Gestão da informação

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Gestão da Informação, Comunicação e Tecnologia

alavancasse, a níveis inéditos na história, a mobilidade e a abrangência comunicacional e informacional do indivíduo. De acordo com Monteiro et al. (2009) as TIC têm uma relação estreita com o conceito memória porque a preservação é a garantia de guarda e de sua recuperação. Nota-se com o avanço tecnológico que os modos e os lugares da memória passaram por profundas transformações, principalmente, quando se trata de aquisição da informação e do conhecimento. Novos modelos informativos foram originados com o advento da Internet, ferramentas foram criadas com o intuito de mantê-la preservada. Esses acontecimentos foram previstos por Bush (1945), ao idealizar o Memex. O autor anteviu que uma das habilidades do equipamento estava relacionada à recuperação da informação, ou seja, os arquivos poderiam ser recuperados no momento desejado. Previu, também que a Ciência providenciaria uma comunicação mais rápida entre os indivíduos, proporcionaria o registro de ideias, a manipulação do que foi registrado e a análise de como o conhecimento evoluiu. As TIC trouxeram consigo um instrumental capaz de armazenar e organizar as informações em dimensões até então não vistas pela humanidade. É pertinente ressaltar que esses artefatos computacionais tentam superar as limitações físicas humanas (por exemplo, o esquecimento) e, tais como a escrita são consideradas memórias externas, como externou McLhuan (2011) quando disse “as mídias são extensões de nós mesmos”. Além destes aspectos é importante destacar que o homem contemporâneo ao alcançar o mundo por meio do computador conectado à Internet não percebe que sofre um processo de censura. As informações que deveriam ter ênfase são cobertas por outras e, em um ritmo tão acelerado que a memória humana é incapaz de filtrar o que é real ou fictício, o que é útil ou inútil, gerando um significativo impacto sobre a memória coletiva (HOLANDA; SILVA, 2012). O volume vertiginoso que as informações atingiram associado à diminuição do custo de armazenamento e ao aperfeiçoamento do processo de digitalização, pode-se dizer que o esquecimento tem se tornado um processo mais custoso, de acordo com Mayer-Schönberger (2009, p.68). O autor destaca que por milênios a lembrança foi difícil e cara. Os humanos tiveram que escolher o que lembrar, pois o padrão era esquecer. Na atualidade, com a predominância do digital esse padrão ficou invertido. Diante do impacto causado pelas TIC sobre o processo de memória e esquecimento humano. Tem-se a necessidade de abordar tópicos referentes às ferramentas computacionais utilizadas, por sites e redes sociais, para ampliar a “memória externa” humana e estreitar os lapsos de esquecimento. 297


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