Informe nuvlac dezembro v2

Innitiative for promotion of dairy products in human nutrition

Matéria do mês:

Informe NUVLAC nº03

A associação e os benefícios dos probióticos e produtosDezembro de 2017 lácteos

Informe NUVLAC nº 03 – dezembro de 2017

Cálcio e vitamina D ‘ Por: Luana Prado – estudante do Curso de Nutrição da Universidade Federal de Juiz de Fora – Bolsista de extensão Revisão: Isis Rodrigues Toledo Renhe - Professora no Instituto de Laticínios Cândido Tostes

O cálcio e a vitamina D são nutrientes essenciais para a saúde óssea e a ingestão adequada destes desde a gestação até o final da adolescência resulta na melhor formação do esqueleto, tendo como consequência o adequado crescimento infantil e a prevenção da ocorrência de doenças ósseas na vida adulta. Com isso, para a manutenção da saúde óssea é necessário que os mecanismos de regulação do cálcio no organismo atuem de forma adequada, e faz-se necessária a ingestão combinada com concentrações séricas suficientes de vitamina D. O cálcio proveniente da dieta depende do equilíbrio entre o consumo, a absorção, regulada pela vitamina D, e a excreção. A vitamina D em sua forma ativada aumenta a absorção intestinal de cálcio; induz a síntese de proteínas importantes na mineralização e equilíbrio dos íons Ca; estimula a maturação dos precursores de células responsáveis pela reabsorção da matriz óssea; e tem função na formação e reabsorção óssea, por meio da sua interação com o hormônio paratormônio, rins e intestino.

A principal fonte alimentar de cálcio é o leite e seus derivados, pelo fato de encontrar-se mais biodisponível nesta matriz, o que deve-se a presença da lactose, que age como prebiótico no intestino grosso elevando a solubilidade do cálcio. Desta forma, a baixa ingestão de alimentos lácteos na infância e adolescência pode ser traduzida em maior risco de fraturas em adultos e idosos. Entretanto, estudos demonstram que os adolescentes brasileiros estão ingerindo cada vez mais bebidas açucaradas em relação ao leite, iogurte e bebidas lácteas, e a baixa ingestão desses alimentos reflete em baixa ingestão de cálcio.

A principal forma de obtenção de vitamina D é através da exposição do indivíduo à luz solar, onde é sintetizada na pele. Por via alternativa e menos eficaz, a vitamina D pode ser adquirida pela dieta, entre 10 à 20% das necessidades fisiológicas, o que pode ser importante para indivíduos idosos e pessoas impossibilitadas de expor-se ao sol por patologias, condições climáticas ou outros fatores.

Devido sua associação com o metabolismo ósseo, a deficiência de vitamina D pode resultar em distúrbios de crescimento durante a infância e, quando acentuada, em raquitismo. Contudo, além de sua ação sobre o esqueleto, estudos tem mostrado que sua deficiência nessa fase de vida também estaria associada ao maior risco de infecções do trato respiratório e doenças autoimunes, por conta da vitamina D ter capacidade de modulação da resposta do sistema imune inato. Todavia, no Brasil, entre as crianças e adolescentes encontra-se uma inadequação nos níveis séricos desta vitamina.

Informe NUVLAC nº 03 – dezembro de 2017

Além da baixa ingestão de fontes dietéticas, o aumento da criminalidade, casos de câncer de pele, e a vida moderna, faz com que os responsáveis pelas crianças e adolescentes limitem sua exposição a ambientes externos e, consequentemente, a luz solar, que é a principal forma de obtenção da vitamina D. Estes fatores podem ser agravados pelo sedentarismo e obesidade infanto-juvenil, uma vez que o excesso de tecido adiposo também é um fator de risco para a sua deficiência.

Durante a velhice a regulação de cálcio é alterada, podendo ocorrer perda da massa e da microarquitetura óssea em ambos os sexos. Os ossos estão relacionados com resposta imune, contração muscular e transmissão de impulsos nervosos, possíveis devido ao remanejamento do cálcio. A perda da regulação óssea indica um descompasso da interação entre os sistemas esquelético, endócrino, nervoso e imune, no qual as necessidades de cálcio deixam de ser correspondidas.

Portanto, a deficiência de cálcio e vitamina D aumenta o risco de incidência de fraturas na terceira idade. O aumento deste tipo de lesão, especialmente a de quadril, tem sido considerado a principal consequência de osteoporose, caracterizada pela perda de massa óssea e desarranjo da microarquitetura do tecido ósseo. Esta ocorrência tem sido associada às reduções significativas na qualidade de vida e à alta taxa de mortalidade dos indivíduos acometidos.

Por conseguinte, estudos sugerem vias terapêuticas com ingestão adequada de cálcio e vitamina D, em alimentos ou na forma de suplementação nutricional, que pode auxiliar na prevenção da osteoporose e dos danos causados por esta moléstia. Para tal, deve-se levar em consideração a idade, sexo, pigmentação da pele, exposição solar dos indivíduos, consumo de produtos lácteos durante a idade adulta, e consumo diário de produtos lácteos durante a infância e adolescência. Em mulheres, além destes, depende também da presença do ciclo menstrual, já que a deficiência de estrogênio impacta a renovação e a inibição da reabsorção óssea.

Além do seu papel clássico no metabolismo ósseo e regulação do cálcio, estudos sugerem que a ingestão inadequada de vitamina D e cálcio é um fator predisponente para diversas patologias, como a síndrome metabólica, o diabetes mellitus tipo 2 (DM2), a hipertensão arterial e a obesidade.

A síndrome metabólica é entendida como um grupo de fatores de risco metabólico que se manifestam num indivíduo e aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes. Com isso, alguns estudos indicam que baixos níveis séricos de vitamina D estão associados com o aumento do risco de desenvolver a síndrome metabólica. Através deles, os dados obtidos preveem que a prevalência de componentes desta condição é menor em indivíduos que ingerem maiores quantidades de cálcio combinado com a vitamina D do que naqueles com menor ingestão.

Existe uma evidência crescente que relaciona a deficiência de vitamina D à predisposição para o desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2, assim como sua evolução.

Estas evidências sugerem que a influência da vitamina D na manutenção do equilíbrio glicídico seja mediada por ações diretas e indiretas nas células β-pancreáticas, células produtoras de insulina.

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Estudos experimentais demonstraram que o aumento de níveis séricos de vitamina D e no paratormônio induz maior influxo de cálcio para o interior das células. Sendo a secreção de insulina um processo cálcio dependente mediado pela vitamina D e pelo paratormônio, a insuficiência desta vitamina pode reduzir a capacidade secretora das células β-pancreáticas, além de que parece dificultar a capacidade destas células em converter a pró-insulina à insulina. Ademais, um ponto importante que se verifica a influência da vitamina D na resposta insulínica diz respeito à calbindina, proteína transportadora de cálcio para dentro das células, dependente de vitamina D, e um importante regulador da produção de insulina através da regulação da concentração de cálcio nas células β.

Com isso, pode-se dizer que a alta ingestão de vitamina D e/ou cálcio, e produtos lácteos são inversamente associados com altas concentrações de glicose e insulina, e incidência de DM2. No entanto, sabe-se que o diabetes mellitus tipo 2 é uma doença multifatorial, mas esses achados sugestionam que essa vitamina deve ser mais um fator considerado tanto na prevenção como no tratamento desta doença.

A vitamina D também participa do controle da função cardíaca e da pressão arterial por meio da regulação do crescimento das células musculares lisas, do grau de contratilidade miocárdica e da inibição da renina, enzima ativadora do sistema responsável por elevar a pressão arterial. Assim, há demonstrações que concentrações séricas elevadas desta vitamina estariam associadas com baixa prevalência de hipertensão arterial. Além disso, o aumento da pressão arterial sistólica e diastólica foram associadas positivamente à distância do equador, com isso, conclui-se que a falta de exposição solar e, supostamente, a menor concentração de vitamina D estariam relacionadas ao aumento da pressão arterial (PA).

Em alguns estudos observou-se a redução na pressão arterial de hipertensos com a suplementação de vitamina D. Adicionalmente, relataram que essa associação foi constatada também com a combinação de suplementação de cálcio. Porém, mesmo diante dos resultados positivos dos estudos, os autores alertam que os resultados são inconsistentes, contudo, uma vez confirmando o papel benéfico da vitamina D sobre os níveis pressóricos, esta pode ser vista como um coadjuvante no tratamento de hipertensos.

Por fim, investiga-se que a insuficiência de vitamina D em obesos pode ser um dos fatores que desencadeie o acúmulo de gordura corporal e, por conta disso, já que a vitamina D é armazenada no tecido adiposo, há diminuição da sua biodisponibilidade, que aciona o hipotálamo para desenvolver uma cascata de reações que culmina no aumento da sensação de fome e diminuição do gasto energético. Além disso, a vitamina D pode desempenhar papel na modulação da produção de substâncias secretadas pelo tecido adiposo que estão diretamente envolvidas no processo inflamatório, e também está envolvida na inibição de componentes chaves do processo de maturação das células armazenadoras de gordura. Por isso, para prevenção da obesidade estão utilizando suplementação de vitamina D somada a suplementação de cálcio já que parecem ter um efeito na restrição do ganho de peso na população em geral.

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Brasil Dairy Trends 2020 Confira as macrotendêcias para o setor lácteo apontadas no Brasil Dairy Trends, lançado em novembro pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos – ITAL Campinas

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Novidades da Biblioteca Virtual Probióticos Acesse a a Biblioteca Virtual e conheça os seguintes trabalhos: • Descobrindo os microrganismos probióticos: abordagens in vitro, in vivo, genéticas e ômicas • Bacillus como probióticos potenciais: status, preocupações e perspectivas futuras • Microbiota intestinal: um alvo potencial para o tratamento da osteoporose pós-menopausa • Os probióticos podem atrasar a progressão da doença hepática gordurosa não alcoólica, restaurando a estrutura da microbiota intestinal e melhorando a endotoxemia intestinal • Efeitos dos probióticos, prebióticos e simbióticos na saúde humana • Probióticos reduzem a translocação bacteriana na diabetes tipo 2: Um estudo randomizado

controlado.

Equipe NUVLAC • Carolina Carvalho Ramos Viana - Professora no Instituto de Laticínios Cândido Tostes.

• Fabrico Ferreira Soares - Professor da Universidade Federal de Juiz de Fora – curso de Economia.

• Fernando César Ferraz Lopez - Pesquisador da Embrapa Gado de Leite.

• Isis Rodrigues Toledo Renhe - Professora no Instituto de Laticínios Cândido Tostes.

• Kennya Beatriz Siqueira - Pesquisadora da Embrapa Gado de Leite.

• Marco Antônio Sundfeld da Gama - Pesquisador da Embrapa Gado de Leite.

• Paulo Henrique Fonseca da Silva - Professor da Universidade Federal de Juiz de Fora – curso de Nutrição. Possui graduação em Farmacia - Bioquimica pela Universidade Federal de Juiz de Fora e doutorado pela Universidade Federal de Lavras. É membro do Comitê Científico Consultor do International Life Sciences Institute Brasil. É membro do Standing Committee Nutrition & Health da International Dairy Federation.

• Renata Golin Bueno Costa - Professora no Instituto de Laticínios Cândido Tostes.

• Renato Moreira Nunes - Professor da Universidade Federal de Juiz de Fora – curso de Nutrição.

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Nós do NUVLAC gostaríamos de desejar a você e sua família lindas festas, repletas de muita paz e saúde.

Saudações Lácteas

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