História da Fundição Sineira em Portugal

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C a r m o e G r a n j a N o v a ( Va s c o n c e l o s , 1 9 3 3 : 1 5 1 e 3 1 6 ) , perpetuando o que deve ter sido sempre um percurso natural de passagem. Ve s t í g i o s d e c a l ç a d a d e m o n s t r a m a i n d a a c t u a l m e n t e que a ligação entre esta importante via de comunicação e Cimbres se fazia no local onde mais tarde o couto da G r a n j a N o v a s e r i a f o r m a d o ( f i g. 1 0 7 ) . A i s t o n ã o s e r á alheio o facto da origem de Cimbres se situar ainda no povoado pré-histórico da Senhora da Graça (Silva, 1986: 106), que naturalmente se terá deslocado progressivamente para o vale, tendo eventualmente sido integrado no couto do Mosteiro de Salzedas. Po d e m o s e n t ã o c o n c l u i r q u e , c o m o o s e u p r ó p r i o nome indica, a Granja Nova tenha sido das últimas granjas a serem constituídas entre o vasto conjunto que compõe o couto contíguo de Salzedas, reaproveitando a crescente e natural fixação num cruzamento de fluxos, de gentes e bens.

Fi g. 1 0 7 – A s p e c t o do troço da via Cimbres- Granja Nova na zona da Cascalheira (L. Sebastian)

3. A fábrica de sinos da Granja Nova 3.1. Origem, evolução e ocaso A mais antiga referência à fundição de sinos na Granja Nova refere o estabelecimento na povoação de uma família espanhola de nome Sorrilla, que no século XVI aí terá fundado uma oficina de fundição de sinos (Moreira, 1924: 24, 149). O apelido Sorrilha, que originalmente se terá escrito Zorrilla, ainda perdura hoje na Granja Nova sobre a forma Sorrilho, resultado da sua natural assimilação e evolução, 144


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