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fedorentos. Basta passou a navalha quase com carinho no pescoço de Dedo Empoeirado, que esqueceu como se respirava. Ele simplesmente não se lembrava. — Volte para o seu quarto! — a gralha ralhou com a garota atrás dele. — O que você ainda está fazendo aí? Dedo Empoeirado ouviu o rumorejar de um vestido, e então a porta atrás dele se trancou. A faca de Basta ainda estava em seu pescoço, mas, quando ele ia fazer a ponta subir mais um pouco, a gralha segurou o braço dele. — Agora chega! — ela disse rudemente. — Acabou a brincadeira, Basta. — Isso mesmo, o chefe disse que queria ele inteiro! — podia-se perceber na voz de Nariz Chato como ele desgostava dessa ordem. Basta passou mais uma vez a navalha pelo pescoço de Dedo Empoeirado. Então fechou-a com um movimento brusco. — É realmente uma pena! — disse Basta. Dedo Empoeirado sentiu o bafo de Basta em sua pele. Tinha cheiro de menta, fresca e forte. Parece que uma garota que ele queria beijar lhe dissera que ele tinha mau hálito. Não era o que a garota pretendia, mas desde então Basta mascava folhas de menta de manhã à noite. — Com você a gente sempre pode brincar, Dedo Empoeirado — ele disse enquanto recuava, com a navalha fechada ainda na mão. — Leve-o para a igreja! — ordenou Mortola. — Vou informar Capricórnio. — Sabia que o chefe está furioso com a sua amiguinha muda? — Nariz Chato sussurrou para Dedo Empoeirado, enquanto o escoltava junto com Basta. — Ela sempre foi uma espécie de favorita.


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