Informe NUVLAC Novembro

Innitiative for promotion of dairy products in human nutrition

Matéria do mês:

Informe NUVLAC nº14

A associação e os benefícios dos probióticos e produtosNovembro de 2018 lácteos

Informe NUVLAC nº 14 – novembro de 2018

Lácteos e doenças cardiovasculares Autora: Gabriella A., HORTA – Estudante do curso de Nutrição da Universidade Federal de Juiz de Fora , Bolsista de Extensão PROEX

As doenças cardiovasculares (DCVs) são as principais causas de morte no mundo (Dehghan et al., 2018). A mortalidade por doenças cardiovasculares representa um terço da mortalidade global e aumentou quase 40% desde 1990. Os produtos lácteos são uma importante fonte de gorduras saturadas, que se presume que afetam negativamente os lipídios no sangue e aumentam os riscos de DCVs. (Talaei et al., 2017) Contudo, evidências crescentes levaram à incerteza sobre o papel da gordura láctea na saúde uma vez que essa também possui triglicerídeos de cadeia média que têm sido associados à melhoria da saúde, gorduras insaturadas, nutrientes lipossolúveis como a vitamina D, potássio, fósforo e cálcio, entre outros.

(OTTO et al., 2018) Atualmente, um número crescente de estudos prospectivos tem mostrado associações geralmente neutras ou protetoras entre o consumo de lácteos e o risco de DCVs, destacando que não há efeitos relevantes relacionados a essas doenças. Um estudo publicado no The Lancet mostrou que a ingestão total de duas ou mais porções de laticínios integrais foi associada a um risco 22% menor de doença cardíaca, 34% menor de acidente vascular cerebral e um risco 23% menor de morte por doença cardiovascular. (BAKALAR, Nicholas, 2018) Uma meta-análise de 15 estudos prospectivos apontou que o alto comparado com o baixo consumo de queijos estava significativamente associado com riscos 10% a 14% menores de DCV e seus subgrupos. Além disso, houve uma associação entre o consumo de queijo e o risco geral de DCV, com a maior redução de risco observada no consumo de queijo de aproximadamente 40 g / dia. (CHEN, Guo-chong et al., 2017) Potenciais mecanismos pelos quais o queijo pode reduzir as DCV foram bem discutidos por Hjerpsted e Tholstrup. O queijo é uma boa fonte de vitaminas, minerais e proteínas da dieta, que podem ser de propriedades protetoras cardiovasculares. (CHEN, Guo-chong et al., 2017) Ademais, outra meta-análise em queijo, realizada por Alexander et al., relatou um risco 11% menor de DCV por 35 g / dia. (GUO, Jing et al., 2017) Até o momento, evidências observacionais indicam uma associação neutra entre o consumo de iogurte e o risco de DCV. Uma pesquisa de Wu e Sun com base em nove estudos não relatou associação significativa entre o consumo de iogurte e DCV incidente. Os autores também concluíram que uma dose diária de 200 g de iogurte pode estar associada a um menor risco de DCV. Dos componentes individuais de iogurte, cálcio, proteína, nutrientes bioativos e culturas vivas são provavelmente os principais fatores responsáveis ​pelos efeitos benéficos do iogurte sobre os fatores de risco de doenças cardiometabólicas. (FERNANDEZ, Melissa Anne et al., 2017)

Informe NUVLAC nº 14 – novembro de 2018

Portanto, conclui-se que o efeito da gordura láctea sobre as DCV é complexo e diverge de acordo com o tipo de alimento lácteo, podendo muitas vezes ter efeito neutro ou ligeiramente protetor. Além disso, o consumo de produtos lácteos integrais contribui para uma maior ingestão de nutrientes significativos e benéficos para a saúde.

A imagem negativa da gordura do leite está enfraquecendo. Dessa forma, os consumidores podem continuar a consumir moderadamente produtos lácteos com alto teor de gordura como parte de um estilo de vida saudável e equilibrado. (LORDAN, Ronan et al., 2018)

Referências Bibliográficas DEHGHAN, Mahshid et al. Association of dairy intake with cardiovascular disease and mortality in 21 countries from five continents (PURE): a prospective cohort study. The Lancet. Hamilton, On, p. 1-10. set. 2018.

TALAE, Mohammad et al. Whole milk consumption and risk of cardiovascular disease and mortality: Isfahan Cohort Study. European Journal Of Nutrition. Singapore, p. 1-9. nov. 2017.

OTTO, Marcia C de Oliveira et al. Serial measures of circulating biomarkers of dairy fat and total and cause-specific mortality in older adults: the Cardiovascular Health Study. The American Journal Of Clinical Nutrition. Houston, Tx, p. 476-484. set. 2018.

BAKALAR, Nicholas. "Eat: Whole-Fat Dairy and the Heart." New York Times, 18 Sept. 2018, p.

D4(L).

Academic OneFile, http://linkgalegroup.ez25.periodicos.capes.gov.br/apps/doc/A554608287/AONE?u=capes&sid=AONE&xid= 7f8eb0bc. Accessed 13 Nov. 2018.

CHEN, Guo-chong et al. Cheese consumption and risk of cardiovascular disease: a metaanalysis of prospective studies. European Journal Of Nutrition. Suzhou, p. 2565-2675. dez. 2017.

GUO, Jing et al. Milk and dairy consumption and risk of cardiovascular diseases and all-cause mortality: dose–response meta-analysis of prospective cohort studies. European Journal Of Epidemiology. Uk, p. 269-287. abr. 2017.

FERNANDEZ, Melissa Anne et al. Yogurt and Cardiometabolic Diseases: A Critical Review of Potential Mechanisms. Advances In Nutrition. Quebec, p. 812-829. nov. 2017.

LORDAN, Ronan et al. Dairy Fats and Cardiovascular Disease: Do We Really Need to Be Concerned? Foods. Ireland, p. 1-34. mar. 2018.

Informe NUVLAC nº 14 – novembro de 2018

As vitaminas do leite Autora: Raissa P., DA SILVA - Estudante do curso de Nutrição da Universidade Federal de Juiz de Fora , Bolsista de Extensão PROEX Co-autora: Letícia M. S. B., NERY - Estudante do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora , Bolsista de Extensão PROEX

Que o leite é uma valiosa fonte de vitaminas e minerais nós já sabemos e, com certeza, você já ouviu falar sobre o leite UHT, mas você realmente sabe o que é? Nós explicamos. O leite de consumo direto pode ser classificado como pasteurizado ou ultrapasteurizado, de acordo com o tratamento térmico. A ultrapasteurização é o método empregado na produção do leite UHT. Também chamado de leite Longa Vida, o leite UHT é conhecido pelo seu extenso prazo de validade, e muitas pessoas ainda acreditam que essa característica é dada pela adição de substâncias químicas, mas não é verdade, a única adição feita durante o processamento do leite é o sal estabilizante, que também ocorre naturalmente no alimento, e acrescentado apenas para permitir a estabilização de proteínas durante a ultrapasteurização.

Da mesma forma que o leite pasteurizado, a ultrapasteurização preserva nutrientes do leite, e, além disso, o leite Longa Vida não precisa ser fervido, pois ele é feito pela combinação de três fatores: embalagem estéril, enchimento sem contaminação e processo térmico, garantindo sua segurança aos consumidores. É importante lembrar que o leite UHT não precisa ser mantido sob refrigeração antes de ser aberto, e depois de aberto deve ser consumido em até dois dias e mantido na geladeira. O leite é composto por uma combinação de nutrientes fundamentais à

saúde como, proteínas, lipídeos, carboidratos, água, minerais e vitaminas, proporcionando elementos essenciais para a preservação da vitalidade.

As vitaminas são caracterizadas como micronutrientes indispensáveis que auxiliam na conservação e desenvolvimento da homeostase, sendo esta uma condição de estabilidade que organismo requer para exercer seu papel corretamente visando o equilíbrio do corpo

Informe NUVLAC nº 14 – novembro de 2018

As vitaminas do complexo B aparecem em uma considerável proporção no leite, além das vitaminas lipossolúveis A e D. Um copo de 200 ml de leite, por exemplo, é capaz de suprir 36% da necessidade de vitamina B12 do organismo, 30% de vitamina B2 (ou riboflavina) e 9% de vitamina A. Além disso, os lácteos representam boa fonte alimentar de cálcio, por possuir alto teor desse mineral com grande biodisponibilidade.

Um dos papéis fundamentais da vitamina B12 está presente na manutenção das células nervosas e do sangue do organismo, além de ser uma prevenção contra a anemia megaloblástica. Já a vitamina B2 exerce função na produção de energia e no crescimento, possuindo importante atividade na infância. A vitamina A apresenta relevante atribuição na visão do homem, sendo sua deficiência responsável pela cegueira noturna, uma situação decorrente da complicação ou impedimento de enxergar em ambientes escuros. Ademais, essa vitamina apresenta funções no processo imunológico, no desenvolvimento e crescimento humano. Outra vitamina fundamental à saúde, atuante no sistema imunológico é a vitamina D, esta pode ser considerada um fator extrínseco capaz de interferir na ocorrência de doenças autoimunes; Além disso, é essencial por facilitar a absorção de cálcio pelo organismo, que é imprescindível para o crescimento dos ossos e dentes, sendo a deficiência da vitamina D responsável pelo raquitismo (em crianças), osteomalácia (adultos). Diante disso, o leite representa um alimento de grande importância na nutrição humana, exercendo inúmeros benefícios para a saúde.

Através de fatores como temperatura, luz, presença de catalisadores e agentes oxidantes, as vitaminas do produto são degradadas e assim perde-se parte da qualidade nutricional. Por possuir vitaminas imprescindíveis, deve haver um cuidado minucioso com o processamento armazenamento do leite, pois as perdas desses componentes podem ocorrer.

O leite, por possuir alto teor vitamínico e ter importante classificação por ser um difusor de fortificação, detém ampla magnitude no combate a insuficiência de vitaminas. Consequentemente, o consumo desse alimento deve ser incentivado a fim de alcançar um grande número da população, sendo esta responsável por cobrar um alimento com alto valor nutritivo, ou seja, sem perdas vitamínicas, além do interesse que a indústria necessita ter quanto ao valor nutricional do alimento.

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Você sabia?

A proteína do leite, a caseína, é considerada uma proteína de alto valor nutricional, ou seja, completa e de excelente qualidade, fonte de aminoácidos essenciais, necessários para o crescimento e manutenção dos tecidos do organismo. (Fonte: Sindileite/PR)

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Biblioteca virtual Novos artigos postados na Biblioteca Virtual: • Associação do o consumo de laticínios com doenças cardiovasculares e mortalidade em 21 países dos cinco continentes: um estudo prospectivo de coorte • Consumo de leite e produtos lácteos e risco de doenças cardiovasculares e mortalidade por todas as causas: meta-análise dose-resposta de estudos prospectivos de coorte • Iogurte e doenças cardiometabólicas: uma revisão crítica de mecanismos potenciais • Consumo de queijo e risco de doença cardiovascular: uma meta-análise de estudos prospectivos • Gordura de lácteos e doença cardiovascular: precisamos realmente nos preocupar?

• Medidas em série de biomarcadores circulantes de gordura láctea e total e causa específica de mortalidade em idosos: o estudo da saúde cardiovascular • Consumo de leite integral e risco de doença cardiovascular e mortalidade: estudo de coorte de Isfahan

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Equipe NUVLAC • Carolina Carvalho Ramos Viana - Professora no Instituto de Laticínios Cândido Tostes.

• Fabrico Ferreira Soares - Professor da Universidade Federal de Juiz de Fora – curso de Economia.

• Fernando César Ferraz Lopez - Pesquisador da Embrapa Gado de Leite.

• Isis Rodrigues Toledo Renhe - Professora no Instituto de Laticínios Cândido Tostes.

• Kennya Beatriz Siqueira - Pesquisadora da Embrapa Gado de Leite.

• Marco Antônio Sundfeld da Gama - Pesquisador da Embrapa Gado de Leite.

• Paulo Henrique Fonseca da Silva - Professor da Universidade Federal de Juiz de Fora – curso de Nutrição. Possui graduação em Farmacia - Bioquimica pela Universidade Federal de Juiz de Fora e doutorado pela Universidade Federal de Lavras. É membro do Comitê Científico Consultor do International Life Sciences Institute Brasil. É membro do Standing Committee Nutrition & Health da International Dairy Federation.

• Renata Golin Bueno Costa - Professora no Instituto de Laticínios Cândido Tostes.

• Renato Moreira Nunes - Professor da Universidade Federal de Juiz de Fora – curso de Nutrição.

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