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Governo procura galvanizar atracção de financiamento do AfdB
O Governo moçambicano está à procura da melhor forma de galvanizar a atracção de financiamento dos membros do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) com vista a mitigar o risco de desastres climáticos decorrentes de cheias, ciclones, entre outros fenómenos que ocorrem com frequência no país.
Para o efeito, o Vice-ministro da Economia e Finanças, Amílcar Tivane, participa em Sharm el Sheikh, no Egipto, na reunião anual do grupo BAD, que decorre sob o lema “A mobilização de financiamento privado para catapultar investimento no domínio climático e na economia verde”.
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Segundo Amílcar Tivane, para Moçambique, tendo em conta que é um país propenso a choques climáticos adversos e tem uma vasta agenda no desenvolvimento de instrumentos, a reunião constitui uma oportunidade não só para engajar o BAD, mas também para trocar experiências para ajudar os países-membros a fortalecerem a sua resiliência às mudanças climáticas.
De acordo com o governante, o país tem no BAD um parceiro estratégico, contando com uma série de projectos financiados pelo grupo nos domínios de infra-estruturas, energia, abastecimento de água, agro-processamento, entre outros.
“A nossa participação é também uma forma de reiterar o nosso cometimento de continuar a trabalhar não só para ver incrementados os níveis de financiamento para estes projectos, mas também para explorar outras avenidas no sentido de diversificar o leque de recursos, com enfoque no sector privado, entre outros”, disse Amílcar Tivane.
A fonte explicou que o privado tem de ser envolvido nos assuntos sobre eventos climáticos porque a construção da resiliência não depende apenas do sector público.
“Naturalmente que, se olharmos os quadros fiscais, orçamentos dos países, o sector público tem responsabilidade do ponto de vista de investimento, prestação de serviços básicos, desenvolvimento de infra-estruturas socioeconómicas, mas não esqueçamos que no final do dia a materialização destes investimentos é feita por via de contratação de serviços que são prestados pelo sector privado”, explicou.
No caso especifico de Moçambique, só para ter um exemplo, no ano passado, quando o Conselho de Ministros aprovou a estratégia de resiliência aos fenómenos climáticos adversos, que culminou com o desenvolvimento de um seguro de risco, foi o sector privado que estruturou a operação.
Falando na abertura do encontro, o presidente do BAD, Akinwumi Adesina, pediu “acções, mais do que palavras”, para os países africanos enfrentarem as alterações climáticas e que os países desenvolvidos andem mais rápido na redução das suas emissões poluentes.
Apontando vários exemplos, desde a seca na região do Sahel às inundações em Luanda, ou os efeitos do ciclone Freddy em Madagáscar e Moçambique, que causaram mortes, destruição e milhares de deslocados, Adesina afirmou que “eles não precisam de palavras, precisam de acções” e essencialmente de financiamento.
Amílcar Tivane, que chefia uma delegação que inclui a directora nacional do Tesouro, Chamila Aly, e a directora nacional da Dívida Pública, Isabel Sumar, além de quadros do Banco de Moçambique, vai manter encontros com individualidades do sector das Finanças a nível internacional.
A delegação moçambicana vai participar em vários encontros, com destaque para a Reunião sobre a Mobilização do Financiamento do Sector Privado para o Clima e o Crescimento Verde em África, Acesso à Energia, Adaptação Climática e Segurança Alimentar, Alavancando Instrumentes de Financiamento Inovadores para Atrair Investimentos Climáticos Privados em África, entre outros.