Fúria

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Srta. Flynn gostava que seus alunos a chamassem de “Prô”. Para alguns professores, isso poderia parecer uma maneira de serem “legais” com os alunos, ou de se relacionar melhor com eles, mas não era o que acontecia com ela. Estava há uns dois anos na escola e era atraente o bastante para que alguns rapazes da classe de Daniel ficassem ligados nela; ela via como clássicos as histórias de terror de H.P. Lovecraft e Edgar Allan Poe, e não os livros que outros professores de Literatura indicavam. Tudo isso junto acabou por torná­‑la uma das professoras prediletas do ensino médio. – Bem – disse ela –, sei que as férias de inverno estão para começar e, como vocês já entregaram o trabalho final, provavelmente querem um dia livre, mas baseada no que já li dos trabalhos, precisamos gastar um certo tempo discutindo um aspecto da literatura que aparentemente não discutimos como devíamos ter feito: as forças que contribuem para impedir que o protagonista atinja seu objetivo ou consiga o objeto de seu desejo. Vocês devem se lembrar do termo que se refere à pessoa que interfere na jornada da personagem principal ao longo da história… – E olhou ao redor da sala. – Bradley? – O vilão? – respondeu ele. Na verdade, para Brad Talbot aquela resposta parecia perspicaz. – É isso. Mas e a outra designação…? – Antagonista – disse Stephanie Mills, com a mão erguida e falando de modo entusiasmado, antes que Prô tivesse a oportunidade de chamá­‑la.

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