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ESPECIAL VERÃO AGATA NOWICKA/ILLO.PL

PRINCESA HAYA, Aos 13 anos, a princesa Haya da Jordânia foi a primeira mulher a representar o seu país em hipismo de competição, com uma carreira que chegou aos Jogos de Sydney em 2000. E a princesa educada em Oxford continua apaixonada pelo poder do desporto. O desporto é bom para os indivíduos e para as sociedades, diz ao metro. Estamos numa altura olímpica. Diz que o desporto dá poder às mulheres. Como? Para

as mulheres o desporto é a forma mais segura de conseguir o respeito das comunidades e a capacidade de se expressarem a nível individual. E através do desporto geram orgulho entre as comunidades e entre a própria família que de outra forma poderiam não ter. O desporto ensina valores como a tolerância, espírito de equipa, solidariedade, fair play – todas aquelas coisas que destroem estereótipos e constroem a autoconfiança. As mudanças que vi acontecer para as mulheres nas comunidades foi quando conseguiram orgulhar e representar as suas comunidades, e erguer a bandeira para as suas famílias, aldeias, cidades e países. Por isso, só o desporto dá este poder às mulheres.

LÍDER DESPORTIVA MUNDIAL Realeza pura: filha do Rei Hussein da Jordânia, irmã do regente Abdulah, e casada com o xeique Mohammed do Dubai Mas Haya é por si só uma mulher de poder: responsável pelos desportos hípicos a nível mundial

“DESPORTO DÁ PODER ÀS MULHERES” O desporto feminino de competição está a crescer no Médio Oriente. É um desenvolvimento natural? Estou muito

orgulhosa e acho que é um desenvolvimento natural. Os governos estão a perceber que o desporto é uma das melhores ferramentas para o desenvolvimento social, para ensinar a responsabilidade social, para produzir uma comunidade orgulhosa do que faz, e dar às mulheres uma hipótese de se desenvolverem. Nas áreas fora da Federação Equestre Internacional (FEI) em que sou ativa – trabalho humanitário – tentamos provar o lugar das mulheres na comunidade, e através de factos e números, mostramos o seu valor aos decisores para que estes tornem as

mulheres prioridade máxima. Agora vemos os governos, no Médio Oriente e em todo o mundo, a investir muito no desporto feminino. Estou muito, muito orgulhosa e acredito que este é o caminho para as mulheres, a nível individual, para as famílias que vão criar e para o futuro da nossa região. É uma forma de avançar saudável. O desporto ajuda a transformar o Médio Oriente. É benfeitora da organização ‘Retreinar Cavalos de Corrida’. Se não forem retreinados, que tipo de vida terão? Os cavalos são como

as pessoas. Há sempre um trabalho em que o cavalo é bom, mas que não é necessariamente o trabalho para o qual foi criado. Mesmo

que tenha sido treinado como cavalo de corrida, pode ser adaptado a outra coisa qualquer. Uma das melhores coisas em estar envolvida nesta organização é ver tantos cavalos de corrida que foram treinados para as pistas mas não são adequados para correr – talvez demasiado grandes, ou não são suficientemente rápi-

dos – serem retreinados para outras modalidades, como saltos de obstáculos. O seu pai, o rei Hussein da Jordânia, sobreviveu a muitos tumultos. Agora a Jordânia carrega o peso do conflito na Síria. Preocupa-a? Não

acho que sou a pessoa mais qualificada para responder a essa questão, nem acho

Princesa Haya da Jordânia, xeique do Dubai Idade: 38 Família: filha do Rei Hussein e Rainha Alia da Jordânia. Mulher junior do xeique Mohammed, líder do Dubai e primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos. Dois filhos. Formação: Escola em Inglaterra; Bacharel da Universidade de Oxford. Saltadora de obstáculos a cavalo, Mensageira de Paz das Nações Unidas. Nas notícias: presidente da Federação Equestre Internacional (FEI); promotora do desporto feminino.

que é o meu papel fazê-lo. Aprendi que quando pessoas como eu, que não estão envolvidas na política, fazem declarações, estas muitas vezes afetam as pessoas que estão envolvidas na situação. No entanto, diria que este é um assunto impossível de tratar sozinho. Isto é um contexto e uma região que têm de ser percebidos. Há vários aspetos religiosos muito profundos e interligados e também tem de se olhar para a História. Não são um ou dois países. Mas sei que o meu irmão, tal como o meu pai antes dele, está a fazer tudo para ter certeza que haja paz e estabilidade para as pessoas e para o país que ama. Rezo para que tenhamos o futuro radioso que os nossos compatriotas merecem. Qual é o papel do desporto na sua própria vida? O des-

porto é uma parte muito importante da minha vida e da vida da minha família. Sua Alteza, o xeique Mohammed, é uma pessoa que adora desporto. Seria menosprezo dizer que fazemos desporto para lidar com a pressão; para nós é uma forma de ter uma vida feliz e viver cada dia no seu máximo. ELISABETH BRAW, MWN


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