Motoboy Magazine Edição 158 - Outubro de 2017

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Capa Para Kleber, mesmo passando tanto tempo desde o início da profissão de motofretista, ainda vê discriminação, desvalorização, mas, acha que a classe é muito desunida. Em sua opinião, a situação do motoboy hoje é pior do que antes. “Acho que falta valorização do profissional, salário melhor e mais segurança para trabalhar, o resto é por nossa conta”, diz. Mas o motoboy também concorda que os companheiros de rua atualmente são mais conscientes e mais comportados no trânsito. Existem casos e casos, mas, existem muitos pais de família na profissão, então o importante é se manter vivo, os acidentes podem ser evitados, mas, ambos, tanto motoristas que são algumas vezes desrespeitosos quanto os motociclistas imprudentes, a conscientização geral de uma forma mais eficiente e objetiva pode fazer a diferença. ‘‘Não precisa multar, mas educar os usuários de transito”, fala. Já Moacir Machado Junior, 38 anos, casado, e atuando no setor há 20 anos como motoboy, trabalha registrado, mora na zona sul e presta serviço na região central. Lembrando dos velhos tempos, diz que era bem diferente, ganhava mais e não tinha tanta exigência como hoje. Em partes, ele está certo porque mesmo não tendo fiscalização, a Lei Federal 12009 exige uma série normas a serem cumpridas. Quando olha para a situação dos motoboys nos dias atuais, diz que está ruim.

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“Nós não temos nem bolsão de estacionamento, temos que estacionar em lugares longe e as vezes ficar rodando muito esperando vagas. Essa atenção específica as vezes tira a concentração e nos faz ficar vulneráveis a acidentes”, lamenta. Moacir ainda fala do salário baixo, o alto custo da gasolina, contas que não param de subir. “Rapaz, tá difícil, em minha opinião nossa situação piorou e ainda por cima tem a questão de acidentes. Toda essa preocupação reflete em nosso estado emocional que, com certeza termina na rua em uma curva mal feita”, ressalta. Assim como Kleber, para ele está faltando mais valorização, melhor salário, mais bolsões e políticas públicas para melhorar as condições de trabalho. Moacir ainda entende que o motoboy está mais consciente, vê muitos acidentes que talvez pudessem ter sido evitados, mas, existem muitos motociclistas imprudentes em cima de uma moto, como os mais novos, por exemplo, que gostam de abusar da sorte, cometem erros, e as vezes pagam com a vida. Ele observa também uma série de outros fatores, porém, acredita que os acidentes envolvendo motoboys diminuíram, por que os veteranos trabalham com a moto com mais consciência que os demais usuários. Para ele a maioria dos acidentes envolvendo moto é com gente abaixo dos 30 anos.


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