Baroak – O Sol Nascente

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o s ol n a s c e n t e

São Pau l o, 2 0 1 7

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Baroak: o sol nascente

Copyright © 2017 by Crislene Motta Copyright © 2017 by Novo Século Editora Ltda.

coordenação editorial Vitor Donofrio

gerente de aquisições Renata de Mello do Vale

editorial João Paulo Putini Nair Ferraz Vitor Donofrio

assistente de aquisições Talita Wakasugui

preparação Lotus Traduções

diagramação e revisão Equipe Novo Século

capa Dimitry Uziel

Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), em vigor desde 10 de janeiro de 2009.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip) Motta, Cris Baroak: o sol nascente Cris Motta. Barueri, SP: Novo Século Editora, 2017. (Baroak ; 3) 1. Ficção brasileira. I. Título. 17‑108

cdd­‑869.3

Índice para catálogo sistemático: 1. Ficção brasileira 869.93

novo século editora ltda. Alameda Araguaia, 2190 – Bloco A – 11o andar – Conjunto 1111 cep 06455­‑000 – Alphaville Industrial, Barueri – sp – Brasil Tel.: (11) 3699­‑7107 | Fax: (11) 3699­‑7323 www.gruponovoseculo.com.br | atendimento@novoseculo.com.br

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Agradecimentos

A Deus, sempre. Aos meus amados filhos Igor, Diego e Ian. Ao meu marido e melhor amigo, Marcelo. À minha avó Carlotinha e a todos que acreditaram em meu sonho, minha sincera gratidão. A caminhada com o apoio de vocês foi mais florida e suave! Em especial, para aquela que me ensinou poesia pelo simples fato de viver… olhar as estrelas com admiração no céu do cotidiano e amar… amar incondicionalmente. Se já acreditava que somos feitos de luz, agora, minha mãe, deixou essa certeza. Para sempre vou te amar, Imanat!

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Prólogo

M

uitas vezes pensei em desistir, mas a covardia não faz par‑ te da minha natureza. Em muitos momentos quis ser frágil, mas nunca combinou comigo, pois a vida sempre me levantava, me dava uma sacudidela, me jogava para o alto e me lançava em meio a turbilhões de loucos acontecimentos. Comecei a me acostumar, e, por mais que reclamasse, que tivesse medo, sabia que aquilo fazia parte de mim, era muito mais familiar do que quaisquer outras re‑ lações ou vidas que poderia ter ou viver. Demorei a entender mui‑ tas coisas: como esperar o tempo certo, chorar na hora certa, lutar na hora certa, recuar na hora certa. Não quero passar uma visão dualista, de certo ou errado, apenas quero deixar claro que é neces‑ sário acreditar no tempo. A natureza se encarrega de muitas coisas – às vezes, correr muito ou esperar muito atrapalha o deságue do rio no oceano. Hoje, após tantas batalhas, escolhi o caminho do meio. Escolhi a gratidão. Serei mentirosa se falar que não senti dor, que não sofri, que não passei noites em claro… Quantos desejos tive, quantas vezes os vivi intensamente e quantas os reprimi. Não voltaria atrás para consertar nada, pois esse foi meu caminho, essa foi minha história. Afinal, qual é o sentido de uma grande batalha? Como resposta, deixo aqui uma grande gargalhada, pois, no final de tudo, de tantas lutas, de tantos amores e desamores, de tantas aventuras e desventuras, pesadelos e sonhos, usarei de toda minha nobreza para dizer: só me encontrei em mim mesma.

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1. Beleza

A

água do lago encantado refrescava o corpo de Bia enquanto o sol o aquecia e o dourava lentamente. Seu corpo escorregava como se deslizasse por lençóis de seda. Seus dedos tocavam delica‑ damente os peixes e demais animais aquáticos. Bia perdeu a noção das horas apreciando a beleza do lugar, que parecia existir apenas em contos de fada. A cada dia a jovem ficava mais bela, mais entregue ao deleite de viver no mundo dos djinns. Ela percebia o que era ser uma humana e fazer parte da vida, das diversas formas de vida. Seus sentidos estavam mais aguçados e sua ligação com o todo era direta, sem intermediações de qualquer espécie. Beatriz nadou até o outro lado da margem, segurou­‑se em uma pedra, sentou­‑se e suspirou fundo. Tocou em seu cordão de queru‑ bim que ganhara de sua mãe e em sua pedra do oceano, presente de seu amor, Pietroh Baroak. Levou cada um até os lábios e os beijou. Olhou a fantástica paisagem daquele vale. Flores de diversos tama‑ nhos e cores refletiam­‑se no lago cristalino ainda em contato com seus pés.

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Como eu sou feliz! Na realidade, a felicidade sempre morou em mim. Esse sentimento está sempre com a gente, mas precisamos dia‑ logar com ele, incitá­‑lo, fazer com que se revele. Temos de conversar com ele e abrir a porta para o contentamento entrar e se apresentar. Uma vez lá, quando quiser sair por algum motivo, pode até se ausentar ligeiramente, dar um breve passeio, mas saberá o caminho de volta, Bia pensava sobre o momento em que vivia. De repente, uma espécie parecida com um cavalo­‑marinho – mas dez vezes maior – esguichou água em seu rosto. – Levado! – Bia se jogou na água. O animal abriu um sorriso para ela e pôs­‑se a nadar apressada‑ mente. Bia nadou atrás do bichinho até conseguir o que desejava: pegá­‑lo. – O que faço com você? – perguntou, olhando nos olhos dele. – O que você é, hein? O ser aquático demonstrou satisfação em estar com Beatriz e es‑ fregou levemente seu focinho no ombro dela. – Bom, eu acho que você se parece com um cavalo­‑marinho, mas é grande demais e tem um focinho, hum… – Bia observou melhor o bicho – parecido com o de um leitão! Ah, e também estamos em um lago, acho que não é o habitat de hippocampus, certo? Se bem que neste mundo tudo pode acontecer… A expressão dele mudou e a futura senhora Baroak pôde jurar que ele fez beicinho. – Oh, mas você é muito fofo! Bia passou as mãos no animalzinho e beijou­‑o no alto da cabeça. – Beatriz! – Oi, Clair! – Bia olhou sua amiga djinn e levantou o bichinho, que estava em suas mãos. – Como você pegou esse cicloaqua? – Clair falou admirada. – Eles são muito arredios! Correm muito, é dificílimo pegar algum deles.

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– Bom, na verdade, ele quis brincar comigo. Esguichou água em meu rosto e pulei atrás dele. Acho que esse fofo se apaixonou por mim – disse Bia, suspirando e batendo os cílios ligeiramente como se correspondesse ao sentimento do cicloaqua por ela. – Ah, tudo bem, vou falar para o Pietroh que você tem um admi‑ rador… Vamos ver o que ele vai dizer. O ciclo pareceu entender e arregalou os olhos, assustado. – Você o conhece? Você conhece meu namorado? – Beatriz per‑ guntou ao animal. – Parece que conhece. E posso dizer: Pietroh não gosta que a namo‑ rada dele seja paquerada! – Clair disse, fitando os olhos do cicloaqua. O bicho tremeu. – Oh, tadinho, Clair! A djinn sorriu. – Bia, vamos? Estou lhe procurando há horas! Temos muito a fazer, afinal hoje é um dia especial. Clair assoviou e sua paeta – imenso pássaro do mundo dos djinns – pousou próximo a elas. Beatriz se despediu do cicloaqua e se diri‑ giu ao bicho de estimação de sua gênia­‑irmã. – Que saudade de você, amiguinha! – Bia fez um carinho no imenso pássaro enquanto ele abaixava seu corpo para a jovem subir em suas costas. Clair admirava a forma como Beatriz se relacionava com os seres de seu mundo. Às vezes, ela parecia mais uma djinn do que uma simples humana. A paeta fez um ruído expressando que poderiam partir. As amigas se entreolharam, sorriram e voaram sob os raios dourados do sol até o local do grande evento que aconteceria dentro de algumas horas.

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