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À Conversa Com
Introdução
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Nasceu em 1967, em Alvor, vila algarvia com a qual sempre manteve laços estreitos, mesmo depois de ter ido viver para Lisboa, ainda pequena. Foi dividindo o seu tempo entre as duas cidades que contribuíram para as memórias felizes que guarda da sua infância.
Cresceu como filha, sobrinha e neta única, por ter sido a primeira criança a nascer na família e, por esta razão, sempre foi rodeada de muito carinho, pelo que teve uma infância muito feliz.
Por mais irrequieta que fosse, nunca foi de se portar mal nas aulas. Aliás, nem a mãe lhe consentiria tal coisa. Gostava da escola, gostava de chegar a casa e passar os cadernos a limpo, mostrando-se uma criança perfecionista.
Nos tempos livres, não dispensava uma boa brincadeira com os amigos na praia ou fugia a correr para junto dos avós cuja companhia nunca desperdiçava, pois com eles viria a aprender muito. Com o avô materno, com quem gostava de ir para todo o lado, aprendeu a andar de mota aos doze anos. Aos catorze, foi dele que recebeu a sua primeira mota, uma “vespa” cor de laranja.
Diz não ter talentos escondidos, mas, entre outras habilidades, gosta de tocar viola e conhecemos-lhe uma predileção pelos trabalhos manuais, mais propriamente o seu dom para a costura.
Hoje, o seu lado sociável, comunicativo e convivial continuam intactos, pois considera que não há nada melhor do que ficar sentada à mesa a petiscar
e conversar com as pessoas.
E, se o medo das alturas a condiciona, em determinadas situações, ocupar um cargo de topo não a atemoriza.
5ºD: O que a levou a ser professora? Houve alguma razão especial na escolha desta profissão? Sempre soube que era o que queria ser quando fosse grande?
Então, é assim: eu vivia com uma tia que era professora, portanto fui crescendo com essa irmã da minha mãe que veio para Lisboa estudar e tirar o curso de professora e eu fui crescendo com aquela dinâmica toda da altura em que os materiais eram muito apelativos. Usavam-se carimbos, muitas canetas de cor, muitos lápis... E eu gostava daquilo, portanto acabou por ser ali uma forma de eu ir crescendo com a ideia do que era ser professor e, sim, a partir de determinada altura, eu decidi que era isso que eu queria. Eu queria ser professora, tanto que foi um bocadinho contra a vontade do meu pai, porque eu candidatei-me à faculdade e entrei na Escola Superior de Medicina Dentária para um curso de prótese dentária e eu não quis lá ficar. Matriculei-me, inscrevi-me, mas não cheguei a frequentar o curso, porque não quis lá ficar. Não era aquilo que eu queria para mim e o meu pai ficou um bocadinho triste com esta minha decisão, mas pronto o que eu queria de facto era ser professora. A Matemática veio um bocadinho mais tarde. Andei ali indecisa entre as Línguas e a Matemática, entre o Inglês e a Matemática, mas pronto foi mesmo a Matemática.
5ºD: Houve algum professor que a tenha marcado? De que forma?
Eu tive vários professores que me marcaram. Tive a professora do primeiro ao terceiro ano que era a Dona Eusébia e que me marcou de uma forma muito negativa. Eu sempre dizia que eu não queria ser como aquela senhora, porque era uma professora que nos deixava a trabalhar na sala de aula enquanto ia para o cabeleireiro ou ia para casa da minha mãe aprender a fazer camisolas de malha ou ia dar de mamar ao filho. Portanto, vejam como as coisas eram há quarenta ou quarenta e mais anos atrás. Mas, depois, também tive outras professoras que me marcaram de forma muito positiva, como a professora que eu tive no quarto ano, que é uma senhora de quem eu não lembro o nome, mas que era de facto uma excelente professora; uma professora de Matemática que eu tive no 12º ano, a professora Branca, que era de facto aquela pessoa que, ainda hoje, deixa marcas, pois todas aquelas coisas que eu tenho em termos de organização e que eu faço convosco e todas as
outras coisas que vos peço para fazer naquela questão dos problemas, da linguagem, todas estas coisas chatas que eu faço com as minhas turmas ainda vêm das aulas que eu tive com ela, portanto essa professora, em termos de Matemática, disciplina e rigor, foi uma pessoa que marcou muito, sim.
5ºD: O que mais lhe agrada na profissão que tem exercido ao longo destes anos? Qual é a parte mais difícil de se ser professora?
O que mais me agrada são situações como esta, é o contacto que eu tenho com os meus alunos, são as pequenas surpresas do dia a dia e a surpresa pode ser, tão simplesmente, perceber que aquele aluno que estava com dificuldades, de repente, já consegue fazer um exercício qualquer. Portanto, o que me agrada mais é o meu contacto convosco e é o facto de conseguir, às vezes, manter-me mais jovem, pois como lido com gente muito nova parece que consigo ficar sempre a par das novidades, portanto vou andando ali a par e passo com pessoas mais novas. Agora, qual é que é a parte mais difícil de ser professora... A parte mais difícil, por exemplo, aconteceu hoje. Acabar um teste e ter um aluno a dizer que não fez nada, porque estava com dores de barriga e esta dor de barriga ter sido um “não fiz nada porque estudei pouco”, “não fiz nada porque tive uma branca”, “não fiz nada porque qualquer coisa”, portanto, hoje, foi uma dor de barriga, mas podia ter sido qualquer coisa e os vossos fracassos são, no fundo, os meus. Acabam por ser meus. Isto significa o quê? Neste caso, significa que eu, em determinado momento, também fracassei ou porque não ensinei como achei que estava a ensinar ou porque a mensagem não chegou como eu achava que estava a chegar ou porque, de facto, não vos consegui transmitir a importância de um estudo rigoroso e sistemático, portanto os vossos fracassos e as vossas desilusões são sempre as partes mais difíceis para mim.
5ºD: Alguma vez se arrependeu de ter escolhido esta profissão? Sente-se feliz a ensinar?
Alguma vez me arrependi de ser professora? Arrependo-me quase todos os dias. (Risos) Cada vez que eu tenho de gritar, cada vez que eu tenho de ralhar, cada vez que
eu quero remar o barco para um lado e percebo que estão 24 pessoas dentro do barco, mas sou a única a remar para a frente, porque os outros estão com os remos ou para cima ou para baixo ou não sei quê... Cada vez que eu sinto que não estou a conseguir, porque não tenho a colaboração dos meus alunos, eu arrependo-me e penso “Mas porque é que eu não estou a arranjar dentes? Se calhar, a coisa corria melhor!” Pronto, é isto, mas sinto-me sempre muito feliz em ensinar. Acho que, naturalmente, o ensino é uma coisa que nasceu comigo, que está comigo, portanto sinto-me feliz a fazê-lo. Quando eu estou ao pé de alguém e não tem de ser um aluno, numa situação fora da escola, eu naturalmente gosto de ensinar as coisas, gosto de partilhar, gosto de explicar e pode não ter a ver com a Matemática especificamente. Sim, sinto-me feliz em ensinar.
5ºD: Como é ser professora em tempos de pandemia?
Ser professor, em tempos de pandemia, foi a coisa mais difícil que já me aconteceu. Aquilo que eu habitualmente dizia, lá em casa, quando ia ter uma aula convosco, ou no ano passado com outra turma, era que ia para as “Ciências do Oculto”, ou seja, algo que eu não conseguia perceber. Isto porquê? Porque é difícil estar a falar com um monitor, estar a ver que tenho alunos do outro lado, estar a perguntar e não obter resposta, ou seja, não há esta interação direta convosco em que eu passo do Manuel para o André e do André para a Jamila, em que eu vou dizendo os nomes e salto de um para outro.... No computador, isto não acontece. Para além disso, há a falta de contacto com as pessoas e isso também foi muito difícil para mim. Ser professor, em tempos de pandemia, foi horrível. Detestei. Por isso, aquelas pessoas que não cumprem as regras e que andam, por aí, sem máscara e sem respeitar distanciamentos, sem desinfetar as mãos, sem fazer nada daquelas coisas que nós dizemos para fazer, deviam experimentar ir dar aulas à distância para ver se gostavam.
5ºD: Ao longo da sua carreira, o que mudou no ensino que considere menos positivo?
Ao longo da minha carreira, mudou muita coisa no ensino, mas aquilo que mudou mais e que eu considero mais negativo não tem só a ver com o ensino, tem a ver com a
sociedade em geral. E aquilo que mudou foi o respeito. No meu tempo, os professores batiam. Não havia respeito, havia medo. Havia medo do professor, havia medo da régua, havia medo da palmada, havia medo de muita coisa. Agora, os professores não batem, mas vocês também não respeitam minimamente o professor, ou seja, o professor estar aqui ou não estar é a mesma coisa, se falar ou não falar é a mesma coisa. Os alunos não respeitam. Os pais não respeitam. A própria sociedade não respeita. Era impensável para mim, enquanto mãe, dirigir-me a um professor como, hoje em dia, alguns pais se dirigem a mim, portanto aquilo que se perdeu, de facto, foi o respeito. O respeito pelo professor, o respeito pela pessoa, o respeito pela profissão. Agora, também é verdade que já não se respeita o adulto da mesma forma que se respeitava há uns anos atrás, por isso, se calhar, se eu tivesse outra profissão qualquer, iria pensar exatamente da mesma forma e não só por ser professora.
Se eu fosse Ministra da Educação, o que é que eu mudaria? Esta é uma pergunta difícil, porque eu acho que mudaria muita coisa. Mudaria o número elevado de alunos por turma, mudaria esta ideia de que todos têm de aprender o mesmo, porque não temos todos de aprender o mesmo. A Matemática, por exemplo, tem muitas coisas que eu posso ensinar sem que eu esteja a ensinar a todos a mesma coisa. Nós não somos todos iguais, não aprendemos todos da mesma maneira e eu, quando estou a ensinar com uma turma de 23, 24 ou 28 alunos, como já tem acontecido, ensino da mesma forma para todos, mas se eu tivesse grupos mais pequenos conseguiria chegar onde quero de maneiras diferentes e, se calhar, seria mais proveitoso. Também tiraria esta grande pressão que vocês têm com os testes. O teste, para mim, é apenas um elemento, vale o que vale. Não é “o elemento”, não é aquilo que define os meus alunos, portanto, mudaria aqui algumas coisas em termos de dinâmicas de sala de aula, avaliações, número de alunos por turma, por aí... E, depois, dava mais um mês de férias... (Risos) Não me iam deixar, mas pronto...
5ºD: Coordenar não é tarefa fácil. Quais são os maiores desafios quando se é Coordenadora de Escola? Que qualidades considera essenciais para exercer este cargo? Acha que qualquer professor seria capaz de o desempenhar?
Pois... Coordenar não é uma tarefa fácil, de todo, até porque coordenar implica muitas vezes dar ordens, definir coisas para as outras pessoas cumprirem e, de uma maneira geral, é difícil coordenar quem está ao mesmo nível do que nós, ou seja, com os colegas, a coisa não é fácil, porque é como que levá-los a obedecer a uma pessoa que está de igual para igual e, em termos de sociedade, isto de obedecermos não é fácil. Vejam por vocês, vejam a relação que têm com o vosso Delegado de Turma... Se o Delegado de Turma vos disser “É para fazer isto”, se calhar, vocês não fazem, porque veem um colega ali ao lado. Coordenar é mais ou menos isto. Sou eu a tentar que os meus colegas respeitem determinadas regras e com os colegas, em que estamos de igual para igual, é difícil. Com os alunos, também não é fácil, porque são muitas realidades diferentes, são muitos alunos, é uma escola grande que tem as suas dinâmicas e não é fácil coordenar, não é de todo fácil. Ganham-se alguns inimigos quando passamos de professor para coordenador. (Risos) Quais são as qualidades que eu considero essenciais para se ser um bom coordenador? Ora, são quase todas aquelas que eu não tenho... (Risos) como a paciência e eu tenho pouca, é preciso saber ouvir, é preciso saber respeitar o lugar do outro, é preciso ser resiliente, ou seja, ter a capacidade para ouvir, levar, ir digerindo... Não se pode ser muito impulsivo e eu sou. Tem sido assim uns anos de experiência a tentar alterar essa minha parte mais impulsiva. É preciso saber elogiar em público e ralhar em privado e nem sempre é fácil, porque há pessoas que nos tiram do sério, mesmo em público. Se eu acho que qualquer professor seria capaz de desempenhar o cargo de coordenador? Não sei se qualquer professor seria capaz de o desempenhar, mas acho que todos os professores deveriam desempenhar este cargo, porque só passando por ele é que nós conseguimos valorizar quem esteve ou quem está. Por isso, acho que é um cargo que devia ser rotativo, para todos os professores poderem passar por ele.
5ºD: Quais foram os valores que tentou transmitir, ao longo de todos estes anos, ao grande número de alunos que ensinou?
A verdade e a honestidade. Para mim, nesta fase da vossa vida, e atenção que eu tenho duas filhas que também já andaram na escola, não é importante se vocês tiram 4 ou 5, isso não é nada importante. É importante que aprendam e que as vossas aprendizagens sejam sólidas. O que é ter um 4 ou 5? O que é importante para mim, nesta fase da vossa vida, é que vocês se tornem bons cidadãos, sejam honestos, sejam verdadeiros, tenham a capacidade de assumir o vosso erro, tenham capacidade de o interpretar, fazer o vosso juízo de valor e pedir desculpa. Isto, para mim, é muito importante e é sempre isto que eu vos tento transmitir, aliás, várias vezes, vos digo aqui na turma que nós trabalhamos com sinceridade e com honestidade. Por isso, são estes os valores que eu tento que os meus alunos levem e gostava que saíssem daqui com capacidade para que, à medida que vão subindo na escolaridade e, a partir do momento em que as notas se tornarem de facto importantes para alguma coisa (e todos nós sabemos que precisamos daquela nota para entrar naquele curso que queremos), a partir do momento em que isso é realmente importante, vocês saibam e tenham as ferramentas para trabalhar nesse sentido. Até lá, o importante é que se formem como cidadãos exemplares, e é isso que eu espero ver um dia quando vos encontrar, por aí fora, já mais velhota.
5ºD: De que forma gosta/gostava de ser lembrada?
Eu costumo brincar, lá em casa, e digo assim: “Pessoal, quando eu morrer, ninguém vai para lá chorar! Peguem numa garrafa de vinho tinto, num queijo e vão para lá rir-se dos disparates que eu digo e das brincadeiras que eu faço.” Isto para dizer o quê? Eu, fora daqui, sou uma pessoa completamente diferente. Eu ando sempre na brincadeira, ando sempre a rir e costumo dizer que sou o “palhaço de serviço”. Às vezes, eu ligo para uma tia e ela diz-me que já não se ria assim há tanto tempo e eu costumo dizer-lhe “Quando quiseres rir, liga para o palhaço de serviço!”. Por isso, eu quero que as pessoas me recordem como uma pessoa divertida, como uma pessoa alegre. É verdade que, em situação de trabalho, eu também tenho um ar severo, austero, porque eu gosto de disciplina, gosto de respeito, gosto de
regras. A regra existe é para cumprir. Não é: a regra existe e é para ser contornada. Não. Se a regra existe, a gente cumpre, ponto. Esta é a imagem que vocês têm de mim, mas também acho que ficam com outra imagem de mim, pois os meus alunos normalmente, quando há festa, também me convidam, portanto sabem que eu gosto de festa. Como é que eu quero ser recordada? Quero ser recordada como aquela pessoa que levou uma vida honesta, verdadeira, e que foi amiga do seu amigo, que deitou a mão quando era preciso. Eu sou muito de arregaçar a manga e trabalhar. Mas, que me divirto à brava enquanto faço as minhas coisas, divirto! Posso ficar muito chateada com as notas dos vossos testes, mas também gosto de soltar umas belas gargalhadas quando vejo as gralhas ou os disparates que vocês escrevem. É assim que eu quero ser lembrada, como uma pessoa divertida.
E chegamos assim ao fim desta agradável conversa que tanto
prazer nos proporcionou. Em nome da turma do 5ºD, gostaríamos muito de deixar
aqui o nosso agradecimento pelo tempo que nos dedicou e por tudo o que aceitou partilhar connosco. Obrigada, professora
A Dona Fátima é a auxiliar que trabalha na escola há mais tempo, por isso queremos saber mais sobre ela, que é uma auxiliar querida, mas justa.
D. Fátima- Sou justa, ativa e justa.
6.ºG- Nós selecionamos algumas perguntas. Há quanto tempo trabalha aqui na escola?
D. Fátima - Há vinte e oito.
6.ºG- Gosta de trabalhar nesta escola?
D. Fátima - Adoro.
6.ºG- Ficou amiga de algum aluno que tenha estado nesta escola?
D. Fátima - Fiquei sempre muito amiga dos alunos. Ainda ontem foi à SIC, ao programa, ser surpreendida por um aluno do Secundário. Trabalhei muitos anos na escola secundária de Miraflores, lá em baixo. Quando isto foi agrupamento nós rodamos, as funcionárias rodaram e eu vim parar aqui, da qual eu gosto muito. E há um aluno que é o adjunto do Dr. Isaltino, da Câmara de Oeiras, o Presidente, que me fez uma surpresa lá em baixo, na Secundária. Esse vídeo foi parar à Câmara e a Câmara veio-me buscar à escola para ir à SIC ser surpreendida por esse aluno.
6.ºG - Em que programa?
D. Fátima - No programa do João Baião. Eu depois tenho o vídeo, se quiserem ver.
6.ºG- Considera os alunos mal-educados?
D. Fátima - Não considero os alunos mal-educados, considero os alunos traquinas, irreverentes.
6.ºG- E se pudesse resolver, como iria resolver?
D. Fátima - Nem posso dizer como ia resolver. Eu resolvo bem com os alunos. Vocês já me conhecem aqui e sabem que resolvo bem com os alunos.
6.ºG - Já trabalhou noutras escolas?
D. Fátima- Não. Trabalhei no Restelo, na Escola Secundária do Restelo, na D. Pedro V, mas era à parte. Fixa trabalhei neste agrupamento, mais nada.
6.ºG - Como conseguiu ou encontrou este trabalho?
D. Fátima- Foi por concurso. Concorri e entrei para o quadro. Fiz uma prova. Tive boa nota e entrei.
6.ºG- Qual a pior coisa que já presenciou na escola?
D. Fátima- A pior coisa? Não tenho assim nada de grave que presenciasse neste agrupamento. Não.
6.ºG- Qual o seu maior sonho?
D. Fátima-Viver e ser disponível para toda a gente,
6.ºG -Porque decidiu ser auxiliar?
D. Fátima- Porque gosto dos miúdos. É uma profissão de que gosto. Podia ter concorrido para outras coisas e não concorri, porque gosto do que faço.
Muito obrigada pela entrevista!