Dossiê K - Uma História de Corrupção e Truculência - Jorge Kajuru

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Julho do 2001 A mando do governador, um grupo de empresários goianos procura Kajuru em São Paulo e tenta mais uma vez comprar a Rádio K. Para se preservar, Kajuru exigiu que a proposta fosse feita por escrito, em forma de minuta de contrato. A proposta foi curiosa e inusitada: 1) Envolvendo as áreas já pertencentes à Rádio K e que ficariam para Kajuru, os valores financeiros da proposta chegavam a 8 milhões de reais; 2) Os compradores ainda assumiriam todas as dívidas existentes com quaisquer credores, inclusive de origem trabalhista, tributária, ou previdenciária, declaradas ou não; 3) Queriam comprar, em definitivo, a Rádio, (100%) mas não abriam mão de continuar usando, no mínimo, por seis meses, as marcas “K” e “Feras do Kajuru”; 4) E a parte inusitada: a cláusula sétima do contrato de compra, assegurava a Kajuru, pelo período de três anos, a contar da data da venda, o direito da recompra das ações (99,34%) pelo mesmo valor do presente instrumento, corrigidos pelo IGPM. No parágrafo primeiro dessa cláusula, Kajuru poderia recomprar a Rádio três anos depois, pagando apenas 500 mil reais de entrada e o restante em cinqüenta parcelas iguais e sucessivas; será que eles deixariam com Marconi reeleito? 5) Quando Kajuru fez a contraproposta de que fecharia o negócio, desde que pudesse revelar todas as cláusulas no ar, e que o jornalismo da emissora fosse comandado por Marcelo Rezende, em substituição a Kajuru, que, por sua vez, ficaria apenas na programação esportiva. Moral da história: o grupo de empresários nunca mais falou sobre o assunto. 158


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