Jornal mobiliza iapi ed 04

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nos primeiros 60 anos do Co bre so es içõ ed as do an Finaliz uma reAreia, estamos publicando D’ o ss Pa l cia en sid Re to jun , pela ex-moradora do bairro ta cri es l, cia pe es a nic crô portagemas que resos, além de outras crônic irr Ba la te ris Ma sta ali rn jo IAPI Vila do IAPI. Em 2013, o da ria tó his a am rat ret gatam e orde de mídia. Elegeu um número rec na s ço pa es s ito mu ou nh ga ipativo e trouxe autoridades rtic Pa nto me ça Or no tes representan cia com bairro. O ano de 2014 se ini do s ma ble pro os r po ex ra pa perspectivas. muitas expectativas e boas

IAPI

um lugar diferente de viver

Inexatos sessenta anos em poucas linhas Maristela Bairros

A

rua (a “minha” rua) era sombreada pela copa dos cinamomos que, depois das flores roxas cheirosas, inundava o chão de bolinhas amarelas macilentas que minha mãe varria se clamando. Não havia grades nas janelas e, nas noites quentes de verão, a gente brincava de roda na calçada enquanto os adultos jogavam conversa fora, sem pressa, sentados em mochinhos e cadeiras diante das portas abertas de seus apartamentos. Os pátios “dos fundos” com roupas brancas, azuladas pela ação do anil, eram um tapete esparramado na grama dos coradouros, o guincho das roldanas, o soberbo “figueirão” no centro dos três edifícios de costas um pro outro. Brincadeiras solitárias com panelinhas cheias de azedinhas, conversas em voz baixa com bonecas, festa de

aniversário com bolinho de chuva e Q-Suco, abacateiro e o pé de guaco, atraindo abelhas, em volta da porta da cozinha. Velórios em casa, olhares assombrados, vizinhos que iam mudando para outros lugares, a mudança triste pra quem ficava, música de vitrolinha, reunião dançante nas tardes de domingo, timidez, garotos encostados nas paredes. Diariamente, à tarde, eu percorria o caminho que passava pelos coqueiros da Rua Tupãciretã, fazia uma curva suave em direção à Cacequi e ao “campinho” de futebol, e chegava a meu destino: a Sapataria Bandeira, bem na ponta do largo, virada para os prédios, pintada de verde, em madeira macho e fêmea, portas verticais, a de baixo com a portinhola através da qual eu acessava o mundo da lixadeira barulhenta, pregos e tachinhas, vidros de tinta, pés de moleque e as prateleiras cheias de sapatos, sandálias, bolsas, cintos. Era meu mirante, de onde eu via a vida da vila, os fregueses que vinham contando novidades, olhando o movimento, vendo quem descia do ônibus Bianchi, reclamando do custo de vida. Enquanto isso, seu Waldemar, com perícia, cabeça baixa, avental de lona sujo de cola e faquinha de aço afiada, abria um sulco na sola e manejava a sovela e o cordão encerado para pontear artisticamente calçados de cromo, couro de qualidade que merecia vários consertos. Segue na próxima página

CAR envia mensagem ao Mobiliza Os gestores do CAR Noroeste, Nilo, Marisa e Adil, desejam a todos os moradores da região noroeste, um Ano-Novo de muita paz, saúde e muitas realizações. Prometemos continuar trabalhando muito para o atendimento das demandas para uma melhor qualidade de vida a toda a nossa região.

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Jornal Mobiliza IAPI | Porto Alegre


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