse acima, foi um cientista protestante quem propôs São Francisco como “Patrono da Ecologia”. E o Papa São João Paulo II o proclamou como tal, em 1979. São Francisco, de modo reverencial, certamente aceitaria de bom grado o título concedido pelo Romano Pontífice. OH! - A Ordem Franciscana, de dimensão planetária, patrocina algum projeto ecológico, também, a nível mundial, ou apenas difunde o carisma de São Francisco em relação ao cuidado com o ambiente? Frei L - Sem dúvida, as três Ordens Franciscanas (Frades Menores, Frades Conventuais e Frades Capuchinhos), incluindo inúmeras Congregações religiosas femininas e masculinas, que bebem da mesma espiritualidade franciscana, contribuíram muito para criar uma relação de fraternidade com todas as criaturas e, de modo particular, com os pobres. Mas foi o atual Papa jesuíta, escolhendo o nome “Francisco”, que assumiu a espiritualidade franciscana como uma bandeira de seu pontificado. Neste sentido, a inspirada Encíclica “Laudato Sì”, como projeto universal da Igreja, convoca todos os povos e religiões a criar uma nova consciência planetária de amor e cuidado para com a nossa “Casa Comum”. OH! - Na condição de Mestre da Exegese indique três textos bíblicos que podem ser usados na defesa do cuidado integral com a Criação: Frei L - No Livro do Gênesis (Cap. 1-3) vamos encontrar todo o fundamento para o cuidado integral com a Criação, pois, é lá que vamos encontrar as narrativas sobre as origens de todas as coisas. Depois, na Carta aos Romanos (Rm 8,19-25), são abordadas as principais questões acerca do mundo criado, seus conflitos e sua redenção. O Profeta Isaías (Is 65,17-18)

fala da nova criação, afirmando que novos céus e uma nova Terra afastarão a memória das calamidades antigas, trazendo a harmonia tão desejada por Deus. Na Primeira Carta aos Coríntios (1Cor 15,45-48), São Paulo vai falar da renovação do ser humano, tanto sob o aspecto terreno, quanto sob o espiritual, afirmando que “Qual o terreno, tais também os terrenos; qual o celeste, tais também os celestes”. Por último, no Livro do Apocalipse (Ap 21,1-5), São João vai falar acerca de um novo Céu e de uma nova Terra, quando todas as coisas serão renovadas. OH! - Em caso de prioridade, onde investir melhor: no cuidado com os humanos ou com a Casa Comum? Frei L - Na situação dramática em que vivemos, não se pode escolher uma prioridade. Temos que fazer as duas coisas ao mesmo tempo. É preciso cuidar do ser humano que deve cuidar da vida na Terra. No entanto, a vida na Terra deve ser cuidada, para que o ser humano possa ser melhor cuidado. Todos os seres vivos estão interligados. O cuidado, portanto, deve ser total e integral. OH! – Para terminar, Frei Ludovico, uma frase sobre cada item, por favor: Brasil a partir de agora: O Brasil deverá privilegiar mais o trabalho e o bem-estar do trabalhador e controlar o capitalismo canibal. Papa Francisco: Devemos apoiá-lo e levar a sério as propostas urgentes para preservar a vida do planeta terra, para as futuras gerações. Casa Comum: É preciso que desde a escola primária e em todos os níveis da formação das novas gerações os estudantes se conscientizem no cuidado da única Casa Comum, o planeta Terra. Leonardo Boff: Em seus livros e palestras ele continua a alertar para o cuidado amoroso de toda a vida da natureza, ou melhor, da criação de Deus. Teologia para os leigos: A igreja convoca os leigos a serem missionários, uma igreja em saída. Para ser missionário na sociedade, o estudo da teologia é indispensável. Acordo de Paris: é fundamental, para o controle dos níveis de aquecimento global da atmosfera, que o Brasil reconheça e cumpra os compromissos assumidos em Paris. Francisco de Assis: Francisco de Assis não quis ser dominador das criaturas, mas, irmão. É um exemplo do uso moderado e pobre dos bens que Deus criou para sustentar a vida de todas as criaturas.

Foto: Igor Júlio Fernandes de Souza


RELATOS

o r e z fa ra a p u o h in m a c en “O Projeto Redenção me o na Casa que me acolheu. . h l a b a tr je o H . . .” to a n n e e l m p ta a a id tr v a m u o d n e iv v as e g ro d m e s , a id u rg e a ç e b de ca cionário. de, que virou fun m interno Depoimento de u

da Casa de Saú

vocês... nha história com pois veio a quero dividir a mi e os an 38 o i com cigarros, de nh ce te , me on co , ils as W og é dr se passaram e o ntato com as Bem, Meu nome amigos, os anos meu primeiro co os o m e co tiv la, e, co ad id es de ava na Aos trezes anos cil às drogas, us . Tinha acesso fá as tr ou e a . ando, buscando nh ior co ma ocupados trabalh do cada vez ma m an va rn ta to es dade me se i es fo el o s assim, essa liber envolviment muitas veze têm vez. Sendo o liberdade, porque nã l ta es to br m . po va es e da çõ negros interna Os meus pais me is neste país os e aí começou as i para lá para a família, po a um dependente er já eu , m sei por que fu am uma vida melhor er smos perceb tos e também ne ei me ef os m do ira an rt qu su e, o que nã consumiu de reabilitações nações em casas ). ha cepção dos meus on Foram duas inter branças e de de uém ou por verg co alg r de da es ra seria a última ar ag olh ra (se foi pa ntava mais os casa e decidi que ue de ag ir o sa nã de! lvi já so eu re imaginar para on agravando e uso. Um dia rti, todos podem va da rua após o A situação foi se pa lta e vo a av eu st e re qu e s ea eiro qu s as veze dinheiro acabou ei o pouco de dinh familiares, toda da madrugada o nha esposa, pegu cio mi ini ito m no mu co i e do se as tu er og nv va dr vez. Co que esta indo todo tipo de centro, percebi parei com ite inteira consum ia. Chegando ao nd olâ Rio Branco, me de a ac id Cr en a Av Passei o dia e a no ra pa na í ir sa lvi e a so us estava ru Re a De o! e umir nã sso dizer qu uando virei um vontade de cons ste momento po tumado a ver. Q os Ne . ac CAPS4 do no va no er a ta inf ud es o aj a eu lvi procurar realmente er so , re te o diferente do que an tã ad en gr , de ém , para ningu ria humana para mim e nem uma visão de misé le lugar não era ue aq e qu i Cheguei, como eb rc comigo, pe o João de Deus. Sã e úd Sa de sa . to na Ca dos. Porém a Projeto Redenção fazer o tratamen confusão com to ra va pa ma ou ru ento nh ar mi si, ca de ão me en ndo-me o tratam ia e dono O Projeto Redenç no que eu sou e da jo, com abstinênc su ma , hu i do r fu na se do re o an mp do ab s, , mas se valorizan todos dependente s que iria passar nto humanizado, iam vários desafio eceu um atendime ist de outra forma. er a ex of e vid qu a me e D ar nt rg SJ CS aram a enxe . Estava conscie sin va en isa me ec de pr on eu , e fermagem ntamente com o adequado qu cnica, Médicos, En uipe da CSSJD ju Té eq e a , uip as eq di s (reconquistar la 15 pe s o acolhid o os primeiro m meus familiare sã co e o qu çã ra s, ma ei xi fíc ro di ap iva de re ntos mais ateado e pedia pa meçaram a tratat s vezes ficava ch Passados os mome co ita e mu ad e dr Eu ita An ia. vis io er a qu não cebi su l Mauric te a minha esposa Assistente Socia até que um dia re o ram insistentes, difícil). Inicialmen fo i a levar a sério ito ce es el mu me s é co ma o ça a, nt ian id me olh mo a conf Ac e st de de ro ir nt rt E a pa a vaga no Ce s, ah que alegria! me arrumares um xe os meus filho ou tr sa po era es a nh izando o quanto depois a mi acertando. , fui me conscient coisas foram se ar as lh e fa to m en se , am as at id meu tr rapêuticas oferec a em mim. s as atividades te cnicos começam Participei de toda SJD acreditaram CS urança, pois os té as pessoas da eg i todas as to ins an ite a , qu ve e ro iga rr ap te ba an e, import as, como diss vem o frio na M ai . . te o, çã an di na r er po int com ajuda técnica tempo de nça e assim currículo, também Passou-se algum erando uma Lice u lib me te o i en ne lm cio cia ec ini t, conf a alta, de ser. preparar a minh os para a interne e tinha deixado momentos que íam o pai de família qu s r no se : a es r ad lta mbra daquele nid vo tu a, opor tempo certo. Le r a minha vid ça no me do co tu a re a ar va ep isa pente recebo um as, Deus pr Claro, eu prec a diretoria. De re io a minha alta. M ve m ça co 17 be a 20 ca um de e de a ro sa mb pias na Ca volta, agor No inicio de deze deixei algumas có alta, eu estava de a, a nh alt mi de a ir ós de ap s s currículo? Ante trabalho. Um mê a oportunidade de i convidado ligação: surgiu um alho registrada. ação e depois fu ab niz tr gie de hi ra na ei ar rt ca alh com ra trab erguida, limpo e estou até hoje. almente entrei pa luntariado, onde me acolheu. Inici Vo e e qu ão e sa aç Ca niz na ma o storal, Hu guida, sem drogas Hoje trabalh ção e ajudar à Pa lia, de cabeça er ea mí u cr fa so re a e na nh qu e mi ar nt alh da cie e para trab de mim 15 dias, e estou cuidando terapia de 15 em qu ço , us Fa . De to a ! en as ias am aç nc at as conseqüê Posso dizer, Gr fazendo o meu tr mbém por todas plena, saudável e ofissionalismo u responsável ta so e as vivendo uma vida lh co seu carinho e pr es o as m nh ra mi ta as es s nif da to o, que ma responsável por eram ao meu lad a todos que estiv e us r. De ta a er ão lib id Minha grat Wilson O. S. me ajudar a me m esforços para a! vid e que não medira a nh mi na á-los Jesus, por coloc Obrigado, Senhor


ACOLHER

ACOLHENDO O USIBEL Chamemos-lhe Usibel, para assegurar o anonimato. Tem 50 anos e nasceu em Minas Gerais, no chamado Triângulo Mineiro. Até março morava lá, com a mãe e uma sobrinha, mas hoje é de todo o lado, ou de nenhum! Chegou na Casa da Hospitalidade às vésperas do Natal, depois de uma noite ao relento, na praça da Rodoviária, pois “não havia mais vaga, nas hospedarias”, esgotados os três pernoites permitidos no albergue e mais um de tolerância. Recebemo-lo na porta. Seu rosto desalinhadamente barbudo e doloroso transparecia muitas necessidades, mas não soube formular nenhuma. Convidamo-lo a entrar e sentamo-lo à mesa, que o leite e o café ainda estavam quentes e também havia pão, margarina e bananas extra-maduras. Sua dor maior saiu logo, entre lágrimas: sua mãe tinha-se enforcado em março passado, três dias antes de completar 75 anos, e foi ele quem a encontrou dependurada na corda. Uma vez ela insinuara isso, mas ele logo lhe recomendara que “a Palavra de Deus não permite fazer isso e que quem o faz não tem perdão”. Conta que ainda tentou salvá-la, mas já não foi possível. E o pior é que seus dois irmãos o culpam por essa tragédia... “uma tragédia que acabou com a minha vida”! Tanto que, depois, eles demoliram a casa da mãe comum, para o obrigarem a desaparecer da cidade. Partiu para Franca, onde já tinha morado anos antes e estudado num colégio marista, e se hospedou numa pensão. Fazia a manutenção, ganhando desconto na hospedagem, até ao dia em que desapareceu uma TV e suspeitaram dele. Seguiu para Ribeirão Preto e depois para Rio Preto, onde rejeitou convite de um pastor para ser voluntário na igreja. Foi roubado na rua e teve de refazer os documentos. Chegou em nossa cidade, mas seu rumo é Cuiabá, “onde tem agência do Banco Mercantil, para sacar a aposentadoria e ali procurar

Por Ir. Augusto Gonçalves

serviço nas fazendas, ganhando ao menos cama e mesa”. A conversa intensa não deixava o café da sua xícara baixar, mas os sofrimentos associados à sua história baixavam visivelmente com nossa escuta. Seu rosto ficava mais leve e sua narração mais fluída. Foi contando que seu pai é incógnito, que trabalhou desde a infância, mas trabalho escravo, que entrou na escola aos 9 anos, mas saiu aos 10, para ser servente de pedreiro, furando fossas, e recebia elogios por isso! O que não recebia era dinheiro, “mas ganhava peixes do patrão, quando ia pescar com ele nos finais de semana”. Aos 18 teve a carteira assinada, por 27 anos. Tem um filho e uma filha, mas não ligam. São de mulheres diferentes, tendo vivido cinco anos com cada uma. Quando nos pareceu oportuno, tentamos desdramatizar a “condenação” da sua mãe, informando que essa interpretação já não vale, mas tivemos pouco sucesso, pois “a assembléia tinha falado que a mãe não tinha mais jeito”. Ganhamos mais argumentos quando nos contou que lê muito a Bíblia e que sua mãe era pessoa de bem, chegando a acolher em casa uma família carente e que sempre recorriam a ela, nas provações, os 12 irmãos que tinha. Seguiram-se largos minutos de ardorosa e lacrimosa oração comum, pela eterna felicidade de sua mãe. Depois escolheu roupas do nosso brechó e, graças à net, lhe explicamos que tem seu Banco em muitas cidades matogrossenses, podendo sacar a pensão bem antes de chegar à capital. Por fim, acompanhamo-lo à Rodoviária e custeamos os próximos 140 km da sua rota. O júbilo foi grande. O dele e o nosso. Na terra como no céu! Aparecida do Taboado, 22/12/2018 ir.augusto@saojoaodedeus.org.br OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE | 27


INSTITUCIONAL Cidnéa Maria Esteves Moutinho, Assistente Social Carla Maria Soares de Avellar, Enfermeira Técnicas no Lar São João de Deus

PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E FUNCIONAL DO LAR SÃO JOÃO DE DEUS Nas últimas décadas, o cenário demográfico mundial vem sendo caracterizado pelo envelhecimento populacional. Como contribuição a este fenômeno, o Brasil vem se destacando em relação ao crescimento da população idosa, que além de apresentar aumento no número de indivíduos, tem mostrado significante ascensão na expectativa de vida da população brasileira. A nova Tabela de Expectativa de Vida, publicada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), atualizada com dados levantados a partir de 05 de janeiro de 2017, revela que a expectativa de sobrevida dos homens passou de 71,6 anos para 71,9 anos e a das mulheres, de 78,8 anos para 79,1 anos. Essa realidade se mostra presente na população dos hóspedes do Lar São João de Deus. Para muitos idosos, infelizmente, esse aumento da longevidade tem sido acompanhado de um declínio do estado de saúde físico e mental, presença de múltiplas doenças crônicas, perda de independência e autonomia e limitações socioeconômicas e ambientais. Fatores esses associados às suas limitações no âmbito da capacidade funcional do indivíduo de idade avançada. Estas perdas jogam a favor da institucionalização, que vem se acentuando devido às mudanças na dinâmica familiar e na sociedade nos últimos anos. Paralelamente 28 | OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE

a isso, ocorre a dificuldade da família em encontrar alguém que se responsabilize pelo cuidado do idoso. Essas condições vêm contribuindo para a procura por instituições de longa permanência para idosos (ILPI), que ofereçam cuidados necessários, suprindo a falta de suporte familiar e social. A Ordem Hospitaleira Lar São João de Deus busca minorar essa necessidade dos idosos e das suas famílias, oferecendo hospitalidade de qualidade, com momentos de lazer, espiritualidade e convivência entre eles, tal como também atividades internas e externas, como por exemplo: passeios, bingos, hidroginástica, jogos, festas, missas semanais, entre outras. Sempre respeitando os limites e individualidade de cada um. O lar comporta uma equipe multiprofissional que visa se tornar referência no atendimento ao idoso na região serrana, com a responsabilidade de garantir o bem-estar dos hóspedes e a satisfação de seus familiares. Atualmente, são abrigados 58 hóspedes, sendo 45 do sexo feminino e 13 do sexo masculino. Na faixa etária de 60 a 70 anos, há 4 hóspedes, sendo 3 homens e 1 mulher; de 71 a 80 anos, estão presentes 10 hóspedes: 3 homens e 7 mulheres; na idade de 81 a 90 anos, os hóspedes somam 25, sendo 3 homens e 22 mulheres; de 91 a 100 anos, existem 16 hóspedes, sendo, 3 homens e 13 mulheres; já a partir dos 101 anos,


há a presença de 3 centenários: 1 homem e 2 mulheres. Essas informações confirmam os dados do IBGE no tocante ao aumento da sobrevida idosa e da prevalecente longevidade feminina. No Lar São João de Deus, procuramos atender aos hóspedes com excelência e qualidade; o resultado desse esforço é a permanência deles na Instituição por um longo período; a maioria se desligam por motivo de falecimento. Quanto a autonomia, no Lar São João de Deus, 5% dos hóspedes possuem total autonomia para realizarem suas atividades diárias e 49% deles apresentam necessidade de ajuda parcial ou total para realizar pelo menos uma atividade da vida diária (AVD). Foi detectado, também, que 29% dos idosos necessitam de ajuda para executar até três dessas atividades e 17% para efetivar quatro ou mais. O Serviço Social acompanha os hóspedes, procurando restabelecer vínculos familiares sempre que possível. A maior parte dos idosos recebem visitas regulares de familiares e amigos que também participam dos eventos realizados sempre que são convidados. Com as informações mencionadas, serão apresentados gráficos para melhor compreensão da realidade dos hóspedes do Lar São João de Deus, no qual empenhamos diariamente o melhor do nosso saber profissional.

TOTAL DE IDOSOS POR SEXO

IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS SEGUNDO O TEMPO EM QUE ESTÃO NO LAR

Observa-se que no período de 4 anos, há a diminuição do número de idosos considerando a saída por falecimento. Observa-se também que no período acima de 6 meses a 2 anos, há o aumento de idosos considerando a permanência na instituição.

AVALIAÇÃO FUNCIONAL Atividades da vida diária

No total, 80% dos idosos são do sexo feminno e 20% são do sexo masculino.

47% dos idosos são cadeirantes, totalizando 27 indivíduos.

IDOSOS POR FAIXA ETÁRIA E SEXO

QUANTO ÀS VISITAS REALIZADAS

A maior parte dos idodos se concentra na faixa etária entre 81 e 90 anos. A longevidade feminina é predominante.

O gráfico considera as visitas feitas no trimestre de outubro, novembro e dezembro de 2018, pela família, responsáveis e amigos. OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE | 29


INSTITUCIONAL BOA NOTÍCIA:

SÃO JOÃO DE DEUS ESCREVEU-NOS Há uma boa notícia para os menos familiarizados com o nosso santo: São João de Deus escreveu! Ou, se preferirem, escreveu-nos! Efetivamente, chegaram até nós 6 das suas cartas. E também um recibo e um documento cartorial. São textos com quase cinco séculos, obviamente, e escritos em espanhol arcaico. Na págiina seguinte apresentamos o texto integral de uma delas, traduzido ao português. Será que ele sabia escrever? Não é seguro, porque nessa época isso era pouco comum e se encomendava a “especialistas” baratos. Mas talvez soubesse ler, até porque foi livreiro. Muito provavelmente ditava as cartas a alguém que lhas escrevia e depois as assinava “com estas minhas três letras, porque três são as virtudes: fé, esperança e caridade”.

Sigla usada nas cartas e no recibo

Assinatura em documento cartorial, em 05/08/1542

Que letras? Veja acima. Consegue decifrar? Quem quer arriscar alguma interpretação? A verdade é que, até hoje, nem biógrafos, nem filólogos, nem tradutores, nem espiritualistas conseguiram dar uma interpretação convincente. Mas muitos tentaram interpretar. Interpretações já sugeridas: a) Yo Fray 0 (zero) b) Fé, Caridade, Esperança c) Yoannes Fecit Opus (João fiz isto) d) XPO (monograma grego de Cristo) e) Yo del Foro Odioso f ) Ysabel e Fernando obedecer g) Ex Caelis Oblatus (oferecido pelo céu) Para quem escreveu ele e com que finalidades? Deve ter escrito bastantes cartas, mas conhecemos apenas seis delas, todas assinadas com a sigla de três letras, exceto uma, que não tem assinatura. Conhece-se também um documento cartorial, “assinado” por extenso. a) Uma carta foi para Luís Batista, um jovem: Ajuda-o a discernir se deve ou não vir para junto de si, no seu hospital e a preparar-se para isso. Insiste na necessidade da penitência 30 | OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE

corporal, de guardar castidade, e de preparar-se para obedecer muito, no serviço dos pobres e amar a Deus. (Original no Arquivo da Ordem em Roma): b) Duas cartas foram para o cavaleiro Guterres Lasso de Vega, Conselheiro da cidade de Málaga: Em uma ou em ambas pede ajudas para seus pobres, agradece as já recebidas, apresenta lista de suas necessidades, exprime confiança em Cristo, pede que lhe venda uma propriedade recebida, dá conta de suas dívidas, dá conselhos sobre a orientação dos filhos e pede que lhe envie enfermos necessitados, se houver (Originais no Arquivo da Ordem em Roma). c) Três cartas foram para a duquesa de Sesa, Maria de Los Cobos Mendoza. Em uma ou mais que uma agradece as esmolas e artigos recebidos, pede mais, dá conta de como os empregou; anima-a sobre o regresso do esposo ausente, desabafa sobre seus trabalhos e gastos com os pobres, recomenda a oração e meditação na paixão de Cristo; dá conselhos espirituais e partilha seus planos de esmoleiro. Na terceira se apresenta gravemente doente, despede-se, dá sua benção, recomenda-lhe o colaborador Angulo, que vai ficar em necessidade; Recorda a doutrina das virtudes e descreve e promete entrega das suas armas espirituais. (da 1ª e 3ª há apenas cópia no arquivo da Ordem em Roma; da 2ª, não conhecida no processo de beatificação(1622), há o original na Basílica do santo em Granada. A 3ª não é assinada e é a única com data – 08/01/1550). As 6 cartas têm uma estrutura semelhante: • Introdução, invocando a “Virgem Maria sempre intacta”; • Agradecimento por doações e pedido de mais; • Descrição das situações de dificuldade no Hospital; • Interesse pelas situações pessoais dos destinatários; • Reconhecimento da sua fragilidade e da força de Deus nele; • Aconselhamento espiritual; • Despedidas e envio de saudações para terceiros.


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quiser e for o e de quantos Deus hor Jesus Crist a n e Se ia h so n os pa N m co Em nome de mundo. a toda a vossa s as coisas do s Lasso, a vós, re er ut G o, st acima de toda ri de cinquenta sus C e trouxe mais eu irmão em Je qu e m s, e, lv eu D sa a s vo empenhei em graças Deus que vim já me sus. bem de saúde, Je de to es ui ssoas a ém D m i m s. A ue do o. eg servid e cinquenta pe cem duca r que ch r to be n po sa ce o r rã ze de s fa da s ai an m o que te para vo ntes, pois tenh e trouxe creio Serve a presen ses são suficie tendes e o qu es aí e em n qu s o te es om m preciso. e nem ducados. C , pois tudo é be s, de modo qu a) ai ri m se ou om s (b do isa, trinta duca re cada dia. ais alguma co tudo Deus acor sseis juntar m dé pu s de n sustentar, e a ci te paciên a. que aí Por sinal que ão puder ser, nco ducados espera deles. n ci à e se o te as tã n m vi es s e r; se ve vo hou ear. Espero em eu de Se a es es chagados aí trámos a pass muitos mais já br en e po s lá s e se to es qu an is te qu po oi Mandai-me nco ducados, njeiras, uma n tes os vinte e ci jardim das lara o an ss to vo an o ui tanto n qu e o, h m tenho tido aq ste. Mandainha de lin le ui ue ce ig rq le im po ta rd m a ja m bé o m i nu reis n rgamente, e ta vo-los entregue s Cristo que um dia passea crever mais la es su de Je pu or h ão n n Se usa dele. r isso Nosso ir comigo por ca . uita pressa e po st si m do in re m a C co e m pr va m du ta se ço O recoveiro es eiro, pois estão sequer o espa Senhor Jesus mora esse dinh rva de Nosso ão tenho vago se de n e a m os qu se e er o n h i-m al ge e da trab uosa Virgem Maria to man sa Senhora, a uito nobre, virt nhor Jesus Cris os m Se N ,à a so e e os m o N ist ri de da men sus C Jesus Cristo e Por amor sus Cristo, reco osso Senhor Je Nosso Senhor N Je de a or r o h rv n da se ra Se o, ag so ss os ir e ido, Guterres La Por amor de N to deseja serv rvir a seu mar her, a qual tan se ul e m er e é o mais a ec ss ed vo ob o, Crist ta esmola e qu de Deus di n or be am a r r di po e pe a, oa al sempre sempre intact e andou comig Jesus. e intacta, o qu qu pr , ém m m go A se ia ir. ia ed rv ar rc A se M he que me ho, o Virgem desejoso de O nhora. Dizei-L tos ao vosso fil Se sa Senhora, a en os sa im N os pr N de m e ia cu o ar s st M meu sus Cri Mãe, a Virgem Dai também os servos de Nosso Senhor Je à sua bendita e a o s st ri do C o s rv su se hor Je dações minhas humilde r a Nosso Sen e dai recomen da o, ra ss ag La e s ir re s. rv er eu ut deseja se uda de D Jesus Cristo, G mora, com a aj bom irmão em eu m erdes e e escreva sem de o ir le ueles que quis bom cava aq s, s . vó do es m to rd a bé de e m n spo s ente Escrevei-me ta imentos ao Bi as e a quanto os meus cumpr os filhos e filh is ss re vo ta n os s se re do to or Jesus Cristo e e ap ( ). Nosso Senh em meu nom ). s er ( ei is s ar qu do s ud to r eu sa D a po o hor casá-lo o com a rezar Em Málag Deus, será mel morgado, será tou obrigado de o es r de is se ta s deveis po n ce , re vo es pa rd da que me em por isso vo entende e, se for n o , ir qu el e le ív va -m ss ca ce po re m sa tos. Pa r agora depres sso filho, o bo s diga o mais . Ainda que po empreendimen e er vo h os ul eu h Quanto ao vo m ra al a bo ab bo tr a Em negócios, esse desejo ( ). s que lhe dê um o guie nos seus ele manifestar em maduro. de pedir a Deu a se om , h rá el se ív ja r ss se te a po ci de sa s ên ei es ixar tomar de ud pr av pr h de e a s n mai pação qu risto que ão se devem de s. cu C n s s eo su ãe pr Je m or or ai as h e m n is Se da afligir, pois a , porém, os pa a todos e a to praza a Nosso essas ocasiões stante jovem, tado de graça N ). es ba ( o r ça da de re que tudo e ce pa n lh e s co m que Deu eus que nada, Deus é i D do se a ta r ão di es n o pe r eu , ra ça abra Cristo ser pa ui digo Senhor Jesus Cada um deve tudo o que aq so siedades, a não os em an N e as o es M m . çõ co sa e pa is , cu e vós desejais outro cantar M excessivas preo há-de casar e filhos aquilo qu se os ss um , vo s er is do r qu o faze or Jesus Cristo Quando Deus e Nosso Senh hor Jesus Crist n qu Se o so do os tu N e a , has sabe ( ). Praza ssos filhos e fil zer com os vo der. fa n te de en áh or e h el qu m be melhor o não é deles Jesus Cristo sa r bom ( ). homens fazem po os r e te qu e o m it Nosso Senhor be fe o o is de aceitar com tência deles, po sus. fizer o haveis -los e fazer peni Deus. Amém Je sá de es u, nf se co é o er do tu qu is Deus er po fiz , or eu e ( ) e o louv to calando e em ia an ór et gl tr Os pecados qu a en a, as nr m ): a Deus a ho iser, morrendo, s. mas de Deus ( Deus, se Deus qu de ão Jo ria. Amém Jesu ão irm seja tudo queno como a sua próp s do to filhos e filhas, de O vosso mais pe os ão ss aç lv vo sa os a s, ja vó al dese erdes, Senhor Jesus esperando, o qu tudo o que fiz nhora. Nosso e Se qu sa o os st ri N C ia s Mar Senhor Jesu Amém Jesus. o e da Virgem Praza a Nosso ja agradável. hor Jesus Crist se n Se ão n so e os Lh N e qu para serviço de coisa alguma ita que façais rm pe ão n o Crist


UNIFICAÇÃO DA ORDEM NA AMÉRICA CONTINUA 69º CAPÍTULO GERAL DA ORDEM, EM ROMA Em Roma, sede internacional da Ordem Hospitaleira, se realizou, de 14 a 05 de fevereiro/2019, o seu 69º Capítulo Geral. Cerca de 70 Irmãos e 25 Colaboradores, provindos de todas as partes do mundo, representaram os Irmãos, Comunidades, Obras e demais realidades hospitaleiras joandeínas espalhadas pelo mundo. Eles avaliaram os últimos seis anos da vida da Ordem e projetaram o próximo sexênio. Também elegeram o Superior Geral e seus Conselheiros para o mesmo período. O Superior Geral, aliás, foi reeleito. Trata-se do Ir. Jesús Etayo, espanhol. Segundo as Constituiçõs da Ordem “O Capítulo Geral é a forma mais profunda de comunhão no carisma da Ordem, e é o momento em que se manifesta, de modo especial, a colegialidade”.

Continua em marcha o processo de unificação das Províncias latino-americanas da Ordem Hospitaleira. No mês de dezembro o especialista americano Alejandro Ceron, assessor da Comissão Gestão da Mudança, percorreu as várias províncias atuais para tratar com Irmãos e Colaboradores temáticas dessa área, ajudandonos a caminhar, sem dor, para a unificação. Formalmente essa unificação deverá acontecer em 2020, quando serão extintas as atuais Províncias e Comunidades e depois ereta uma nova Província e as Comunidades que se julgarem convenientes, necessárias e possíveis. Acredita-se que a cúria provincial ficará algures no Peru ou na Colômbia, por razões, sobretudo, de centralidade geográfica e estabilidade sócio-econômica, mas alguns dos 7 previstos departamentos da administração ficarão localizados em outros países. No Brasil o Dr. Alejandro reuniu 22 Irmãos e Colaboradores.

NÃO CONFUNDA O SÃO JOÃO DE DEUS COM O MÉDIUM JOÃO DE DEUS O santo está no céu intercedendo por nós, enquanto que o medium foi preso em Goiás. 32 | OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE


XIV SEMANA DA HUMANIZAÇÃO

Quantas pessoas você enxerga na imagem? São cerca de 400! Irmãos, Colaboradores e doentes internos se reuniram em moldura humana para comporem, em fundo branco, a sigla CST, da Casa de Saúde do Telhal. Essa foi uma das muitas iniciativas promovidas por aquela instituição psiquiátrica, no município de Sintra – Portugal, durante o ano comemorativo dos seus 125 anos, que passou exatamente no dia 29 de junho de 2018. A Casa de Saúde do Sagrado Coração de Jesus do Telhal foi fundada em 1893 por São Bento Menni, na restauração da Ordem em Portugal. Nela se formaram a maioria dos Irmãos da Província Portuguesa e dali se originaram as outras oito Obras da Província Portuguesa. Dali partiram também os Irmãos para Brasil, Moçambique, Angola e Timor Leste. Foi sede da Província Portuguesa até os anos noventa. Em Portugal também a Casa de Saúde São José, em Areias de Vilar – Barcelos, no norte do país, está celebrando seus 90 anos. Parabéns, Telhal! Parabéns Vilar!

PROFISSÃO DO IR. DAVID

Na virada de novembro para dezembro aconteceu nas Obras da Ordem Hospitaleira do Brasil mais uma Semana da Humanização, a edição número 14, organizada pelos serviços de Pastoral, Humanização e Voluntariado (PHV) das Casas. Em cada Casa com seu programa próprio, Colaboradores e Irmãos se desdobraram, com a colaboração dos assistidos, para organizarem e viverem uma semana diferente, enfatizando a Hospitalidade, a fraternização, os valores da Ordem e, obviamente, a Humanização! Gincanas, palestras, refeições melhoradas, Missas com ambientes modificados, oficina do pão, esporte, partilha de testemunhos, sorteios e muito mais, fizeram a diferença nas relações. A Semana, desta vez, decorreu sob o lema: “Cuidar-se, cuidar de todos, cuidar sempre”.

Chegou o mês de fevereiro, mês habitual das profissões religiosas na Ordem Hospitaleira, na América Latina. Desta vez quem professou foi o Ir. David Melo, de Crato - CE. Terminado o Noviciado, em São Paulo, ele emitiu os votos de castidade, pobreza, obediência e hospitalidade, diante do Ir. Vitor Lameiras, Superior Provincial, vindo de

Portugal, que lhe entregou o hábito. Depois de um período de férias com a família, segue-se a etapa do Escolasticado, que tem os dois primeiros anos em Quito, no Equador, na companhia de uma dezena de outros Irmãos neo-professos, estudando teologia e “hospitalidando” num albergue noturno de 350 leitos. Parabéns, Ir. David!

NÃO CONFUNDA O SÃO JOÃO DE DEUS COM O MÉDIUM JOÃO DE DEUS O santo lutou pela dignificação das mulheres, enquanto que o medium foi acusado por abusá-las. OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE | 33


CHEGOU PADRE CARLÃO! CASA DE SAÚDE RENOVA CAPELANIA Em outubro de 2018 a Casa de Saúde São João de Deus contratou um novo capelão, para o atendimento de toda a Família Hospitaleira: pacientes e familiares, Colaboradores, vizinhos e Irmãos. Falamos do Pe. Carlos Guimarães, popular Pe. Carlão, que é membro da Congregação dos Missionários Espiritanos, mora no Planalto Paulista e dedica semanalmente à Casa de Saúde os domingos e as terças feiras e, quando necessário, mais uma manhã ou uma tarde. O Pe. Carlão tem manifestado perfil adequado ao ministério sacerdotal em meio hospitalar, integra o PHV, participa da Equipa Multidisciplinar e é muito procurado pelas “ovelhas do seu rebanho”, respondendo com delicada habilidade relacional, empatia e respeito para com a intimidade de quem lhe abre a alma. Segundo o documento Pastoral da Saúde ao Estilo de São João de Deus, “a nossa pastoral tem como traços característicos a sensibilidade, a paciência e a disponibilidade para a escuta, caminha com as pessoas e procura-as”. Seja bem vindo Padre Carlão!

JANEIRO BRANCO NA CASA DE SAÚDE A Casa de Saúde São João de Deus está engajada no JANEIRO BRANCO, uma campanha criada e fomentada por psicólogos, com o intuito de convidar a população a discutir a importância do cuidado com a saúde mental em busca de maior qualidade de vida. O mês de janeiro foi escolhido, pois representa um mês de renovação de esperanças e projetos na vida das pessoas. “A campanha tem como objetivo central ampliar o conceito de saúde mental e saúde emocional, visando o equilíbrio.” No encerramento do mês, em 31 de janeiro, um ciclo de palestras sobre o tema decorreu no Salão de Eventos da Casa de Saúde, com participação de técnicos de saúde, pacientes e diversos Colaboradores desse estabelecimento hospitaleiro.

JOVENS PARTICIPARAM EM ENCONTRO VOCACIONAL Três jovens, respectivamente do Ceará, de Minas e de São Paulo vieram visitar e conhecer a Ordem Hospitaleira no mês de janeiro. Tiveram oportunidade de conviver com a Comunidade dos Irmão, de interagir com os pacientes da Casa de Saúde e tirar suas dúvidas sobre a Ordem e sobre as exigências da vocação religiosa. Partiram felizes!

NÃO CONFUNDA O SÃO JOÃO DE DEUS COM O MÉDIUM JOÃO DE DEUS O Santo viveu a hospitalidade em favor do outro, o medium parece que a vive em favor de si. 34 | OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE


CURSO DE ESPANHOL NO LAR SJD O Lar São João de Deus, em Itaipava, promove um Curso de Língua Espanhola, cuja finalidade é preparar os colaboradores para a iminente mudança de Província. Foi contratado um professor, inicialmente para doze colaboradores, incluindo o Irmão Adriano. Foi observado que a maioria absoluta dos colaboradores mostrou-se bastante empolgada e interessada na possibilidade de conhecimento e de aprendizagem de um

idioma novo. Notou-se que os colaboradores, além do interesse, sentiram-se valorizados. As aulas, inicialmente, acontecerão às segundas-feiras, no horário da manhã – das 09:00 às 11:00 – pelo período aproximado de seis meses. A motivação dos colaboradores revela o acerto do investimento que, em um primeiro momento, atenderá as recepcionistas e dez colaboradores sorteados dentre os que fizeram a inscrição. Dentre os sorteados, estão a auxiliar de manutenção, auxiliar de apoio, técnico em enfermagem e a colaboradora responsável pelo setor de compras.

LAR INVESTE NO HUMANO, HÓSPEDES E COLABORADORES Entre os dias 27 e 28 de dezembro de 2018, a direção do Lar São João de Deus, em Itaipava, promoveu dois passeios com diversos hóspedes, para conhecerem e apreciarem o Natal de Luz, um projeto patrocinado pela Prefeitura de Petrópolis, que incluiu a iluminação e o enfeitamento natalinos de praças, jardins, avenidas e ruas do centro histórico, além dos Palácios de Cristal e do Quitandinha.

Na quinta-feira, dia 27, utilizando nossa van, o passeio contou com a presença de oito hóspedes, da Irmã Ana, da diretora do LSJD, de um Técnico de Enfermagem e de uma encarregada do setor de apoio. O itinerário foi o seguinte: primeiro, uma parada no Palácio de Cristal, onde os hóspedes puderam descer da van para, devidamente acompanhados, caminharem junto ao público presente e apreciarem todo o projeto de iluminação e de enfeites natalinos. Em seguida, o passeio estendeuse até o Palácio do Quitandinha, onde foi possível apre-

ciarem o famoso Natal de Luz. Um projeto inovador, que ocupou diversos espaços do Palácio, com milhares de luzes coloridas, árvores de Natal, símbolos natalinos e réplicas de presépios de diversos países, tudo coberto por uma extensa rede de iluminação sincronizada. No dia 28, sexta-feira, tendo em vista o mesmo itinerário do dia anterior, o passeio foi retomado, agora com a presença de outros oito hóspedes, mais as companhias do Pe. Guilherme, de um Técnico em Enfermagem, da Assistente Social e do Irmão Adriano. Tanto no dia 27, quanto no dia 28, a saída do Lar São João de Deus, em Itaipava, ocorreu por volta das 18:30, com o retorno próximo das 21:00, com todos esbanjando alegria e felicidade. Verificou-se que todos os hóspedes gostaram imensamente dos passeios, embora, no dia seguinte, muitos não se lembrassem mais de nada do que puderam ver e contemplar nos dois dias anteriores. Pelo menos, ainda que por poucas horas, foram felizes e ficaram deslumbrados com tudo o que viram e ouviram.

NÃO CONFUNDA O SÃO JOÃO DE DEUS COM O MÉDIUM JOÃO DE DEUS O exemplo do santo edificou Granada, enquanto que o exemplo do medium escandalizou Abadiânia. OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE | 35


CONHEÇA E AJUDE A ORDEM HOSPITALEIRA NO BRASIL E NO MUNDO

Lar São João de Deus

Petrópolis, RJ

Estrada União Indústria, 12.192 Itaipava 25750-226 PETRÓPOLIS - RJ

Casa de Saúde São João de Deus

Casa da Hospitalidade

Comunidade dos Irmãos

Aparecida do Taboado, MS

São Paulo, SP

Estr. Turística do Jaraguá, 2365 Vila Jaraguá 05161-000 SÃO PAULO - SP

Divinópolis, MG

Rua Duque de Caxias, 3001 Jd. Pioneiros

79570-000 APARECIDA DO TABOADO - MS

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INSTITUCIONAL

SUPERIOR GERAL É REELEITO! Chama-se Jesús Etayo Arrondo, tem 60 anos, é espanhol, de Navarra e foi reeleito, em 26 de janeiro, como Superior Geral da Ordem Hospitaleira de São João de Deus. Este mandato, de 6 anos, foi-lhe confiado pelo Capítulo Geral da Ordem, que reuniu em Roma, de 14 de janeiro a 05 de fevereiro/2019, sob o lema “Construindo o futuro da Hospitalidade”. Representando a universalidade da Ordem, nele participaram 78 Irmãos e, na segunda semana, também 27 Colaboradores Leigos. Com o Superior Geral colabora diretamente uma equipa de Conselheiros Gerais, também eleitos pelo Capítulo. Pela frente têm o desafio de conduzir a Ordem Hospitaleira, de forma unida, inovadora, sustentável e evangelizadora através da hospitalidade. Vão merecer seu especial empenho dimensões como o aprimoramento da missão comum Irmãos-Colaboradores,

a promoção e a formação dos novos Irmãos que chegam, a revitalização das cerca de 230 Comunidades religiosas e a melhoria permanente da qualidade assistencial das 400 Obras assistenciais da Ordem. A revista OH! estará do lado do Superior Geral e seus Conselheiros, e faz votos para que possam ser muito fecundos na missão para que foram destacados e que os fará viajar muito, reunir muito e amar mais!

TESTEMUNHO DO NOVO IRMÃO PROFESSO Meu nome é David, tenho 27 anos, nascido na cidade de Crato – CE, cidade conhecida como o “Oásis do Sertão”, “Berço do Pe. Cícero” e “Princesa do Cariri”. Venho partilhar com você um pouco da experiência que vivi ao longo da minha caminhada vocacional. Sou de uma família cristã, de três irmãos. Na infância um dos fatos mais importantes que recordo foi no ano de 2000, quando recebi pela primeira vez a sagrada Eucaristia. Logo me veio o desejo de servir a Deus. Fui coroinha no Seminário Diocesano São José, situado no meu bairro. Neste período tive frequentes contatos e aprendizado com muitos seminaristas, que hoje na maioria são sacerdotes da diocese de Crato e de outras vizinhas. No ano de 2009, a convite do meu pároco, aceitei a proposta para trabalhar como secretário e logo em seguida sacristão da minha Paróquia do Sagrado Coração de Jesus. Foi tempo de conhecimentos e muitas responsabilidades, tempo em que me aproximei mais das comunidades e pastorais da paróquia. Fiz parte do grupo de jovens EJC - Encontro de Jovens com Cristo e de outros grupos. Mais maduro e querendo fazer outras experiências na vida, no ano de 2012 participei como militante de eleições municipais, participando de gestões, assumindo funções em departamentos públicos, ficando um pouco afastado das atividades da paróquia, mas sempre em contato com alguns padres amigos e agentes de pastorais. Sempre escutando conselhos a voltar a ter uma vida ativa nas comunidades e paróquia, foi quando comecei a valorizar mais as conversas com o Pe. José Ricardo, onde o mesmo falava para eu fazer uma experiência vocacional, no

Seminário Diocesano ou num instituto religioso. Por coincidência ou providência, no ano de 2015 recebemos em nossa cidade a visita de três institutos religiosos para uma semana vocacional e missionária. Era aí que Deus me esperava: no contato pessoal com o Ir. Cosme e no seu testemunho percebi que a Hospitalidade de São João de Deus poderia ser o meu caminho. No final dessa semana já ficou esboçado o meu programa de acompanhamento vocacional para os meses seguintes. No dia 31 de março de 2016 fui admito a viver com os Irmãos, em Itaipava, como Postulante e em fevereiro de 2017 iniciei o Noviciado, em São Paulo. O caminho tem sido de descobertas progressivas e amadurecimento espiritual e hospitaleiro. Embora reconhecendo minhas limitações, ao consagrar minha vida a Deus, quero chegar ao mais longe possível na prática da hospitalidade ensinada por São João de Deus, confiando em Deus. Já estou há 03 anos nessa caminhada e digo de coração que não me arrependo de ter arriscado, vencido o medo e as dúvidas e me decidir a caminhar com Ele, pois quando nos convoca nos diz: “siga-me” e não “vai”, ou seja, Ele não nos deixa sós, caminha conosco, nos ensina, nos consola. Agradeço a todos os apoios e incentivos que me deram e continuo a contar com cada um nas etapas futuras, aberto às surpresas de Deus. E termino com uma passagem de São Paulo que chama minha atenção e me faz sempre recomeçar: “Não digo que já alcancei a meta ou que já seja perfeito, mas prossigo para ver se a alcanço, pois que também já fui alcançado por Cristo Jesus” (Fl 3,12).

Ir. David Emanoel B. de Melo


LUZEIROS


2019

Ano Internacional das Línguas Indígenas (ONU) JANEIRO

Sementes da Palavra: É tempo de semear www.sementesdapalavra.com.br AO ACESSAR O ENDEREÇO ACIMA, VOCÊ ENCONTRARÁ PÁGINAS ESPECIALMENTE PREPARADAS PARA A EVANGELIZAÇÃO E PARA A INFORMAÇÃO SOBRE TEMAS DE INTERESSE GERAL! O foco principal do nosso trabalho é levar a todos, cristãos e não cristãos, independentemente da confissão religiosa, a Palavra de Deus extraída diretamente do Livro Sagrado, as interpretações exegéticas e teológicas, assim como diversas informações sobre temas diversificados, tais como saúde e educação, sempre objetivando a disseminação do conhecimento. Nosso site está passando por modificação que, já a partir de março próximo, vai transformá-lo em espécie de tabloide, com mais dinamismo e mais praticidade para o acesso rápido às páginas, inclusive, para os usuários de tablets e de celulares.

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LITURGIA DA PALAVRA – PATROLOGIA – DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA – REFLEXÕES SOBRE A PALAVRA – EDITORIAIS SEMANAIS E MENSAIS – A PALAVRA DO SACERDOTE – ESPAÇO TEOLÓGICO – MEDICINA VETERINÁRIA – UMA PÁGINA INTEIRA DEDICADA AO BEM ESTAR DAS PESSOAS E MUITAS OUTRAS OPÇÕES VOLTADAS PARA O CRESCIMENTO INTELECTUAL E ESPIRITUAL. APOIO E INCENTIVO:

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