Hacia una ética de participación y esperanza

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tro de Reintegração Social da cidade de Itaúna, Minas Gerais, onde o método Apac é implantado com plenitude. O método da Apac foi reconhecido pelo Prison Fellowship Internacional (PFI), ONG que atua como órgão consultivo da Organização das Nações Unidas (ONU) em assuntos penitenciários, como uma alternativa para humanizar a execução penal e o tratamento penitenciário.

Conclusão Na minha experiência como diretor espiritual da Apac e da Pastoral Carcerária por 28 anos, conhecedor dos dois sistemas prisionais, vejo com muita esperança os presídios sob o método Apac, onde o preso é tratado como pessoa humana, uma pessoa em recuperação, como alguém que errou e quer emendar-se. Um método que está em consonância com aquilo que o Papa Francisco tem ensinado com insistência com suas palavras e gestos. Sob o ideal de uma Igreja discípula e missionária, uma Igreja em saída, de portas abertas, tem falado da importância de ir ao encontro das periferias existenciais6. E a prisão é um desses lugares. Talvez o mais forte. Falando aos presos, profeticamente grita aos ouvidos de nossa sociedade quanto à necessidade de irmos ao encontro deles. São pessoas humanas, são nossos irmãos. Os presos estão presentes nas suas liturgias e são sempre visitados em todos os países por onde passa. Em visita recente à Bolívia, o Papa fez graves críticas ao sistema carcerário local e afirmou que a “reclusão não é o mesmo que a exclusão7”. No México, em fevereiro de 2016, disse aos presos na abertura do Jubileu da Misericórdia: Celebrar o Jubileu da Misericórdia convosco é lembrar o caminho que devemos urgentemente empreender para romper o ciclo vicioso da violência e da delinquência. Já se perderam várias décadas pensando e crendo que tudo se resolve isolando, separando, encarcerando, livrando-nos dos problemas, acreditando que estas medidas resolvem verdadeiramente os problemas. Esquecemo-nos de concentrar-nos naquilo que realmente deve ser a nossa preocupação: a vida das pessoas; as suas vidas, as das suas famílias, as daqueles que também sofreram por causa deste ciclo vicioso da violência.8

Nesse mesmo discurso, lembrou que os cárceres “são um sintoma de como estamos na sociedade; em muitos casos são um sintoma de silêncios e omissões provocados pela cultura do descarte. São

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Ver: Papa Francisco, Evangelii Gaudium (2014), 46. Disponível em: w2.vatican.va/content/vatican/pt.html Papa Francisco, Aos presos do Centro de Rehabilitación Santa Cruz-Palmasola, Bolívia (2015). Papa Francisco, Sermão no Centro Penitenciário de Ciudad Juárez, México (2016).

hacia una ética de participación y esperanza. congreso latinoamericano de ética teológica


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