Publicação trimestral l abril 2020 l número L V I (56)
O Futuro da Europa e o Ambiente
Da esquerda para a direita: Dr. Rui Monteiro da Europe Direct, Sr.º Vice-presidente da CMP, Dr. Filipe Araújo, também responsável pelo pelouro de ambiente e mobilidade e Professora Catarina Cachapuz, responsável pelo Clube Europeu
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ambiente entrou na ordem do dia e, não menosprezando o trabalho anteriormente feito, porventura mais silencioso, é inegável o papel que os jovens desempenharam: a amplitude dos vossos protestos despertou o mundo para a necessidade de tomar medidas urgentes. Este protagonismo traz-vos mais responsabilidades: não só na alteração de estilos de vida, mas também aumentando o grau de exigência para com os decisores políticos, bem como no escrutínio das suas ações. Começamos a sentir que o clima está (mesmo) a mudar, confrontamo-nos com fenómenos extremos que não estávamos habituados a ver, ainda que descontado o mediatismo que caracteriza a nossa sociedade atual, agravado pelo “ecossistema da desinformação” (Victor Pickard) resultante do perigoso cruzamento entre “fake news”, propaganda e dificuldades financeiras dos media. Contudo, considero que não devemos adotar uma postura catastrofista… Quando era da vossa idade, pouco se falava sobre este assunto; o termo sustentabilidade era quase desconhecido; um fumo negro saía impunemente de algumas fábricas e tubos de escape; o Porto era uma cidade suja; as águas das nossas praias estavam poluídas (era impensável tomar banho em Matosinhos!); não existia reciclagem; etc… O desafio que vos propomos para esta tarde passa por conhecer e reconhecer o que (já) se faz para combater as alterações climáticas na União Europeia e na nossa cidade. Ficaremos a saber um pouco mais sobre o “Pacto Verde Europeu” que foi recebido com entusiasmo por uns e
manifesta desilusão por outros… Podíamos ter ido mais além? Talvez … mas é com profundo orgulho que vejo a Europa a assumir a liderança na forma de abordar este problema, mostrando que é possível fazer mais e melhor. Hoje, estamos mais educados, mais conscientes, logo seremos mais responsáveis e mais exigentes. Só assim poderemos evitar que todo este movimento não se esfume na espuma dos dias. Para terminar quero agradecer a colaboração da “Europe Direct” Porto, na pessoa do Dr. Rui Monteiro, incansável na organização desta sessão. Quero também agradecer a disponibilidade do Sr.º Vice-presidente da CMP, Dr. Filipe Araújo, também responsável pelo pelouro de ambiente e mobilidade, dizendo-lhe que muito nos honra a sua presença. Por fim, agradeço a presença de todos os jovens que estão nesta sala, desejando que esta seja uma tarde enriquecedora e inspiradora para todos e todas. Texto de apresentação da sessão debate ESAS, 10 de janeiro 2020 Catarina Cachapuz, professora responsável pelo Clube Europeu
Levou Pacto Europeu à ESAS
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ornecer informação e promover o debate sobre as temáticas ambientais foram os objetivos da sessão realizada nesta tarde pelo Europe Direct Porto junto da comunidade escolar da Escola Secundária Aurélia de Sousa. Perante cerca de 100 alunos do 12.º ano e vários professores, aquele centro de informação europeia deu a conhecer uma das mais importantes prioridades da Comissão Europeia para o mandato 2020-2024 da atual presidente, Ursula von der Leyen: o Pacto Ecológico Europeu, que consiste num ambicioso pacote de medidas que visa permitir às empresas e aos cidadãos europeus beneficiar de uma transição ecológica sustentável rumo à meta europeia de se tornar o primeiro continente com impacto neutro no clima até 2050. A sessão contou com a participação do vice-presidente da Câmara do Porto e vereador da Inovação e Ambiente, Filipe Araújo, que apresentou as boas-práticas aplicadas neste domínio pelo Município, seguindo-se um período de reflexão e debate em que os participantes deram as suas opiniões sobre o "Futuro da Europa".
O Centro de Informação Europe Direct Porto é um organismo oficial de informação europeia que a Câmara do Porto acolhe e dinamiza desde 2005, no âmbito da convenção-quadro estabelecida com a Comissão Europeia, garantindo a todos os cidadãos um atendimento personalizado e totalmente gratuito sobre as questões europeias.
http://www.porto.pt/noticias/europe-direct-porto-levoupacto-ecologico-europeu-a-escola-aurelia-de-sousa Catarina Cachapuz, professora responsável pelo Clube Europeu
Alertas importantes para viabilizar Boas Práticas
Um automóvel particular só é utilizado 7% do seu tempo médio de vida.
A água da torneira na cidade do Porto é de excelente qualidade e fica 450 vezes mais barata do que a água engarrafada.
Existem empresas que lutam contra o desperdício alimentar, tais como: Too good too go Refood Embrulha .
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Sabias que…
Rua Santos Pousada, 1204 - 4000 – 483 Porto Tel/Fax.: 225 024 938 / Tlm.: 911 710 979
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Mafalda Cruz—Disciplina de Desenho 11ºK
2020 - Ano Internacional da Fitossanidade Dia da Biologia
liando a comemoração do Dia da Biologia com a celebração do ano 2020 como Ano Internacional da Fitossanidade, foi realizada uma visita de estudo à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e foram afixados alguns cartazes na Escola Secundária Aurélia de Sousa para sensibilização da comunidade escolar. Os cartazes relacionados com o Ano Internacional foram desenvolvidos pelas Professoras Estagiárias do Núcleo de Estágio de Biologia e de Geologia e continham informações de alerta para a importância da Fitossanidade. A Fitossanidade é um conceito relacionado com a proteção de plantas contra pestes e doenças que afetam a sua saúde. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, 2020 é “o ano de sensibilização para o facto de como a fitossanidade pode ajudar a acabar com a fome, a diminuir a pobreza, a proteger o ambiente e a impulsionar o desenvolvimento económico.” A turma D do 8º ano desenvolveu ainda cartazes de alerta para a perda da biodiversidade e as espécies em extinção. A promoção do uso sustentável dos ecossistemas permite interromper o processo de perda de biodiversidade. A Terra é o habitat de milhões de espécies, preservar o seu
habitat permitirá proteger e evitar a extinção de espécies ameaçadas. As turmas A e B do 12º ano visitaram a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde realizaram uma atividade laboratorial sobre a Fitossanidade em que aprenderam a diagnosticar algumas doenças que afetam as plantas. Os alunos mostraram-se interessados e motivados para esta temática. Estes temas enquadram-se no plano de ação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. A Agenda 2030 foi um documento adotado na Assembleia Geral da ONU em 2015 e constitui um guia para a comunidade mundial tomar consciência da necessidade de mudança de hábitos de modo a colocar o nosso planeta num caminho mais sustentável e resiliente até 2030. Sensibilizar a comunidade escolar neste contexto atual contribui para a formação de cidadãos mais conscientes e ativos na sociedade. ESAS, 3 de março celebrou-se o Dia da Biologia Núcleo de Estágio de Biologia e de Geologia
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Ambiente - Liberdade
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Vitória Venuto e Souza - 11ºK - Trabalho de disciplina de Desenho
Transportes Luís Sousa, Lda Rua da Cerâmica 226/230 Alfena, Porto, Portugal Ligar 22 969 1357 http://www.tlsousa.pt/
A Desertificação Invisível
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desertificação é uma catástrofe antrópica causada por inúmeros fatores, como, por exemplo, a poluição dos solos, do ar e da água. Este fenómeno afeta os espaços e as pessoas: diminuem os terrenos que podem ser cultivados e sofrem as gentes, que se veem confrontadas com um êxodo forçado, privadas de água e ameaçadas na sua sobrevivência, tendo na sua retina um horizonte de infertilidade do solo e de consequente escassez de alimentos e fome. Devido às emissões de dióxido de carbono (CO2) e de metano (CH4) para a atmosfera, causadas maioritariamente por ações humanas, o que provoca o crescimento a nível atmosférico de gases com efeito de estufa (GEE), ocorre a desestabilização do balanço energético do nosso planeta. Este fenómeno, denominado aquecimento global, é que faz com que regiões com climas tropicais e/ou secos se tornem mais quentes do que já eram. O nosso projeto consiste num inquérito que será realizado a todos os alunos da Escola Secundária Aurélia de Sousa sobre o tema da Desertificação e suas causas no planeta Terra, bem como a construção de uma maquete dos desertos, de um sensor de gases tóxicos e de um mapa das zonas afetadas.
Escola Secundária Aurélia de Sousa Porto Beatriz Azevedo Alago 11.°C Eduardo Luís Fernandes Roçadas 11.°A
Mel Pace - Disciplina de Desenho - 11ºK
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Maria Lucinda Motta - Coordenadora do Departamento de Ciências Experimentais
XXII ENCONTRO INTERNACIONAL DE JOVENS CIENTISTAS DAS ESCOLAS ASSOCIADAS DA UNESCO
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o âmbito da temática “A luta contra a desertificação: o grande desafio para os jovens”, dois alunos da ESAS, Eduardo Roçadas do 11.º A e Beatriz Alago do 11.º C, coordenados pela docente Lucinda Motta e pela coordenadora da biblioteca Luísa Mascarenhas, representaram a escola no XXII Encontro Internacional de Jovens Cientistas das Escolas Associadas da UNESCO, que decorreu em Santarém de 8 a 11 de Janeiro de 2020.
Neste encontro estiveram presentes 16 escolas de vários países: Alemanha, Andorra, Brasil, Espanha, EUA, Itália e Portugal. Os nossos alunos destacaram-se pela originalidade e criatividade, tendo construído uma maquete de desertificação, um sensor de monóxido de carbono, um cartaz de sensibilização e um kahoot, sobre a temática, que foi jogado online por todos os participantes.
LdC Lugar da Ciência - Aurélia de Sousa 15ª SEMANA DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
COMEMORAÇÃO DOS 50 ANOS DA ALUNAGEM
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para as suas escolas, com certeza, mais enriquecidos. A atividade foi avaliada pelas professoras do 1º ciclo como muito positiva e a repetir, tendo sugerido, também, outros temas a desenvolver com os alunos deste ciclo de escolaridade, em próximas SCT. Ficará sempre a recordação da vinda à escola… ESAS, 18 e 22 de novembro de 2020 Foto 1 : professora Sandra Gaspar com turma de 1º ciclo Foto 2 : Cúpula simulando no interior o espaço cósmico Marina Gonçalves - profª de Biologia
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15ª Semana da Ciência e Tecnologia (SCT), promovida pelo Lugar da Ciência, teve como tema a Comemoração dos 50 anos da Alunagem. Neste âmbito, foram dinamizadas diferentes atividades, como é habitual, desde conferências a atividades práticas, à Feira de Minerais e à Construção de uma Tabela Periódica Humana, que abrangeram diferentes anos de escolaridade. Uma das atividades inovadoras, nesta 15ªedição, foi a do Planetário Portátil, desenvolvida pelo Centro de Astrofísica do Planetário do Porto – Centro de Ciência Viva da Universidade do Porto. Esta atividade destinou-se a todas as turmas dos 3º e 4º anos do primeiro ciclo das Escolas de Ensino Básico do Agrupamento, tendo decorrido durante todo o dia 20 de novembro, 4ªfeira, no ginásio da escola. Foi montada uma cúpula simulando no interior o espaço cósmico, onde foram projetados diferentes materiais relacionados com a astronomia, mas também com o aquecimento global, as ações humanas prejudiciais ao equilíbrio do nosso planeta, a sustentabilidade necessária à sobrevivência de todos os habitantes deste nosso “planeta azul”. Os alunos do 1º ciclo chegaram à escola com as suas professoras e auxiliares da ação educativa, foram encaminhados para o ginásio e, cheios de curiosidade, entraram na cúpula e assistiram à sessão cósmica, sob a orientação do técnico Filipe Pires, enviado pelo Centro de Astrofísica do Planetário do Porto. À saída, os alunos mostraram-se entusiasmados e muito satisfeitos com o que tinham visto e aprendido, voltando
Jardim de Infância
Aurélia de Sousa
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o número 20 do aprender melhor, boletim do Lugar da Ciência, publicitamos o Projeto CEC apresentado pelo Lugar da Ciência (LdC) à Direção do Agrupamento em maio de 2020, um projeto de criação de um Centro Escolar de Ciência (CEC) no antigo edifício do Jardim de Infância Aurélia de Sousa (JIAS), aberto em setembro de 1976 e encerrado no fim do ano letivo 2015/16. Logo que foi conhecida a decisão de encerramento definitivo do JIAS, o Lugar da Ciência, uma estrutura da Escola Secundária Aurélia de Sousa vocacionada para a divulgação da Ciência e Tecnologia, manifestou, à então Diretora do Agrupamento, a vontade em concentrar no respetivo edifício as suas atividades, mas, também, a intenção de desenvolver um projeto de alargamento do âmbito da sua ação a outros públicos. Em maio de 2017, foi entregue um pré-projecto através de carta entregue à Direção, mas só em maio de 2018, ultrapassados alguns impasses, foi dada autorização para a elaboração de um projeto de criação de um Centro Escolar de Ciência (CEC) que incluísse a reabilitação do edifício, o seu equipamento e o respetivo funcionamento com atividades de divulgação da ciência e tecnologia, para o transformar num conjunto de espaços de visita e de trabalho, em que o visitante pudesse encontrar informação e conhecimento, oportunidades para ver, ler, fazer, mexer e perguntar, num ambiente de estímulos à curiosidade, num espaço para assistir a debates e à apresentação de experiências e ao desenvolvimento de projetos. Um lugar de participação multidisciplinar, um espaço de aprendizagens formais e não formais. O Projeto tem as suas raízes nos 10 anos de trabalho do
LdC no domínio da divulgação da Ciência e da Tecnologia junto da comunidade escolar, acompanhado pela cooperação de muitos professores e investigadores, na sua maioria da Universidade do Porto, mas, também, com o apoio de várias instituições. Um trabalho de promoção de uma cultura científica e tecnológica que mobilizou centenas de estudantes de todos os níveis de ensino. É um projeto estratégico fundamental para o desenvolvimento das escolas do Agrupamento e para a sua inserção no meio social que pode beneficiar a população escolar de outras escolas, em particular as do 1º Ciclo. Pretende envolver os Encarregados de Educação, a cidade do Porto e as pessoas que a visitam. A concretização deste Centro Escolar de Ciência deverá ser o encontro de múltiplas vontades individuais e institucionais, de entre as quais destacamos o Agrupamento, o Ministério da Educação, a Câmara Municipal do Porto que, conjuntamente com o Conselho Científico deste projeto, possam perspetivar a reconversão dos espaços, tirando proveito de outros contactos com a Universidade e em colaboração com empresas específicas das áreas tecnológicas, dos serviços e da indústria. Os dados estão lançados! Haja vontade, empenhamento e entusiasmo de todos. Lugar da Ciência
V Semana das Humanidades SEMANA DAS HUMANIDADES 2020: Letras, Artes e Ideias Espaço de Liberdade 2ª feira, 20 jan
3ª feira, 21 jan
4ª feira, 22 jan
5ª feira, 23 jan: DIA MUNDIAL DA LIBERDADE
6ª feira, 24 jan
I ENCONTRO DE HISTÓRIA, CULTURA E ARTES
11h 30 Conferência de Abertura: Pela jornalista Isabel Nery (no Auditório)
10h 30 Encontro com a escritora Isabel Rio Novo (na Biblioteca) 11h 30 – 13h 20
a Arte e a História a Embalar-te a Memória 8h 45 – Abertura 08h50 – Espaços do barroco portuense –José Manuel Alves Tedim 09h 25 – Património do Porto: o caso da página do facebook “ Porto desaparecido” - Manuel Sousa 10h 30 – Isto também eu fazia! Então Por Que Não Fazes? - Emílio Remelhe 14h30 –“ Entre Muros: um projeto de curadoria no Campo do Tarrafal” Leonor Soares e Marzia Bruno 15h30 – Encontro com o músico Pedro Burmester 16h35 – A Biodiversidade do Conhecimento - O Atelier como Ecossistema – Luís Mendonça
8h 30 Encontro com José Luís Moreira da Silva (enólogo) 11h 00 SPO Uma história de Vida: a construção de uma carreira Pedro Matos
10h 30 Palestra sobre Filosofia e Cinema, a proferir pelo Doutor Nuno Fadigas (no Auditório)
OUTRAS ATIVIDADES
CONCURSO LITERÁRIO para todos os alunos do AEAS, do 3º ao 12º ano. Lançamento da BIBLIOTECA DE LIVROS VIAJANTES: “leve um livro, traga um livro” EXPOSIÇÃO de livros (novas aquisições) na Biblioteca. MURO DA LIBERDADE - Exposição de imagens temáticas e convite à inscrição, no “Muro da Liberdade”, de frases que completem a expressão: ser livre é…. TRIBUTO A NELSON MANDELA - Instalação 11 l Jornalesas
V Semana das Humanidades fotogaleria
ร procura da Liberdade - muro para a Liberdade Disciplina de Oficina de Artes e Desenho - 12ยบH
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Onde estรก a Liberdade?
V Semana das Humanidades Liberdade – Sou livre?
conceito de liberdade é extenso, abordado e dissecado por inúmeros filósofos e especialistas, pessoas que dedicam a vida toda à necessidade, incessante, do ser humano de decompor todos os conceitos que o rodeiam, sendo a liberdade um deles e cada vez mais presente no nosso dia-a-dia. Todo este esforço em descrever o conceito de liberdade encontra o seu apogeu na redação da Declaração dos Direitos Humanos da O.N.U.. Entre os seus 30 artigos vão - se construindo os alicerces da liberdade individual e coletiva de todos os humanos. No entanto, sabemos que esta Declaração, apesar de merecer a assinatura de inúmeros países, nem sempre é respeitada pelos mesmos, o que nos leva a questionar o seu impacto e o respeito por este documento. Mas será que a liberdade não é influenciada por cada indivíduo como membro de uma sociedade? Será que posso ser quem sou numa sociedade que se encontra presa a valores que ficaram presos no tempo? Talvez fazer leis, documentos e declarações não seja suficiente para efetivamente mudar e construir uma sociedade melhor, mais moderna e mais inclusiva para todos. Talvez devêssemos fazer um exercício retrospetivo, avaliando o nosso comportamento para com os outros e a importância que queremos ter em construir uma sociedade livre. Num desses exercícios, percebi que a sociedade nem sempre foi justa comigo, presenciei momentos desagradáveis e ocasiões perturbadoras, onde não são as leis que se encontram desmedidas, benevolentes e discriminatórias, mas sim as pessoas que me rodeavam. Concretamente, notícias que abrem os jornais demonstram
Inês Nogueira dos Santos, 12ºF
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casos de racismo no desporto, nas ruas e nos postos de trabalho. Apesar de ser legal casamentos do mesmo sexo e até mesmo procriação medicamente assistida, ainda assistimos, constantemente, a provocações e discriminação por parte daqueles que, connosco, constroem a sociedade atual. Constantemente, assistimos a discriminações de género e vivemos num país onde as mulheres ainda trabalham mais 3 meses por ano para ganhar o mesmo que os homens. Negamos a entrada de pessoas que procuram asilo, segurança e mínimas condições de vida, que lhes são negadas no país de origem e nos campos de refugiados onde estas vão quase sempre parar. Continuamos a contribuir para o aquecimento global, mesmo sabendo que nos estamos a prejudicar e a retirar condições de vida, valorizando as grandes empresas capitalistas que procuram o lucro e não a sustentabilidade ambiental, o que acabará com a nossa casa como a conhecemos. Presenciamos, continuamente, atentados à liberdade digital: pelos aparelhos eletrónicos que possuímos onde é exposta a nossa localização, divulgada informação pessoal ou até mesmo o histórico de pesquisa. Perante esta realidade, onde tudo serve para incutir um produto ou marca perdemos mais uma vez a noção de liberdade. Com todos estes ataques à liberdade individual e coletiva que acontecem diariamente, posso concluir que devemos usar do livre arbítrio protegido e concebido pelo avanço da legislação do nosso país, de modo a usá-lo em função de uma sociedade e não como apenas indivíduo.
V Semana das Humanidades
Painel comemorativo V Semana das Humanidades- Liberdade Trabalho coletivo da disciplina de Desenho (10ºJ)
A liberdade das escolhas alimentares e os contrastes mundiais
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Geografia Exposição cedida por EBAG Escola Básica Augusto Gil
V Semana das Humanidades Filosofia e Cinema
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urante o 2º período, integrada na V Semana das Humanidades da ESAS, assistimos a uma palestra sobre a Filosofia e o Cinema. Se olharmos com a leviandade irrefletida típica do nosso quotidiano, podemos pensar que, à partida, nenhuma relação existe entre estes dois temas. Podemos até equacionar, falaciosamente, que a filosofia é algo estritamente inerente à escola e o cinema algo puramente lúdico. No entanto, e tal como nos ensina a filosofia, nada devemos olhar com leviandade, superficial característica de quem usa os olhos mas não vê. Assim, percebemos que estas temáticas não só se associam, como também são, em certas circunstâncias, completamente indissociáveis. Filosofia? Cinema? Sim, filosofia e cinema. Se pensarmos nos nossos filmes preferidos, naqueles enredos que fazem arrepiar, que mesmo quando estamos a sair do cinema conseguimos sentir e que quando chegamos a casa e ainda pensamos “o que é que fazia se fosse eu?”, “E se...”. Por detrás dessas perguntas e inquietações está a filosofia, pura, que devemos levar para a vida como mais do que páginas decoradas de um livro, palavras das quais o significado desconhecemos, ditas por alguém sobre quem nada sabemos. Porque a filosofia é só dos filósofos... Porque não temos capacidade de a entender. Porque temos mais que fazer e não vamos perder o nosso tempo a pensar. “E se a vida fosse diferente?” “Como seria?” “Seria melhor? Será possível melhorar? O quê? Onde é que essa mudança iria fazer a diferença?” Em tudo, ou em nada? Ainda assim “perdemos” o nosso tempo a ver estes filmes que nos fazem questionar tudo. Porque na verdade gostamos do sentimento, de supor, de imaginar, ou seja, todos gostamos de pensar, embora pensemos que não gostamos de o fazer. Porque ,na verdade, a filosofia não vem dos livros, não
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vem das árvores, nem das palavras de um filósofo célebre das quais nada compreendemos. Ela está em nós, inerente à nossa capacidade cognitiva. Ela vem de dentro, ajudando-nos a perceber o que está lá fora ou a nós mesmos. Vem de nós, do nosso pensamento, da nossa reflexão, da análise racional, por isso todos somos capazes de filosofar. Então, também a arte vem de dentro para fora. Não há nada mais artístico e rico do que aquilo que o Homem consegue criar. A arte é fruto da nossa visão do mundo, não nos é exterior e nada é pura arte só por ser. A arte faz -se da filosofia e ao mesmo tempo faz-nos refletir, o que também é filosofia. É esta junção da filosofia na arte que permite o nascimento de filmes como o “Matrix”, “O Deus das moscas”, "A ilha do Dr. Moreau”, referidos pelo professor e filósofo Nuno Fadigas, durante a palestra, assim como tantos outros que enchem as salas de cinema e preenchem as nossas memórias, sem deixar de nos assombrar com as suas questões. Os filmes cujas problemáticas e enredos nunca esquecemos, por muito que o tempo passe, ainda que o nome das personagens do filme não seja mais do que uma névoa no nosso pensamento... Mafalda Peixoto - 11ºH Auditório da ESAS, 20 de janeiro de 2020 Foto 1 - O conferencista - Professor Nuno Fadigas Foto 2 - O conferencista - Professor Nuno Fadigas e a professora de Filosofia , Blandina Rodrigues
V Semana das Humanidades I Encontro de História, Cultura e Artes “A Arte e a História a Embalar-te a Memória” saber. De entre todos os ilustres convidados, que muito acrescentaram à iniciativa, destacou-se a presença do músico Pedro Burmester, encarregado de educação da aluna Júlia Burmester, que se refletiu numa interação plena entre a escola e a família, constituindo-se como um motivo de orgulho muito grande para a turma 11ºG. Foi de salientar a colaboração dos alunos, especialmente os da turma 11ºL, do Curso Profissional de Turismo, em todas as fases de produção deste evento e, em particular, o seu comportamento exemplar ao longo do dia e em todos as palestras. Em suma, o I Encontro de História, Cultura e Artes – “A Arte e a História a Embalar-te a Memória” revelou-se um sucesso, estando todos os intervenientes de parabéns por esta muito bemsucedida iniciativa que permitiu, através da interação entre alunos, professores e convidados, um dia muito especial, que, certamente, deverá continuar a ser acarinhado no futuro.
Humanidades”, foi subordinada ao tema HUMANIDADES - Letras, Artes e Ideias: Espaço de Liberdade. Houve muita recetividade a esta iniciativa por parte de alunos e professores, mostrando-se todos muito interessados e participativos, contribuindo assim para um clima de interação e salutar convívio escolar. O evento decorreu de forma muito positiva e correspondeu, na plenitude, às expectativas iniciais, que eram diversificar as atividades e estratégias de ensino/ aprendizagem, proporcionar aos alunos o contacto com especialistas de reconhecido mérito, reconhecer a evolução histórica e artística, os seus sentidos e enriquecer a experiência do aluno. Para tal contribuiu a competência dos oradores, que, em função da sua eloquência e da qualidade das suas comunicações, motivaram o interesse do público. Foram apresentados temas particularmente vivos, que certamente permanecerão na memória dos alunos, com reflexos naturais no desenvolvimento do espírito crítico e da sua postura perante o Paula Corte Real, profª de História
ESAS, 22 de janeiro,
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sta atividade, realizada no âmbito da “Semana das
V Semana das Humanidades Nelson Mandela (1918-2013)
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asceu em Mvezo, África do Sul, no dia 18 de julho de 1918. Filho de uma família da nobreza tribal, da etnia Xhosa, recebeu o nome de Rolihiahia Dalibhunga Mandela. Em 1925 ingressou na escola primária, onde recebeu da professora o nome de Nelson, seguindo um costume de dar nomes ingleses a todas as crianças que frequentavam a escola. Em 1939, Mandela ingressou no curso de Direito, na Universidade de Fort Hare, a primeira Universidade da África do Sul a ministrar cursos para negros. Por se envolver em protestos, junto com o movimento estudantil, contra a falta de democracia racial na instituição, foi obrigado a abandonar o curso. Mudou-se para Joanesburgo, onde se deparou com o regime de terror imposto à maioria negra. Em 1943, concluiu o bacharelato em Artes pela Universidade da África do Sul. Continuou os estudos de Direito, por correspondência, na universidade de Fort Hare. (Mais tarde receberia o título de "Doutor Honoris Causa", na tentativa de compensar a sua expulsão).
África do Sul Frederik de Klerk, liberta Mandela. Ao sair da prisão, Mandela faz um discurso chamando o país para a reconciliação: “Eu lutei contra a dominação branca e lutei contra a dominação negra. Eu tenho prezado pelo ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas possam viver juntas em harmonia e com iguais oportunidades. É um ideal pelo qual eu espero viver e que eu espero alcançar. Mas caso seja necessário, é um ideal pelo qual eu estou pronto para morrer”. Em 1993, Nelson Mandela e o presidente assinam uma nova Constituição sul-africana, pondo fim a mais de 300 anos de dominação política da minoria branca, preparando a África do Sul para um regime de democracia multirracial. Nesse mesmo ano, recebem o Prêmio Nobel da Paz, pela luta em busca dos direitos civis e humanos no país.
A luta de Mandela contra as leis de Apartheid
Após longas negociações, Mandela conseguiu a realização das eleições multirraciais em abril de 1994. O seu partido saiu vitorioso, e Mandela foi eleito presidente da África do Sul. Finalmente, o seu governo, com maioria no parlamento, acabou com o longo período de opressão, aprovando importantes leis em favor dos negros. Mandela governou até 1999, quando conseguiu eleger seu sucessor. Em 2006, foi premiado pela Amnistia Internacional, pela sua luta em favor dos direitos humanos.
Entre as heranças deixadas pelos colonizadores europeus na África, o mais brutal foi o racismo da África do Sul. Apoiados nas ideias de superioridade racial do branco, o homem europeu instituiu leis que sustentaram o regime de “apartheid” (separação) durante longos anos. Era proibido o casamento inter-racial, era obrigado o registo da raça na certidão, brancos e negros viviam em áreas separadas, onde as escolas, hospitais, praças etc. eram estabelecidos em locais distintos para as duas raças etc. A segregação racial, a falta de direitos políticos e civis e o confinamento dos negros, em regiões determinadas pelo governo branco, provocou uma série de massacres e mortes da população negra. Muitos homens e mulheres da comunidade negra sulafricana dedicaram suas vidas a essa grande causa: o fim do apartheid. Um dos mais notáveis líderes do movimento negro da África do Sul foi Nelson Mandela. Em 1944, junto com Walter Sisulo e Oliver Tambo, fundou a Liga Jovem do Congresso Nacional Africano (CNA), que se tornou o principal instrumento de representação política dos negros. Em 1964 foi condenado à prisão perpétua. Na década de 80, intensificou-se a condenação internacional ao apartheid que culminou com um plebiscito que terminou com a aprovação do fim do regime. No dia 11 de fevereiro de 1990, depois de 26 anos, o presidente da
Presidente da África do Sul
Retirado de: https://acervo.publico.pt/mundo/a-vida-de-nelson-mandela e de “A Long Walk to Freedom” – Biografia de Nelson Mandela
V Semana das Humanidades Nelson Mandela (1918-2013)
Sabias que…
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elson Mandela foi um prisioneiro político durante cerca de 27 anos, 17 dos quais foram passados na cadeia de máxima segurança de Robben Island, ao largo da Cidade do Cabo, na África do Sul. Na foto ao lado podes ver uma fotografia da cela do prisoneiro 466/64 (significa que foi o 466º prisioneiro do ano de 1964), onde Nelson Mandela foi encarcerado aos 46 anos. A cela tem 4m2, uma pequena abertura com grades, por onde entra o ar gélio e húmido de Robben Island,e um cobertor no chão. Retirado de: https://acervo.publico.pt/mundo/a-vida-de-nelson-mandela e de “A Long Walk to Freedom” – Biografia de Nelson Mandela
Ao sair, em direção ao portão que me levaria à LIBERDADE, eu sabia que se não deixasse para trás a minha amargura e o meu ódio, nunca seria uma homem livre! Nelson Mandela in: “Long Walk to Freedom ”, a propósito da sua libertação da prisão de Victor Verster na Cidade do Cabo, a 11 de fevereiro de 1990, após 28 ANOS DE PRISÃO.
1994 Primeiro Presidente negro eleito na África do Sul
Catarina Cachapuz, professora responsável pelo Clube Europeu
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Vota pela primeira vez na vida aos 75 anos, nas primeiras eleições livres no país, a 27 de abril (no segundo dos quatro dias previstos para a votação) e é eleito primeiro Presidente negro pelo Parlamento, onde o ANC conquista uma ampla maioria. Apesar das ameaças de violência, as eleições realizam-se num clima globalmente pacífico. No discurso de tomada de posse a 10 de maio evoca a “recém-nascida liberdade” e diz que “uma sociedade de que toda a humanidade se orgulhará” nasceu “da experiência de um desastre humanitário que durou tempo de mais”.
Os millennials
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o início deste milénio, verificou-se o nascimento de uma nova geração que se tem diferenciado cada vez mais da anterior. Millennials refere-se às pessoas que nasceram a partir de 2000. De facto, este grupo de pessoas, comparativamente com os baby boomers (geração Y ou boomers, como a geração atual gosta de os designar) revela-se mais dependente das novas tecnologias e das redes sociais que se têm desenvolvido a um ritmo alucinante nestas passadas duas décadas, sendo também cognominados de “geração da internet” e geração Z. Na verdade, perante estes avanços que tiveram um forte impacto ambiental e que provocaram um avanço da sociedade urbanizada, surgiram novas preocupações que agora fazem parte da vida desta geração, como questões ambientais, feminismo, homofobia e racismo que, embora já tivessem tido uma grande atenção e progresso no século XX, são geralmente mais aceites por esta geração. Estes problemas sociais são altamente difundidos nas redes sociais onde os jovens criam um diálogo aberto e personalizado do seu ponto de vista, o que proporciona uma maior atenção da comunidade a estas causas, sendo que também o maior grau de liberdade e de conhecimento exigem uma nova atitude, mais ativa e cautelosa. Na realidade, este forte contacto com as novas tecnologias criou novos hábitos no quotidiano entre os quais estar no telemóvel ocupa um lugar de predominância, o que pode ser prejudicial para a saúde dos utilizadores por passarem tanto tempo expostos a
muita informação e a radiações emitidas por estes aparelhos; todavia, os telemóveis são um instrumento essencial na atualidade porque permitem um contacto mais facilitado com família e amigos e também as notícias chegam a nós mais rapidamente. Os membros da geração Y criticam muito o apego e a dependência deste pequeno equipamento, já que a mais recente geração não valoriza alguns aspetos fulcrais para uma boa qualidade de vida e para o seu equilíbrio, como a prática de exercício físico, a socialização no exterior, o tempo em família, o empenho na carreira escolar e profissional, entre outros, com consequências a longo prazo. Este vício nas redes e o elevado consumo de informação durante várias horas do dia origina uma falta de atenção provocada pela constante necessidade de verificação das aplicações do telemóvel que se acaba por tornar num hábito difícil de largar. Assim sendo, os millennials têm-se diferenciado da geração que os antecedeu, porque nasceram no seio de uma sociedade de prosperidade tecnológica e económica que propicia um vivência mais confortável e despreocupada e em que o acesso a meios materiais é mais facilitado, dando lugar a uma certo desinteresse no que toca às experiências de contacto direto e a uma grande dedicação ao que as novas tecnologias oferecem. Rita Castro - 12º H
https://www.google.com/search?q=millennials&rlz=1C1GCEA_enPT847PT848&sxsrf=ALeKk03zaFbmDLbRGL916pL -Y_AUoAXoECBMQAw&biw=1527&bih=854#imgrc=8p4gnEFgT-3djM
Em tempos de COVID—19 Diário de uma quarentena
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oje foi o meu quinto dia de quarentena. Até agora tem sido pacífico para mim. Nem tão intenso como as aulas normais, nem tão descansado como férias. Estamos a atravessar um período estranho, de muita especulação e poucas certezas, mas não vejo outra forma de o viver senão com cuidado mas sem histerismo. Hoje é o meu aniversário, 17 anos. Foi diferente e creio que talvez por isso dificilmente o esquecerei. Não estive com os meus amigos, não fui à escola, não fui ao ballet. Mas acho que o mais notório foi mesmo não poder celebrar com a minha família. É bom estar perto deles. Mesmo quando não estamos a falar ou quando me limito a observar as suas conversas. Aquele sentimento que me é familiar e que cuja futura ausência me assombra. Aquelas pessoas nas quais revejo cada detalhe e procuro meticulosamente possíveis semelhanças ao que sou ou julgo ser. Não obstante, passei o meu aniversário com os meus mais queridos: os meus pais. Aqueles onde as parecenças são como espelhos, onde nos sorrisos vejo luz e que transformam qualquer espaço e tempo em casa e calor. É neles que busco conforto e gostava de o poder ser também. Hoje o país entrou oficialmente em estado de emergência “E no teu aniversário, és mesmo especial” diz a minha mãe com uma risada, que julgo que no fundo se dissolve num poço de preocupação para com os que ama. Percebo -a e partilho do sentimento, embora não demonstre mui-
to. Foi um dia tranquilo, tive tempo para aproveitar da minha própria companhia. Acho que me sufoco facilmente perto das pessoas por muito que as adore, preciso de espaço para estar só a estar, a pensar e a ouvir os meus pensamentos. Por vezes sinto-me perdida por falta de tempo para me ouvir. Para perceber o que me move e o que em nada me fascina. Como se tudo rodopiasse porque não parei para pensar, ou para não o fazer, depende. Pelo fim da tarde, a minha família juntou-se para me cantar os parabéns. A minha avó paterna pelo telemóvel, a minha tia e as minhas primas e os meus avós maternos por videochamada. Foi engraçado. Acho que agora, finalmente, as pessoas mais velhas vão perceber a importância da tecnologia e algumas das suas vantagens (não que tudo seja positivo, até porque não o é). Foi um bom dia e espero que as coisas continuem assim. Com saúde, e tranquilidade.
Mafalda Peixoto, 11ºH
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19 de Março, 2020
Em tempos de COVID—19 Diário de uma quarentena 20 de Março Isolamento voluntário: dia 7
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21 l Jornalesas l abril 2020 l L V l
az hoje uma semana que fui pela última vez à escola. Pareceu-me que era uma altura de fazer um balanço destes novos dias de teletrabalho. Em primeiro lugar, apesar de terem transcorrido apenas 7 dias, parece que já lá vão três meses. É o tempo relativo, como diria Einstein. (Sim, sim, eu tenho muitas referências, do Sr. Américo ao Einstein…) Assim, no início da semana, sem saber muito bem como é que um professor de português pode funcionar em teletrabalho, subscrevi, a conselho de uma amiga das tecnologias, um grupo de e-learning do Facebook. Rapidamente, contudo, comecei a ser tomada por uma sensação gigantesca de angústia: multiplicavam-se a um ritmo exponencial (uma coisa que aprendi nos últimos dias) as propostas de Apps e de sites e de aulas online, síncronas, assíncronas, e de plataformas de ensino à distância, grátis e não grátis, e de tutoriais e de emissões em direto para aprender a fazer isto e aquilo... «Ó Diabo! Eu não estou a fazer nada disto!» pensei e comecei a ficar sem fôlego, «Ó Diabo! Ficar sem fôlego não é bom sinal!» Desliguei do PC e fui dar uma voltinha com a Jackie, pus roupa a lavar, arrumei a cozinha e as ideias. Conclui aquilo que já sabia: estamos nas duas últimas semanas do Segundo Período letivo. Estava a realizar avaliações, orais e escritas, que ficaram em suspenso. A última semana de aulas tinha sido pavorosa, com os alunos cheios de medo e os professores angustiados. «Há que ter tranquilidade nisto… Já basta a rapidez com
que os locutores falam na televisão.» Não sei se repararam, mas toda a gente fala muito rápido. É impressão minha? É possível, mas às vezes, quando os estou a ouvir, também fico sem fôlego, o que continua a não ser bom sinal. «Todos temos que nos adaptar a esta nova forma de vida.» Gastei umas horas a fazer guiões de trabalho autónomo, com uma previsão realista do tempo que gastariam para cumprir as tarefas, contactei os Diretores de Turma e enviei as minhas propostas para os alunos. Para a semana, envio outras e no final farei a avaliação. Depois terei tempo para pensar e para construir, de forma organizada e mais calma, um curso à distância, que provavelmente virá a ser necessário. Prepará-lo vai ser um desafio interessante, mas, aqui entre nós, eu não gosto nada de aulas à distância: tenho saudades de ouvir em direto os disparates engraçados dos meus alunos, de lhes contar histórias, de andar a fazer STOP pelos corredores, para que os mais pequenitos, que andam sempre a correr, não atropelem ninguém, dos projetores com as suas lâmpadas fundidas e dos computadores de 2008 que temos nas secretárias. Até já tenho saudades de entrar nas salas mal ventiladas e a cheirar a gente. É isso: tenho saudades do cheiro a gente. Hoje começou a primavera. Há 1020 casos confirmados. Fiquem bem. Fiquem em casa. Carmo Oliveira, professora de Português
Rua Santos Pousada , 1222 4000-483 Porto Tlf. 225029821
Rua Aurélia de Sousa,49
Escrita Criativa A primeira e a última frase
Ilustração de Rita Castro, 12º H
Inês Sousa, Inês Silva, Maria Antónia Matos e Maria João Soeima, 11.º C
Seis objetos e uma história
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muitos anos-luz da Terra, numa galáxia paralela, a sociedade funciona de uma maneira um bocado diferente da nossa... Zamira acorda às 10 da manhã, como habitualmente, e olha para a sua batata para se atualizar das suas redes sociais. Mais tarde, vai tomar o pequeno-almoço e bebe a sua frigideira de laranja. Depois de tomar banho e se vestir, vai novamente para o quarto arranjar os lençóis da sua escada. Ela é uma empresária bem-sucedida. Mas há dias e dias… A caminho do seu elástico, teve um acidente e o seu prato capotou. Entretanto, o INEM chegou e transportou-a para o lenço de papel. Através da sua batata, ligou à mãe para a levar para casa, onde passou o resto da semana deitada na escada. És capaz de adivinhar o que simbolizam os seis objetos? Alice, Clarisse, Maria Chaves, 11.º D 22 l Jornalesas
um dia de muito azar, o senhor Ventura teve um acidente de automóvel. Quando finalmente abriu os olhos, deparou-se com uma viatura de cor berrante, leds néon na parte inferior, vidros fumados, pneus vazios e com fumo a sair da dianteira, claro sinal de avaria. A fim de investigar a cena, saiu do carro e deparou com dois indivíduos, fora deste mundo, inconscientes. Intrigado, tentou acordar um dos seres estranhos com um ligeiro berro: - Oh! Olá?! – perguntou o senhor Ventura, procurando uma reação. De repente, num movimento brusco, um dos passageiros acordou, exaltado: - Joca! Acorda! Já viste o que fizeste ao carro da minha mãe? Eu disse para virares à direita na estação espacial, mas tu, burro como és, viraste à esquerda!... - Eu sei, Bino, mas é difícil orientar-me porque as estrelas são todas iguais! Bino lançou um olhar confuso, enquanto o senhor Ventura, perplexo, rematou: - Querem ajuda, meninos? Eu sou mecânico e posso dar uma mãozinha… – enquanto apontava para o fumo que saía do capô. Os aliens, assustados com o à-vontade do velho, consentiram, silenciosamente, sem sair do carro. O senhor Ventura rapidamente reparou a avaria. No fim, os extraterrestres agradeceram a ajuda e prometeram voltar um dia.
Ilustração de Ariana Martínez, 12ºH;
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L i v r o s I livros I L i v r o s A coisa terrível que aconteceu a Barnaby Brocket John Boyne
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livro fala sobre a família Brocket, uma família australiana perfeitamente normal que tinha 3 filhos: Henry, Melanie e Barnaby. Acontecia tudo normalmente até Barnaby, o benjamim da família, nascer. Barnaby não obedecia à lei da gravidade, flutuava, e isso causou imensos problemas à família Brocket. Barnaby tornou-se motivo de vergonha para esta família normal. Quando chegou a casa, a criança foi colocada num colchão preso ao teto para não se magoar. Aos 6 anos de Barnaby, foi inscrito na escola para crianças indesejadas onde conheceu Liam McGonagal que tinha ganchos em vez de mãos. A escola era terrível, tinha tapetes rompidos, cinzas de queimadas no chão e luzes fundidas. Durante as aulas, Barnaby era preso com cordas para não flutuar. Houve uma visita de estudo à ponte de Sydney onde Barnaby foi a centésima milionésima pessoa a subi-la. Mais um evento para “envergonhar” toda a família... Passados dias, Eleanor, mãe de Barnaby, decidiu levá-lo ao parque com uma mochila cheia de areia às costas para não flutuar. Como Eleanor estava farta de receber os meios de comunicação em casa a questioná-la
sobre o seu filho, levou uma tesoura para quando parassem no parque lhe pudesse cortar a mochila para Barnaby poder flutuar contra a vontade dele. E assim, ao abandoná-lo, começa a grande aventura de Barnaby! Conhece lugares incríveis e pessoas especiais que, tal como ele, não são nada normais! Flutuou até a uma fazenda de café, a Nova Iorque, Toronto, Itália (onde foi chamado de aberração), África e ao espaço quase-sideral, onde conheceu 6 astronautas. Depois desta aventura, Barnaby foi fazer um exame completo para ter a certeza de que não transportava nenhum vírus no seu corpo. Durante esses exames, Dr.ª Washington reparou que Barnaby tinha os canais dos ouvidos ao contrário, o que o fazia flutuar. Isso podia ser resolvido facilmente, só que Barnaby não queria. No dia seguinte, os irmãos de Barnaby foram visitá-lo ao hospital e foram expulsos logo de seguida. Afinal, o que será que aconteceu a Barnaby Brocket? Esta é uma história juvenil, com vocabulário acessível e umas ilustrações fantásticas do ilustrador Oliver Jeffers, que nos traz uma mensagem forte: ser diferente deve ser normal. Devemos aceitar as diferenças e ser
diferente é o que nos torna especiais. John Boyne conseguiu criar uma narrativa cativante desde a primeira à última página, e o personagem principal seduz o leitor logo no momento do seu nascimento. Resumindo, é um livro onde é fácil flutuar lado-a-lado de Barnaby e conhecer o mundo e as suas diferenças através dos seus olhos.
Gustavo Oliveira, 7ºC
L i v r o s I livros I L i v r o s O Extraordinário August Pullman Um facto muito interessante e curioso sobre o livro reside na maneira como a história é contada. Num mesmo período de tempo, a história é contada por diferentes personagens, cada um com a sua própria perspetiva, a sua própria reação e os seus próprios acontecimentos. Eu gostei muito desse livro porque conta a horrível experiência do preconceito e do bullying, e como Auggie conseguiu vencê-los. Eu recomendo a leitura de “O Extraordinário”. Sem dúvida, esse é um dos melhores livros que eu já li. Matteo Camillo Soranna - 7ºC
A viagem do elefante
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ste livro foi escrito por José saramago, escritor português que ficou conhecido mundialmente pela sua obra e por ter sido galardoado, em 1998, com o Prémio Nobel da Literatura. Este livro é baseado em factos históricos, que se centram na viagem do elefante Salomão e do seu cornaca Subhro. Foi uma viagem longa e cheia de peripécias desde Lisboa até Viena. O elefante Salomão foi um presente sentimental que o rei D.
João III quis oferecer ao arquiduque da Áustria, Maximiliano II. Pessoalmente, gostei muito de ler este livro, pois retrata factos históricos e todo o enredo desta viagem é narrado com muito humor . Na minha opinião, este livro é adequado a todas as idades pela forma original e cativante como é contada toda a história. Ricardo Barbosa - 7ºB
24 l Jornalesas
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sse livro conta a história de August Pullman (Auggie para os próximos), nascido com uma síndrome genética cujo problema é uma deformação no rosto, que lhe rendeu inúmeras cirurgias e complicações médicas. Por isso, nunca estudou numa escola de verdade... até agora. Toda a gente sabe que é difícil ser o aluno novo, ainda mais com um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano numa escola particular na cidade de Nova York, August tem uma difícil tarefa pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência não muito comum, ele é um rapaz assim como todos ao seu redor.
Desporto Escolar
O
Mega Sprinter Regional é uma competição de atletismo composta por 4 provas: velocidade - 40 metros; lançamento do peso; salto em comprimento e corrida de 1000 metros. O nosso Agrupamento esteve presente com uma comitiva de 34 alunos provenientes de três escolas, a Escola Secundária Aurélia de Sousa (ESAS), a Escola Básica Augusto Gil (EBAG) e a Escola Básica da Fontinha (EB Font.). Os alunos que integraram a comitiva conseguiram este apuramento pelo excelente resultado alcançado na fase que se realizou ao nível do Agrupamento. O tempo esteve incerto, choveu nos dias anteriores e no dia da prova houve aguaceiros, mas mesmo assim os nossos alunos estiveram muito bem. Tivemos dois alunos apurados para a fase Nacional, a Bruna Oliveira do 11ºC, que já o ano passado conseguiu o apuramento, mas que, devido a lesão, não pode ir, e o Tomás Gonçalves do 7ºD. A Fase Nacional, por motivos que todos nós sabemos, está suspensa! Esta prova é muito exigente para os alunos, mas também o é para os professores. Para além do trabalho de seleção, primeiro ao nível da Turma, depois do Agrupa-
mento, e da logística necessária que envolve qualquer saída escolar, têm que enquadrar alunos do 1º ciclo ao secundário. E é possível, em simultâneo, ter alunos a participar em 5 provas, sendo necessária uma atenção especial para os resultados que vão sendo anunciados a toda a hora. Uma pequena distração e um aluno pode ficar de fora de uma eliminatória para a qual tinha conseguido apuramento pelo seu desempenho na prova realizada. Para não falar na instabilidade do tempo e das horas envolvidas! Mas, por outro lado, é das provas mais prazerosas de acompanhar porque, nos últimos anos, temos verificado que os alunos participam com prazer, os mais experientes ajudam os mais novos, estão atentos uns aos outros, têm sempre uma palavra de incentivo. O ambiente que se vive entre os alunos dos diferentes ciclos e das diferentes escolas do Agrupamento é muito salutar! Competição realizada no dia 4 de março, na Pista de Atletismo da Lavandeira, em Vila Nova de Gaia. Rita Pacheco, profª Coordenadora do Desporto Escolar
Foto 1 Prova de lançamento de peso Foto 2 Final Juv. Fem. Bruna na pista 1 Foto 3 Prova de Salto em comprimento
Foto 1
Foto 2
25 l Jornalesas l abril 2020 l L V
Foto 3
Destacamos os resultados:
Aluno
Escola
Prova
Class
Escalão
Tomás Gonçalves
ESAS
S. Comprimento
1º *
Inf B M
Bruna Oliveira
ESAS
40m
2º *
Juvenil Fem
Bernardo Fernandes
EBAG
40m adaptado
1º
Inic M
José Pedrosa
EBAG
40m adaptado
2º
Inf B
Bernardo Cruz
ESAS
1000 m
2º
Inic M
Constancia Stratan
EBAG
S. Comprimento
3º
Inf A F
Ana Coutinho
ESAS
S. Comprimento
3º
Inic F
Adulai Ba Sani
EB FONT.
S. Comp.
3º
Inf A M
Nuno Armindo
EBAG
1000 m
5º
Inf A M
Fabiana Santos
ESAS
40m
Participação nas meias finais
Juvenil Fem
JOSÉ Martins
ESAS
40 m
Participação nas meias finais
Juv M
Matilde Vicente
EBAG
40m
Participação nas meias finais
Inf B
Inês Mani
EBAG
40m
Participação nas meias finais
Inic F
Adulai Ba Sani
EB FONT.
40m
Participação nas meias finais
Inf A M
* Apurado para a Fase Nacional
Desporto Escolar Escalada Grupo Equipa do Desporto Escolar de Escalada, do nosso Agrupamento, tem os seus treinos regulares na Faculdade de Desporto. Paralelamente aos treinos, ao longo do 2º Período, os alunos tiveram a oportunidade de participar em dois encontros interescolas. Nesses encontros reúnem-se escolas que também têm Grupos Equipa de Escalada e realizam uma pequena competição. Mas, mais importante do que a competição, é proporcionar aos alunos a possibilidade de tentarem superar novos desafios, escalar vias que não conhecem, mais longas, com uma inclinação diferente, ou com presas de formatos que nunca experimentaram! E tentarem ir mais longe! Nem sempre é fácil, nem sempre conseguem ir até ao cimo da via, mas ficam com vontade de regressar aos treinos para melhorar e para, na próxima, conseguirem, talvez com mais calma e autocontrolo, ir mais longe… Porque na vida também é assim, nem sempre é como desejamos, mas não podemos desistir. Temos que nos tentar superar e, por vezes, basta ter mais calma e autocontrolo para, com outra facilidade, alcançarmos os nossos objetivos! Foto: Treino – Faculdade de Desporto Rita Pacheco, profª Coordenadora do Desporto Escolar
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O
índice Europa e o Ambiente
2
Fitossanidade
4
Desertificação Invisível
5
Lugar da Ciência
9
Jardim Infância CEPI
10
Liberdade
11
Filosofia e Cinema
15
História
16
Nelson Mandela
18
Millennials
19
Diário COVID - 19
20
Escrita Criativa
22
Livros
23
Megasprinter
25
Corta –Mato
27
Corta-mato Ao longo dos 7 anos em frequentei a Escola Secundária Aurélia de Sousa, tive o enorme prazer de participar em todos os corta-matos. Esta atividade realizada a nível nacional vai na minha opinião, para além do objetivo de ficar no pódio...é uma hipótese de criar novas memórias bem como novas amizades que decorrem do convívio e alegria que é sempre presente. Algo que eu também acho muito benéfico nesta competição é a oportunidade de promover a importância do desporto para a saúde e a de que todos têm direito a participar nesta prova independentemente das suas capacidades e qualidades. Termino com um convite a todos para participarem neste enorme evento. Nuno Martins - 12ºano Na foto da esquerda para a direita : Bernardo Fernandes (EBAG); Nuno Marins (ESAS) ; Luís Cruz (ESAS) e Gonçalo Fernandes (EBAG).
Editorial Educação e Liberdade
FICHA TÉCNICA Coordenadores: Anabela Dias (profª) Carmo Rola (profª), Julieta Viegas (profª) e Maria João Cerqueira (profª) Revisão de textos: Maria João Cerqueira (profª)
Era há uns dez anos atrás que os Da Weasel cantavam “Educação é Liberdade”, e o certo é que a inversa também é verdadeira; a liberdade é educação. A liberdade confere o direito ao conhecimento e o conhecimento é condição imprescindível para que as escolhas que fazemos sejam livres de constrangimento ou coação. Se retirarmos a qualquer ato criativo ou inovador a sua componente de verdade, adquirida ao longo de um passado de pensamento crítico que lhe permita fundar-se sobre a realidade, seja ela científica, social, técnica ou artística, esse ato fere-se de vazio de sentido. Um bom exemplo disto é a arte urbana, verdadeiro epítome da liberdade criativa e popular. Já todos certamente nos deparamos com murais que apelam à nossa sensibilidade estética e ao nosso sentido de vivência da cidade. São aqueles que carregam símbolos e interpretações da nossa vida colectiva; que recorrem a conhecimentos de perspetiva, plano, volume e cor. Esses são os que fazem eco na nossa inteligência. Por outro lado, privados desta complexidade de abordagem, há certamente outros rabiscos pelas paredes da cidade que não passam disso mesmo, rabiscos, mera poluição visual do espaço. A liberdade vive do conhecimento e da reflexão. No sentido inverso, a nossa capacidade de fazer escolhas, individuais e coletivas, carece de atos constantes de exercício de liberdade, seja nas escolhas mais pequeninas do quotidiano, ou nas escolhas mais poderosas do exercício de democracia. Esta busca de liberdade confere-nos o direito de ir pelos caminhos da vida da nossa escolha sem correr o risco de sermos humilhados ou ofendidos. Confere-nos o direito de proferir opiniões, sejam elas, ou não, ao arrepio do pensamento predominante, sem termos que sentir menores. O conhecimento vive de atos sucessivos de liberdade. É destas escolhas que se faz conhecimento novo, que nos educamos mutuamente, como acontece, por exemplo, nas páginas do Jornalesas. Ao contextualizar a matéria do relato e da opinião, ao saber antecipar o efeito que daí possa resultar, exercemos a nossa liberdade e fazemos caminho para a nossa história colectiva. «Tenta perceber a tua identidade Procura no teu íntimo a verdade Não és apenas mais uma pessoa Que aparece neste mundo à toa Tenta encontrar as tuas raízes Senão pode ser que algum dia as pises» (Da Weasel)
Alda Macedo Profª de Inglês
Clínica 24 Restaurações estéticas Ortodontia Estética de Branqueamento Coroas e Pontes – Próteses 918 494 010 Rua Santos Pousada nº 1169 4000-489 Porto
Capa: Foto de pormenor do painel comemorativo V Semana das Humanidades - Liberdade - trabalho coletivo da disciplina de Desenho (10ºJ) - Foto de Catarina Cachapuz , profª Paginação e Maquetagem: Julieta Viegas (profª) Colaboradores e Equipa redatorial: Alice, Clarisse, Maria Chaves, 11.º D; Ariana Martínez, 12ºH; Beatriz Azevedo Alago 11.°C; Blandina Lopes, prof.ª de Filosofia; Carlos Morais, profº responsável do Lugar da Ciência; Carmo Oliveira, profª de Português; Carmo Rola, profª de Desenho e de Oficina de Arte; César Fernandes, profº de Desenho; Paula Corte Real,. Profª História de Arte; Catarina Cachapuz, profª responsável pelo Clube Europeu; Clementina Silva, profª de Filosofia; Eduardo Roçadas 11.°A; Equipa Jornalesas; Fátima Alves, profª de Português; Gustavo Oliveira, 7ºB; Inês Nogueira dos Santos; Inês Sousa, Inês Silva, Maria Antónia Matos e Maria João Soeima, 11.º C; João Pedro Garcia, profº de Biologia; José Fernando Ribeiro, prof. de Português; Liliana Remuge e Daniela Sampaio, Estagiárias de Biologia; Rita Castro, 12ºH; Marina Gonçalves, profª de Biologia; Luísa Mascarenhas, profª Coordenadora Biblioteca/CRE; Mafalda Peixoto, 11ºH; Mafalda Cruz, 11ºK; Mel Pace, 11ºK; Maria Lucinda Motta, coordenadora do departamento de Ciências Experimentais; Matteo Soranna, 7ºC; Nuno Martins, 12ºano; Ricardo Barbosa, 7ºB; Rita Pacheco, profª coordenadora do Desporto Escolar e Sandra Gaspar, prof.ª do 1º ciclo. Financiamento: Barrigas l restaurante; Clínica Dr. Alberto Lopes l Psicologia l Hipnoterapia; Estrela do Lima l Café Restaurante; Estrela Branca l Pão quente, pastelaria; Futuro em Relevo l talho do Povo; Helena Costa l cabeleireiro; Susana Abreu | cabeleireiros, estética e cosmética; UrbanClinic l Estética; TLS transportes; Clínica 24 I dentistas; Brun’s l Pão Quente; Tls l Transportes; Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa.
abril. 2020 http:// www.issuu.com ESCOLA SECUNDÁRIA/3 AURÉLIA DE SOUSA Rua Aurélia de Sousa - 4000-099 Porto Telf. 225021773
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Os textos para a edição L V I (56) do Jornalesas foram redigidos segundo as normas do acordo ortográfico