07-08-2010

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Opinião 4

Editor Franklin Jorge

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/ NOVO JORNAL / NATAL, SÁBADO, 7 DE AGOSTO DE 2010

Editorial Baratinhas ou coelhinhas? ▶ rodaviva@novojornal.jor.br

ORDEM NA FARRA

PROJETO CAPAR

SABEDORIA MINEIRA

O ex-governador Aécio Neves tem feito de tudo para impedir o uso de seu nome numa ação que começou a ser implementada através de Comitês “Aécio Neves no Senado; Hélio Costa, Governador e Dilma, Presidente”. Aécio não quer ver o seu nome associado aos adversários de jeito nenhum.

SOBE E DESCE

Embora a Consult (instituto que vem atendendo a ex-governadora Wilma de Faria) só tenha divulgado uma única pesquisa na atual campanha, houve a indução da interpretação dos seus números, indicando crescimento de Iberê e queda de Rosalba. Tendência de crescimento e queda só se estabelece depois da segunda ou terceira pesquisa do mesmo instituto. Não dá para estabelecer tendência em aferições diferentes. É como comparar banana com abacaxi, batata com cenoura e assim vai.

SEM AGENDA

O Estado não tem professores no seu quadro com qualificação para lecionar essas matérias”

Os candidatos ao Senado Wilma de Faria e Hugo Manso ficaram sem agenda – nem palanque – na noite de quinta-feira. Motivo: O governador Iberê Ferreira de Souza tinha programação em São Miguel do Gostoso, onde o prefeito vota nele para governador e em Zé Agripino e Garibaldi para o Senado.

Cumprindo determinação constitucional, o governo do Estado fez publicar no Diário Oficial da última terça-feira, a Lei de Diretrizes Orçamentárias para o exercício de 2011. São 55 páginas do jornal. Uma obra de pura ficção, sobretudo se houver mudança de governo.

PAIS & FILHOS

Primeiro norte-riograndense filho de Senador a assumir o Senado, José Bezerra Junior tem programação intensa no fim de semana. Hoje estará em Jucurutu, para a festa de 90 anos de Dona Iraci Silva Pereira e amanhã vai a Mossoró, para a Festa do Bode.

PT-FARC

O médico Maurilton Morais postou um e-mail para anunciar: “O PT apagou o site do Foro São Paulo na Internet (onde era possível provar a ligação de petistas – Lula, Dilma, Dirceu – com as Farc e o Narcotráfico. Mas ainda é possível ter acesso através do link http://bit.ly/blzoDH”.

GARGANTA PROFUNDA

DO PROFESSOR JOSENIL XAVIER SOBRE O PROGRAMA ESTADUAL DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE.

CURSO DE GAFIEIRA Ministrado pelos profissionais de dança de salão Marcelo Chocolate (dançarino da cantora Alcione) e Sheila Aquino, ambos do Rio de Janeiro, o Sesc/Centro (praça Tomaz de Araújo) promove, hoje e amanhã, um workshop de samba de gafieira e samba no pé, no seu salão de eventos.

AÇÚCAR AMARGO

A crise vivida no Vale do Ceará-Mirim ocorre quando o açúcar atravessa uma das melhores fases com a tonelada sendo comercializada a US$ 445 mais um ágio de US$ 25,2 que está sendo pago ao produto brasileiro. Normalmente, neste período, o açúcar brasileiro era vendido com desconto.

No lançamento de sua candidatura, quarta-feira, na Assen, o advogado Lauro Maia anunciou uma série de propostas que pretende defender na Assembleia, como a oferta de vasectomia gratuita na rede pública de saúde, afirmando que se trata de uma “proposta inovadora”, logo apelidado de Projeto Capar. Em tempo: Desde 2007 o SUS já oferece este serviço.

FICÇÃO LEGAL

WALLACE ARAÚJO / NJ

Como disse o candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, 80 anos, “a Bandeirantes marcou um gol”. Tal afirmativa foi feita por quem se disse discriminado dentro do debate do qual participou, no fim da noite de quintafeira, juntamente com Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva. O Ibope registrou uma audiência de apenas 3%. Metade do que a Band registrou no programa imediatamente anterior, “Polícia 24 horas” e dez vezes menos do que a Rede Globo, que marcou 31 pontos na transmissão do jogo São Paulo e Internacional pela Taça Libertadores de América. Ocorre que os 3% de audiência obtidos pelo primeiro debate da presente campanha eleitoral é formado por um público altamente qualificado, os chamados formadores de opinião, agentes multiplicadores, que levarão a mensagem transmitida ao povão. É assim que funciona o processo de comunicação. É preciso que haja um emissor da mensagem (que tenha capacidade de formular, além de credibilidade para merecer a atenção do público) e que essa mensagem tenha real interesse. Sua difusão termina sendo feita pelos chamados tipos informados ou agentes multiplicadores. Quem tiver dúvidas que compare a repercussão dos dois programas de TV aqui citados. O insuspeitíssimo jornal O Globo abriu manchete de primeira página (No 1º Debate, Serra ataca Dilma e petista critica FH – Plínio ataca todos os adversários e Marina não ataca ninguém”), enquanto o jogo que deu audiência de 31% ficou num registro de uma coluna no pé da página (“Inter perde do São Paulo, mas está na Libertadores”); fora as outras cinco páginas que o jornal dedicou ao Debate. Este é um exemplo isolado que pode ser levado para outros jornais, revistas e outros meios, como a Internet e as chamadas redes sociais. O confronto Serra X Dilma, em 24 oportunidades distintas em que os dois se confrontaram, ainda vai dar muito o que falar. Afinal, essa foi a primeira vez que os dois estiveram frente à frente. Num confronto direto. Certamente que o Debate da Band não se exauriu no noticiário de ontem – jornais e outras emissoras de TV e rádio – a mensagem ali emitida ainda vai ser muito multiplicada, comentada, discutida. Os especialistas em mídia sentem a necessidade de usarem diferentes meios, exatamente por isso. Do contrário, bastava anunciar nos veículos de maior audiência. Eles sabem que os meios mais abrangentes são insubstituíveis para uma comunicação rápida e que exige pronta resposta. Mas na criação de um conceito, na formação de uma imagem é preciso chegar a um público muito mais seleto. É esse público, com capacidade não apenas de receber, mas de processar e multiplicar a mensagem, que termina sendo o mais importante na construção – ou na desconstrução – de uma imagem. Foi o público que assistiu, ao vivo, “o gol da Band”. É dele que virão as conseqüência do debate. Se elas vierem a acontecer.

MARLENE BERGAMO / FOLHAPRESS

A FORÇA DA COMUNICAÇÃO

O senador João Faustino pretende disciplinar a farra de pesquisas eleitorais. Ele apresenta, na próxima semana, projeto de lei disciplinando a divulgação de pesquisas. A divulgação ficará restrita a pesquisas realizadas por três institutos contratados pela Justiça Eleitoral, mediante concorrência, que farão seis pesquisas ao longo da campanha. Outras pesquisas servirão para consumo interno sem poder serem divulgadas na mídia. Faustino acha que é um passo em favor do financiamento público das campanhas.

LIMITE DO PANFLETO

A distribuição manual de panfletos no município de Natal será feita mediante permissão exercida pela Urbana, pelo prazo máximo de 30 dias, para cada ponto de distribuição. Cada ponto terá uma pessoa responsável pela limpeza daquela área.

Repetindo o modelo do personagem Garganta Profunda, que ofereceu as informações confidenciais que deram base à cobertura jornalística do escândalo Watergate, que derrubou o presidente Nixon, uma raposa que pasta nas áreas governamentais ofereceu uma pista que, segundo ele, pode comprovar o envolvimento da máquina no encontro do governador Iberê Ferreira de Souza com um grupo de artesãos, no Hotel Monza: - Descubram o Marquinho. Este é o apelido de Marcos Henrique, Coordenador da área de Artesanato da Secretaria do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social. Garante a fonte que teria sido esse servidor quem organizou e realizou o encontro.

ZUM ZUM ZUM ▶

Hoje completa 65 anos que Georgino Avelino assumiu o posto de Interventor Federal do RN, o oitavo. Georgino, depois foi senador em dois mandatos. ▶ O juiz Nagib de Melo Jorge Neto é o novo Diretor da Subseção de Mossoró da Justiça Federal. ▶ Faz 30 anos, hoje, que Jurandir Navarro era eleito para a Academia Norte-riograndense de Letras.

A carreata governista no Agreste quase faz uma vítima: o carro do candidato Raimundo Glauco (PT) sofreu uma colisão, ele escapou com escoriações. ▶ A Universidade Federal Rural do Semi Árido inicia, segunda-feira, a sua Semana Pedagógica. ▶ O candidato Lauro Maia conquistou mais um apoio: Rogério Fonseca,

Prefeito de Umarizal, que apoiava o deputado Getúlio Rego. ▶ Não se diga que só são os aliados de Serra que fogem dele. Em São Paulo Marta Suplicy não faz agenda casada com Mercadante nem a pau. ▶ Trio da pesada, hoje, no Forró do Pote comemorando o 6º aniversário: Alcymar Monteiro, Dorgival Dantas e Pingo.

▶ Hoje tem Festival de Frutos do Mar no restaurante Senac Barreira Roxa, a R$ 28,00 por pessoa. ▶ “Massilon – Nas veredas do Cangaço”, de Honório Medeiros vai ter lançamento no evento Cariri Cangaço, na cidade do Crato, em agosto. ▶ A disputa pela Câmara Distrital de Brasília tem 35.6 candidatos para cada cadeira na eleição de 3 de outubro.

Os limites impostos pela legislação eleitoral têm desafiado a criatividade dos comandos partidários. Fazer o candidato visível aos eleitores sem infringir as regras da disputa é uma equação a ser resolvida pelos marqueteiros. Este NOVO JORNAL mostrou numa reportagem que a proibição dos outdoors acabou gerando um monstrengo, que finda por prejudicar a todos – com risco até para os senhores candidatos. A fim de serem notados, inúmeros deles contrataram as chamadas baratinhas, um híbrido de outdoor volante e trio elétrico. Nada mais são as baratinhas do que aqueles carros pequenos – a maioria deles, daí o nome – dotados de caixas amplificadoras de som e de adesivos dos candidatos. Eles se multiplicam como se, em vez de baratinhas, fossem coelhinhas. E exageram no som alto. Esse tipo de estratégia de campanha surgiu com força no início da década, ao menos neste Rio Grande do Norte, como recurso mais barato para quem queria levar sua mensagem ao eleitor. Foi logo assimilada por aqueles ditos mais abastados, de modo que hoje, como se percebe, virou praga. Como negócio, é simples: o sujeito aceita adesivar seu veículo e instala nele uma potente caixa de som – os chamados paredões. Depois, é só conduzir o carro (com a gasolina paga) pelas ruas da cidade, devagar e com o som às alturas, parando aqui e ali nos pontos considerados estratégicos, que são principalmente as áreas de concentração popular. E tome massificação de jingles, a maioria com gosto imensamente duvidoso. Alguns “barateiros” chegam a faturar até R$ 12 mil numa campanha política, o que não é pouco. Como estratégia de marketing, a ideia pode ter lá seu valor, mas ela carrega também uma grande dose de desrespeito com uma fatia do eleitorado que não suporta ver-se agredido dessa maneira. O som alto ameaça a saúde e fere a legislação – a maioria foge flagrantemente dos limites de decibéis considerados legais. Embora a justiça eleitoral mantenha um serviço para receber denúncia de propaganda irregular de rua, inclusive de som alto – o telefone é 4006 5910 – nota-se, por outro lado, um silêncio cúmplice dos órgãos encarregados de fiscalização, tanto os do estado como os da prefeitura. Assim, ninguém faz nada e o problema persiste. O fato de haver, tanto no âmbito no estado como no da prefeitura, candidatos “da casa” só reforça a sensação de que nada será feito para conter a sanha das baratinhas. É caso de omissão que bem poderia ser acompanhada por instância imparcial e com poder de punição. Não basta só exigir cadastro na Justiça. É preciso tirar de circulação quem desmoraliza a lei.

Artigo MARCOS BEZERRA Editor de Esportes ▶ marcosbezerra@novojornal.jor.br

Debate ou jogo? Jornalista é um bicho metido. Não há um que não tenha uma opinião sobre alguma coisa. Mais ainda na questão política. E, agora, com a campanha na rua, no rádio, televisão e na internet, claro, ela está também na redação de um jornal. Claro também que não concordamos uns com os outros. No máximo temos um grupo mais progressista e outro mais conservador – a turma que não gosta de política vai ficando no meio termo. Mas, concordado em alguns ou mesmo nenhum ponto, a troca de idéias é pra lá de proveitosa. Para usar uma frase do professor Cassiano Arruda – Dê-me um contraditório para melhorar o debate! Assim, chegamos – nós, a turma da noite do NOVO JORNAL – ao primeiro debate televisivo com uma dúvida: assistir ou dar preferência ao jogo semifinal da Libertadores, entre São Paulo e Internacional? Começamos com o jogo, mudamos para o debate e, como a conversa dos políticos pareceu um pouco enfadonha, ficamos no lá e cá. A julgar pelo desempenho da TV Bandeirantes, o grosso do povão não teve a mesma complacência que os distintos jornalistas. A audiência não teria passado de um dígito. Ao que parece o formato engessou os participantes; parece-me também que o melhor momento foi a abertura do evento, quando a emissora botou no ar trechos de debates antigos, com Brizola, Maluf e Mário Covas, entre outros. Estes demonstravam emoção, trocavam acusações e até insultos, não apenas cuspiam números – parecia o clássico do futebol brasileiro, com os atletas se superando em campo, dando algumas botinadas, mas também jogando bonito. A verdade é que, com a exceção do veterano Plínio Arruda, do PSOL, todos os outros pareciam mesmo pernas de pau. São Paulo 1 a 0 – Vai dar Tricolor; o Internacional empata – Vai dar Inter; 2 a 1, São Paulo, e agora, quem segura? Era muita emoção de um lado para pouca emoção do outro. Um dia depois, a sensação de tanto faz... Não temos colorados ou tricolores entre nós. No máximo um lamento de que era pra ser o Flamengo, ou era pra ser o Corinthians. Já no jogo da política: Marina corre o risco de perder votos para Plínio; Serra foi melhor, mas não conseguiu se aproveitar do nervosismo de Dilma e mais uma penca de comentários. No próximo debate, tomara que não tenha nenhum jogo importante no mesmo horário, para não termos que escolher o jogo e ficar com a sensação de culpa da falta de consciência política; nem assistir o debate e ficar com a sensação de tempo perdido. Tomara também que os candidatos atuais, assimilem um pouco do jogo bonito dos craques de antigamente.


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