Agroalimentar

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© SENAI Departamento Regional do Paraná 2007

Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense Roadmapping da Indústria Agroalimentar 2015 Equipe Técnica Marília de Souza Organizador Técnico Gina Gulineli Paladino Ariane Hinça Schneider Clarisse Bruning Schmitt Roepcke Fabiana Cristina de Campos Skrobot Ronivaldo Steingräber Gilson Abreu (fotos internas)

SENAI. Departamento Regional do Paraná.

Rotas estratégicas para o futuro da indústria paranaense : roadmapping da indústria agroalimentar – 2015. / SENAI. Departamento Regional do Paraná. – Curitiba : SENAI/PR, 2007. 57 p. ; 21x26cm. ISBN 978-85-88980-18-1 1. �������������������������������������� Indústria agroalimentar. 2. Paraná. 3. ��� Roadmapping. I. SENAI. Departamento Regional do Paraná. II. Título.

CDU 338.45


Apresentação

O

Sistema FIEP definiu, em 2004, o “desenvolvimento industrial sustentável do Paraná” como visão de futuro em seu planejamento estratégico. Várias

frentes de ação foram e estão sendo criadas para a concretização dessa visão. Uma delas é o Projeto Setores Portadores de Futuro para o Estado do Paraná que, em 2005, buscou analisar as tendências e as abordagens que marcarão o desenvolvimento industrial até 2015, prospectando oportunidades e identificando os domínios estratégicos mais promissores para a indústria do nosso Estado. Este primeiro estudo prospectivo sinalizou algumas possibilidades de futuro sustentável para a indústria do Paraná. Os resultados deste trabalho foram amplamente divulgados e estão sendo usados para subsidiar a tomada de decisão, dar foco às ações por meio da concentração de esforços e investimentos, e posicionar a indústria do Paraná em patamar mais competitivo em âmbito nacional e internacional. Dando continuidade a essa iniciativa precursora, foi concebido, em 2006, o Projeto Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense, com o objetivo de elaborar mapas de trajetórias a serem percorridas para materializar até 2015 o potencial percebido em cada um dos domínios apontados como altamente promissores para o Paraná. Fruto de uma pareceria SENAI/PR e SESI/PR, o desenho das Rotas Estratégicas é um exercício de prospectiva utilizando o método Roadmapping. O projeto, que foi elaborado e implementado pelo Observatório de Prospecção e Difusão de Tecnologia do SENAI do Paraná, conta com o apoio do SENAI/ DN e está sendo realizado com a colaboração técnica da Fundação OPTI, da Espanha, que é referência em prospectiva tecnológica industrial na Europa. Os resultados desse trabalho são consolidados em Roadmaps, mapas sintéticos de caminhos a serem trilhados até 2015, e em relatórios contendo um levantamento das tecnologias-chave que precisamos dominar ou incorporar para criar sólidas bases tecnológicas. Este material é aberto a todos,


Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

pois a decodificação destas informações pode ajudar a concentrar recursos financeiros, inteligência e ação humanas, capitalizando esforços em prol do bem comum. Estas Rotas Estratégicas vêm dar suporte a dois grandes objetivos do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná, que são preparar os setores industriais paranaenses para oportunidades e mudanças futuras e induzir um processo consciente de construção de um futuro desejado, provocando e planejando as ações necessárias. O maior desafio do futuro é o presente. É no hoje que preparamos o amanhã. As sociedades mais avançadas e prósperas há muito perceberam que podem tecer a teia de seus destinos a partir de um planejamento de longo prazo. Nós também podemos arquitetar o nosso porvir, e com este fim estamos construindo os primeiros Roadmaps da indústria paranaense. Nas páginas a seguir são apontados alguns caminhos possíveis. Entretanto, edificar o futuro é uma tarefa coletiva que começa com a assimilação das perspectivas já sistematizadas. Convidamos a todos a se apropriarem deste trabalho e serem co-criadores desse processo.

Rodrigo da Rocha Loures

Presidente da FIEP Vice-Presidente da CNI, Presidente do Conselho de Política Industrial e Desenvolvimento Tecnológico da CNI


Sumário

Apresentação..................................................................................................................................... Rodrigo Rocha Loures

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Introdução........................................................................................................................................... José Antonio Fares Carlos Sérgio Asinelli

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Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense.......................................................... Cooperação Técnica Internacional................................................................................................. Roadmapping................................................................................................................................. Metodologia....................................................................................................................................

13 14 14 16

Roadmapping da Indústria Agroalimentar....................................................................................... Considerações sobre a Situação Atual........................................................................................... Visões do Futuro Desejado............................................................................................................ Internacionalização das Indústrias Agroalimentares – Visão 1................................................. Indústria Agroalimentar Sustentável: Valorização dos Resíduos – Visão 2.............................. Imagem de Marca para Produtos Agroalimentares da Indústria Paranaense – Visão 3.......... Referência em Produtos Orgânicos – Visão 4.......................................................................... Referência no Desenvolvimento de Produtos Funcionais – Visão 5........................................

21 21 24 25 28 31 34 36

Roadmaps...........................................................................................................................................

41

Atores e Responsabilidades.............................................................................................................

47

“Tecnologias-Chave” para uma Indústria Agroalimentar Competitiva.........................................

49

Conclusões......................................................................................................................................... Roadmapping da Indústria Agroalimentar...................................................................................... Projeto Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense..............................................

51 51 52

Próximos Passos...............................................................................................................................

53

Referências.........................................................................................................................................

54

Participantes .....................................................................................................................................

57



Introdução

O

SESI/PR e o SENAI/PR acreditam que a visão de longo prazo, a prospecção de oportunidades e a inovação na geração de respostas cada vez

mais completas às demandas e necessidades socioindustriais são fundamentais para o futuro do Sistema FIEP e a prosperidade da indústria paranaense. Por isso, conjugaram seus esforços em uma iniciativa inovadora de prospecção de tendências e difusão de informações estratégicas para a tomada de decisão. Tudo começou com o Projeto Setores Portadores de Futuro para o Estado do Paraná, que teve por objetivo prospectar

José Antonio Fares

Diretor Executivo do SESI Paraná

o futuro da indústria paranaense no horizonte de 2015, identificando os setores de atividade e as áreas estratégicas de desenvolvimento que pudessem situar a indústria do Estado em posição competitiva em âmbito nacional e internacional. O projeto Setores Portadores de Futuro foi conduzido pelo Observatório de Prospecção e Difusão de Tecnologia do SENAI/PR, em cooperação técnico-científica com a Fundação OPTI – Observatório de Prospectiva Tecnológica Industrial da Espanha e contando com apoio do SENAI/DN. O projeto teve como características a démarche prospectiva, o enfoque multissetorial, a abrangência estadual e a abordagem participativa. A metodologia de trabalho contemplou, em um primeiro momento, a realização de estudos sobre a economia e a indústria do Paraná e sobre as tendências internacionais em termos industriais, tecnológicos e sociais. O exame e cruzamento destes trabalhos permitiram estabelecer as tendências internacionais Carlos Sérgio Asinelli

Diretor Regional do SENAI Paraná

mais pertinentes em relação à economia paranaense de um modo geral.


Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

A etapa seguinte foi marcada pela realização de pesquisas específicas sobre a economia e a indústria das regiões Norte, Noroeste, Oeste, Sudoeste, Campos Gerais e Metropolitana de Curitiba. Todos esses estudos foram usados como subsídios de informação para o processo de identificação dos setores, que foi conduzido de forma participativa, por meio de “painéis de especialistas” realizados em cada uma das regiões mencionadas. Foram mobilizados mais de 120 formadores de opinião oriundos da indústria, do governo, das universidades e do terceiro setor. As percepções de futuro dos participantes dos painéis de especialistas foram sistematizadas e resultaram na identificação dos setores e áreas considerados, neste primeiro exercício, de alto potencial para a indústria do Paraná e para cada uma das regiões em particular. Os setores de energia, indústria agroalimentar e a biotecnologia aplicada às indústrias agrícola, florestal e animal foram priorizados em todas as regiões e se configuram, assim, em setores estratégicos comuns para todo o Paraná. As especificidades regionais puderam ser percebidas e sinalizam para possibilidades de desenvolvimento que precisam ser alavancadas. Para a Região Metropolitana de Curitiba apareceram como promissores os setores de microtecnologia e saúde. Na Região Norte, os setores de produtos de consumo e saúde foram priorizados. Na região Noroeste, foram selecionados como estratégicos a microtecnologia e o turismo. Na região de Campos Gerais, os setores de papel, metal-mecânico e plástico foram apontados como mais promissores. Na região Oeste, o turismo foi identificado como setor estratégico. Na região Sudoeste, os setores de produtos de consumo e microtecnologias foram indicados como de futuro. Vale salientar que esse processo é dinâmico e que os exercícios prospectivos precisam ser refeitos periodicamente para divisar novas possibilidades. O processo de consolidação das perspectivas de futuro sinalizadas pelos especialistas foi realizado no decorrer de 2005 sob a forma de um relatório técnico contendo: a explicação detalhada do projeto; a explicitação dos setores/áreas identificados como promissores para o Paraná; as tendências tecnológicas identificadas como importantes; e as propostas de ação recomendadas pela Fundação OPTI com vistas a induzir a construção negociada do futuro almejado. Também foram produzidos prospectos com um resumo executivo e um filme promocional, ambos em português, inglês, espanhol, alemão e francês. Esse material pode ser consultado no site www.fiepr.org.br/observatorios ou solicitado por meio do endereço observatoriosenai@fiepr.org.br. Com o apoio desse suporte de informação, em 2006, o Sistema Federação das Indústrias do Paraná realizou a difusão do trabalho em níveis estadual, nacional e internacional. A divulgação teve como objetivos: tornar de conhecimento público o processo consciente de transformação da indústria paranaense; identificar oportunidades; e associar parcerias estratégicas.

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Roadmapping da Indústria AgroAlimentar 2015

O SESI/PR e o SENAI/PR iniciaram um processo interno de apropriação desses resultados e reorientação de parte de suas atividades com vistas a ajudar a construir as perspectivas de futuro selecionadas. Vários questionamentos surgiram, novos temas de reflexão foram colocados na ordem do dia, e as duas instituições têm buscado reposicionar-se com olhar voltado para um horizonte mais amplo. Graças à parceria forte entre SESI e SENAI do Paraná, que juntos conseguem articular as condições necessárias para levar a cabo uma iniciativa desta envergadura, são mantidas equipes técnicas dedicadas à prospecção e à inovação. Também são definidas e articuladas cooperações com centros de excelência, como a Fundação OPTI da Espanha, que vem formando quadros internos de ambas as casas e aportando sua competência e experiência em prospecção setorial. A implantação das atividades de prospectiva no Sistema FIEP abriu caminho para a instalação de uma nova cultura industrial de pensar o futuro, antecipando e influenciando o que está por vir. A continuidade do trabalho de prospecção foi planejada e, em 2006, foram iniciados os estudos detalhados para os temas/áreas identificados como portadores de futuro, dando assim vida ao projeto Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense, sob coordenação da mesma equipe técnica e sempre com apoio do SENAI/DN. O projeto Rotas Estratégicas busca criar uma agenda de ações convergentes orientadas para o desenvolvimento industrial do Paraná. O método de trabalho adotado é o Roadmapping que, com sua abordagem estruturada, faz interagir grupos de especialistas e induz, de forma compartilhada, a criação de visões prospectivas e a elaboração de conjuntos de ações encadeadas em um horizonte temporal de curto, médio e longo prazo. O Sistema FIEP, respeitando as especificidades de cada Casa que o compõe, enxerga os resultados deste projeto como inspiração para a inovação e a articulação de forças e ideais. Para o SESI do Paraná, as Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense mostram um desenho e um desejo de sociedade que precisam ser considerados e trabalhados. As mudanças tecnológicas esperadas implicam alterações no campo das profissões, da empregabilidade e das relações de trabalho. A concretização do futuro almejado nas visões dos setores e áreas pede mudanças educacionais profundas e ações de alfabetização digital já na mais tenra idade. Existe muito a ser feito, e o SESI/PR pode, por meio deste trabalho, desenhar uma estratégia de atuação em que mantenha a qualidade de seu atendimento, amplie seu poder de alcance e se prepare para atender a esta nova indústria e nova sociedade que estão para emergir. Para o Senai do Paraná, as Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense são verdadeiros mapas do caminho. Sinalizam tendências internacionais. Sinalizam futuros sustentáveis. Sinalizam mudanças e, conseqüentemente, novas necessidades e oportunidades para o setor industrial. 11


Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

Parafraseando o especialista em inovação, Marc Giget, na origem de toda tradição, existe uma ou várias grandes inovações, tão importantes que são capazes de gerar uma tradição. O Senai/PR é uma instituição de tradição forte e mais do que nunca está convencido de que essa força está intimamente relacionada com sua capacidade de reinventar-se. O Senai/PR está se preparando para existir em um mundo novo que se desenha. Está quebrando paradigmas e construindo uma nova tradição, de um Senai que prospecta, que antecipa estrategicamente junto com a comunidade industrial os caminhos a seguir, e, com seu trabalho diligente, ajuda na construção de uma sociedade que progride e resguarda o direito das novas gerações. O SESI/PR e o SENAI/PR esperam que as Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense sejam inspiradoras para sua empresa, organização ou área de atuação. O sistema FIEP como um todo deseja sinceramente que, apoiada nos rumos ora traçados, a indústria paranaense possa trilhar caminhos cada vez mais ambiciosos, inovadores, assertivos e sustentáveis.

José Antonio Fares

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Diretor Executivo do SESI Paraná

Carlos Sérgio Asinelli

Diretor Regional do SENAI Paraná


Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

A

pergunta “Que futuro vamos construir?” modelou o projeto Setores Portadores de Futuro

e ajudou a vislumbrar pistas de prosperidade para a indústria paranaense. Esta questão continua na pauta do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná, porém ela

permite descortinar apenas o horizonte do caminho. Uma vez definida a direção, cabe agora uma nova pergunta: “Como poderemos chegar lá?” Para fazer face a esse novo questionamento foi idealizado o projeto Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense, que tem por objetivo apontar caminhos de construção do futuro desejado para cada um dos setores/áreas identificados como promissores para a indústria do Paraná no horizonte de 2015. Os objetivos específicos do projeto são: • Esboçar visões de futuro para cada um dos setores e áreas selecionados. • Elaborar uma agenda convergente de ações para concentrar esforços e investimentos. • Identificar tecnologias-chave para a indústria do Paraná. • Elaborar mapas com as trajetórias possíveis e desejáveis para cada um dos setores/áreas estratégicos. O projeto Rotas Estratégicas foi desenhado para execução em duas fases com vistas a abarcar todos os setores pré-identificados no exercício prospectivo Setores Portadores de Futuro, a saber: • Fase 1 (Período 2006 – 2007) Setores/áreas contemplados: Indústria Agroalimentar; Produtos de consumo; Biotecnologia Agrícola e Florestal; Biotecnologia Animal; e Microtecnologia. • Fase 2 (Período 2007 – 2008) Setores/áreas contemplados: Saúde; Papel; Metal Mecânico; Plástico; Energia; e Turismo.

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Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

Cooperação Técnica Internacional Este projeto está sendo desenvolvido pelo Observatório de Prospecção e Difusão de Tecnologias do SENAI/PR em uma cooperação técnico-científica com a Fundação OPTI – Observatório de Prospectiva Tecnológica Industrial. Com sede em Madrid, a Fundação OPTI é uma entidade sem fins lucrativos que está sob tutela do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo da Espanha. Referência em prospectiva tecnológica industrial, já realizou mais de 45 estudos prospectivos setoriais para Europa e América Latina. A qualidade dos trabalhos e seu foco no setor industrial fazem da Fundação OPTI uma parceira estratégica para o Sistema FIEP. O objetivo desta cooperação é a transferência de conhecimentos e formação-ação de equipes técnicas no Paraná. A Fundação OPTI participou da concepção do projeto e da escolha do método. Foi responsável pela condução técnica e metodológica dos Roadmappings, orientando cada etapa, conduzindo as discussões e atividades dos participantes durante os Painéis de Especialistas.

Roadmapping O termo Roadmapping é um neologismo em inglês que, segundo Bray e Garcia (1997a), designa um processo de planejamento tecnológico para identificar, selecionar e desenvolver as alternativas tecnológicas que atendessem ao conjunto de necessidades de produção das empresas. Na atualidade, de acordo com Treitel (2005), o termo Roadmapping designa um método que permite desenvolver Roadmaps, ou seja, representações gráficas simplificadas que possibilitam comunicar e compartilhar de forma eficaz uma intenção estratégica com vistas a mobilizar, alinhar e coordenar esforços das partes envolvidas para atender a um ou a vários objetivos. Os Roadmaps fornecem um quadro para pensar o futuro. Eles estruturam a planificação estratégica e o desenvolvimento, a exploração de caminhos de crescimento e o acompanhamento das ações que permitem chegar aos objetivos. Probert e Radnor (2003) defendem que foi a indústria automobilística dos Estados Unidos que deu os primeiros passos para a criação do método Roadmapping, cuja difusão efetiva ocorreu nos anos setenta e oitenta, com larga utilização pelas companhias Motorola e Corning. Porém, a primeira publicação acadêmica data do final da década de 1980, de autoria de Willyard e McClees (1987), que apresentam o Roadmapping e suas vantagens no planejamento tecnológico para empresas. Inicialmente, o Roadmapping era utilizado apenas por empresas, tinha um enfoque tecnológico e continha um forte componente confidencial. Com a difusão do uso, os Roadmaps foram se diversificando 14


Roadmapping da Indústria AgroAlimentar 2015

e vários foram divulgados como: o do DVD da Hitachi de 1999 (SADAYASU e colaboradores, 1999); o da empresa Compaq que fez um Roadmapping próprio em 2001 (COMPAQ, 2001); o do disco ótico de 60 GB realizado pela Calimetrics em 2002 (BURKE e SCHMIDT, 2002); o uso da tecnologia 3G feito pela Telenor Móbile (FJELL, 2003), e a prospecção sobre a hyper technology feita pela Astrium (JOHANN, 2003), ambas em 2003. Com o passar do tempo, um número crescente de organizações industriais, científicas ou governamentais, implementou abordagens análogas, apropriando-se do princípio e adaptando-o a contextos setoriais, temáticos ou regionais, por exemplo, os Roadmaps: • da indústria química (American Chemical Society e colaboradores, 1996), (Scouten e Petersen, 1999) e (Thompson e Kontomaris, 1999);

• da indústria de fundição (Cast Metal Coalisation, 1998); • da indústria americana de construção comercial (RCBI, 1999); • do petróleo (API e NPRA, 1999); • da infra-estrutura da Sociedade Canadense de Microeletrônica (ITRS, 2000); • das comunicações óticas da Rede Temática OPTIMIST (Demeester, 2002); • da indústria fotovoltaica e a eletricidade limpa (EPIA, 2002), (PVNET Consortium, 2002) e (Jäger-Waldau, 2002);

• de chips (CHEN, 2003). O processo de ampliação do uso e das áreas de aplicação do método fica bem exemplificado pelo Foresight Vehicle Programme, Roadmapping inglês realizado para o setor automotivo, que reuniu cento e trinta especialistas e sessenta organizações para planejar os próximos vinte anos do setor no Reino Unido (Society for Motor Manufacturers and Traders, 2004). Este também é o caso do Roadmapping

de semicondutores da SIA (Associação da Indústria de Semicondutores), comentado por Allan, Edenfeld e Joyner (2002), Schaller (2004) e Iwai (1999), que reuniu, em sua primeira versão em 2001, especialistas de países asiáticos, europeus e norte-americanos e que é uma grande referência em Roadmapping para setores industriais. A Comissão Européia também realizou Roadmappings como, por exemplo, o de inteligência ambiental em 2001 (Ducatel e colaboradores: 2001) e o da tecnologia wireless em 2002 (Loupis, 2002). Porém, o governo dos Estados Unidos teve um grande peso na utilização deste método, conduzindo vários Roadmappings, dos quais se destacam: robótica e máquinas inteligentes (US Department of Energy, 1998); recursos renováveis para a agricultura (US Department of Agricultural e US Department of Energy, 1998); o futuro dos caminhões (Bradley, 2000); eletricidade (US Department of Energy, 2000) e (EPRI, 2003); bioenergia (US Department of Energy, 2001); gás (Luke e Hamp, 15


Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

2001); robótica (Gregory e colaboradores, 2001); turbina a vento (AWEA, 2002); nanotecnologia da NASA (Meyyappan, 2002); turbinas de alta eficiência (Layne, 2002); células a combustível (Rossmeissl, 2002); e

viagens solares (NASA, 2002). Graças às suas possibilidades de aplicação, o escopo de utilização do método Roadmapping se expandiu. Atualmente, além dos tecnológicos, encontramos referências de Roadmaps para produtos, políticas, cadeia de fornecedores, inovação, estratégias, competências, entre outros. Os Roadmappings realizados no âmbito do projeto Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense foram concebidos para permitir a formulação e a implementação de estratégias. Eles trazem também informações sobre tecnologias necessárias para permitir à indústria avançar em direção ao futuro desejado, entretanto não tem por objetivo definir alternativas tecnológicas precisas para os setores/áreas em estudo.

Metodologia Lançado em 2006 e com conclusão prevista para 2008, o Projeto Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense tem por meta desenhar mapas de trajetórias a serem percorridas para cada um dos domínios identificados como altamente promissores para a indústria do Estado até 2015. Em função do número de setores/áreas de interesse foi estabelecido um cronograma de trabalho em duas fases, conforme o diagrama a seguir. Figura 1 – Modelo do processo de geração dos roadmaps da indústria do Paraná.

Fonte: Elaborado pelo Observatório de Prospecção e Difusão de Tecnologia do SENAI/PR 16


Roadmapping da Indústria AgroAlimentar 2015

Os Roadmappings estão sendo executados segundo uma mesma metodologia de trabalho, que pode ser dividida em quatro etapas:

Etapa 1 – Estudos preparatórios Foram elaborados, pelas equipes técnicas no Paraná, estudos para levantar a situação atual de cada um dos setores/áreas trabalhados em termos de número de empresas, empregados, produção, porte das empresas, principais produtos de exportação e indicadores científicos e tecnológicos, que estão disponíveis no site www.fiepr.org.br/observatorios. Estes estudos foram enviados aos especialistas como subsídio de informações preparatório aos painéis técnicos. Em paralelo, na Espanha, a Fundação OPTI, amparada pela sua larga experiência internacional e pelos estudos sobre a realidade econômico-industrial do Estado do Paraná, fez um inventário das tendências tecnológicas que poderiam impactar os temas selecionados para os Roadmappings 2006-2007. Essas informações foram organizadas para subsidiar os especialistas durante os encontros de trabalho.

Etapa 2 – Organização Os encontros participativos foram realizados no formato de painéis de especialistas. Os trabalhos foram planejados de forma que as etapas do método Roadmapping fossem cumpridas no decorrer de dois encontros de seis horas, para cada tema selecionado, conforme quadro a seguir: Quadro 1 – Painéis de Especialistas do projeto Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense, realizados no CIETEP (Curitiba-PR). Painel 1

Painel 2

Indústria Agroalimentar

29/08/2006

21/11/2006

Produtos de consumo

31/08/2006

22/11/2006

Microtecnologia

04/09/2006

24/11/2006

Biotecnologia (Agrícola, Florestal e Avicultura)

01/09/2006

23/11/2006

Biotecnologia (Suinocultura, Bovinocultura e Piscicultura)

10/11/2006

11/12/2006

Roadmappings

Fonte: Observatório de Prospecção e Difusão de Tecnologia do SENAI/PR

Com exceção do Roadmapping de Biotecnologia Animal, aplicada à suinocultura, bovinocultura e piscicultura, todos os outros foram conduzidos pela Fundação OPTI, que veio ao Paraná especialmente com este fim. Ao todo foram realizados 10 encontros e mobilizados aproximadamente 120 especialistas das áreas trabalhadas. As listas de participantes encontram-se nos anexos dos relatórios técnicos dos Roadmappings. 17


Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

A composição dos painéis de especialistas obedeceu aos seguintes critérios: diversidade regional e representatividade da indústria, da academia, do governo e do terceiro setor. Os especialistas foram selecionados por sua experiência prática industrial, seu conhecimento técnico, relevância de sua pesquisa científica, ação empreendedora ou capacidade de pensar o futuro do setor estudado.

Etapa 3 – Condução Os participantes foram guiados nas seguintes fases de reflexão: Figura 2 – Modelo das macroetapas do Roadmapping

Fonte: Fundação OPTI – Artigo técnico não publicado.

Para conduzir o processo, foram realizadas as seguintes atividades: 1. Brainstorming sobre a situação atual – exame da realidade do setor/área para ter bem claro qual é o ponto de partida. Foram analisados aspectos-chave como: produtos existentes; processos/tecnologias em uso; situação nos mercados; capacidades em Recursos Humanos, entre outros. 2. Visões de futuro – estabelecimento dos objetivos a serem alcançados até 2015. Para serem aceitas, as visões tinham de atender aos seguintes critérios: ser consensuais, realistas, confiáveis e de fácil compreensão. 3. Desafios – entendimento compartilhado sobre o que pode impedir o desenvolvimento desejado. Esta etapa buscou listar os desafios/barreiras que devem ser superados para se alcançar os objetivos fixados nas visões. 4. Identificação dos fatores críticos de sucesso – consenso sobre os fatores que são críticos para o sucesso no processo de concretização das visões. 18


Roadmapping da Indústria AgroAlimentar 2015

5. Soluções e ações – partindo dos fatores críticos e considerando os desafios, é a proposição de ações que devem ser desenvolvidas até 2015 para se alcançar as visões de futuro. Em grandes linhas, elas se relacionam (ou estão relacionadas) com: identificação de alternativas tecnológicas, mudanças na gestão empresarial, comercialização, marketing, recursos humanos, políticas públicas, legislação e planejamento, entre outros. 6. Agentes envolvidos – seleção dos agentes envolvidos (indivíduos e organizações) que precisam ser partícipes do processo para viabilizar e acelerar as estratégias de implantação das ações (indústrias, organizações governamentais e não-governamentais, pesquisadores, universidades e outros). A dinâmica das reuniões foi marcada pela organização dos especialistas em grupos mantidos fixos durante todo o processo. Cada grupo elegia um porta-voz para apresentar suas reflexões e negociar o consenso necessário à aceitação das propostas para cada etapa trabalhada.

Etapa 4 – Consolidação dos Resultados Esta etapa foi consagrada à sistematização final de todos os materiais gerados durante o processo de Roadmapping. Os Roadmaps esboçados durante os encontros foram finalizados e validados pelos participantes, e as informações consolidadas deram origem a relatórios técnicos. No biênio 2006-2007 foram realizados Roadmappings para a Indústria Agroalimentar e de Produtos de Consumo (Couro e artefatos; Têxtil e confecção; Madeira e móveis; e Cerâmica) e para Microtecnologia, Biotecnologia Agrícola, Florestal e Animal (Avicultura; Suinocultura; Bovinocultura; e Piscicultura). Cada Roadmapping (processo coletivo de construção de visões e proposição de ações) gerou um Roadmap (mapa do caminho a ser seguido) e um relatório técnico que estão disponíveis no site www.fiepr.org.br/observatorios ou podem ser solicitados por meio do endereço observatoriosenai@fiepr.org.br.

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Roadmapping da Indústria Agroalimentar

A

palavra Roadmapping, um neologismo da língua inglesa, tem dois significados que se complementam e se confundem. Inicialmente, designa um método bastante estruturado cujo eixo central é a interatividade de grupos de trabalho que efetuam coletivamente a

criação de visões de futuro e o desenho de Roadmaps, ou seja, mapas com caminhos e encaminhamentos coordenados e encadeados no tempo e no espaço. Porém, designa também o processo de construção de perspectivas de futuro e o conjunto de resultados parciais (reflexões) e finais (Roadmaps) gerados. Esta seção tem por objetivo documentar o processo de Roadmapping da indústria agroalimentar do Paraná que foi vivenciado por um grupo de indivíduos, selecionados por seu perfil profissional e sua disponibilidade pessoal, que se reuniu em Curitiba, em “Painéis de Especialistas”, para contribuir na elaboração dos primeiros Roadmaps da indústria paranaense. A reflexão coletiva partiu de um diagnóstico sobre “Onde estamos” para definir de forma participativa “Para onde queremos ir”. O trabalho buscou apontar os impedimentos atuais à implementação das visões prospectivas, concluindo finalmente com a elaboração de uma agenda pró-ativa de ações que visam enfrentar os desafios à materialização do futuro desejado. O recorte adotado para o Roadmapping da Indústria Agroalimentar foi baseado na Classificação Nacional de Atividades Econômicas do IBGE (2006) e se concentrou na divisão 15, Fabricação de Produtos Alimentícios e Bebidas, que compreende: Abate e preparação de produtos de carne e pescado; Processamento, preservação e produção de conservas de frutas, legumes e outros vegetais; Produção de óleos e gorduras vegetais e animais; Laticínios; Moagem; Fabricação de produtos amiláceos e de rações balanceadas para animais; Fabricação de refino de açúcar; Torrefação e moagem de café; Fabricação de outros produtos alimentícios; e Fabricação de bebidas.

Considerações sobre a Situação Atual A questão “Onde estamos?” orientou o diálogo sobre a posição atual da indústria agroalimentar no Paraná e teve por objetivo explicitar da forma mais clara possível qual é o ponto de partida do setor. Os 21


Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

debates foram organizados em torno de temas-chave como: Processos Industriais; Produtos; Concorrência; Mercado; Capacidade de Pesquisa & Desenvolvimento; e Qualidade, Segurança e Rastreabilidade. As análises e considerações dos participantes desenham o seguinte panorama: Processos Industriais (automação de processos e tecnologias de conservação e envase) – O setor se caracteriza por: baixo índice de automação, falta de atualização tecnológica das micro e pequenas empresas (MPEs) e dificuldade de encontrar soluções adaptadas ao contexto das MPEs. Além disso, existe uma grande necessidade de investimento de recursos financeiros e promoção de medidas que permitam às MPEs o acesso a tecnologias emergentes adaptadas. Com relação ao tema embalagens, foi comentado que é pequeno o número de empresas fornecedoras de embalagens para o setor no Estado. Existe pouca opção de fornecedores. No que se refere ao envase propriamente dito, existem poucas opções de embalagens atóxicas e biodegradáveis. Apesar do número de instituições de ensino especializadas existentes no Estado, identifica-se uma falta de capacitação profissional em recursos humanos para o setor. Esta carência se dá principalmente nos cursos técnicos e profissionalizantes, nos quais o acesso a novas tecnologias incorporadas nos processos de produção deixa a desejar. Produtos – De maneira geral, os produtos da indústria agroalimentar paranaense são pouco inovadores. Observa-se que a cultura de agregação de valor aos produtos ainda é pequena. Os principais produtos produzidos pelo Estado, apontados pelos especialistas, são: Café; Grãos; Produtos lácteos; Água, bebidas e chás; Açúcar e derivados; Carnes; Ração; Orgânicos; Panificação e confeitaria. Os alimentos funcionais aparecem como uma tendência com potencial ainda pouco desenvolvido. Concorrência – As atuais políticas empresariais têm orientado o crescimento do setor para atender ao mercado interno, principalmente a Região Sul. As empresas estão em busca de novos mercados, porém faltam informações sistematizadas e atualizadas sobre os mercados externos. O impacto direto disso é uma baixa velocidade de resposta das empresas aos movimentos dos mercados. Constata-se que muito ainda necessita ser feito para se alcançar de fato a internacionalização das empresas paranaenses. Um ponto de estrangulamento é a falta de técnicos especializados para o setor de comércio internacional.

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Roadmapping da Indústria AgroAlimentar 2015

A concorrência em mercados externos demanda presença e acompanhamento contínuos. Neste aspecto foi salientada a fraca participação da indústria em feiras internacionais, que, conjuntamente ao baixo índice de participação de especialistas com conhecimentos técnicos sobre a indústria agroalimentar do Paraná em eventos internacionais, compõem um gargalo. Dessa forma, são perdidas oportunidades importantes de apresentação e defesa das qualidades dos produtos paranaenses. Mercado – Observa-se uma grande carência de estudos de mercado com análises aprofundadas, em especial os estudos de demanda. Faltam conhecimentos sobre os mercados internos (Centro-Oeste, Nordeste e Norte) e externos (Américas, Europa, Oriente Médio, Ásia, África). Existe a necessidade de um sistema de informações atualizadas sobre barreiras legais e não alfandegárias. Faltam estudos sobre o comportamento dos consumidores e suas expectativas. Foi observado que o nível de informação repassado ao consumidor é deficitário, principalmente no que tange às informações nutricionais. Os elos da cadeia produtiva não são coordenados e os mercados são abastecidos em sua maioria com commodities. Observa-se uma demanda crescente de mercado por produtos funcionais, o que requer uma atualização ou mesmo reconversão industrial para atender a esta tendência. Capacidade de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), Recursos Humanos e Formação – A capacidade de P&D da indústria agroalimentar do Paraná está bem aquém de seu potencial. O Estado é deficitário em plantas-piloto e faltam institutos de pesquisa especializados em áreas-chave. A formação acadêmica precisa ser revista em pelo menos dois pontos: criação de cursos de pós-graduação profissionalizantes e construção de perfil profissional globalizado. É preciso incentivar a formação parcial desses profissionais no exterior para garantir uma abertura e o preparo para trabalhar com outros mercados. Em relação aos Recursos Humanos, a situação atual é contraditória. Observa-se, por um lado, o crescimento da necessidade de pessoal qualificado e, por outro, constata-se uma prática de mínimo investimento das empresas em recursos humanos especializados. Os salários são baixos e há pouco reconhecimento dos técnicos de alto nível. Faltam incentivos profissionais e planos de fixação dos recursos humanos treinados. As empresas ainda fazem pouco uso da inserção de trainees e estagiários estrangeiros como forma de ajudar no seu processo de globalização. Observa-se a necessidade de integração entre universidades e empresas, com o objetivo de potencializar as atividades de transferência de conhecimento.

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Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

Qualidade, Segurança e Rastreabilidade – Temas críticos para o desenvolvimento da indústria agroalimentar no Estado; apresentam os seguintes aspectos no momento atual: Universidades e Institutos de Pesquisa • Falta de reagentes, equipamentos laboratoriais e manutenção. • Pouca agilidade na importação de equipamentos e reagentes. • Baixa remuneração dos técnicos. • Falta metodologia analítica que aplique nanotecnologia. • Necessidade de desenvolvimento de conservantes naturais. Indústrias • Baixa utilização das Boas Práticas de Fabricação (BPF) e da Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), além de baixa qualificação da mão-de-obra. • Legislação ultrapassada no Serviço de Inspeção Federal (SIF). • Falta de monitoramento por meio do uso de kits de laboratório. • Baixo investimento em ferramentas para o controle do processo. • Baixa remuneração dos técnicos. • Pouco conhecimento do consumidor sobre o tema. • Necessidade de desenvolvimento de conservantes naturais. • Necessidade de certificação de origem. • Pós-colheita com deficiências e altas perdas. • Dificuldades na rastreabilidade dos produtos agroalimentares em sua logística e distribuição. • Descompasso com os novos hábitos saudáveis das sociedades. • Falta metodologia analítica que aplique nanotecnologia.

Visões do Futuro desejado O estudo econômico sobre a Indústria agroalimentar paranaense e a experiência dos participantes dos Painéis de Especialistas sustentaram o debate inicial que culminou na percepção compartilhada do grupo sobre o contexto atual do setor no Estado, quesito fundamental para entrar na etapa de elaboração de visões de futuro. 24


Roadmapping da Indústria AgroAlimentar 2015

Com o entendimento comum estabilizado sobre “onde estamos”, o passo seguinte foi definir “para onde queremos ir”. Para ajudá-los nesse processo, a Fundação OPTI – Observatório de Prospectiva Tecnológica Industrial, de Madrid – apresentou ao grupo o resultado de uma pesquisa sobre as tendências tecnológicas de impacto na Indústria Agroalimentar. Esse aporte de informação, formatado e orientado para abrir o horizonte de possibilidades, somado à dinâmica de trabalhos em grupo e criação de consenso, foi o suporte metodológico para a proposição de visões. O Painel de Especialistas elaborou e validou um conjunto de cinco visões complementares que compõem o cenário desejado de uma Indústria Agroalimentar paranaense forte e inovadora, engajada na sustentabilidade e bem posicionada no mercado nacional e internacional. Visões de uma Indústria agroalimentar paranaense forte e inovadora Visão 1

Internacionalização das indústrias agroalimentares

Visão 2

Indústria agroalimentar sustentável: Valorização dos resíduos

Visão 3

Imagem de marca para produtos agroalimentares da indústria paranaense

Visão 4

Referência em produtos orgânicos

Visão 5

Referência no desenvolvimento de produtos funcionais

Para cada uma das cinco Visões foram identificados desafios a serem vencidos, fatores críticos de sucesso e ações a serem implementadas em curto, médio e longo prazo, de forma a induzir o crescimento sustentável da indústria agroalimentar do Estado do Paraná e tornar real o futuro desejado. Em complemento às ações, a Fundação OPTI e o Observatório de Prospecção e Difusão de Tecnologia do SENAI/PR identificaram tecnologias correlacionadas, que devem ser desenvolvidas ou incorporadas ao longo dos anos, para que as Visões possam ser alcançadas com sucesso.

Internacionalização das indústrias agroalimentares – Visão 1 A indústria agroalimentar do Paraná tem crescido nos últimos anos e acredita-se que com incentivos na área de inovação seja possível um crescimento ainda maior. Entretanto, sua presença no mercado internacional ainda é muito pequena. Ela pode e deve ser expandida. A perspectiva de internacionalização industrial deste setor busca intensificar o crescimento com base em novos produtos, novos mercados, novos canais de distribuição, ampliação de sua capacidade de atuação em comércio exterior e a padronização nas normas de qualidade internacionais.

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Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

Desafios • Vencer o alto nível da concorrência internacional. • Conquistar experiência no mercado internacional. • Incorporar produtos em grandes redes de comercialização e distribuição. • Formar especialistas técnicos qualificados para defesa dos produtos locais. • Formar quadros técnicos e comerciais globalizados. • Equiparar normas nacionais e internacionais. • Atender aos critérios de segurança sanitária. • Antecipar e responder barreiras tarifárias e não-alfandegárias. • Diminuir a burocracia. • Melhorar a logística de exportação. Fatores críticos de sucesso De acordo com os especialistas, os fatores críticos para o sucesso no processo de concretização dessa visão de futuro são: • Pesquisa de Mercado. • Marketing Externo. • Qualidade e Segurança. • Modelo de Gestão. Soluções e ações Os participantes dos Painéis de Especialistas, partindo dos fatores críticos para o sucesso e considerando os desafios a serem vencidos, propuseram um conjunto de ações que devem ser desenvolvidas até 2015 para que haja a criação efetiva de uma indústria agroalimentar internacionalizada no Paraná.

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Roadmapping da Indústria AgroAlimentar 2015

Quadro 2 – Propostas de ações para a Internacionalização das indústrias agroalimentares FATOR CRÍTICO

AÇÕES

Pesquisa de Mercado

• • • • • • • • •

Antecipar-se às exigências do mercado. Realizar estudos prospectivos com ênfase em tecnologias-chave. Pesquisar o mercado externo (legislação, consumidor, concorrentes). Capacitar recursos humanos para desenvolvimento de pesquisas de mercado. Definir/identificar produtos que sejam competitivos no mercado externo. Criar centro de estudos em mercados internacionais. Identificar novos nichos de mercado no exterior. Promover a formação de consultores especializados. Pesquisar e antecipar mudanças de estilo de vida dos consumidores dos mercados-alvo.

Marketing Externo

• • • • • •

Participar de eventos internacionais relacionados ao setor agroalimentar. Divulgar os produtos paranaenses por meio das missões internacionais da FIEP. Capacitar profissionais em marketing. Divulgar produtos em exposições, feiras, workshops. Implantar escritórios de representação em mercados internacionais. Participar de merchandising em programas no exterior.

Qualidade e Segurança

• • • • • • •

Pesquisar e aplicar tecnologias que permitam atender às exigências do mercado externo. Promover a constante atualização sobre os padrões internacionais de qualidade e segurança. Fortalecer e credenciar órgãos certificadores. Criar/fortalecer centro de tecnologia, qualidade e segurança em alimentos no Estado. Garantir padrões de qualidade e segurança mediante órgãos credenciados. Valorizar propriedades nutricionais e funcionais dos produtos a serem vendidos. Antecipar exigências de qualidade e segurança alimentar.

Modelo de Gestão

• • • • • • • •

Preparar empresas para atender o que o mercado busca. Buscar ou preparar profissionais de áreas correlatas para trabalhar com modelos internacionais de gestão. Pesquisar e disseminar informações sobre modelos internacionais de gestão. Incentivar a cooperação interempresas na cadeia produtiva. Incentivar cooperação regional. Favorecer a formação de tradings. Formar equipes com qualificação em comércio exterior. Incentivar ações comuns de promoção de produtos.

Fonte: Observatório de Prospecção e Difusão de Tecnologia do SENAI/PR

Tecnologias O sucesso na concretização dessa visão depende da implementação das ações vinculadas aos fatores críticos, mas também, e muito fortemente, de investimentos em tecnologias de apoio. A Fundação OPTI e o Observatório de Prospecção e Difusão de Tecnologia do SENAI/PR realizaram uma pesquisa para identificar tecnologias importantes para o processo como um todo. A internacionalização da indústria agroalimentar paranaense certamente demandará tecnologias como:

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Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

• Softwares para controle e gestão de redes logísticas. • Sistemas inteligentes para gestão do comércio e sua distribuição. • Otimização dos processos de gestão mediante modelos de simulação. • Redes de comunicação integral: empresa/empresa, empresa/consumidor, empresa/administração. • Automatização dos processos comerciais mediante coleta automatizada de dados e seu processamento. O sucesso da visão de “Internacionalização das indústrias agroalimentares” se apóia em grande parte no sucesso das outras quatro visões desenhadas, pois, se a agricultura orgânica se fortalecer, a exportação crescerá automaticamente, já que o mercado externo está cada vez mais propenso a consumir esse gênero de alimentos. Ao criar-se uma imagem de marca com selo origem para os produtos paranaenses, eles conseguirão mais espaço no mercado externo. Se os produtos funcionais começarem a ser desenvolvidos em larga escala, existe um amplo mercado a ser conquistado. As tendências mundiais indicam que os consumidores buscarão cada vez mais comprar de empresas que pratiquem a sustentabilidade, principalmente a ambiental. Por isso, esta primeira visão pode, de maneira transversal, beneficiar-se das ações propostas para estas outras visões.

Indústria Agroalimentar Sustentável: Valorização dos Resíduos – Visão 2 O desenvolvimento sustentável é um conceito sistêmico, relacionado à continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. Pretende ser um meio de configurar a civilização e a atividade humanas, de tal forma que a sociedade, seus membros e suas economias possam preencher suas necessidades e expressar seu maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses ideais. A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a vizinhança local até o planeta inteiro. Para ser sustentável, um assentamento ou empreendimento humano necessita atender a quatro requisitos básicos, de forma a ser: ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito. A sustentabilidade é uma meta a ser atingida por todas as indústrias, em particular pela indústria de alimentos, pois os consumidores estão cada vez mais exigentes e melhor informados a respeito dos produtos que consomem.

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Roadmapping da Indústria AgroAlimentar 2015

Com essa visão, pretende-se que a indústria paranaense busque seguir critérios de produção comprometidos com a sustentabilidade. O primeiro passo e o encaminhamento escolhido para abordar este tema complexo é o comprometimento com a valorização de resíduos com vistas a diminuir seu impacto e lhes agregar valor, transformando em riqueza o que antes era descartado. Desafios • Enxergar resíduos como futuros produtos (inclusive de alto valor agregado). • Conscientizar os atores do processo. • Criar estímulos fiscais governamentais para valorizar resíduos. • Diminuir investimento inicial na valorização de resíduos. • Tornar acessíveis as análises laboratoriais. • Investir em tecnologia. • Valorizar/aumentar as pesquisas no tema. • Desenvolver tecnologias próprias. Fatores críticos de sucesso De acordo com os especialistas, os fatores críticos para o sucesso dessa visão de futuro são: • Política Governamental. • Política Empresarial. • Desenvolvimento Tecnológico. • Política Social. Soluções e ações Os grupos de trabalho elaboraram um conjunto de ações a serem desenvolvidas até 2015 para que haja sucesso na visão de valorização de resíduos dentro de uma dinâmica de desenvolvimento sustentável. As ações foram centradas nos fatores críticos para o sucesso e levaram em consideração os desafios a serem vencidos.

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Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

Quadro 3 – Propostas de ações para uma Indústria agroalimentar sustentável FATOR CRÍTICO

AÇÕES

Política Pública

• • • • • • • •

Política Empresarial

• Promover capacitação empresarial contínua. • Desenvolver o mercado de subprodutos. • Realizar estudos setoriais para verificar a rentabilidade dos resíduos: recuperação e reutilização de resíduos, diagnósticos técnicos e econômicos, otimização de processos. • Conscientizar os empresários sobre a importância da sustentabilidade. • Estimular a análise do ciclo de vida dos produtos. • Desenvolver produtos novos de alto valor agregado. • Criar, ou adequar, o departamento de Meio Ambiente nas empresas (educação ambiental, reciclagem). • Incorporar tecnologias limpas no processo. • Desenvolver e implementar produtos e processos em absoluta conformidade com as premissas da sustentabilidade.

Desenvolvimento Tecnológico

Política Social

Realizar estudos de tendências tecnológicas para reutilização, reciclagem e produção eficiente. Criar linhas de financiamento para a utilização de tecnologias limpas. Manter ação permanente de fiscalização ambiental. Criar incentivos fiscais às empresas que valorizem resíduos. Adequar a legislação ambiental brasileira em relação aos padrões internacionais. Incentivar o desenvolvimento do setor de embalagens recicláveis, reutilizáveis e biodegradáveis. Incentivar a co-geração de energia utilizando resíduos. Elaborar políticas antecipando tendências internacionais.

• • • • •

Desenvolver pesquisas que reduzam/utilizem/agreguem valor a resíduos ou subprodutos. Promover interação universidade-empresa. Utilizar a biotecnologia como ferramenta em pesquisas de reaproveitamento de resíduos. Criar centro de tecnologia em alimentos no Estado. Pesquisar e difundir as melhores técnicas e alternativas disponíveis, em relação à transformação e gestão de resíduos, e valorização de subprodutos. • Desenvolver embalagens recicláveis, reutilizáveis e biodegradáveis. • Desenvolver tecnologias para valorizar resíduos. • Desenvolver e transferir tecnologia em gestão e valorização de resíduos e subprodutos. • Difundir a cultura de valores éticos que favoreçam a produção eficiente. • Conscientizar a população sobre a importância da sustentabilidade: criar campanhas informativas sobre o tema Sustentabilidade. • Criar condições econômicas e sociais para incentivar os produtores agrícolas a buscarem a valorização de resíduos. • Elaborar e implementar políticas de desenvolvimento social mediante a valorização de resíduos.

Fonte: Observatório de Prospecção e Difusão de Tecnologia do SENAI/PR

Tecnologias O sucesso na concretização da visão depende da implementação das ações vinculadas aos fatores críticos, mas também, e muito fortemente, de investimentos em tecnologias de apoio. A pesquisa realizada pela Fundação OPTI e pelo Observatório de Prospecção e Difusão de Tecnologia do SENAI/PR, em busca de tecnologias de apoio ao processo de implementação dessa visão, revelou algumas linhas importantes de desenvolvimento tecnológico a serem acompanhadas: • Design integral: integração de matéria-prima, processo, embalagem e ecodesenho. 30


Roadmapping da Indústria AgroAlimentar 2015

• Otimização e simulação de processos. • Ferramentas de gestão ambiental: análise do ciclo de vida, análise de riscos, redesenho dos processos. • Minimização de resíduos na origem: matérias-primas e embalagens. • Tecnologias de caracterização, classificação e separação de resíduos. • Tecnologias de recuperação e valorização: concentração, extração e tratamento. • Eliminação de resíduos específicos.

Imagem de marca para produtos agroalimentares da indústria paranaense – Visão 3 O desenho dessa visão foi pensado com vistas a criar um diferencial para os produtos agroalimentares produzidos no Paraná. Esse diferencial está baseado em quesitos de qualidade, segurança para o consumidor, normas internacionais e sustentabilidade. Uma imagem de marca que identifique os produtos agroalimentares do Paraná permite que as indústrias possam ter acesso a mercados mais exigentes, que hoje vêem produtos com denominação de origem como um grande diferencial no momento de escolha da compra. A imagem de marca pode ser obtida por meio de selos que criem uma diferenciação competitiva, além de promover uma imagem positiva do Paraná no mercado internacional. Deverá funcionar como uma garantia para o importador de que os produtos exportados pelo Estado atendem a padrões de qualidade, boas práticas de gestão, sustentabilidade ambiental e responsabilidade social. Esta estratégia pode vir a beneficiar toda a cadeia dos produtos agroalimentares, agregando valor e dando maior credibilidade e respeitabilidade aos produtos exportados, além de ampliar ainda mais o mercado internacional aos produtos exportados pelo Paraná. Desafios • Divulgar e informar sobre a importância e benefícios do uso de selos (consumidores e industriais). • Articular acordo entre indústrias e organismos oficiais. • Melhorar a atuação dos órgãos de certificação. • Dar credibilidade ao processo de certificação. • Criar/fortalecer legislação específica e suporte técnico. Fatores críticos de sucesso Para o sucesso da visão “Imagem de marca para produtos alimentares da indústria paranaense”, foram identificados pelos especialistas, os seguintes fatores críticos:

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Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

• Regulamentação. • Certificação. • Marketing e Informação. • Cooperação entre atores. Soluções e ações O Painel de Especialistas projetou um conjunto de ações a serem implementadas no horizonte de 10 anos com vistas a consolidar a visão de um selo com imagem de marca para os produtos agroindustriais paranaenses. Tais ações se concentram nos fatores críticos para o sucesso e levam em conta os desafios a serem vencidos. Quadro 4 – Propostas de ações para o Selo de certificação com imagem de marca para produtos alimentares da indústria paranaense FATOR CRÍTICO

AÇÕES

Regulamentação

• • • •

Criar Marco Regulatório (normas e agentes fiscalizadores). Estabelecer padrões de qualidade para cada produto fabricado no Paraná. Criar mecanismos de debate e gestão participativa para evolução dos processos de certificação. Atualizar os padrões de qualidade dos produtos certificados.

Certificação

• • • • • • •

Criar Selo de Origem com imagem de marca do Paraná. Credenciar prestadores de serviço que auxiliem os empresários no processo de certificação. Disseminar a cultura de certificação entre micro e pequenos empresários. Formar certificadores em instituições renomadas. Equipar e manter os laboratórios já existentes. Desenvolver infra-estrutura para controle das normas. Fiscalizar periodicamente as empresas associadas que tenham recebido o Selo.

Marketing e Informação

• • • • • • •

Realizar pesquisas de mercado: identificar produtos que possam receber o Selo de Origem do Paraná. Divulgar os benefícios para prováveis clientes. Participar de Workshops, feiras e exposições, no mercado interno e externo. Formular campanhas de informação para o consumidor. Construir paulatinamente uma “tradição” para os produtos paranaenses. Elaborar estratégias para penetração em novos mercados. Formular campanhas de valorização dos produtos com Selo de Origem do Paraná.

Cooperação entre Atores

• • • •

Formar uma rede com os atores interessados em participar do processo de certificação dos produtos agroalimentares. Promover ações para a manutenção da rede de atores. Induzir a formação de parcerias. Propiciar acesso a tecnologias e informações para que os agentes possam agregar valor aos produtos por meio da certificação. • Promover ações para incrementar a rede de atores.

Fonte: Observatório de Prospecção e Difusão de Tecnologia do SENAI/PR

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Roadmapping da Indústria AgroAlimentar 2015

Tecnologias As tecnologias relacionadas como auxiliares para o desenvolvimento desta visão, segundo tendências mundiais, dividem-se entre Equipamentos de Laboratório de Controle de Qualidade e Rastreabilidade. Equipamentos de laboratórios de controle da qualidade: • Sensores de análises em tempo real para a detecção de contaminantes. • Sensores de gases. • Biossensores. • Tecnologias para detecção de patógenos, toxinas etc. (sondas de DNA). • Tecnologias de análises não-destrutivas (infravermelho, ultra-som). • Combinação e automatização de sistemas de sensores para controle de processos. • Marcadores moleculares. Rastreabilidade: • Ferramentas de informação: softwares específicos para gestão automatizada de sistemas de rastreabilidade e comunicação eletrônica de dados rastreados. • Ferramentas de gestão: relacionadas com modelos de rastreabilidade da cadeia de abastecimento, protocolos de recuperação da informação que assegurem a rastreabilidade. • Ferramentas de controle: métodos moleculares para a identificação de genes, validação de protocolos mediante a aplicação da biologia molecular, painel de marcadores moleculares para verificar origem genética. A visão “Imagem de marca para produtos agroalimentares da indústria paranaense” se interrelaciona fortemente com as visões “Internacionalização das indústrias agroalimentares do Paraná” e “Referência em produtos orgânicos”, portanto, as ações se reforçam e algumas podem vir a ser conduzidas colaborativamente. Em 22 de dezembro de 2006 foi criada a Lei n.º 15.335, que estabeleceu o “Selo de Qualidade Paraná”. Ele é um certificado de conformidade a padrões mínimos de segurança alimentar e qualidade, nacionais e internacionais, de produtos e subprodutos das cadeias agropecuária e florestal. O Paraná será o primeiro Estado a emitir um selo de qualidade para os produtos agropecuários e florestais que exporta por meio de seus portos públicos.

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Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

Referência em produtos orgânicos – Visão 4 O mercado de produtos orgânicos está crescendo cerca de 30% ao ano em todo mundo. Na Europa e Estados Unidos, existem cada vez mais lojas especializadas nesses tipos de produtos. A produção de orgânicos no Brasil hoje é de 300 mil toneladas ao ano, sendo que 20 mil produtores estão envolvidos, e 80% destes são agricultores familiares. O Estado do Paraná é atualmente o segundo maior produtor de orgânicos do Brasil. Conta atualmente com 4.132 produtores orgânicos, que geraram em 2006 a produção de cerca de 80 mil toneladas de produtos, como feijão, arroz, soja, mandioca, açúcar-mascavo e hortaliças, resultando uma renda bruta de aproximadamente R$ 90 milhões. Além disso, o Paraná terá o primeiro mercado permanente de produtos orgânicos do país, a ser construído em Curitiba. Logo, o Estado apresenta todas as condições necessárias para que, em um futuro muito próximo, possa agregar maior valor à sua produção de orgânicos. Desafios • Diminuir a burocracia para obter financiamento. • Investir em equipamentos e tecnologia. • Qualificar recursos humanos. • Padronizar matérias-primas. • Diminuir os custos das embalagens. • Analisar os resíduos gerados. • Acompanhar a legislação internacional e adequar a nacional. • Contornar dificuldades impostas pelas redes distribuidoras. • Conscientizar os consumidores. • Romper barreiras culturais em todos os elos da cadeia, desde os produtos agrícola até o consumidor final. Fatores críticos de sucesso Na visão da indústria paranaense como “referência em produtos orgânicos”, foram considerados críticos os seguintes fatores: • Certificação. • Pesquisa & Desenvolvimento Tecnológico. • Produtores Agrícolas. • Políticas de Incentivo. 34


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Soluções e ações Baseados nos consensos construídos, os especialistas estipularam ações a serem realizadas no horizonte de 10 anos, com vistas a consolidar a indústria paranaense como referência em orgânicos. As ações foram definidas de forma a potencializar aos fatores críticos de sucesso, sempre levando em conta os desafios a serem enfrentados. Quadro 5 – Propostas de ações para uma indústria paranaense referência em produtos orgânicos FATOR CRÍTICO

AÇÕES • Criar campanhas de valorização de produtos certificados. • Tornar a certificação acessível a pequenos, médios e grandes produtores.

Certificação

• Fortalecer a ação dos órgãos responsáveis por orientar os produtores. • Aumentar a capilaridade dos órgãos responsáveis por orientar os produtores. • Estimular a interação com institutos internacionais de certificação “orgânica”. • Criar/fortalecer Centro de Tecnologia em Alimentos no Estado. • Criar plataformas e projetos para valorização e apresentação dos produtos orgânicos. • Incentivar pesquisas em organizações públicas e privadas. • Incentivar pesquisas para a agregação de valor a produtos orgânicos.

Pesquisa &

• Promover e disseminar o desenvolvimento de ferramentas e tecnologias que valorizem a produção de produtos orgânicos.

Desenvolvimento Tecnológico

• Incentivar o desenvolvimento de tecnologias e ferramentas para a rastreabilidade. • Incentivar pesquisas em conservantes e corantes naturais. • Incentivar pesquisas para novas técnicas de envase e produção. • Incentivar pesquisas de processos e matérias-primas para a fabricação de embalagens biodegradáveis. • Introduzir tecnologias apropriadas para aumentar a produtividade em plantações orgânicas.

Produtores Agrícolas

• • • • • • •

Criar formações técnico-gerenciais específicas para necessidades de produtores orgânicos. Promover a agricultura orgânica de novos produtos agrícolas. Fortalecer as associações de produtores. Incentivar o uso de boas práticas rurais. Estimular a cooperação entre produtores e centros de pesquisa. Participar de feiras e eventos internacionais. Estimular o intercâmbio/estágio internacionais entre produtores.

Políticas de Desenvolvimento

• • • • • •

Realizar estudos prospectivos para o tema. Fortalecer e divulgar linhas de financiamento para pequenos e médios produtores. Estimular a educação e o treinamento dos produtores na área dos alimentos orgânicos. Criar incentivos fiscais para produtos orgânicos com valor agregado. Elaborar estratégias para desenvolvimento e comercialização de produtos orgânicos. Induzir ações de atualização para produtores na área de alimentos orgânicos.

Fonte: Observatório de Prospecção e Difusão de Tecnologia do SENAI/PR

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Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

Tecnologias Para materializar a Visão “Referência em produtos orgânicos”, serão necessários esforços para melhoria da produtividade e qualidade. Algumas tecnologias podem ser associadas à agricultura e rastreabilidade, para desenvolver o setor no Estado. A pesquisa realizada pela Fundação OPTI e pelo Observatório de Prospecção e Difusão de Tecnologia do SENAI/PR, em busca de tecnologias de apoio à visão, revelou algumas técnicas, tecnologias e ferramentas a serem amplamente utilizadas: • Técnicas para o melhoramento e conservação da qualidade do solo, tais como: técnicas modernas de trabalho, aplicação de fertilizantes naturais, técnicas para realização da primeira lavoura. • Técnicas para o melhoramento do desenvolvimento dos cultivos: sementes e plantações, rotação de culturas, associações de cultivos. • Tecnologias associadas ao controle fitossanitário. • Técnicas de manejo de gado: condições ambientais das explorações, alimentação, saúde animal. • Ferramentas de informação: Softwares específicos para a gestão automatizada de sistemas de rastreabilidade, comunicação eletrônica de dados rastreados. • Ferramentas de gestão relacionadas com modelos de rastreabilidade da cadeia de abastecimento, protocolos de coleta de dados que assegurem a rastreabilidade. • Ferramentas de controle: métodos moleculares para a identificação de genes, validação de protocolos aplicando biologia molecular, painel de marcadores moleculares para verificar a origem genética. Para concretização desta visão é necessária a articulação entre agricultores e indústrias, para que se desenvolvam os produtos orgânicos e sua comercialização. Esta perspectiva de futuro está intimamente relacionada com as Visões “Imagem de marca para produtos agroalimentares da indústria paranaense” e “Internacionalização das indústrias agroalimentares”, já que estas duas são pré-requisitos indispensáveis à certificação do produto orgânico e à sua comercialização em mercados externos.

Referência no desenvolvimento de Produtos Funcionais – Visão 5 Os alimentos funcionais são definidos como alimentos e componentes do alimento (nutracêuticos) que proporcionam um benefício à saúde além da nutrição básica, para uma população específica. Incluem-se: alimentos convencionais, fortificados, enriquecidos, melhorados, e suplementos dietéticos. Os alimentos funcionais proporcionam nutrientes essenciais além das quantidades necessárias para a manutenção normal, crescimento e desenvolvimento, e (ou) fornecem outros compostos biologicamente 36


Roadmapping da Indústria AgroAlimentar 2015

ativos que resultam em benefícios à saúde ou possuem efeitos fisiológicos desejáveis.O mercado de alimentos com alegações de benéficos à saúde registrou em 2005 um acréscimo de 36% nas vendas, e a expectativa no meio empresarial é de que esse aumento continue na ordem de 30%. Com esses alimentos denominados funcionais, aos quais se agregam os produtos diet e light, a indústria da “comida saudável” tem girado mais de R$ 8 bilhões por ano, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA). Ao adotar a visão de desenvolver produtos funcionais, a indústria paranaense poderá agregar valor aos seus produtos, acompanhando a tendência verificada em todo o mundo, de oferta de produtos diferenciados, para consumidores específicos. Trata-se de mercado emergente, com amplas possibilidades futuras, mas que demanda interação de inúmeros setores, desde a área da saúde até as áreas de marketing e comercialização, passando pelos órgãos de Vigilância Sanitária e pelos Laboratórios e Centros de Pesquisa Científica. Desafios • Desenvolver pesquisas básicas e aplicadas. • Desenvolver produtos funcionais com inovação tecnológica. • Criar/fortalecer laboratórios de desenvolvimento de produtos funcionais. • Desenvolver tecnologias adequadas. • Renovar e incrementar equipamentos. • Investir na instrumentação laboratorial. • Formar recursos humanos especializados. • Atender normas legais na qualificação de matérias-primas. • Criar política alimentar. • Otimizar custos de comercialização. • Diminuir os impactos dos custos das embalagens. • Conhecer e aproveitar as dinâmicas das cadeias de distribuição. Fatores críticos de sucesso De acordo com os especialistas, os fatores críticos para o sucesso do desenvolvimento de produtos funcionais são: • Marketing e Informação. • Legislação. • Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. • Política Alimentar. 37


Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

Soluções e ações O grupo de especialistas listou um conjunto de ações que devem ser implementadas até 2015 objetivando o sucesso da visão de desenvolvimento de produtos funcionais pela indústria paranaense. O trabalho foi elaborado partindo dos fatores críticos para o sucesso e considerando os desafios a serem vencido. Quadro 6 – Propostas de ações para uma indústria paranaense referência no desenvolvimento de produtos funcionais FATOR CRÍTICO

AÇÕES Realizar Pesquisas de Mercado. Segmentar nichos de atuação. Realizar estudos prospectivos e análises de tendências internacionais. Fomentar a difusão de informações sobre produtos funcionais nas escolas. Marketing e Informação Realizar campanhas específicas para os nichos selecionados. Criar campanhas em parceria com o governo, sobre os benefícios dos produtos funcionais na mídia, nos hospitais, nas academias, entre outros. • Elaborar estratégias e campanhas de informação antecipando tendências de comportamento dos consumidores. • Elaborar estratégia conjunta entre atores para o desenvolvimento de produtos funcionais no Paraná. • Agilizar o processo de aprovação dos produtos funcionais. • Otimizar o prazo de registro de produtos funcionais. • Capacitar profissionais da área de alimentos com conhecimentos da área legal. Legislação • Rever e atualizar a legislação referente a alimentos funcionais. • Institucionalizar comissão permanente para avaliação de pedidos de registro para produtos funcionais. • Fortalecer a inserção de pesquisadores e especialistas nas empresas. • Antecipar as exigências do mercado. • Monitorar tendências tecnológicas. • Criar Centro de Tecnologia em Alimentos no Estado. • Criar acordos de uso de infra-estrutura entre universidades e indústrias. • Pesquisar e difundir informações sobre tecnologias-chave. Pesquisa, • Induzir a inovação tecnológica (difusão, consultoria, equipamentos, transferência). Desenvolvimento e • Utilizar a biotecnologia como uma ferramenta no desenvolvimento de alimentos funcionais. Inovação • Criar ambiente favorável à inovação. • Estimular a qualificação de RH nas empresas e governo. • Estimular a criação de plantas piloto. • Induzir a criação de departamento de P&D nas indústrias. • Criar mestrados profissionais. • Elaborar políticas de reeducação alimentar. • Incentivar a adoção de alimentos funcionais na merenda escolar. • Utilizar a mídia para reeducação alimentar em massa. • Estimular projetos entre indústrias e universidades. Política Alimentar • Criar ações de esclarecimento sobre benefícios à saúde. • Criar política de saúde preventiva baseada na alimentação saudável. • Criar linhas de financiamento para formar profissionais na área. • Incrementar política de saúde preventiva baseada na alimentação saudável. Fonte: Observatório de Prospecção e Difusão de Tecnologia do SENAI/PR • • • • • •

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Roadmapping da Indústria AgroAlimentar 2015

Tecnologias A pesquisa realizada pela Fundação OPTI e pelo Observatório de Prospecção e Difusão de Tecnologia do SENAI/PR, em busca de tecnologias de apoio a esta visão, levantou algumas tendências tecnológicas internacionais, relacionadas ao desenvolvimento de produtos funcionais, que devem ser priorizadas como, por exemplo: • Modificação genética para o desenvolvimento de matérias-primas enriquecidas. • Melhoramento genético de bactérias produtoras de bacteriocinas de interesse. • Fitoquímicos de plantas no desenvolvimento de novos produtos. • Substâncias com propriedades funcionais agregadas. • Substâncias bioativas, com atividade fisiológica de interesse. • Redução na concentração de certas substâncias, dirigidos para grupos de populações específicos.

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Roadmaps

Pesquisa de Mercado Marketing externo Qualidade e Segurança Modelo de Gestão

HORIZONTE TEMPORAL 2007 – 2008 2009 – 2011 2012 – 2015 Realizar estudos prospectivos com ênfase em tecnologias-chave. Pesquisar o mercado externo (legislação, consumidor, concorrentes). Capacitar recursos humanos para desenvolvimento de pesquisas de mercado. Definir/identificar produtos que sejam competitivos no mercado externo. Antecipar-se às exigências do mercado. Criar centro de estudos em mercados internacionais. Identificar novos nichos de mercado no exterior. Promover a formação de consultores especializados. Pesquisar e antecipar mudanças de estilo de vida dos consumidores dos mercados-alvo. Participar de eventos internacionais relacionados ao setor alimentar. Divulgar os produtos paranaenses por meio das missões internacionais da FIEP. Capacitar profissionais em marketing. Divulgar produtos em exposições, feiras, workshops. Implantar escritórios de representação em mercados internacionais. Participar de merchandising em programas no exterior. Pesquisar e aplicar tecnologias que permitam atender às exigências do mercado externo. Promover a constante atualização sobre os padrões internacionais de qualidade. Fortalecer e credenciar órgãos certificadores. Criar/fortalecer centro de tecnologia, qualidade e segurança em alimentos para atendimento a todo o Estado. Garantir padrões de qualidade mediante órgãos credenciados. Valorizar propriedades nutricionais e funcionais dos produtos a serem vendidos. Antecipar exigências de qualidade e segurança alimentar. Preparar empresas para atender exatamente o que o mercado busca. Buscar ou preparar profissionais de diversas áreas correlatas para trabalhar com modelos internacionais de gestão. Pesquisar e disseminar informações sobre modelos internacionais de gestão. Incentivar a cooperação interempresas na cadeia produtiva. Incentivar a cooperação regional. Favorecer a formação de tradings. Formar equipes com qualificação em comércio exterior. Incentivar ações comuns de promoção de produtos.

VISÃO

1

Internacionalização das indústrias agroalimentares

FATOR CRÍTICO

41


Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

Política Social 42

HORIZONTE TEMPORAL 2007 – 2008 2009 - 2011 2012 - 2015 Realizar estudos de tendências tecnológicas para reutilização, reciclagem e produção eficiente. Criar linhas de financiamento para utilização de tecnologias limpas. Manter uma ação permanente de fiscalização ambiental. Criar incentivos fiscais às empresas que valorizem resíduos. Adequar a legislação ambiental brasileira em relação aos rígidos padrões internacionais. Incentivar o desenvolvimento do setor de embalagens recicláveis, reutilizáveis e biodegradáveis. Incentivar a co-geração de energia utilizando resíduos. Elaborar políticas antecipando tendências internacionais. Desenvolver o mercado de subprodutos. Realizar estudos setoriais para verificar a rentabilidade dos resíduos: recuperação e reutilização de resíduos, diagnósticos técnicos e econômicos, otimização de processos. Conscientizar os empresários sobre a importância da sustentabilidade. Estimular a análise do ciclo de vida dos produtos. Promover capacitação empresarial contínua. Desenvolver produtos novos de alto valor agregado. Criar, ou adequar, o departamento de Meio Ambiente nas empresas (educação ambiental, reciclagem). Incorporar tecnologias limpas aos processos. Desenvolver e implementar produtos e processos em absoluta conformidade com as premissas da sustentabilidade. Criar centro de tecnologia em alimentos no Estado. Desenvolver pesquisas que reduzam/utilizem/agreguem valor a resíduos ou subprodutos. Promover interação universidade-empresa. Utilizar a biotecnologia como ferramenta em pesquisas de reaproveitamento de resíduos. Pesquisar e difundir as melhores técnicas e alternativas disponíveis, em relação à transformação e gestão de resíduos e valorização de subprodutos. Desenvolver embalagens recicláveis, reutilizáveis e biodegradáveis. Desenvolver tecnologias para valorizar resíduos. Desenvolver e transferir tecnologia em gestão e valorização de resíduos e subprodutos. Difundir cultura de valores éticos que favoreçam a produção eficiente. Conscientizar a população sobre a importância da sustentabilidade: criar campanhas informativas sobre o tema Sustentabilidade. Criar condições econômicas e sociais para incentivar os produtores agrícolas a buscarem a valorização de resíduos. Elaborar e implementar políticas de desenvolvimento social mediante a valorização de resíduos.

VISÃO

2

Indústria agroalimentar sustentável – valorização dos resíduos

Desenvolvimento Tecnológico

Política Empresarial

Política Pública

FATOR CRÍTICO


Roadmapping da Indústria AgroAlimentar 2015

Cooperação entre atores

HORIZONTE TEMPORAL

VISÃO

2007 – 2008 2009 - 2011 2012 - 2015 Criar Marco Regulatório (normas e agentes fiscalizadores). Estabelecer padrões de qualidade para cada produto fabricado no Paraná. Criar mecanismos de debate e gestão participativa para a evolução dos processos de certificação. Atualizar os padrões de qualidade dos produtos certificados. Criar Selo de Origem com imagem de marca do Paraná. Credenciar prestadores de serviço que auxiliem os empresários no processo de certificação. Disseminar a cultura de certificação entre micro e pequenos empresários. Formar certificadores em instituições renomadas. Equipar e manter os laboratórios já existentes. Desenvolver infra-estrutura para controle das normas. Fiscalizar periodicamente as empresas associadas que tenham recebido o Selo. Realizar pesquisas de mercado: identificar produtos que possam receber o Selo de Origem do Paraná. Divulgar os benefícios para prováveis clientes. Participar de Workshops, feiras e exposições, no mercado interno e externo. Formular campanhas de informação para o consumidor. Construir paulatinamente uma “tradição” para os produtos parananenses. Elaborar estratégias para penetração em novos mercados. Formular campanhas de valorização dos produtos com selo de origem do Paraná. Formar uma rede com os atores interessados em participar do processo de certificação dos produtos agroalimentares. Promover ações para a manutenção da rede de atores. Induzir a formação de parcerias. Propiciar acesso a tecnologias e informações para que os agentes possam agregar valor aos produtos por meio da certificação. Promover ações para a incrementar a rede de atores.

3

Selo de origem com imagem de marca para produtos agroalimentares da indústria paranaense

Marketing e Informação

Certificação

Regulamentação

FATOR CRÍTICO

43


Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

Políticas de Desenvolvimento 44

HORIZONTE TEMPORAL 2007 – 2008 2009 - 2011 2012 - 2015 Criar campanhas de valorização de produtos certificados. Tornar a certificação acessível a pequenos e médios produtores. Fortalecer a ação dos órgãos responsáveis pela orientação dos produtores. Aumentar a capilaridade dos órgãos responsáveis pela orientação dos produtores. Estimular a interação com institutos internacionais de certificação “orgânica”. Criar Centro de Tecnologia em Alimentos no Estado. Criar plataformas e projetos para valorização e apresentação dos produtos orgânicos. Incentivar pesquisas em organizações públicas e privadas. Incentivar pesquisas para agregação de valor aos produtos orgânicos. Promover e disseminar o desenvolvimento de ferramentas e tecnologias que valorizem a produção de orgânicos. Incentivar o desenvolvimento de tecnologias e ferramentas para rastreabilidade. Incentivar pesquisas em conservantes e corantes naturais. Incentivar pesquisas para novas técnicas de envase e produção. Incentivar pesquisas de processos e matérias-primas para a fabricação de embalagens biodegradáveis. Introduzir tecnologias apropriadas para aumentar a produtividade em plantações orgânicas. Criar formações específicas para necessidades de produtores de orgânicos. Promover a agricultura orgânica de novos produtos agrícolas. Fortalecer associações de produtores. Incentivar o uso de boas práticas rurais. Estimular a cooperação entre produtores e centros de pesquisa. Participar de feiras e eventos internacionais. Estimular o intercâmbio/estágio internacional entre produtores. Fortalecer e divulgar linhas de financiamento para pequenos e médios produtores. Estimular a educação e o treinamento dos produtores na área de alimentos orgânicos. Criar incentivos fiscais para produtos orgânicos com valor agregado. Elaborar estratégias para desenvolvimento e comercialização de produtos orgânicos. Induzir ações de atualização para produtores na área de alimentos orgânicos.

VISÃO

4

Referência em produtos orgânicos

Produtores Agrícolas

Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico

Certificação

FATOR CRÍTICO


Roadmapping da Indústria AgroAlimentar 2015

Política Alimentar

HORIZONTE TEMPORAL 2007 – 2008 2009 - 2011 2012 - 2015 Realizar Pesquisas de Mercado. Segmentar nichos de atuação. Realizar pesquisa de tendências internacionais. Fomentar a difusão de informações sobre produtos funcionais nas escolas. Realizar campanhas específicas para os nichos selecionados. Criar campanhas em parceria com o governo sobre os benefícios dos produtos funcionais na mídia, hospitais, academias de ginástica, entre outros. Elaborar estratégias e campanhas de informação antecipando tendências de comportamento dos consumidores. Elaborar estratégia conjunta entre atores para o desenvolvimento de produtos funcionais no Paraná. Agilizar o processo de aprovação dos produtos funcionais. Otimizar o prazo de registro de produtos funcionais. Capacitar profissionais da área de alimentos com conhecimentos da área legal. Rever e atualizar a legislação referente a produtos funcionais. Institucionalizar comissão permanente para avaliação de pedidos de registro para produtos funcionais. Fortalecer a inserção de pesquisadores e especialistas nas empresas. Criar Centro de Tecnologia em Alimentos no Estado. Criar acordos de uso de infra-estrutura entre universidades e indústrias. Pesquisar e difundir informações sobre tecnologias-chave. Induzir a inovação tecnológica (difusão, consultoria, equipamentos, transferência). Utilizar a biotecnologia como uma ferramenta no desenvolvimento de alimentos funcionais. Criar ambiente favorável à inovação. Estimular a qualificação de RH nas empresas e governo. Estimular criação de plantas-piloto. Induzir a criação de departamento de P&D nas indústrias. Criar mestrados profissionais. Elaborar política de reeducação alimentar. Incentivar a adoção de alimentos funcionais na merenda escolar. Utilizar a mídia para a reeducação alimentar em massa. Estimular projetos entre indústrias e universidades. Criar ações de esclarecimento sobre benefícios à saúde. Criar política de saúde preventiva baseada na alimentação saudável. Criar linhas de financiamento para formar profissionais da área. Incrementar política de saúde preventiva baseada na alimentação saudável.

VISÃO

5

Referência no desenvolvimento de Produtos Funcionais

Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação

Legislação

Marketing e Informação

FATOR CRÍTICO

45



Atores e Responsabilidades

P

ara concretizar as Visões de Futuro, foram identificadas ações específicas para cada

ator envolvido no processo: autoridades públicas, empresas e associações empresariais, instituições de ensino e centros de pesquisa, e terceiro setor. As autoridades públicas devem responsabilizar-se pelas seguintes ações – consideradas chave – para concretizar essas Visões: • Estabelecer padrões de qualidade. • Definir normas. • Coordenar campanhas para divulgação do selo de origem com imagem de marca para os produtos agroalimentares do Paraná nos mercados consumidores. • Impulsionar a criação de laboratórios de controle de qualidade que operem nas seguintes áreas: controle do produto mediante métodos de análises rápidos e específicos, controle dos processos em linhas utilizando sensores, controle da qualidade de parâmetros físicos, químicos e biológicos. • Realizar campanhas em nível nacional e internacional para fomentar o selo de origem com imagem de marca para os produtos agroalimentares do Paraná. • Garantir os padrões de qualidade mediante órgãos de certificação homologados internacionalmente. • Fomentar ações comuns de promoção dos produtos agroalimentares paranaenses. • Apoiar a realização de estudos de mercado. • Atuar junto ao poder público federal na quebra de barreiras comerciais impostas pelo mercado externo aos principais produtos paranaenses. • Promover a agricultura de produtos orgânicos, mediante a implementação de políticas de incentivo, que abranjam desde medidas fiscais relacionadas com este tipo de agricultura até linhas específicas de financiamento. • Incentivar a formação de pesquisadores e o treinamento de agricultores. • Fomentar o mercado de subprodutos para determinados setores. • Implantar plantas de tratamento de águas residuais. • Fomentar o redesenho de processos com o objetivo de minimizar a produção de efluentes e resíduos. • Induzir pesquisa básica e aplicada. 47


Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

Empresários e Associações devem ser responsáveis por: • Definir os produtos mais competitivos para incorporar ao sistema de certificação. • Realizar estudos de mercado. • Participar de feiras e eventos, tanto para o mercado interno como externo. • Divulgar os produtos certificados. • Unir esforços para realizar ações no exterior. • Identificar projetos multi-empresariais para exportação. • Associar-se para conseguir acesso a canais de distribuição e venda. • Implantar tecnologias que permitam otimizar a cadeia de fornecimento. • Investir em pesquisa. As Instituições de ensino e centros de pesquisa serão os responsáveis por: • Criar cursos de capacitação técnica e comercial. • Criar cursos de formação de certificadores. • Criar cursos de formação em controle da qualidade. • Criar cursos de mestrado profissionais. • Fortalecer programas de formação em comércio exterior. • Formar pesquisadores. Os elos da cadeia de valor, desde o agricultor até o terceiro setor, devem: • Criar associações que integrem todos os atores. • Incorporar tecnologias que aumentem a produtividade. • Promover o desenvolvimento de novos produtos. • Estimular mecanismos que assegurem a rastreabilidade do produto por toda a cadeia. • Desenvolver ações comuns de comercialização. Tanto o setor público como o privado devem: • Arbitrar campanhas de formação para divulgar os produtos paranaenses, orgânicos e funcionais. • Estabelecer medidas que incentivem o desenvolvimento tecnológico. • Criar uma infra-estrutura de suporte ao setor, como centros tecnológicos, laboratórios, plantas piloto, que ajudem as empresas no desenvolvimento de produtos funcionais. • Realizar estudos prospectivos, analisar tendências e monitorar avanços tecnológicos.

48


“Tecnologias-Chave” para uma Indústria Agroalimentar Competitiva

A

lém de todas as ações, medidas e tecnologias associadas a cada uma das cinco visões de futuro vislumbradas para o desenvolvimento de uma indústria agroalimentar paranaense moderna e competitiva no mercado externo, é necessária a incorporação

de tecnologias-chave. Tecnologias-chave são aquelas que precisam ser de domínio da indústria para garantia de sua competitividade. Podem tratar-se tanto de tecnologias já existentes, bem estabelecidas e que continuam se desenvolvendo, quanto de tecnologias emergentes, com possibilidade de industrialização em um horizonte de 10 anos. (Ministère de l’Industrie, 1995) As tecnologias-chave para a indústria alimentar estão relacionadas, principalmente, com a produção e a automatização, conservação e embalagens. As tecnologias de produção e automatização a serem priorizadas são: • Tecnologias de separação: Membranas e tecnologia de filtração; • Tecnologias de extração por fluidos supercríticos; • Tecnologias de fermentação e maturação: “starters”; • Tecnologias enzimáticas para o desenvolvimento de enzimas com características específicas; • Otimização e simulação. As tecnologias de conservação importantes para o desenvolvimento da indústria agroalimentar do Paraná são: • Cocção a vácuo para pratos preparados congelados com longo prazo de validade; • Uso de aplicação de raios Infravermelho e Gama para um maior tempo de vida útil do produto à temperatura ambiente; • Altas pressões como método comum de higienização; • Microondas para alimentos desidratados e pratos preparados; 49


Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

• Pulsos elétricos para higienização mediante campos elétricos de elevada voltagem por períodos muitos curtos; • Processos biológicos utilizando microrganismos inibidores do desenvolvimento de patógenos (sem conservantes químicos). Por fim, as Tecnologias associadas à embalagem indispensáveis para a trajetória de sucesso são: • Substituição de materiais convencionais por novas alternativas; • Embalagens flexíveis com desempenho melhorado (barreiras, soldagem, salubridade, biodegradabilidade); • Embalagens ativas; • Embalagens com assepsia melhorada; • Design de sistemas de junção e de abertura fácil.

50


Conclusões

Roadmapping da indústria agroalimentar O setor agroalimentar foi identificado como promissor e validado como de interesse para a indústria paranaense. Neste sentido, o futuro desejado passa pela criação de uma indústria agroalimentar forte no Paraná. “Como chegar lá?” é a pergunta que conduziu este processo e induziu a escolha do método roadmapping como ferramenta de mobilização para esta reflexão coletiva. O Roadmapping da indústria agroalimentar buscou estabelecer visões consensuais de futuro e identificar forças e meios de superar as dificuldades. De forma participativa, foram construídas perspectivas para uma indústria agroalimentar inovadora no Paraná. As visões estabelecidas foram: “Internacionalização das indústrias agroalimentares” “Indústria agroalimentar sustentável: Valorização dos resíduos” “Imagem de marca para produtos agroalimentares da indústria paranaense” “Referência em produtos orgânicos” “Referência no desenvolvimento de produtos funcionais” Para cada visão foi elaborado um Roadmap, que sintetiza os caminhos a percorrer e as etapas a cumprir em diferentes horizontes temporais. Foram também identificadas tecnologias-chave para a competitividade da indústria agroalimentar. A vivência do processo de roadmapping permite concluir que este método é apropriado para: • Identificar em detalhes, mediante a experiência dos participantes, o estado real do setor/ área industrial. • Criar consenso para o desenho das perspectivas de futuro. • Sistematizar grande quantidade de informação não estruturada e conhecimento tácito sobre o setor/área. • Sensibilizar e mobilizar atores fundamentais para a elaboração e implementação dos projetos necessários à materialização das perspectivas de futuro. 51


Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

O processo de roadmapping e os roadmaps gerados para a indústria agroalimentar comunicam intenções estratégicas e podem permitir o alinhamento de ações. A concretização desse potencial demanda um grande trabalho de difusão destas informações, depende da assimilação e incorporação destas perspectivas, e tem como fator crítico a capacidade de articulação entre atores e interesses privados, públicos e do terceiro setor.

Projeto Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense Este projeto instituiu um processo estruturado de construção coletiva de futuro e no biênio 2006/2007 realizou roadmappings para os setores/áreas de produtos de consumo, indústria agroalimentar, microtecnologia, biotecnologia aplicada à indústria agrícola, florestal e animal. As Rotas Estratégicas estão sendo realizadas em cooperação técnica com a Fundação OPTI – Observatório de Prospectiva Tecnológica Industrial, da Espanha, e se apóiam em estudos sobre a economia do Paraná, sobre a situação atual de cada um dos setores trabalhados e sobre tendências tecnológicas internacionais. Nesta primeira etapa, contaram com a colaboração de cerca de 120 especialistas que participaram ativamente do processo de construção dos Roadmaps, ou seja, das representações sintéticas das trajetórias que podem tornar possíveis as visões desenhadas. Por meio desta iniciativa, o Sistema FIEP está buscando induzir um projeto cooperativo de futuro. O trabalho realizado fornece uma visão panorâmica de possibilidades de desenvolvimento para os setores contemplados. O conjunto de informações aqui sistematizadas pode subsidiar a tomada de decisão de diferentes atores, organizações e instituições do Estado do Paraná em termos de: elaboração de estratégias para identificação, desenvolvimento e incorporação de tecnologias; definição do foco de ações/produtos de curto, médio e longo prazo; e priorização de áreas para pesquisa e desenvolvimento, entre outros. Enfim, pode permitir antecipar-se para responder com agilidade às mudanças previstas e também definir linhas de ação para provocar as mudanças que sejam necessárias. As rotas estratégicas para o desenvolvimento industrial paranaense são caminhos a serem percorridos de forma solidária, onde a cooperação e a inovação são a chave do sucesso. A concentração de esforços humanos, o reforço mútuo, o investimento em educação, os projetos estratégicos, a interação entre organizações públicas e privadas, academia e empresas, todos estes fatores juntos podem levar a indústria e sociedade do Paraná aos patamares almejados. Portanto, o impacto deste trabalho depende, e muito, do processo de apropriação desta prospecção pelo tecido industrial e demais organizações da sociedade. Todos são convidados a dar significado a este trabalho e de forma negociada estabelecer relações vitoriosas rumo ao futuro. 52


Próximos Passos

O

projeto Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense terá o seguinte desdobramento:

• Difusão do Roadmapping da indústria agroalimentar, assim como dos demais setores/áreas trabalhados em 2006/2007:  Divulgação dos relatórios técnicos;  Produção de folder e vídeo em cinco idiomas (português, inglês, francês, espanhol e alemão);  Realização de ciclo de reuniões em todo o Paraná para divulgação e diálogo sobre as rotas. • Articulação dos atores para viabilização das ações previstas nas rotas elaboradas. • Desenvolvimento da Fase 2 do projeto, com a realização de Roadmappings para os setores/ áreas: Saúde, Papel, Metal Mecânico, Plástico, Energia e Turismo. • Definição de estratégia de monitoramento das tecnologias-chave para a indústria paranaense. • Prospecção de setores/áreas estratégicos para o desenvolvimento da indústria do Paraná.

53


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Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense

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Participantes

Participantes dos Painéis de Especialistas da indústria Agroalimentar NOME DO PARTICIPANTE Alessandro Nogueira André Moreira David Chacón Alvarez Edmar Clemente Elisa Yoko Hirooka Guntolf Van Kaick Harumi Cristina Notomi Jose Luis Parada Juliana Guimarães de Sá Ribeiro Lucia Helena da Silva Miglioranza Luiz Sérgio Valle Lys Mary Bileski Cândido Manoela Rodrigues da Silva Marcela Moreira Terhaag Margarida Masami Yamaguchi Marlus César Kormann Melissa Gomide Carpi Odilon Arthur Bremen Pedrinho Furlan Plínio Pinto Mendonça Uchôa Silvia Deboni Dutcosky Tatiana Keise de Sousa Welington Hartmann

INSTITUIÇÃO Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) Graffo Embalagens Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) Universidade Estadual de Maringá (UEM) Universidade Estadual de Londrina (UEL) Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (OCEPAR) Nutrilatina Universidade Federal do Paraná (UFPR) Frimesa VRSYS / Universidade Estadual de Londrina (UEL) Nutrimental Universidade Federal do Paraná (UFPR) Itamaraty Lacto Beverages Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) Leão Júnior Jasmine Alimentos Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) Sadia Associação do Desenvolvimento Tecnológico de Londrina (ADETEC) Pontifícia Universidade Católica (PUCPR) COCAMAR Cooperativa Agroindustrial Universidade Tuiuti do Paraná (UTP)

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COORDENAÇÃO EDITORIAL FIGURAS

Antônia Schwinden  CAPA e projeto gráfico Glauce Midori Nakamura

Stella Maris Gazziero 

Editoração Eletrônica

Ivonete Chula dos Santos

Este livro foi composto em Arial Narrow e impresso em papel Reciclato 90g/m2. Capa em papel Papel Reciclato 240g/m2. Tiragem: 1.000 exemplares.


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