Jornal Brasileiro de História da Medicina-JBHM V17 n 1

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6 de junho de 1934, no Rio de Janeiro, porém, antes de concluir este projeto (BARBOSA, 1968). Narrou-nos, há poucos dias, – precisamente na data de 31 de agosto de 2016 – nosso amigo Tito de Abreu Fialho, médico oftalmologista, membro da Academia de Brasileira de Médicos Escritores (ABRAMES) e vicepresidente da Academia Brasileira de Medalhística Militar (ABRAMMIL), que, quando ainda menino, conheceu Miguel Couto. Fialho conta que Couto passou por ele e não parecia muito bem. Momentos depois, soube que aquele, que sabia apenas ser um médico, morreu em casa. Talvez Fialho tenha sido uma das últimas pessoas a olhar para Miguel Couto ainda vivo. 8 CONCLUSÃO Devido aos seus feitos, Miguel de Oliveira Couto, recebeu o título de paraninfo da classe médica. A antonomásia se justifica, pois Couto estava sempre atento aos atos importantes da vida da classe, acompanhando e dirigindo o seu desenvolvimento. Sempre com discrição, modo reservado e sem rispidez. Os caminhos de Miguel Couto foram construídos com muita dedicação, responsabilidade e amor ao que fazia. O seu entendimento, sobre o que era fazer Medicina, e, consequentemente, o que era ser médico, assim como sua empatia em relação aos pacientes, alunos e colegas, o colocou em evidência no campo do ensino da Medicina.

dificuldades pelas quais passou, utilizou seu contato com o sofrimento e a pobreza para entender o ser humano e o aplicou para trata-lo de maneira digna e responsável, construindo uma forma de exercer a Medicina que pudesse chegar a todos. Em todos os textos lidos – para este breve relato –, sua marca sempre foi a bondade. Construiu seu conhecimento nas bibliotecas a que tinha acesso e nas longas noites em claro. Das suas observações, na clínica, escreveu trabalhos e livros que foram utilizados por estudantes de medicina da época e reverenciados pelos seus pares, inclusive no exterior. Em função disso, associado aos seus trabalhos e ações, Miguel de Oliveira Couto é considerado o maior clínico do Brasil. E deve ser lembrado como tal. A história nos remete a tais referências e nós, por nossa parte, temos a obrigação de citar e, principalmente, reverenciar pessoas como Miguel Couto. Assim, com as palavras de Almeida (1954) que diz “(...) O culto aos grandes vultos do passado não apenas enobrece como representa a melhor forma de incentivo aos novos (...)”, construir um percurso histórico sobre a vida de Miguel Couto, menino pobre, médico, professor e político, até chegar ao grande clínico brasileiro, é, antes de tudo, um dever de exaltação ao Homem que foi. Fonte de inspiração, deve ser lembrado como o médico que amava a profissão que escolheu, imprimindo sua marca de bondade e compaixão, e exemplo para as gerações de médicos e estudantes de Medicina.

Apesar da origem pobre, e das grandes 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1.

NAVARRO, M. Miguel Couto Vivo. Rio de Janeiro: Editôra A Noite, 1947.

2.

BARBOSA, F. A. Retratos de família. 2. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editôra, 1968.

3.

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Miguel Couto. Biografia. Disponível em <http://www.academia.org.br/academicos/migu el-couto/biografia>. Acesso em: 21 dez. 2015.

4.

PUCCININI. W. J. História da Psiquiatria. Higiene Mental e Imigração. Psychiatry on line Brasil. Dezembro de 2004 - vol. 9 - nº 12. Disponível em <http://www.polbr.med.br/ano04/wal1204.php >. Acesso em: 21 dez. 2015.

5.

ENCARTA Encyplodedia 2002. Miguel Couto. Disponível em <https://rogsil.wordpress.com/2009/06/12/mig uel-couto/>. Acesso em: 22 dez. 2015.

6.

__________. Medicina e cultura. vol. 3. Rio de Janeiro: Osmar Mano & Cia Editores, 1937.

7.

DALMASSO, A. Biografia escrita pelo Acadêmico Arthur Dalmasso, da Cadeira nº 06, da Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro. Disponível em <http://acamerj.org/index.php?caminho=acade mico.php&id=132>. Acesso em: 22 dez. 2015.

8.

ALMEIDA, M. O. A propósito do jubileu de Miguel Couto. Revista Brasileira De Medicina

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