JORNAL NIPPAK 28/11 a 05/12/2012

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São Paulo, 29 de novembro a 05 de dezembro de 2012

JORNAL NIPPAK

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‘Obra mais ambiciosa’ de Haruki Murakami, 1Q84 é lançada no país

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onsiderada a obra mais ambiciosa de Haruki Murakami, 1Q84 (Editora Objetiva, 432 páginas, R$ 49, 90), já está à venda nas principais livrarias do país. O livro esteve no topo das listas de mais vendidos no mundo inteiro e, só no Japão, ultrapassou a marca de 4 milhões de exemplares vendidos. Dividido em três partes, o romance foi muito elogiado pela crítica e considerado um dos melhores livros de 2011 tanto pelo New York Times quanto pelo Washington Post. Assumidamente inspirado na obra-prima de George Orwell, o título se situa no ano de 1984. No primeiro volume, Murakami apresenta Aomame, uma mulher que esconde a profissão de assassina. Em uma tarde no início de abril, ela está parada num táxi, em meio ao trânsito de uma via expressa de Tóquio. Temendo não chegar a tempo de resolver uma pendência no bairro de Shibuya, ela se vê diante de uma opção inusitada proposta pelo motorista: descer do veículo e seguir por uma escada de emergência em plena avenida. Apesar de um estranho aviso do taxista, que diz que as coisas à volta dela se tornarão estranhas ao fazer algo tão incomum, Aomame segue a sugestão inicial. Após descer a escada de emergência e seguir seu caminho, ela repara aos poucos que certos aspectos da realidade se tornaram diferentes: por exemplo, as armas utilizadas pelos policiais não

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Só no Japão, foram vendidos mais de quatro milhões de exemplares

são mais pistolas e as manchetes nos jornais são completamente distintas em relação às que ela havia lido nos últimos dias. Em paralelo à trama de Aomame, o professor de matemática e aspirante a escritor Tengo se envolve em um misterioso projeto de refazer um romance escrito por uma

menina de 17 anos. Apesar do receio em assumir o papel de escritor fantasma de Crisálida no ar, um livro fantasioso e enigmático mas cheio de pequenos defeitos, ele se convence a realizar a tarefa. Mas, para isso, deve conhecer antes a autora, uma estranha jovem chamada Fukaeri. À medida em que as his-

tórias vão se alternando, Aomame continua a perceber diferenças sutis na realidade. Ela se dá conta que, ao descer a escada de emergência da via expressa, passou de alguma forma a habitar um mundo discretamente distinto – que acaba batizando de 1Q84. Já Tengo, aos poucos, passa a reparar em estranhas semelhanças entre a ficção fantasiosa de Fukaeri e a realidade, além de perceber que parece correr algum tipo de perigo quando se vê envolvido com uma misteriosa seita. De forma alternada, Murakami narra duas histórias que aos poucos convergem. O autor afirma que a inspiração para escrever este e outros sucessos de público e crítica vem da observação da realidade. 1Q84 faz jus ao gênio de Murakami, entrelaçando as histórias e os dramas de Aomame e Tengo, além das estranhas distorções que vão se infiltrando em suas vidas. Ele mescla suspense e distopia numa saga pós-moderna, com mundos paralelos, assassinatos e estranhas seitas. Ao final, o autor constrói uma trilogia que fala de amor, abandono e mistérios que desafiam os limites do real. 1Q84, de Haruki Murakami Tradução: Lica Hashimoto Ficção ISBN: 9788579621802 Formato: 15 x 23 432 páginas Preço: R$ 49,90 Informações: www.objetiva.com.br

Quando a esperança morre morre também a última chama que ainda havia num pavio que resistia incansavelmente. Mas não é o fim. Nem é o começo. Sem lume no horizonte nossos olhos passam a enxergar também onde isento de luz onde isento de escuridão. Se a luz cega numa explosão de raios Se a escuridão cega numa escuridão de corvos os olhos mais profundos que navegam na lentidão das ondas abissais das águas quase paradas o tempo também parou e podemos ver claramente o dia se fazendo após noite as folhas caindo durante o inverno a cair também no outono e forrando o chão da história em questão de segundos. A ilusão é de uma vida inteira de que o amanhã acontecerá na esperança de que o sol mostrará sua cara além dos montes. Mas que certeza temos? Nenhuma com certeza senão a de que neste momento diante de mim uma mosca em colóquio amoroso vive imensa felicidade ao compartilhar corpos e sensações até que a morte venha.

O cão da velha

LITERATURA 2

Junji prestigia lançamento de livro sobre ferrovias A expansão e fortalecimento do sistema ferroviário é prioridade para melhorar a infraestrutura de transportes no Brasil, na opinião do deputado federal Junji Abe (PSD-SP) que prestigiou, no último dia 21, o lançamento do livro “Ferrovias e Desenvolvimento – Esse é o caminho”, em Brasília. “Não há como pensar em desenvolvimento da Nação sem resgatar, ampliar e modernizar a malha ferroviária em todo País, tanto para o deslocamento de cargas quanto para a locomoção de passageiros”, evidenciou. Junji fez questão de participar do evento “que reforça a luta da Frente Parlamentar Mista das Ferrovias, de que tenho a honra de fazer parte”. Ele elogiou a iniciativa do presidente do colegiado, o autor do livro, deputado Pedro Uczai (PT-SC). A 10ª obra do parlamentar é uma sistematização de ideias originadas a partir de aprofundamentos e debates realizados pela frente. Inclui uma série de artigos que apresentam uma perspectiva sobre os benefícios e resultados que um projeto estratégico de malha ferroviária, aliado aos demais modais de transporte, pode representar para o desenvolvimento do Brasil. “Para nosso País, a ferrovia é questão ética, moral, política e econômica. Só assim, os setores produtivos terão competitividade no mercado internacional e também preços menores para o consumidor brasileiro”, defendeu Junji. Daí, segundo ele, a necessidade premente da frente de atuar para apresentar o modelo, diagnóstico,

Sem certeza alguma

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Sempre na mesma hora eis que surgia de lugar algum uma velha conduzindo um cão. Não se importa se chovia lá estava a velha mantilha nos ombros e uma correia conduzia o animal de dentes arreganhados e amarelados pelo tempo. Uma dia deixou de passar nem se sabe onde foi nem se existiu um dia uma velha que andava conduzindo um cão. Nunca se saberá a respeito dela de que ninguém quis saber o paradeiro. Teria morrido ela teria existido ela não deixou rastro algum apenas leve lembrança que com o tempo será levado pelo vento.

Junji Abe cumprimenta o autor: “Ferrovia é questão ética, moral, política e econômica”

projetos, financiamentos e formas de execução. Uczai disse que a obra apresenta uma amplitude de opiniões enriquecendo o debate sobre a importância das ferrovias. “A proposta da produção de novos conhecimentos sobre o setor contempla uma das linhas centrais da organização deste livro que traz um pouco da história das ferrovias”, afirmou ele, acrescentando que também projeta perspectivas de futuro e reflexões sobre o modelo nos aspectos da construção, da operação, da política tarifária, na relação entre o público e o privado, transportes de carga e de passageiros, média e alta velocidade e outros temas que abrangem os mais diversos posicionamentos.

Na opinião de Junji, o sistema ferroviário precisa ser ampliado e adaptado para responder pela maior parte do transporte de cargas e de passageiros. Atualmente, mais de 60% dos deslocamentos estão concentrados nas rodovias – “sobrecarregadas, muito mais inseguras e geram custos quatro vezes maiores que as locomoções pelas ferrovias, além de acarretarem desperdício de tempo e elevarem os danos ao meio ambiente”. Contribuição – Outros 23 autores participam do livro. Entre eles, o presidente da Abifer – Associação Brasileira da Indústria Ferroviária, Vicente Abate; o coordenador da Comissão Pró-Ferrovias do Vale do Itajaí (SC), Eldon Egon Jung; e o presidente-

-executivo da ANTF – Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, Rodrigo Vilaça. “A obra dá uma inequívoca contribuição ao desenvolvimento de políticas voltadas ao resgate e modernização do transporte ferroviário”, avaliou Junji.

Se alguém perguntar pergunta que não precisa de uma resposta precisa nem causa sem justificativa. Uma mulher andava conduzindo um cão? Um cão andava conduzindo uma velha?

Um ano novo velho Ano Novo à vista até onde a vista alcança seja de Boa Vista de uma vista não tão boa. Ano Novo deu-se início repetindo outros novos acontecimentos que de novo sem novidades...


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