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mycooprofar março 2017

ANÁLISE DE MERCADO Farmácias e Governo acordam reforço de serviços ESPECIAL SAÚDE Psicofármacos



março 2017

mycooprofar 04 Análise de Mercado

EDITORIAL Formação de Excelência

06 Especial Saúde 10 Especial Indústria Farmacêutica 12 Report 13 Produtos Mercafar 13 Cosmética e Higiene Corporal 16 Dispositivos Médicos 17 Éticos 19 Galénicos 19 Higiene Bebé 19 Higiene Oral 20 Med. Não Suj. a Rec. Médica 22 Med. Não Suj. a Rec. Médica - EF 22 Med. Vet. N. Suj. a Rec. Médica 22 Med. Vet. Suj. a Rec. Médica 23 Nutr. e Prod. à base de Plantas

Distinguir a farmácia, acrescentando notoriedade e reconhecendo a fidelização e preferência pela Formação Cooprofar, é o grande mote do lançamento de mais uma edição dos PRÉMIOS FORMA+. Acreditamos na procura contínua de uma performance de excelência, assente em inovação, evolução e valorização. Por isso defendemos uma diferenciação das Farmácias que são motivadas por esta visão e estratégia. É neste sentido que voltamos a promover os PRÉMIOS FORMA+, uma iniciativa que visa dotar as Farmácias e as suas equipas de ferramentas e competências inovadoras, de acordo com o estado da arte na área de Saúde, para que possam acrescentar valor ao seu negócio. Serão novamente premiados a Farmácia, o Farmacêutico e o Formando que realizarem mais Formações Cooprofar. Este ano os vencedores serão galardoados no evento de comemoração de 42 anos do Grupo, que terá lugar em Maio e que contará com o programa amplo e diversificado, a divulgar oportunamente. Ainda a propósito do tema Formação, é com grande orgulho e satisfação que a Cooprofar vê reconhecido o seu estatuto de Entidade Formadora, através da certificação oficial atribuída pela DGERT, que consagra a Cooprofar nas seguintes áreas de educação e formação: Comércio; Gestão e administração; Ciências Farmacêuticas.

24 Nutrição Infantil 24 Homeopáticos 25 Parafarmácia 25 Puericultura

Este é o reconhecimento de 12 anos de Formação Cooprofar, pela qual passaram mais de 10.000 formandos, que puderam adquirir conhecimentos e competências que lhes permitiram acrescentar dinamismo e valor ao seu negócio, suportando a mudança e aumentando a rentabilidade e competitividade das Farmácias.

25 Químicos 25 Veterinária 25 Diagnóstico 27 Breves

Congratulamos todos os que procuram incessantemente uma Formação de Excelência.

Celso Silva Diretor Geral

Administração e propriedade: Cooprofar Rua José Pedro José Ferreira, 200 - 210 4424-909 Gondomar T 22 340 10 00 F 22 340 10 50 cooprofar@cooprofar.pt www.cooprofar.pt

Direcção: Celso Silva Coordenação Editorial: Natércia Moreira Publicidade assessoria@cooprofar.pt 22 340 10 21

Design e Paginação: Porto de Comunicação Distribuição: Gratuita Publicação: Mensal Tiragem: 1500 exemplares

AVISO: Os textos foram redigidos ao abrigo do novo acordo ortográfico. O período de vigência decorre entre 1 de março a 31 de março, inclusive. Os valores indicados estão corretos, salvo erro tipográfico. Os preços e bonificações indicados estão sujeitos a alterações de acordo com as condições de mercado e não acumulam com outras campanhas em vigor.


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Análise de Mercado

Crescimento face ao período homólogo Crescimento Mercado janeiro 2017 vs. mês homólogo

33%

35 30 24%

25 20

11

10%

15

13%

11% 10

11% 10% 10%

7%

5%

11%

10% 8%

6%

8%

13%

11% 12%

9%

7%

9%

7%

2%

5

-20 -15%

Mercado Total

Viseu

Vila Real

Setúbal

Açores

Porto

Santarém

-15

Viana do Castelo

-10%

-5 -10

Madeira

-5%

Lisboa

Dez

Portalegre

Nov

Leiria

Out

Guarda

Set

Faro

Ago

Évora

Jul

Coimbra

Jun

Castelo Branco

Mai

Braga

Abr

Bragança

Mar

Beja

Fev

Aveiro

% 0 Jan

-25

Farmácias e Governo acordam reforço de serviços de saúde pública

Antibióticos para pneumonia com stocks reduzidos O Infarmed informou que foi notificado por vários hospitais devido "à dificuldade de abastecimento de alguns antibióticos injetáveis, como a amoxicillna + ácido clavulânico, azitromicina e claritromicina". Estes medicamentos são usados com frequência no tratamento de doenças respiratórias, como a pneumonia.

As farmácias portuguesas vão reforçar os serviços de saúde pública, em articulação com o Serviço Nacional de Saúde. O acordo celebrado prevê que as farmácias contribuam para a prestação de serviços que sejam enquadráveis nas prioridades para o SNS e, em particular, para as necessidades regionais e locais.

A Autoridade Nacional do Medicamento revelou que as perturbações de fornecimento ficaram a dever-se a problemas na produção destes medicamentos, dando conta de que há cada vez menos fabricantes destas substâncias ativas e de que as dificuldades de acesso à matéria-prima são consideráveis.

Neste sentido, as farmácias e as unidades de saúde familiar (USF) vão começar a colaborar em projetos-piloto que visam minorar problemas de saúde pública, como a diabetes e a obesidade, e reduzir o consumo excessivo de alguns medicamentos, nomeadamente os ansiolíticos e os fármacos para a acidez gástrica. Se desses programas resultarem ganhos em saúde e poupança, no futuro, poderá haver partilha de incentivos financeiros entre cuidados primários e farmácias.

No entanto, o Infarmed garantiu que a situação está a ser normalizada. "No caso da claritromicina, o problema já foi resolvido, tendo havido reposição de stocks" e a azitromicina teve "uma reposição no final de janeiro, por parte de uma empresa" e na segunda semana de fevereiro, "através de outra", sublinhou o organismo. Já em relação à amoxicilina + ácido clavulânico, "o mercado tem visto o seu fornecimento afetado, mas continua a ser garantido".

O primeiro passo é identificar as zonas onde poderão ser implementados projetos de colaboração entre as USF e as farmácias comunitárias. Ao abrigo do acordo, os dois parceiros - público e privado - poderão colaborar em áreas como a literacia em saúde, a prevenção da doença, a prevenção quaternária (evitar o risco de sobremedicação), a promoção da saúde e autocuidados.

Até que os constrangimentos estejam resolvidos, o Infarmed recomendou aos hospitais que "gerissem com atenção estes medicamentos e as suas alternativas, para evitar a rutura dos antibióticos". Até ao momento, já foram submetidos sete pedidos de autorização de utilização excecional de medicamentos similares específicos de hospitais, a que o Infarmed deu resposta positiva

Na área da prevenção da doença, poderão ser traçados objetivos, como por exemplo, manter controlados metade dos diabéticos identificados numa região ou reduzir a incidência de novos casos num concelho. Se a meta for atingida e forem apurados ganhos em saúde, a ideia é que o incentivo contratualizado para o objetivo venha a ser partilhado entre as unidades de saúde e as farmácias que aderiram ao programa.

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Análise de Mercado

Hepatite C: SNS passa a disponibilizar 8 medicamentos

Medicamentos para hidratenite supurativa comparticipados na totalidade

Os doentes com hepatite C vão passar a ter disponíveis no Serviço Nacional de Saúde oito medicamentos para tratar a doença, depois de o Infarmed ter concluído negociações com quatro empresas para financiar o tratamento.

O Governo vai comparticipar na totalidade os medicamentos para a hidradenite supurativa, uma doença inflamatória cutânea crónica, desde que dispensados nas farmácias hospitalares e prescritos por dermatologistas em consultas especializadas no diagnóstico e tratamento da hidradenite supurativa, sendo que o médico deve mencionar expressamente o regime excecional previsto.

Segundo a autoridade do medicamento, “as condições negociadas são favoráveis, já que a concorrência gerada veio reduzir substancialmente os preços destes medicamentos, permitindo o tratamento de todos os doentes que deles necessitam e garantindo a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde”.

O Governo sublinha a importância de garantir o acesso dos doentes com hidradenite supurativa - ou acne inversa - a medicamentos que visam melhorar a sua qualidade de vida e integração social, considerando existir “interesse público na atribuição da comparticipação a 100% a esses medicamentos”.

“A decisão de tratar todas as pessoas infetadas pelo vírus da hepatite C faz com que Portugal seja um dos primeiros países europeus, e mesmo a nível mundial, a implementar uma medida estruturante para a eliminação deste grave problema de saúde pública. A Organização Mundial de Saúde tem definido enquanto meta para 2030 uma redução de 90% de novas infeções crónicas e de 65% na mortalidade por estas doenças”, refere o comunicado.

A dispensa dos medicamentos ao abrigo desta portaria é efetuada apenas através dos serviços farmacêuticos dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde e só podem ser adquiridos pelas unidades hospitalares por preços unitários 7,5% inferiores aos praticados na data da entrada em vigor destas regras.

Autorizados 15 mil tratamentos para a Hepatite C

De acordo com a portaria, que em anexo tem a lista de medicamentos abrangidos, não há qualquer custo para o doente na dispensa destes medicamentos, sendo os respetivos encargos da responsabilidade do hospital onde o fármaco é prescrito, salvo se essa responsabilidade couber a qualquer subsistema de saúde, empresa seguradora ou outra entidade pública ou privada.

O Infarmed já autorizou cerca de 15 mil tratamentos para a hepatite C, mais 2 mil que previa o acordo assinado há dois anos entre o Ministério da Saúde e a farmacêutica Gilead. Até ao momento foram iniciados 9998 tratamentos, dos quais já resultaram 5099 doentes curados e 187 não curados.

A hidradenite supurativa é uma doença inflamatória cutânea crónica caracterizada pelo aparecimento de áreas inflamadas de lesões dolorosas, nódulos inflamatórios, abcessos ou furúnculos, que surgem normalmente no local onde se encontram determinadas glândulas sudoríparas (apócrinas).

Atualmente, o número mensal de novos pedidos de tratamentos ronda os 200, mas “esse volume tem vindo a baixar, na sequência do programa de tratamento para a hepatite C”, nota o Infarmed, que acrescenta que "para os novos casos estão a ser autorizados os tratamentos à medida que vão sendo solicitados pelos médicos". O organismo garante ainda que o acesso está assegurado através dos hospitais do SNS e que está a ser resolvida a situação dos doentes nas prisões.

Cerca de 5.700 reações adversas a medicamentos em 2016

Ritalina: vendas duplicaram em 7 anos

De acordo com os últimos dados do Infarmed, em 2016 foram notificadas 5.698 reações adversas a medicamentos, números semelhantes aos de 2015, ano em que 5.690 reações foram notificadas.

As vendas do medicamento habitualmente utilizado para tratar perturbações de hiperatividade e défice de atenção (PHDA), o metilfenidato, cuja designação comercial é ritalina, duplicaram entre 2010 e 2016.

Do total de notificações de reações adversas no ano passado, mais de 4.400 dizem respeito a reações consideradas graves. Cerca de 2.700 foram notificadas pela própria indústria e mais de 2.900 pelos profissionais de saúde e também por utentes.

Em 2010 venderam-se 133 mil embalagens daquele que é conhecido como “comprimido da inteligência”, porque ajuda as crianças a concentrarem-se e a melhorarem os seus resultados escolares. Um número que mais que duplicou em 2016, quando as vendas rondaram as 270 mil embalagens.

Estes números são ainda insuficientes, havendo bastante margem para crescer. Para o Infarmed, a participação dos utentes é ainda residual e tem de aumentar. A Autoridade do Medicamente ressalva o investimento que tem feito neste sentido, através de campanhas que visam incentivar os utentes a participarem as reações adversas que sintam com os medicamentos, o que pode ser feito eletronicamente através do site do Infarmed. Segundo o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, é necessário que haja mais deteção de reações adversas de medicamentos, para “sinalizar melhor as situações reais na vida das pessoas, permitindo tentar prevenir, no futuro, esses efeitos adversos”.

Ainda assim, os dados fornecidos pela consultora QuintilesIMS e pelo Infarmed notam que em 2016 houve uma descida de vendas face a 2015, quando o número de embalagens vendidas atingiu as 283 mil. No entanto, é preciso considerar que entretanto surgiu uma nova molécula para tratara perturbação de hiperatividade e défice de atenção, a atomoxetina, cujas vendas mais que duplicaram: de quatro mil embalagens em 2015 para nove mil em 2016. Considerando os dois medicamentos, a diferença é menos cerca de 7800 embalagens.

A referência da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 250 notificações por milhão de habitantes.

Segundo o responsável pelo Programa Nacional para a Saúde Mental, o crescente aumento do consumo é motivo de preocupação. 05


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Especial Saúde

PSICO FÁRMACOS O que são? Os psicofármacos são agentes químicos que atuam sobre o sistema nervoso central e estão em condições de alterar diversos processos mentais, gerando alterações na conduta, na perceção e na consciência. Quando a substância em questão é capaz de provocar um efeito de grande intensidade e de gerar uma modificação importante da personalidade, é considerada psicotrópica. A medicina pode receitá-las para o tratamento de distúrbios psiquiátricos ou de problemas neurológicos. Os psicotrópicos incidem sobre a neurotransmissão, isto é, modificam o envio e/ou a receção de informação que se produz através a sinapse desenvolvida pelos neurónios. Noutros termos, um psicotrópico pode alterar um procedimento fisiológico ou bioquímico que tem lugar no cérebro. No que toca às características, pode inibir ou estimular a atividade mental.

Tipos de Psicofármacos Os psicofármacos podem ser divididos em 4 tipos: • Ansiolíticos / Hipnóticos • Antidepressivos • Antipsicóticos • Estabilizadores do Humor Os Ansiolíticos são medicamentos que controlam a ansiedade ao passo que os Hipnóticos são medicamentos cujo objetivo é a indução do sono. Entre os fármacos com propriedades Ansiolíticas encontram-se: • Benzodiazepinas (BZD’s) • Buspirona • Antidepressivos SSRI’s e SNRI’s • Pregabalina (Lyrica®) • Gabapentina (Neurontin®) Os Antidepressivos são medicamentos que têm como finalidade combater estados depressivos, como bipolaridade, ansiedade, stress, fibromialgia, tensão pré-menstrual, entre outra. Atuam no cérebro, modificando e corrigindo a transmissão neuro-química em áreas do Sistema Nervoso que regulam o estado do humor (o nível da vitalidade, energia, interesse, emoções e a variação entre alegria e tristeza).

Antidepressivos Tricíclicos: • Clomipramina (Anafranil®) • Imipramina (Tofranil®) • Amitriptilina (ADT®, Tryptizol®) • Nortriptilina (Norterol®) • Maprotilina (Ludiomil®) • Doxepina (Quitaxon®) • Trimipramina (Surmontil®)

Os antidepressivos estão divididos por classes, de entre as quais merecem ser destacados os Antidepressivos Tricíclicos, que afetam os batimentos cardíacos e a pressão arterial, sendo usados apenas em casos de depressão profunda, devido aos seus efeitos secundários acentuados, e os Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina, os antidepressivos mais prescritos a nível mundial, sendo mais seguros e eficazes em caso de depressão moderada.

Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (SSRI’s): • Fluoxetina (Prozac®, Digassim®, Tuneluz®, Psipax®,etc.) • Paroxetina (Seroxat®, Paxetil®) • Fluvoxamina (Dumirox®) • Sertralina (Zoloft®) • Escitalopram (Cipralex®) • Citalopram

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Especial Saúde

EVOLUÇÃO DO CONSUMO DE DOSE DIÁRIA DEFINIDA DE PSICOFÁRMACOS EM PORTUGAL CONTINENTAL, 2010-2014

NÚMERO DE DOSE DIÁRIA DEFINIDA DE PSICOFÁRMACOS EM PORTUGAL CONTINENTAL, 2010-2014

Os Estabilizadores do Humor, como o nome indica, estabilizam o humor, sendo indicados principalmente no tratamento da Doença Bipolar. O Lítio foi o primeiro fármaco a demonstrar eficácia como agente Antimaníaco e é considerado o Estabilizador do Humor clássico. São ainda utilizados no tratamento da Doença Bipolar anticonvulsivantes como a Carbamazepina (Tegretol®) e o Valproato de Sódio (Ácido Valpróico, Valproato Semisódico, Divalproato de Sódio, Diplexil®, Depakine®).

Os Antipsicóticos são fármacos particularmente eficazes no tratamento da Esquizofrenia e de outras perturbações psicóticas. Ao longo dos anos, estes medicamentos reduziram drasticamente o número de internamentos e permitiram a desinstitucionalização de muitos doentes. Por norma são medicamentos melhor tolerados pelo organismo e apresentam maior espectro de ação, estando indicados para qualquer doença do foro médico ou psiquiátrico.

Efeitos Secundários A toma de psicofármacos pode introduzir diversos efeitos secundários, com a intensidade e a gravidade a variar de caso para caso, dependendo do tipo de fármaco usado e de inúmeros outros fatores. Em termos genéricos podem-se considerar os seguintes: • Dores de cabeça; • Náuseas; • Insónia ou sonolência; • Fadiga; • Fraqueza; • Agitação; • Problemas do foro sexual; • Perde de memória; • Boca seca; • Obstipação; • Problemas na bexiga; • Dificuldade de coordenação; • Visão desfocada.

Antipsicóticos Clássicos ou Típicos: • Flufenazina (Anatensol®, Cenilene®) • Clorpromazina (Largactil®) • Haloperidol (Haldol®, Serenelfi®) Antipsicóticos Atípicos: • Clozapina (Leponex®) • Olanzapina (Zyprexa®) • Risperidona (Risperdal®) • Quetiapina (Seroquel®, Alzen®) • Ziprazidona (Zeldox®) • Amisulpride (Amitrex®) • Zotepina (Zoleptil®) • Aripiprazole (Abilify®) • Paliperidona (Invega®) • Sertindole (Serdolect®)

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Especial Saúde

Consumo de Psicofármacos Segundo o estudo mais recente da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), o consumo de psicofármacos tem aumentado de forma generalizada a nível mundial. Portugal tem-se destacado de forma negativa e, atualmente, ocupa o terceiro lugar na tabela de países com maior consumo de doses diárias de antidepressivos e relacionados. De acordo com o relatório da Direção Geral da Saúde “Saúde Mental em Números”, lançado em 2016, tem-se assistido a um constante acréscimo prescritivo em todos os grupos farmacológicos, com ênfase para os antidepressivos e os ansiolíticos. Atualmente são consumidas anualmente mais de 325 milhões de doses de antidepressivos e mais de 28 milhões de doses de ansiolíticos. Fonte: Infarmed

CONSUMO DIÁRIO DE ANTIDEPRESSIVOS 2000-2015

2000 2015

Dose diária por 1000 pessoas por dia

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Especial Indústria Farmacêutica

EMA revê segurança de antibióticos A Agência Europeia do Medicamento (EMA) iniciou a revisão da segurança dos antibióticos quinolonas e fluoroquinolonas, usados no tratamento de infeções urinárias e pulmonares mais graves, no seguimento de uma solicitação da agência alemã e tendo em conta reações adversas de longa duração. No entanto, a revisão não suspende o uso destes antibióticos, de acordo com o respetivo resumo das características do medicamento aprovado. A EMA vai avaliar a duração dos efeitos adversos graves, em particular os que afetam os músculos, as articulações e o sistema nervoso. O processo irá determinar se é necessário aplicar medidas adicionais para minimizar riscos ou alterar o modo de utilização dos antibióticos.

Governo quer trazer Agência Europeia do Medicamento para Portugal

Segundo a agência alemã, os efeitos adversos notificados são conhecidos e constam no resumo das características do medicamento, mas ganham uma maior relevância quando os antibióticos são utilizados em infeções menos graves. Neste grupo de antibióticos, administrados por via oral, injetável e inalatória, incluem-se a ciprofloxacina, a levofloxacina, a moxifloxacina, a norfloxacina, a ofloxacina e a prulifloxacina, comercializadas em Portugal.

O Governo anunciou estar disponível para acolher a Agência Europeia do Medicamento (EMA), atualmente localizada no Reino Unido. “Considerando a eventual saída do Reino Unido da União Europeia e a consequente relocalização das agências europeias existentes naquele país, Portugal está disponível para acolher, em Lisboa, a sede da EMA, refere a Secretaria de Estado dos Assuntos Europeus.

Setor farmacêutico triplica exportações

A EMA, fundada em 1993, tem como missão promover a excelência científica na avaliação, supervisão e monitorização da segurança dos medicamentos desenvolvidos por empresas farmacêuticas e cuja utilização se destina à União Europeia.

Os números foram recentemente revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e confirmam dinamismo do sector farmacêutico que, em dez anos, triplicou o valor das exportações, ultrapassando os 910 milhões de euros em 2016.

Bial vende unidade de imunoterapia alérgica

Segundo o Infarmed, a “promoção da internacionalização e o aumento das exportações de empresas do setor farmacêutico em Portugal têm sido um desígnio dos vários parceiros económicos e do setor da saúde”. É com esse objetivo, salienta, que a entidade do medicamento tem apoiado iniciativas e missões que visam dar a conhecer a inovação do setor, a consolidação da imagem nacional e o estabelecimento de contactos e de parcerias de negócios em vários países.

O grupo farmacêutico Bial anunciou a venda da sua unidade de imunoterapia alérgica, dedicada à produção e comercialização de vacinas antialérgicas e a meios de diagnóstico para alergias, à empresa alemã Roxall. A venda inclui as áreas comerciais dedicadas à alergologia em Espanha, Portugal e Itália, que, em 2016, representaram 7% da faturação global da Bial.

Para o reforço da internacionalização com reflexos nas exportações portugueses, contribuiu ainda a realização, nos últimos três anos, de perto de uma dezena de missões a países como a Arábia Saudita, Guatemala, Emirados Árabes Unidos, Colômbia, Peru, Panamá, entre outros, a que se juntam iniciativas como o CPhI, maior evento do setor farmacêutico a nível mundial.

Esta operação irá permitir à Bial concentrar a sua atividade na investigação e desenvolvimento de novos medicamentos para o sistema nervoso central e cardiovascular e na sua expansão internacional, em particular na Europa, com o reforço da sua atividade de promoção de medicamentos através das suas filiais em Espanha, Alemanha, Reino Unido e Itália.

O Infarmed indica que “o objetivo tem sido facilitar o desenvolvimento de contactos comerciais nos países, o negócio das empresas, para além do conhecimento do processo regulamentar nesses países. As empresas envolvidas têm avaliado positivamente estes contactos e defendem a continuidade destes projetos”.

O anúncio surgiu depois da Bial assinar com o Estado Português um contrato de investimento no valor de 37,4 milhões para investigação científica nas áreas dos sistemas nervoso central e cardiovascular, que se estende-se até 2018.

O acompanhamento das empresas por parte das autoridades nacionais foi particularmente relevante no estabelecimento da confiança junto dos órgãos reguladores e regulamentares dos países visitados, o que tem favorecido a imagem e credibilidade da indústria nacional e de Portugal, enquanto país de referência na área da indústria farmacêutica, segundo um balanço feito pelos intervenientes deste projeto.

Segundo a empresa, "toda a atividade de investigação e industrial de Bial passará a estar concentrada em Portugal", estando também em curso um forte programa de inovação e desenvolvimento com um investimento médio anual de 50 milhões de euros. 10


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Especial Indústria Farmacêutica

Bluepharma investe em nova unidade industrial A empresa farmacêutica Bluepharma vai investir 15 milhões de euros na construção de uma nova unidade industrial em Coimbra, junto às atuais instalações, projeto que vai criar uma centena de postos de trabalho. "Este investimento é o corolário do que temos vindo a fazer e do crescimento que temos registado", salientou o responsável do grupo, que indicou que a nova unidade destina-se a aumentar a produção de medicamentos, sobretudo comprimidos e cápsulas, libertando as atuais instalações para a ampliação do Centro de Investigação e Desenvolvimento e incubadora de novas tecnologias. A farmacêutica de Coimbra, de capital português, produz medicamentos para mais de 100 marcas e investiu nos últimos três anos mais de 15 milhões de euros em investigação e desenvolvimento, nomeadamente nas áreas da oncologia, nanotecnologia e biotecnologia. Em 2016, ultrapassou a taxa de exportação de 85% da sua produção para mais de 40 territórios, entre os mais exigentes mercados do mundo, em particular os Estados Unidos da América.

Governo estuda reforço da produção do Laboratório Militar O ministério da Saúde e o ministério da Defesa Nacional criaram um grupo de trabalho para estudar o reforço da produção de medicamentos e do tratamento do plasma pelo Laboratório Militar, devendo apresentar propostas no prazo de três meses. O grupo de trabalho irá estudar a possibilidade de o Laboratório Militar “intensificar a produção de medicamentos inexistentes no mercado português” por “desinteresse económico por parte da indústria farmacêutica”. O objetivo é colmatar “uma lacuna terapêutica” e prevenir ruturas no “abastecimento de medicamentos que podem ter impacto negativo nos cuidados prestados aos doentes”.

Pílula anti-VIH chega este ano A diretora do Programa Nacional para a Infeção VIH, Sida e Tuberculose garantiu que será adotada pelo SNS já este ano a profilaxia pré-exposição ao VIH (PrEP), a pílula anti-VIH.

O ministro da Saúde afirmou que espera que o reforço da produção de medicamentos pelo Laboratório Militar possa funcionar como "regulação ativa" e "melhorar as condições de mercado" no setor, ressalvando o desejo de “ir muito mais além noutras áreas, mesmo em medicamentos que possam estar em ambiente de mercado e relativamente aos quais esta regulação ativa do próprio Laboratório Militar possa servir também para melhorar as condições de mercado".

“A PrEP chega este ano. Faltam apenas definir os aspetos regulamentares de acesso ao medicamento. Estamos a tratar das normas clínicas e já reunimos com a indústria farmacêutica, em conjunto com o Infarmed, para estudar a sua introdução”, avançou Isabel Aldir. Não fala sobre os custos para o Estado da prevenção vocacionada para grupos de risco (trabalhadores do sexo, população prisional ou utilizadores de drogas injetáveis), mas garante que vale a pena e que Portugal parte no pelotão da frente dos países a adotarem esta medicação.

Adalberto Campos Fernandes sublinhou que noutros países "mais ricos" do que Portugal as forças armadas e outras entidades, como a Cruz Vermelha, intervém no mercado do medicamento, "regulam e normalizam". "A ideia é ter mecanismos de compensação, de válvulas de segurança”, afirmou o ministro.

Confirmou também que já há pessoas em Portugal a utilizar a PrEP sem controlo médico, mas alerta que, quando a toma é feita sem acompanhamento, pode provocar efeitos adversos nos rins ou nos ossos. A PrEP deve ser tomada diariamente e reduz a quase zero o risco de infeção. Em Portugal, mais de cinco mil pessoas deverão estar infetadas pelo VIH, sem saber. No total, serão cerca de 53 mil as pessoas infetadas.

Atualmente, o Laboratório Militar é responsável pelo circuito de produção e distribuição da metadona destinada ao programa nacional de substituição narcótica, produzindo também soluções orais pediátricas, e pequenos lotes dos chamados "medicamentos órfãos", destinados ao tratamento de doenças raras.

09 11


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Report

Seminário “Gestor Farmacêutico 3.0” A Cooprofar realizou no dia 23 de Fevereiro, no Auditório Dr. Américo Silveira, localizado na sede em Gondomar, um seminário sobre o tema “Gestor Farmacêutico 3.0”. Tal como nas organizações anteriores, este seminário registou uma enorme afluência, nomeadamente de jovens farmacêuticos. A sessão de abertura contou com a presença do Prof. Dr. Delfim Santos, seguindo-se como orador o Dr. André Fontes, da Porto Business School. Esta formação enquadrou as diferentes características e culturas de profissionais, ao mesmo tempo que procurou fornecer ferramentas de comunicação situacional e de autocontrolo emocional, tendo como objetivo potenciar e otimizar a relação e a produtividade dos recursos humanos, fatores-chave para o sucesso da gestão da farmácia.

Formação Cooprofar distinguida com Certificação

Foram ainda abordados casos práticos de modelos de liderança, estilos de comunicação e estratégias de envolvimento e partilha, capazes de valorizar a farmácia e os seus profissionais.

A Formação Cooprofar foi distinguida com a Certificação de Entidade Formadora, atribuída pela DGERT (Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho), que a qualifica como entidade formadora, nos termos do Sistema Nacional de Qualificações. Este é um importante reconhecimento do trabalho realizado nesta área, mas também uma garantia que os procedimentos e as práticas formativas do Grupo estão de acordo com um referencial de qualidade específico e exigente, que caracteriza as melhores entidades formadoras do país. Iniciados em 2004, os cursos de formação são estruturados de forma a tornar a Farmácia mais competitiva e empreendedora, permitindo aprofundar o seu conhecimento, suportar a mudança, aumentar a rentabilidade e acrescentar dinamismo ao negócio.

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Para o alívio rápido da dor

EFEITO MENTE CLINICA !* OVADO R P M O C

5 benefícios da terapia de frio

ICE POWER

-Alívio da dor

Alívio da Dor sem Efeitos Secundários

-Reduz a tensão muscular

-Reduz o inchaço e inflamação -Acelera a recuperação da lesão -Acelera a recuperação muscular

* Efficacy of Cold Gel for Soft Tissue Injuries. A prospective Randomized Double-Bunded Trial. The American Journal of Sports Medicine, Vol.31, Nº 5

Distribuído em Portugal por:

www.mercafar.pt


cancro pulmão Aumenta a sobrevivência

gripe Fim de período epidémico O período de epidemia de gripe em Portugal terminou, afirma o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, segundo o qual a atividade gripal é agora “esporádica”. No Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe dá-se conta de que a taxa de incidência de síndroma gripal na última semana de janeiro foi de 23,2 por 100.000 habitantes, “o que indica o fim do período epidémico”. O boletim refere que desde a segunda semana de janeiro houve uma diminuição do número de casos de gripe detetados laboratorialmente e que pela quarta semana consecutiva diminui também o número de casos de gripe nas unidades de cuidados intensivos.

Os novos tratamentos para o cancro do pulmão estão a permitir duplicar o tempo de sobrevivência dos doentes, mas a maioria dos casos ainda tem de passar pela quimioterapia, segundo um grupo de peritos portugueses. As novas terapêuticas têm conseguido que alguns doentes que tinham uma mediana de 10 a 12 meses de vida atinjam os dois anos. Apesar da evolução dos tratamentos, que não podem ser aplicados a todos os doentes, o cancro do pulmão continua a ser um dos que mais mata em Portugal – logo a seguir ao do cólon - e figurar como o quarto tumor com mais incidência.

aspirina Previne o cancro colorretal

malária Nova vacina Uma vacina experimental contra a malária mostrou que pode proteger de múltiplas estirpes da doença, segundo um estudo recente. Os responsáveis pela investigação salientaram a importância do ensaio clínico, porque em locais onde há malária é comum haver mais de um tipo da doença, pelo que uma vacina, para ser eficaz, deve ser o mais abrangente possível.

cancro

antibióticos

Fórmula para a abordagem

Uso abusivo

vacinação Imunidade alta A imunidade da população portuguesa em relação às doenças abrangidas pelo Programa Nacional de Vacinação é “alta”, sendo de 100 % no caso do tétano, segundo um estudo sobre a prevalência de anticorpos específicos para estas doenças. Em relação à difteria, a investigação concluiu que, comparativamente ao anterior inquérito serológico, se registou um aumento da seroprevalência, o que poderá dever-se à administração desta vacina conjuntamente com a do tétano na idade adulta.

Investigadores norte-americanos desenvolveram uma análise matemática para identificar os fatores que determinam a melhor abordagem para tratar um tumor, auxiliando a decisão de remover ou "conter" com tratamento medicamentoso. Os investigadores concentraram-se em dois fatores principais que influenciam se uma infeção ou tumor vai desenvolver resistência aos medicamentos. A primeira é a velocidade à qual as células, inicialmente sensíveis ao tratamento, se tornam resistentes. O segundo fator, denominado como “supressão competitiva”, está relacionado com o facto de a propagação da resistência, quando aparece, poder ser retardada com recurso a células sensíveis ao tratamento.

O uso abusivo de antibióticos na infância pode estragar permanentemente o sistema imunitário devido aos efeitos que tem nas bactérias que existem naturalmente nos intestinos, defende um estudo recente. Os antibióticos que servem para proteger das infeções prejudicam o desenvolvimento das bactérias comensais (úteis ao organismo), que vivem no intestino. Uma vez no corpo, os antibióticos combatem todas as bactérias, mesmo as comensais, que existem no sistema digestivo, e que contribuem para a formação do sistema imunitário.

peso Proteína tem influência Um estudo do Instituto de Saúde Pública do Porto indica que a ingestão excessiva de proteína em idade pré-escolar está associada a um maior índice de massa corporal aos sete anos, sendo este resultado mais visível nos rapazes. Nestes, uma maior ingestão proteica aos quatro anos "associa-se a uma maior adiposidade" total e abdominal, bem como a "níveis superiores de insulina três anos mais tarde". Para além disso, a quantidade e a qualidade dos hidratos de carbono ingeridos também influencia bastante.

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A Liga Portuguesa Contra o Cancro informou que vários estudos recentes sugerem que o consumo diário de aspirina, conduz a uma redução não só na incidência de adenomas como de cancro colorretal, proteção que pode atingir os 50%. Contudo, a liga salienta que “o uso destes fármacos encontra-se comprometido pelos sérios efeitos adversos, principalmente a nível gastrointestinal, que advêm do seu consumo regular”. Atualmente é sugerido que a quimioprevenção poderá ser uma abordagem eficaz, em indivíduos que possuam um risco aumentado para desenvolvimento de tumores colorretais, em que a proteção conferida ultrapasse os riscos do consumo regular de aspirina.

banco de medicamentos 14.000 doados Os portugueses doaram 14 mil medicamentos e produtos de saúde, num valor estimado em 56.000 euros, a utentes de 100 instituições de solidariedade social, no âmbito da recolha de medicamentos promovida pelo Banco Farmacêutico. Esta recolha de medicamentos contou com a participação de 220 farmácias de 16 distritos do país, de 600 voluntários e de milhares de portugueses. Os responsáveis pelo Banco Farmacêutico fizeram um balanço muito positivo da iniciativa que recolheu mais 3.500 medicamentos face ao ano anterior, tendo também aumentado o número de farmácias aderentes (mais 56), de voluntários (mais 100) e de instituições apoiadas (mais 10). A variedade de produtos doados vai desde os clássicos antipiréticos, até pomadas antibacterianas, compressas, antigripais ou antialérgicos.