Sylvia day toda sua

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“Claro que não me incomodo”, garanti, retribuindo seu sorriso gentil. Ele olhou para minha calça de ioga e meu top de ginástica. “Está vindo da academia?” “Pois é. Apesar de ser a última coisa que eu gostaria de ter feito hoje.” Trey deu risada ao entrar no elevador. “Sei bem como é.” Enquanto subíamos, o silêncio se estabeleceu. E começou a pesar. “Está tudo bem?”, perguntei. “Bom...” Trey ajeitou a alça da mochila. “Cary anda meio distante ultimamente.” “Ah, é?” Mordi os lábios. “Em que sentido?” “Não sei. Não consigo explicar. Acho que tem alguma coisa acontecendo com ele e não sei o que é.” Pensei na modelo loira e gelei por dentro. “Vai ver ele está estressado por causa do trabalho para a Grey Isles e não quer incomodar você com isso. Ele sabe que você já tem muito com que se preocupar, com o trabalho e a faculdade.” A tensão em seus ombros se aliviou um pouco. “Talvez seja isso mesmo. Faz sentido. Pode ser. Obrigado.” Abri a porta do apartamento e disse a ele que se sentisse à vontade. Trey foi deixar suas coisas no quarto de Cary e eu fui até o telefone para ver se havia alguma mensagem. Um grito vindo do corredor me fez pegar o telefone por outro motivo, com o coração na mão de medo de algum invasor ou outro perigo iminente. Mais gritos se seguiram, e em um deles reconheci claramente a voz de Cary. Soltei um suspiro de alívio. Com o telefone na mão, arrisquei-me a ir ver o que estava acontecendo. Quase fui atropelada por Tatiana, que saiu do corredor ainda abotoando a blusa. “Ops”, ela disse, abrindo um sorrisinho sem nenhuma culpa. “Até mais.” Os gritos de Trey impediram que eu ouvisse quando ela fechou a porta do apartamento atrás de si. “Porra, Cary. A gente conversou sobre isso! Você prometeu!” “Você está exagerando”, rebateu Cary, também aos berros. “Não é o que você está pensando.” Trey saiu pisando duro do quarto, e com tamanha pressa que eu tive que me espremer junto à parede para sair do caminho. Cary foi atrás, enrolado num lençol até a cintura. Quando passou por mim, eu o olhei de um jeito que não deve ter sido muito agradável, porque em resposta ele me mostrou o dedo do meio. Deixei que os dois se virassem e fui tomar banho, furiosa com Cary por ele ter mais uma vez arruinado uma das poucas coisas boas em sua vida. Era um padrão que eu nunca deixaria de esperar que fosse quebrado, apesar de ele parecer incapaz de fazer isso. Quando fui até a cozinha, meia hora depois, o silêncio dentro do apartamento era absoluto. Concentrei-me em cozinhar, decidindo fazer lombo assado com batatas e aspargos, um dos pratos preferidos de Cary, para o caso de ele querer jantar em casa e precisar de algo para se animar. Fiquei surpresa ao ver Trey saindo do corredor enquanto eu punha a comida no forno, um pouco triste. Não gostei nada de vê-lo todo vermelho, descabelado e chorando. Minha piedade se transformou em decepção furiosa quando Cary apareceu na cozinha cheirando a suor e sexo. Ele me olhou feio ao passar por mim para pegar um vinho na adega. Eu o encarei com os braços cruzados. “Trepar com um namorado traído na mesma


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