/ Abrantes / Constância / Mação / Sardoal / Vila Nova da Barquinha / Vila de Rei / Diretora Patrícia Seixas MAIO 2022 / Edição nº 5615 Mensal / ANO 122
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JORNAL DE ABRANTES CELEBRA 122 ANOS ENTREVISTA
TSU: 100 ANOS DA BORBOLETA Pág. 20
ENTREVISTA
ANA ABRUNHOSA: “FORAM DÉCADAS DE POLÍTICAS ERRADAS PARA O INTERIOR”
/ DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Pág. 11
ENVIOS GRÁTIS PARA TODO O PAÍS
// ENTREVISTA EXCLUSIVA A NUNO RIBEIRO DA SILVA, PRESIDENTE DA ENDESA PORTUGAL
PARA ONDE VÃO OS
600 MILHÕES DA ENDESA
Já há Plano Estratégico para o Turismo Pág. 13
explica que não vai haver um grande complexo de painéis, mas diversos complexos espalhados pelo território do Médio Tejo. E acrescenta que o grupo está a apostar no agro-solar, ou seja, juntar pecuária e apicultura aos complexos a construir Págs. 3 e 4 PUBLICIDADE
A Endesa Generación Portugal S.A., que ganhou o leilão do Pego, já transferiu a sua sede social para Abrantes e quer fazer aqui o seu centro operacional. Nuno Ribeiro da Silva confirma a absorção de 75 ex-empregados da central a carvão,
VILA DE REI
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/ JORNAL DE ABRANTES
122 ANOS
*de 1 a 31 de maio
a j ¶
Consultas de optometria gratuitas todos os dias
A ABRIR / FOTO OBSERVADOR /
EDITORIAL /
A minha tigelada é melhor do que a tua! Afigurava-se um luta renhida e sem final previsível. Frente a frente, a eterna discussão sobre a melhor tigelada. De Sardoal ou de Abrantes? Miguel Borges e João Gomes arregaçavam já as mangas em defesa da tigelada dos seus concelhos. Eis senão quando... para sanar o “conflito”, lá apareceu Luís Machado, presidente da Câmara de Santa Marta de Penaguião e presidente da Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2. “Aqui não há tigelada de Sardoal nem de Abrantes. Esta é a tigelada da Nacional 2”, disse. As partes concordaram e lá seguiu a festa...
//Patrícia Seixas //DIRETORA
São 122 anos! Poucos jornais nacionais se podem gabar de tão longa vida. E são poucos, de facto, os jornais centenários do país. Mas o seu Jornal de Abrantes é um deles e comemora neste mês de maio 122 anos de existência. Pensou que, depois de ter assistido a duas Guerras Mundiais, a vida seguiria mais calma e sem grandes sobressaltos. No entanto, cá está ele, em pleno século XXI, a presenciar mais uma guerra na Europa. “É um absurdo”, disse António Guterres, secretário geral das Nações Unidas. É, de facto, um absurdo. Principalmente se pensarmos que a ONU se formou exatamente para evitar que tal voltasse a acontecer. E mais absurdo se torna quando quem faz a guerra é um membro com direito de veto. Algo está errado, muito errado. Mas voltando ao aniversário do seu Jornal, é hora de agradecer a todos quantos permitem que a sua existência continue a ser possível. À administração e gerência da empresa Media On, que detém o título, ao meu braço direito (e esquerdo) na redação, o jornalista Jerónimo Belo Jorge, a todos os colaboradores e cronistas que, mês após mês, nos continuam a ajudar com os seus textos e opiniões. Uma palavra também para quem tem a responsabilidade de fazer a paginação e de tornar o seu Jornal mais bonito, o João Pereira. Para ele, também os nossos agradecimentos pelos pedidos, às vezes meio esquisitos que lhe fazemos, mas para os quais encontra sempre forma de os tornar realidade. Nas páginas do seu Jornal de Abrantes de maio, vai encontrar a entrevista exclusiva a Nuno Ribeiro da Silva, presidente-executivo da Endesa Portugal. São 600 milhões de euros que estão previstos investir no projeto vencedor que “substitui” a Central a carvão no Pego. Onde e como vão ser aplicados foi o que quisemos saber. Voltando ainda ao tema dos centenários, o Tramagal Sport União comemorou a 1 de maio 100 anos. O TSU, ou o Clube da Borboleta, homenageou sócios, atletas e colaboradores que permitem que o Clube continue cheio de vida. Também a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova da Barquinha nomeou uma Comissão Executiva para preparar o Centenário da Associação, que vai ter lugar em 2025. Mas já se trabalha em prol desse objetivo com a tomada de Posse da referida Comissão. Uma referência ainda para as declarações da ministra da Coesão Territorial em Mação. Ana Abrunhosa reconheceu que durante décadas, as políticas para o interior do país, foram erradas. Tudo isto e muito mais para descobrir nas páginas do seu Jornal. Parabéns ao Jornal de Abrantes e a si, que continua desse lado a prolongar-lhe a vida. Obrigada.
ja / JORNAL DE ABRANTES
Sardoal vs Abrantes
PERFIL /
//Nuno Grácio, 43 anos / Empresário
//Naturalidade / Residência: Tramagal
e que são Família (quer sejam família ou amigos).
//Qual é o seu maior medo? De não ter tempo de fazer tudo o que ainda quero fazer. E a coisa não está fácil, pois continuo a somar objetivos à minha “Wish List”.
//O que mais valoriza nos seus amigos? Houve uma vez um amigo que me deu uma definição de “Amigo”, a qual tomei para mim. “Um amigo é alguém que está contigo sem interesses de proveito próprio. Está contigo pelo prazer mútuo da presença e amizade um do outro.” Os meus amigos são assim.
//Que pessoa viva mais admira? Alguns amigos que ousam empreender e que contagiam os demais à sua volta, incluindo a mim. São no fundo, fontes de inspiração. E a minha mulher, a Mariana, não é fácil aturar-me e ela já o consegue fazer há dois terços da sua vida. //Onde e quando foi mais feliz? 14-02-2007, Hospital de Abrantes, quando nasceu o meu filho. O mundo ficou melhor do que era antes, sem dúvida. //Que talento mais gostaria de ter? Depois de 20 anos a fazer rádio, de lidar com música e músicos, tenho pena de até hoje não saber tocar nenhum instrumento musical. Até a Flauta que aprendi na escola já me esqueci como se toca. Mas ainda vou aprender a tocar saxofone. Prometo. //Se pudesse mudar uma característica em si, o que seria? A impaciência. O mundo por vezes parece girar demasiado devagar. //Se soubesse que morria amanhã, o que faria hoje? Uma festa, onde juntaria todos os “meus”. Aqueles que me acompanham há anos na vida
//Quem são os seus artistas favoritos? Não sei se temos tempo para os enumerar a todos. Sou um apaixonado por música, de todos os tipos. Será sempre aí nesse mundo que estarão os meus artistas favoritos, algures nas décadas de 80 e 90, onde a música era apreciada de uma forma diferente. Lembro-me do prazer que era quando comprávamos um disco e o ouvíamos na íntegra pela primeira vez. //Quem é o seu herói da ficção? Era uma dupla. Asterix e Obelix. Seria tão bom que na realidade as guerras se pudessem resolver simplesmente com uma boa chapada. //Com que figura história mais se identifica? Sebastião José de Carvalho e Melo, conhecido como Marquês de Pombal. Não se trata tanto de me identificar, mas sim de seguir o seu pensamento. Quando reconstruiu Lisboa e mandou fazer a marginal como a conhecemos, alguém o
questionou sobre o exagero que era uma estrada tão larga para passarem charretes e carroças ao que este respondera que “… virá ainda o tempo em que será estreita...”. Pensar mais além do que o amanhã. //Quem são os seus heróis da vida real? Os meus pais. Deram-me as bases para eu poder ser quem sou. Espero conseguir fazer no mínimo o mesmo com o meu filho. //Onde gostaria mais de viver? Aqui. Costumo dizer que sou um orgulhoso ribatejano. Nunca me vi a sair daqui. Se alguma vez acontecer, sei que uma parte de mim fica por cá. //Se fosse presidente de Câmara, o que faria? Apostaria em melhorar as condições de vida dos nossos cidadãos. Só com boas políticas neste campo é possível inverter a tendência de desertificação do interior e captar pessoas de outras regiões para cá, e com elas novas oportunidades de trabalho. Se não houver pessoas, não será fácil trazer grandes projetos a implantarem-se no concelho. O teletrabalho é cada vez mais uma realidade e isso possibilita que as pessoas fujam dos grandes centros procurando locais onde seja mais fácil e agradável viver. É necessário dinamismo e atividades de lazer que nos tirem de casa e nos façam desfrutar do nosso concelho. Seremos nós, munícipes, a melhor bandeira de publicidade do local onde vivemos aos olhos do resto do País.
FICHA TÉCNICA Direção Geral/Departamento Financeiro Luís Nuno Ablú Dias, 241 360 170, luisabludias@mediaon.com.pt. Diretora Patrícia Seixas (CP.4089 A), patriciaseixas@mediaon.com.pt Telem: 962 109 924 Redação Jerónimo Belo Jorge (CP.7524 A), jeronimobelojorge@mediaon.com.pt, Telem: 962 108 759, Maria Francisca Carvalho (estagiária). Colaboradores Berta Silva Lopes, Leonel Mourato, Paula Gil, Paulo Delgado, Taras Dudnyk, Teresa Aparício. Cronistas Alves Jana e Nuno Alves. Departamento Comercial. comercial@mediaon.com.pt. Design gráfico e paginação João Pereira. Sede do Impressor Unipress Centro Gráfico, Lda. Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo Vila Nova de Gaia. Contactos 241 360 170 | 962 108 759 | 962 109 924. geral@mediaon.com.pt. Sede do editor e sede da redação Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Editora e proprietária Media On Comunicação Social, Lda., Capital Social: 50.000 euros, Nº Contribuinte: 505 500 094. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Detentores do capital social Luís Nuno Ablú Dias 70% e Susana Leonor Rodrigues André Ablú Dias 30%. Gerência Luís Nuno Ablú Dias. Tiragem 15.000 exemplares. Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo ERC 100783. Estatuto do Jornal de Abrantes disponível em jornaldeabrantes.sapo.pt RECEBA COMODAMENTE O JORNAL DE ABRANTES EM SUA CASA POR APENAS 10 EUROS (CUSTOS DE ENVIO) IBAN: PT50003600599910009326567. Membro de:
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JORNAL DE ABRANTES / Maio 2022
ENTREVISTA / // Endesa aposta num projeto pioneiro no Pego com uma combinação solar, eólico, baterias e hidrogénio verde.
“É um projeto pioneiro em Portugal”
tas unidades todas concentradas num único ponto físico. Não só porque não é desejável, do ponto de vista do ordenamento do território, como além do mais uma especificidade das energias renováveis é “ir apanhá-las” onde elas têm maior potencial. Ou seja, eu vou instalar torres para geração eólica e painéis para geração solar nos locais adequados, ou com mais vento, ou com mais luminosidade e insolação. Não vai ser, efetivamente, um enorme complexo concentrado onde todos estes equipamentos vão ficar instalados. Vão ficar disseminados pelo território da região.
// A Endesa vai instalar instalar um complexo de produção de energia solar e eólica, um complexo de baterias e uma unidade de produção de hidrogénio verde de 224 MVA. No dia 1 de abril a Endesa Géneration Portugal, transferiu a sede social para Abrantes e é aqui que vai instalar o centro de trabalho na área da geração de energia no nosso país. Em entrevista exclusiva ao Jornal de Abrantes, Nuno Ribeiro da Silva, confirma que a empresa vai absorver 75 trabalhadores da central a carvão e explica que não vai haver um complexo gigante de painéis solares ou torres. Vão ser construídos muitos complexos no concelho de Abrantes e concelhos limítrofes. E adianta que o grupo quer colocar pecuária ou apicultura nos territórios onde irão ser instalados os painéis solares.
O concurso público está finalizado e fechado. A “obra” está entregue. Quando é que a Endesa vai começar a colocar no terreno este projeto? Ainda vai demorar algum tempo?
O compromisso é de conclusão deste corpo de investimento, superior a 600 milhões de euros, estar disponível e funcional em março de 2025. Este é o compromisso que está assumido. Entretanto, há todo um processo que não passa só pela produção ou entrada em funcionamento destes equipamentos. Nós estamos já a trabalhar há algum tempo. Faz parte deste caminho o termos instalações no concelho de Abrantes que já estão selecionadas, naturalmente virão a ter que crescer no futuro, à medida que formos incorporando mais pessoas e que formos desenvolvendo, e construindo, toda uma logística na região. Mas o trabalho já começou e cada dia é um dia que temos que aproveitar muito bem, porque o tempo que temos para instalar toda esta infraestrutura, em grosso modo três anos, não é demasiado.
Entrevista por Jerónimo Belo Jorge
Que projeto é que a Endesa apresentou e que ganhou este leilão para o Ponto de Injeção na Rede do Pego?
Basicamente o projeto da Endesa, tendo em linha de conta o enquadramento legal do nosso País e tendo também a possibilidade de uma competência e capacidade técnica e ainda de toda a dinâmica que vai havendo da tecnologia ligada à geração de eletricidade, fez uma combinação de tecnologias que contempla a instalação de capacidade de geração com base em energia solar, em energia eólica, em acumuladores (armazenamento em baterias) e ainda uma unidade inicial de electrólise para produção de hidrogénio. O interessante deste cocktail é que permite que ao articular estas tecnologias haja uma disponibilidade deste complexo para entregar à rede eletricidade em mais de 60% das horas, ao longo do ano. Isto permite dar uma grande fiabilidade a este complexo de tecnologias de geração e acumulação de eletricidade e ocupar muito menos capacidade na ligação à rede elétrica. Por isso sobraram [e creio que a intenção do governo será, tanto quanto sei, por a leilão num futuro próximo, ainda este ano] a capacidade remanescente que fica do ponto de ligação onde a antiga central a carvão se conectava à rede. É um projeto pioneiro e não só em Portugal. A nível do grupo [Endesa] foi um primeiro exercício de combinação entre estas tecnologias, entre os megawatt de energia solar que vamos insta-
” Estamos a clarificar qual a situação de todos os trabalhadores que estiveram afetos à central a carvão”
lar, na ordem dos 365 MW, de energia eólica, na ordem dos 264 MW, e de capacidade de acumulação, na ordem dos 168 MW. É também o maior centro de acumulação, a maior bateria, que será instalada em Portugal, e não só. E para além ainda da unidade de produção de hidrogénio verde, do eletrolisador. De uma maneira geral, do ponto de vista técnico, a novidade deste projeto, não só em Portugal, é a exploração de todo o potencial técnico que está ao dispor ao nível da evolução da geração de eletricidade.
Este é o projeto técnico. E onde é que vai ser instalado o complexo? Ou seja, onde é que ficam as torres eólicas e os painéis solares?
Vão ser dispersos por vários municípios da região. Não vamos ter es-
A Endesa anunciou que iria “absorver” 75 trabalhadores que ficaram sem emprego com o encerramento da central a carvão. Confirma este número?
Sim. Claramente é um dos quesitos do concurso. Não é uma opção é uma obrigação da nossa parte. Faz parte da construção deste projeto, ainda não se vêm torres ou painéis, mas estamos já em contacto estreito com, nomeadamente, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), com o Politécnico de Tomar e em Abrantes, a desenvolver e clarificar qual a situação de todos os trabalhadores que estiveram afetos à central a carvão. Essa é uma primeira prioridade e ação que está já a correr. Já solicitamos às entidades oficiais informação mais detalhada sobre cada uma das pessoas e é fundamental este processo de requalificação, de formação, de confirmação da disponibilidade destas pessoas. Sabemos que algumas optaram por
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ENTREVISTA / concurso deste leilão, a ter ligações a instituições da comunidade. Sei que mesmo antes de ter fechado o concurso já tinham iniciado estes contactos…
reformas ou por se integrarem noutros projetos, mas é um tema que faz parte do nosso compromisso e responde aos termos do concurso para esta nova fase de vida do Pego.
Já explicou que não vai haver um grande complexo, as zonas de geração vão ficar disseminadas, mas tanto quanto sei há uma preocupação, ou uma aposta, na valorização da natureza. Ou seja, nos complexos de painéis vai haver condições para pecuária, apicultura neste meio de produção de eletricidade. Quer explicar?
O grupo tem projetos já desenvolvidos em Espanha que estão a ser chamados de agro solar. O que é que isto tem por trás? De facto não há necessidade de anular algum potencial agrícola, e não só, dos terrenos que são ocupados por parques solares. Eles podem continuar a ser produtivos ao nível de agricultura e de agroindústria com a seleção de soluções adequadas à especificidade da afetação que um terreno passa a ter com a instalação de parques solares extensos. Por exemplo, podem-se instalar os painéis a um nível superior ao nível do solo, portanto com 1,5 ou 2 metros acima do solo, e dessa forma poder fazer a exploração, por baixo e entre painéis solares, de plantas ou para a pastorícia que sejam alimento de gado ovino, ou caprino ou para plantas aromáticas que sejam uma fonte de alimentação para a apicultura. Há muitas aplicações que foram exploradas, desenvolvidas e sobre as quais temos alguma experiência e que compensam alguma ideia feita que a partir do momento em que se instala e se ocupa o solo com painéis solares acabamos por perder outro potencial desses mesmos solos. É algo que preocupa a indústria de geração de eletricidade com base em energia solar. Isso iremos implementar também nas unidades que vierem a ser construídas na região.
A Endesa está obrigada, de acordo com o caderno de encargos do
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JORNAL DE ABRANTES / Maio 2022
“A Endesa vai instalar 365 MW de energia solar, 264 MW de energia eólica, com armazenamento integrado de 168,6 MW e um eletrolisador de 500 kW para a produção de hidrogénio verde” “uma especificidade das energias renováveis é “ir apanhá-las” onde elas têm maior potencial”
“não há necessidade de anular algum potencial agrícola, e não só, dos terrenos que são ocupados por parques solares. Eles podem continuar a ser produtivos a nível de agricultura e de agro-indústria”
… Claro. A questão da contribuição para a comunidade local, com foco no concelho de Abrantes, mas a nível da região, a CIM Tejo (Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo) e mesmo alguns concelhos da região fora desta unidade administrativa, é um ponto crítico para nós. E estava registado nos termos do concurso. O aspeto interessante nesta viragem tecnológica de uma unidade de produção a carvão para um complexo com as tecnologias que, entretanto foram sendo disponibilizadas é que há uma inserção muito mais democrática e muito mais direta e fina com as comunidades locais. Uma coisa é ter um enorme forno e uma unidade concentrada como será uma central a carvão ou uma central a gás. Outra coisa é ter um complexo de geração de eletricidade disseminado no território. E isso implica um compromisso reforçado com as pessoas, com os habitantes, com as comunidades locais. E aí há, não só um conjunto de medidas em termos de colaborar ao nível da eficiência energética com os municípios. Contribuir para o acelerar da eletrificação da mobilidade, da substituição dos veículos a combustão a petróleo e gás por veículos elétricos e, com vários outros detalhes, onde se inclui a própria entrega de eletricidade ao município. Mas a questão central é, de facto, a formação e as oportunidades de emprego que um projeto destes vai gerar. Estamos a falar de novas tecnologias, de novas soluções ligadas a todo o processo, mais geral, da descarbonização e da transição energética. E isto é uma oportunidade para jovens, que sabemos que são sensíveis às questões ambientais e as
oportunidades que cria a necessidade da transição energética e da descarbonização, agora do reforço da autonomia energética do país, que agora esta questão da Rússia também nos veio lembrar. É de facto interessante e é uma área central para poder construir carreiras profissionais, moderna e de futuro. E isto leva-nos a querer ter um entrosamento muito grande com as instituições, em particular na região, que estão afetas à formação de jovens, como o caso do politécnico, e também, porque vamos precisar de bastantes colaboradores, a reconversão das pessoas que estiveram afetas a outro tipo de operações e atividade, como já falamos dos trabalhadores da central a carvão. É uma área desafiante para se poderem criar atividades e oportunidades de trabalho de futuro.
Já há perspetivas de quando é que a primeira torre eólica ou painel solar vai estar no terreno?
Não. Não temos uma data porque são projetos que vão sendo desenvolvidos em paralelo. São muitos locais de instalação, seja de painéis solares ou de de geradores. Diria que, nesta fase, estamos a fazer um trabalho de preparação, menos visível de gabinete seja na instalação de um centro de trabalho em Abrantes, seja em tratar de clarificar e de preparar a contratação da equipa para atividades mais imediatas e urgentes que vamos necessitar. Estamos a fazer um trabalho ainda pouco visível, mas fundamental para irmos para o terreno. Estamos a falar com os proprietários dos terrenos para clarificar, já em detalhe e em que cada caso é um caso, como é que vamos atuar. Estamos a fazer um trabalho de retaguarda para depois ter uma programação, que é muito complexa, para depois iniciarmos uma fase mais visível de instalação de equipamentos no terreno.
// O PONTO DE INJEÇÃO NA REDE DO PEGO A capacidade da ligação à rede elétrica da central do Pego, de 600 MVA, será reduzida a partir de 2024, para 485 MVA, com entrada em exploração das centrais solares fotovoltaicas flutuantes de Cabril e Castelo do Bode. Mesmo assim, a Endesa, que venceu o leilão deste ano, vai ocupar apenas 224 MVA do Ponto de Injeção na Rede do Pego. Quer isto dizer que, de acordo com estes dados, o Ponto de Injeção na Rede do Pego tem ainda disponível 261 MVA que poderão ainda ser leiloados pelo Estado. É pelo menos essa a convicção de Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa Portugal. A Endesa, através da sua filial Endesa Generación Portugal, ganhou o leilão e recebeu um direito de ligação à Rede Elétrica de Serviço Público (RESP) de 224 MVA [MegavoltAmpere] para instalar 365 MWp [megawatts-pico] de energia solar, 264 MW de energia eólica
com armazenamento integrado de 168,6 MW e um eletrolisador de 500 kW [quilowatts] para a produção de hidrogénio verde. A Central Termoelétrica do Pego era o maior centro produtor nacional de energia, com uma potência instalada de 628 megawatts (MW) na central a carvão, e de 800 MW na central a gás. A central a carvão fechou a atividade a 30 de novembro de 2021 enquanto que a central a gás prosseguirá em atividade, com contrato válido até 2035. A concessão da central a carvão pertencia à Tejo Energia que tem na sua estrutura acionista Trust Energy (uma joinventure da francesa Engie com a japonesa Marubeni) com 56% do capital e a Endesa Géneration com 44%. A Elecgas detém a central a gás e tem os mesmo acionistas da central a carvão, mas cada um com 50% do capital.
REGIÃO / Abrantes
Ribeira de Rio de Moinhos vai ser reabilitada num investimento de perto de 3ME // A Câmara de Abrantes viu aprovada a candidatura com vista à reabilitação da rede hidrográfica da Ribeira de Rio de Moinhos. Um investimento de 2 milhões e 747 mil euros que vai ter ajuda de fundos comunitários no valor de 2 milhões de euros a través do REACT-EU. O presidente da Câmara congratulou-se com a decisão favorável que foi deliberada em 12 de abril de 2022 pela Comissão Diretiva da Autoridade de Gestão do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização. Manuel Jorge Valamatos disse ser “uma excelente notícia para o nosso concelho, para uma zona fustigada ano após ano com as chuvas torrenciais” e que se situa entre Aldeia do Mato e Rio d e M o i n h o s . A z o n a , s e m p re que chove abundantemente, sofre com “enxurradas que criam imensos problemas a toda a população ali residente e que as suas hortas naquele local”. O autarca acrescentou que “o que fizemos e estamos a fazer é desenvolver um projeto de reabilitação e de maior robustez para toda aquela linha de água, uma qualificação, no fundo, e de todas as estruturas existentes nesse percurso”. O referido projeto está orça-
//Inundações em 17 de setembro de 2020 mentado em cerca de dois milhões e 700 mil euros “e agora vimos aprovada uma candidatura de dois milhões de euros, o que é um apoio significativo naquilo que é também a responsabilidade
do Estado e, neste caso particular, do Ministério do Ambiente. Manuel Jorge Valamatos reforçou que “estamos a falar de uma linha de água enorme, com muitos quilómetros, em que há zonas
urbanas que são da responsabilidade do Município mas depois há muitas zonas fora dessas áreas urbanas que são da responsabilidade do Ministério do Ambiente”. Questionado acerca dos prejuízos causados, também na Ribeira de Rio de Moinhos, pela depressão Elsa, em 2019, Manuel Jorge Valamatos confirmou que apesar de terem sido feitos os levantamentos, nunca houve transferência de qualquer montante por parte do Estado. Nesta candidatura há arranjos de prejuízos causados pela depressão mas há outros que estão fora desta candidatura. A intervenção na Ribeira de Rio de Moinhos “tem tudo a ver com a depressão Elsa”, apesar de os valores apresentados na altura serem menores. No entanto, “há coisas que a depressão Elsa deixou que não estão nesta reabilitação mas os estragos maiores da depressão aconteceram nesta linha de água” e esses estão nes-
te projeto. Existem ainda algumas situações deixadas pelo mau tempo de 2019, nomeadamente em Martinchel e Sentieiras que não estão abrangidas por esta candidatura. Relativamente aos estragos deixados pela depressão Elsa, “nunca houve transferência de dinheiro nenhum”. Ainda assim, a intervenção de reabilitação da rede hidrográfica da Ribeira de Rio de Moinhos vai avançar, num investimento de mais de 2 milhões e 700 mil euros. A REACT-EU - Assistência à Recuperação para a Coesão e os Territórios da Europa não é uma fonte de financiamento nova, mas sim um complemento às dotações do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e do Fundo Social Europeu para 2014-2020. As dotações podem ser utilizadas até ao final de 2023, como foi o caso das dotações iniciais. Patrícia Seixas PUBLICIDADE
Maio 2022 / JORNAL DE ABRANTES
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REGIÃO / Abrantes
Maioria socialista chumba repuxo no rio Tejo // A maioria socialista do Executivo da Câmara de Abrantes chumbou a proposta de deliberação apresentada pelo vereador Vítor Moura, eleito pelo PSD, acerca da construção de um repuxo no rio Tejo, na zona do Aquapolis.
Ainda antes da apresentação da proposta, o presidente da Câmara de Abrantes anunciou que votariam contra, caso o vereador social-democrata insistisse em apresentar a proposta. “Das duas, uma”, começou por dizer Manuel Jorge Valamatos que acrescentou “ou o senhor vereador retira esta proposta e volta a colocá-la a reunião de Câmara com outro tipo de pressuposto, ou digo-lhe que nós vamos votar contra”. O autarca avançou que esta ideia ”de um géiser esteve pensada e até existe, pelo menos, um esboço inicial” que nunca andou e, “de acordo com a informação que tenho, comigo não andaria, porque estamos a falar de milhares de euros”. O presidente da Câmara considerou haver outras prioridades para investir e disse mesmo “comigo não (...) porque não é isso que os abrantinos querem nem precisam”. No entanto, pediu mais informação a Vítor Moura visto que “o géiser não vamos fazer mas o senhor fala de um repuxo... é um repuxo que custa 500 ou 600 euros? Se for, até nós os dois o fazemos”. Manuel Jorge Valamatos voltou a pedir que o vereador social-democrata retirasse a proposta e que “trouxesse um projeto, algo já devidamente esclarecido, para sabermos o que é que estamos a votar”. É que, segundo o presidente, “isto não passa de uma intenção e não apresenta valores, nem o objeto em concreto”. Vítor Moura explicou que as dúvidas do presidente estavam expostas na proposta que “deixa ao Executivo a tarefa de podermos, em momento oportuno e em fase de projeto, dar resposta às questões que aqui põe”. Lembrou que o PSD “coloca sempre a sílaba tónica nas questões do desenvolvimento económico de Abrantes e que dá prioridade a coisas que
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//Rio Tejo não vai ter repuxo na zona do Aquapolis
não são repuxos, que não são lazer, que não são turismo. É por isso que estamos agora a falar disso”. Vítor Moura deu conta que a primeira frase da sua proposta ilustra isso mesmo, ao dizer que “nem só de pão vive o homem”. O social-democrata dirigiu-se novamente ao presidente afirmando que “o senhor preocupa-se, e muito bem, com o dinheiro que isto possa custar, assim como os abrantinos terão ficado assustados e até alarmados quando ouviram dizer que ia ser feito em Abrantes um açude de 10 milhões de euros. E ficam assustados quando ainda há dias pagámos uma reparação nesse açude de 400 mil euros”. Vítor Moura disse ainda a Manuel Jorge Valamatos que “se o senhor presidente me pede para trazer o projeto disto e o estudo económico, então tem que me contratar para a Câmara. Trazemos nós as propostas com os projetos feitos e a Câmara só precisa de metade dos funcionários”. O vereador social-democrata ainda acrescentou que outras cidades com menor população têm algo que as distingue e reforçou que este é um projeto para quando houver possibilidades financeiras de o executar. O presidente da Câmara não ficou convencido com as explicações do vereador. A discussão continuou com Vítor Moura a falar de milhões que foram gastos pelo concelho e com
JORNAL DE ABRANTES / Maio 2022
Manuel Jorge Valamatos a falar de investimentos.
A proposta e as declarações de voto
Vítor Moura decidiu apresentar a sua proposta mesmo assim e dela consta que “o sentido estético, o agradável à vista, a valorização de um espaço de excelência em local estratégico para os abrantinos e para quem passa pela nossa terra, o aproveitamento turístico também com expressão na economia local, mas também o aproveitamento do excecional espelho de água proporcionado pelo açude do rio Tejo na nossa cidade, recomendam (...) que o executivo municipal aprove a colocação de um repuxo a meio do espelho de água localizado no rio Tejo e na zona do Aquapolis na nossa cidade, a montante ou a jusante da ponte rodoviária, conforme decisão em sede de projeto, com dimensão (altura e caudal) tal que impressione as pessoas e que o mesmo seja designado por «Repuxo de Abrantes». Para o efeito e salvaguardando eventuais dificuldades orçamentais, propomos que o procedimento de concurso para a referida obra, seja lançado até 30 de junho de 2024”. Foi depois a vez do vereador do ALTERNATIVAcom se pronunciar e Vasco Damas afirmou que votava favoravelmente a ideia, com
as ressalvas já levantadas acerca das possibilidades financeiras da execução do projeto. Declarou que “em coerência com algumas das posições que fui aqui tomando, uma das coisas que tenho defendido em nome do movimento ALTERNATIVAcom, é que a notoriedade de Abrantes também seja alcançada por alguma diferenciação”. Na sua declaração de voto, Vasco Damas acrescentou que “votamos favoravelmente a ideia mas defendemos que se enquadre num programa abrangente de valorização do espelho de água, respetivas margens e Aquapolis norte e sul. Eventualmente, avaliação de projetos de investimento que possam existir e onde se possa enquadrar este investimento. Defendemos também que a ideia seja posta à discussão pública prévia, com todas as informações pertinentes, incluindo os custos de investimento e manutenção do projeto, ficando o investimento dependente dessa análise. Manuel Jorge Valamatos apresentou também a declaração de voto dos eleitos socialistas, que votaram contra, e começou por afirmar que “esta proposta de inovadora tem muito pouco”. Relembrou que “na elaboração do projeto inicial do Aquapolis chegou a estar prevista a construção de um “gêiser” (mais próximo da margem sul), construção esta que
se percebeu rapidamente que seria bastante onerosa (ao nível da instalação e também da manutenção) e que ficou sem efeito. Portanto, dá logo para entender que nada temos contra esta ideia, contudo, atendendo aos seus elevados custos de construção e manutenção, a pergunta que deixamos é: Será que o que Abrantes precisa mesmo nesta fase é a construção de um repuxo no leito do rio? Os eleitos pelo Partido Socialista afirmam categoricamente que não, este não é um assunto prioritário para o desenvolvimento de Abrantes no imediato. Mais, como já temos referido noutras propostas de deliberação aqui apresentadas e votadas, será importante os senhores vereadores quando as apresentam, serem mais objetivos e detalhados naquilo que pretendem, inclusivamente terem o cuidado de suportar as propostas de deliberação com estudos de viabilidade económico-financeira dos projetos ou ideias, pois só assim teremos todos os dados necessários para votarmos em plena consciência. Pelas razões apontadas os eleitos do Partido Socialista votam contra a proposta do vereador eleito pelo PSD”. Com dois votos favoráveis e cinco votos contra, a proposta de um repuxo no rio Tejo na zona do Aquapolis foi chumbada por maioria. Patrícia Seixas
REGIÃO / Constância
“Município apresenta uma dinâmica interna muito promissora” // O dia começou com o içar das bandeiras junto à Câmara Municipal. Contou com Guarda de Honra prestada pelos Bombeiros Voluntários de Constância e a presença da Banda da Associação Filarmónica Montalvense 24 de Janeiro. Em Constância, a segunda-feira a seguir à Páscoa é Feriado Municipal e Dia de Nossa Senhora da Boa Viagem. Após o breve ato formal, os convidados subiram ao Salão Nobre dos Paços do Concelho para a Sessão Solene evocativa do feriado municipal. No seu discurso, o presidente da Câmara Municipal de Constância, lembrou os problemas demográficos de um concelho a duas velocidades. “Tendo em conta os Censos de 2021, o concelho perdeu 255 habitantes em dez anos”. Enquanto que nas freguesias de Constância e de Montalvo a perda de população “é residual”, a freguesia de Santa Margarida da Coutada viu sair 187 habitantes, um número “significativo”. Anunciou que a Câmara tem feito “o possível para atrair população, com enfoque na freguesia de Santa Margarida da Coutada”. Sérgio Oliveira recordou “duas medidas que tomámos para inverter esta situação”: a venda de lotes municipais ao preço simbólico de 5€ o metro quadrado e a isenção do pagamento de taxas urbanísticas para quem construa ou reconstrua habitação própria permanente. Também o facto “de termos 100% do nosso território concelhio coberto com rede móvel e fibra ótica, torna-nos bastante competitivos e atrativos”, disse. Com estas medidas, “o número de processos de licenciamento na área do urbanismo, passaram de uma média de 145 processos/ano entre 2015 e 2017, para uma média anual de 221 processos entre 2018 e 2021”. No entanto, apesar das boas notícias, o autarca não esqueceu que “existe um problema estrutural do concelho, da região e do país, que está ligado ao aspeto demográfico, económico e social e em que a sua resolução tem vindo a ser adiada durante os últimos 30 anos: uma nova travessia sobre o rio Tejo”. Os investimentos previstos no âmbito do PRR também mereceram destaque no discurso do presiden-
//Funcionários do Município distinguidos no Dia do Concelho te que falou da candidatura para criação de uma Loja do Cidadão. Um investimento que ultrapassa 1 milhão e 200 mil euros, com um financiamento máximo de 900 mil euros”. Anunciou ainda candidaturas para a melhoria das acessibilidades a pessoas de mobilidade reduzida em vários arruamentos na freguesia de Santa Margarida da Coutada, para a criação de zonas de sombreamento natural (plantação de árvores) e, em articulação com a MédioTejo 21 - Agência Regional de Energia e Ambiente do Médio Tejo e Pinhal Interior Sul, “estamos a estudar a possibilidade de instalar painéis fotovoltaicos nos edifícios municipais, com vista à redução da fatura de energia”. Sérgio Oliveira destacou ainda as obras que vão iniciar-se em breve na zona histórica da vila, ficando a faltar “o novo Museu dos Rios e das Artes Marítimas e a praia fluvial”, bem como outros investi-
//Embarcações engalanadas é um dos momentos altos da festa mentos com projetos já na calha. “Caso consigamos executar estes projetos, que dependem em grande parte da aprovação das candidaturas a fundos comunitários, o investimento público ultrapassará os dois milhões de euros”, anunciou o presidente da Câmara. Sérgio Oliveira deixou ainda “al-
gumas considerações em matérias que têm uma influência decisiva na atividade municipal”. Desde logo, afirmou, “a diminuição em 300 mil euros das transferências do Orçamento Geral do Estado para o nosso Município”. O autarca disse não compreender “que as previsões económicas apontem para um cres-
cimento de 4.9% para o nosso país este ano e que se refaça uma redução nas transferências para os municípios. Com esta perspetiva, com as arestas que terão que ser limadas no âmbito da descentralização administrativa, bem como o aumento brutal do preço da energia elétrica, não compreendemos esta postura”. Para o presidente da Câmara de Constância, “ao seguir este caminho, a autonomia do poder local (...) é ferida de morte” e os municípios, sem capacidade de realizar investimento, “passarão a ser uma mera comissão de gestão corrente para pagar água, luz e salários”. Sérgio Oliveira desafio os autarcas para “a uma só voz, contestem este facto, a bem do poder local e da sua autonomia”. Por outro lado, acrescentou, “a burocracia, as demoras e a pouca capacidade de intervenção que os municípios têm na definição dos instrumentos de gestão do território, limitam e condicionam a nossa ação”. A falta de médicos nos Cuidados de Saúde Primários também não foi esquecida pelo autarca que finalizou dizendo que “o Município apresenta uma dinâmica interna muito promissora e que está à vista de todos”. Devido à pandemia, nos dois últimos anos não se procedeu à distinção dos funcionários com 10, 20, 30 e 40 anos de serviço na Câmara de Constância. A cerimónia de entrega das medalhas teve lugar no dia 18 de abril e, com uma salva de prata, para assinalar os 40 anos “de dedicado trabalho ao Município”, foram distinguidos os funcionários António Gomes e Francisco Patrício. Após a cerimónia, procedeu-se a uma visita às ruas engalanadas e desceu-se até ao rio para receber as embarcações que aportaram em Constância para receber a bênção de Nossa Senhora da Boa Viagem. As cerimónias religiosas dominaram depois as atenções do dia. À noite, pelas 22h00, a constanciense Ana Laíns encerrou os concertos deste ano. Pelas 24h00, como esperado anualmente, as Festas do Concelho de Constância despediram-se com um espetáculo piromusical que contou com a presença do Carrilhão LVSITANVS na margem ribeirinha. Patrícia Seixas PUBLICIDADE
Maio 2022 / JORNAL DE ABRANTES
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REGIÃO / Sardoal “Namoro” com Noiseau com vista a futura geminação // O Município de Sardoal e o Município de Noiseau, situado a cerca de 30 quilómetros de Paris, iniciaram há pouco mais de três anos um “namoro” que, no futuro, poderá dar origem à geminação dos dois territórios.
//Paulo Sousa
Uma comitiva da Câmara Municipal de Noiseau esteve presente em Sardoal durante a Semana Santa, algo para o qual já tinham sido convidados antes mas que a pandemia não permitiu. Miguel Borges, presidente da Câmara de Sardoal, explicou que foi a Câmara de Noiseau quem fez o primeiro contacto, “através de uma portuguesa que lá trabalhava na altura”, após terem “pesquisado e verificado alguns aspetos em que se identificavam connosco”. Nas questões que aproximam os dois municípios estão “a dimensão, a beleza do Património, o número de habitantes, a calma e a qualidade de vida...” Perante este “piscar de olho”, em Sardoal pensou-se que “poderia estar aqui um bom princípio de namoro”. E foi na última viagem com os jovens alunos, que o Município realiza anualmente, excetuando os dois anos de pandemia, que o primeiro encontro se deu. “Como estávamos num parque de campismo a cerca de 40 quilómetros de Paris e, pelo meio, ficava Noiseau, eu desloquei-me até lá e conheci o
//Assinatura da Carta de Princípios no Centro Cultural Gil Vicente presidente da Câmara e o autarca pôde conhecer depois os nossos jovens”, contou Miguel Borges. Em Sardoal, esteve presente o presidente da Câmara de Noiseau, Yvan Femel, acompanho de três conselheiros sendo que um deles é o responsável pelas geminações. “A geminação é algo que está muito desenvolvido em França, têm até uma Associação das Gemina-
ções, e têm um português que até há bem pouco tempo era o responsável pelas relações internacionais da Câmara de Paris e que deu sempre uma grande dinâmica a este processo de geminação entre municípios franceses e portugueses”. Na Quinta-feira Santa, 14 de abril, as comitivas juntaram-se no Centro Cultural Gil Vicente e assinaram uma Carta de Princí-
pios onde se comprometeram a colaborar “solidariamente para o bem-estar dos seus cidadãos e o desenvolvimento de relações mútuas”. Manifestaram ainda a intenção “em estreitar laços de cooperação, visando o encontro entre as populações dos dois Municípios e das suas associações representativas, estabelecendo parcerias e partilha de ideias”. O documento assinado pelos dois autarcas define por princípios: promover e desenvolver o turismo; aprofundar relações de intercâmbio cultural e económico, através de troca de experiências culturais, desportivas e sociais; proporcionar a realização de novos projetos, num âmbito europeu, possibilitando o acesso a novas e importantes iniciativas, nos mais diversos campos de atividade; promover o desenvolvimento de uma consciência europeia, alicerçada nos princípios da cidadania e democracia, através da partilha e troca de experiências, opiniões e valores e da promoção de ações e projetos entre cidadãos; conjugar esforços e vontades de colaboração para que a paz e a prosperidade sejam as razões fundamentais que sedimentam a construção de um mundo melhor. Quantos aos processos de geminação, que se sucederam na região e no país na década de 80, parecem estar estagnados. Miguel Borges recordou que acompanhou várias ligações, “até pela minha profissão, acompanhei vários intercâmbios musicais em processos de gemi-
nação em várias cidades, não pelo Município de Sardoal mas pelo Município de Abrantes, onde era residente, e houve realmente uma altura, no início destas geminações, em que houve um grande interesse”. Seguiu-se depois “uma vazio, não houve grande dinâmica mas isso também aconteceu porque os municípios já estavam geminados”. Mas vão acontecendo porque, como contou, “numa Semana Santa lembro-me de termos visitas de um município alemão que estava geminado com o Entroncamento. Ou seja, tem havido sempre esta dinâmica”. No Sardoal, “estamos a começar agora”. O Município não tem qualquer processo de geminação, “o que não quer dizer que não tenhamos protocolos”. O presidente da Câmara lembrou “a relação forte” com Santo Antão, em Cabo Verde, “onde temos uma grande cooperação na cedência de livros para uma biblioteca que eles estão a construir”. Para já, vai continuar o “namoro” pois, como afirmou Miguel Borges, “a geminação é um processo de casamento” para o qual ainda não há boda marcada. “Há muita coisa que tem que ser feita antes de se oficializar o casamento”. Em Portugal, o processo “não é tão político” e têm de haver grupos de trabalho, “entidades externas que apoiem, que se organizem. Ou seja, é a sociedade civil que vai ter um papel muito importante em todo este processo de geminação”. Patrícia Seixas
PS abstém-se na prestação de contas do Município // Os vereadores do Partido Socialista abstiveram-se na votação da Proposta da Conta de Gerência do ano de 2021. As Contas foram aprovadas pela maioria social-democrata. O presidente da Câmara Municipal de Sardoal apresentou a Proposta da Conta de Gerência do ano de 2021 na reunião do Executivo de 22 de abril. Segundo Miguel Borges, “foi um ano em que continuámos com algumas obras, como a requalificação da piscina descoberta, tivemos o percalço do talude à entrada de Sardoal, a continuidade das obras da escola, o início dos procedimentos para a obra do Externato, adjudicado em agosto passado, foi também o ano em que elaborámos a Estratégia Local de Habitação, continuámos com os apoios sociais, a dinâmica cultural que temos mas, claro, tudo isto com os constrangimentos próprios do período Covid que ainda apanhou uma parte significativa do ano”. O autarca resumiu o documento, anunciando que “de uma forma geral, tivemos uma taxa de execução da receita de 91%, uma taxa de execução da despesa de 89%, o resultado líquido do período foi um
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//Contas de 2021 aprovadas por maioria em reunião de Câmara e na AM resultado negativo de 346.806,10 euros. Recordo que o ano passado tinha sido 729 mil euros. Temos uma diminuição da dívida de 1.308.196,97 euros. Não há pagamentos a mais de 90 dias e temos o
JORNAL DE ABRANTES / Maio 2022
prazo médio de pagamento que reduziu para 48 dias”. Miguel Borges lembrou que este prazo tem vindo sempre a diminuir. “Apesar de não estar satisfeito com estes números pois gostaríamos que o prazo
de pagamento fosse muito menor mas, considerando o histórico…” Recordou que em 2012 o prazo de pagamento era de 206 dias, tendo vindo a diminuir gradualmente ao longo dos anos. O valor da dívida neste momento, “que também tem vindo a diminuir”, é de 3.732.501,90 euros. Os vereadores do Partido Socialista, Pedro Duque e Patrícia Silva, abstiveram-se na votação do documento e Pedro Duque apresentou a declaração de voto dos vereadores da oposição. Assumem que o voto levou em linha de conta “uma ténue recuperação dos indicadores económico-financeiros do Município. Não será de todo alheio a esta realidade um conjunto de encargos que, pelas piores razões, designadamente por via da situação pandémica que assolou o Mundo inteiro nestes últimos dois anos, deixou de ter que suportar”.
Contudo, afirmou que “é altura de relembrar que passado mais um ano, continuam por resolver os principais problemas estruturais do concelho e bem assim o desenvolvimento de alguns dos projetos, há muito anunciados cuja conclusão não se vislumbra”. Pedro Duque enunciou depois a recuperação da Casa Grande, o aproveitamento da Barragem da Lapa, a revisão do PDM, a recuperação dos edifícios habitacionais da Tapada da Torre e a recuperação das ETARs de Andreus e Valhascos”. Assim sendo, a Câmara Municipal deliberou por maioria, com três votos a favor (PSD) e dois votos de abstenção (PS) as Contas do Município no ano de 2021. Em Assembleia Municipal, realizada a 29 de abril, a votação repetiu-se. A proposta foi aprovada por maioria, com os votos favoráveis do PSD e a abstenção do PS. Patrícia Seixas
REGIÃO / Abrantes // FESTAS DA CIDADE 2022
Grandes concertos voltam ao Largo 1.º de Maio // Decorrem de dia 9 a 15 de junho as festas de Abrantes, este ano com algumas alterações. A maior novidade tem a ver com a localização do palco principal que está de regresso ao Largo 1.º de Maio. Nas palavras do presidente da Câmara, “numa praça requalificada, com um potencial enorme, ampla e capaz de receber muita gente”. O Largo 1.º de Maio será o palco que a partir do segundo dia de festa, dia 10 de junho, irá ter os principais artistas a atuar. Entre eles estarão Mickael Carreira no dia 10, Barbara Bandeira no dia 11, Luís Trigacheiro no dia 12, José Cid & Quinteto no dia 13, Hotplay, que são um tributo aos Coldplay no dia 14 e no dia 15 de junho, o último dia das festas, Os Quatro e Meio pisarão o palco no 1.º de Maio, mesmo de frente para o tribunal. No primeiro dia das festividades, artistas como a Rita Guerra e Héber Marques, dos HMB, assim como a Orquestra Ibérica e o Internacional Voices Ensemble vão atuar num palco na zona do Aquapolis Sul. “Esperamos ter um concerto diferente, um concerto único, para abrir as festas com o tradicional fogo de artifício”, acrescenta o presidente. Nesta mesma noite, os Cromos da noite by Cidade Fm também estarão presentes no palco do Hipódromo dos Mourões. Para uma melhor deslocação, a Câmara, mais uma vez, vai
//Manuel Jorge Valamatos, com Luís Filipe Dias e Anabela Diogo na apresentação do programa das Festas da Cidade 2022 disponibilizar autocarros com circuitos regulares que circulam desde o Largo 1.º de Maio e o estacionamento do Intermarché, em Alferrarede, até ao Rossio ao Sul do Tejo. Volta a haver um palco da juventude, dedicado à população mais
jovem, que abrirá após os concertos principais e contará com a presença de vários Djs. Na praça da República, “onde temos as tasquinhas”, terá um palco mais dedicado à música tradicional e popular. Ao lado, no jardim da Escola Superior de Tecnologia de
Abrantes, um espaço “mais dedicado às crianças”, sendo assim um espaço mais dedicado às famílias. Ao todo, as festas contam com cinco espaços com palcos e repletos de atividades que também irão dar enfâse à tradição. As marchas trazem a esta festa “uma linguagem com a flor, fazendo assim uma ligação com o termo cidade florida”, acrescentou Manuel Jorge Valamatos. Ranchos folclóricos e animação de rua são algo que também se pode esperar no palco tradições, na Praça Barão da Batalha. No dia 14 de Junho, a Quartel Galeria Municipal, abre portas com exposições de artistas do concelho, fortalecendo assim a ideia de “colocar esse espaço para os nossos”. O autarca referiu ainda as preocupações a nível ambiental e este ano nas Festas da cidade florida vão haver copos específicos, ecológicos e recicláveis. Cada pessoa deve ter o seu copo e deve de o reutilizar ao longo da festa, com vista a reduzir as quantidades de lixo que era produzido com os milhares de
copos que ficavam espalhados. Outra das novidade serão as “casinhas” de madeira que vão tomar o lugar das bancas na Feira de Artesanto. “Hoje estamos a anunciar o relançar das festas”, com um cartaz que já se encontrava estruturado há 2 anos. Para Manuel Jorge Valamatos, “também é um motivo de satisfação e grande otimismo e sobretudo de esperança da vida” voltar à normalidade, tendo em atenção a situação pandémica na qual o hospital de Abrantes foi considerado o hospital de referência, em que entravam nas urgências “dezenas e dezenas de pessoas a todas as horas”. Nestas Festas de Abrantes, o presidente espera a presença de todos. “Temos estas festas que tentam conjugar esta ideia de Abrantes, do orgulho de ser abrantino”, afirmou o autarca, referindo que as Festas são de todo o concelho. Mencionou ainda que entre o dia 9 e o 15 de junho, “todas as direções apontam para Abrantes”. Maria Francisca Carvalho PUBLICIDADE
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REGIÃO / Vila Nova da Barquinha
Comissão Executiva já prepara Centenário da Associação Humanitária dos Bombeiros // Aproximam-se os 100 anos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova da Barquinha. Os atuais órgãos sociais e os sócios aprovaram a Comissão Executiva que vai ter a missão de planear, programar e preparar as atividades do Centenário de vida e serviço à comunidade, a ocorrer no ano de 2025. Com o objetivo de perpetuar, regenerar e alargar o vínculo de todos quantos estão ligados à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova da Barquinha (sócios, bombeiros voluntários, músicos, familiares e entidades públicas e privadas), foi aprovada a Comissão Executiva que vai preparar a celebração do 100º aniversário, a acontecer em 2025. A cerimónia pública de instalação da Comissão Executiva teve lugar no dia 30 de abril em frente ao Centro Cultural da vila, local do primeiro quartel dos Bombeiros de Vila Nova da Barquinha. O historial da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova da Barquinha (AHBVVNB) foi descrito pela bombeira voluntária Joana Forinho que conduziu a restante cerimónia. Miguel Pombeiro é o presidente da Assembleia Geral da Associação Humanitária e congratulou-se por, em abril de 2022, já se estar a trabalhar para o Centenário. “Sinal de que temos Órgãos Executivos na nossa Associação que prezam pela excelência do seu trabalho e pelo planeamento”. Afirmou que “estas comemorações deverão servir para honrar todos aqueles que ao longo de um século servem e serviram esta Associação, que a ajudaram, que com ela colaboraram e há, portanto, que honrar o passado. Mas devem ter também uma visão de futuro, uma visão de sustentabilidade para o seu segundo século de vida”. Miguel Pombeiro registou ainda “o simbolismo do local onde estamos
//Comissão Executiva tomou posse e os trabalhos começaram no próprio dia a fazer o arranque formal da preparação deste centenário”, referindo-se ao edifício que foi a primeira sede e que continua a ser “um local público”, para que leve “ao envolvimento de toda a comunidade”. O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, também ele um dia bombeiro voluntário, “estou no Quadro de Honra, mas de outra Corporação”, disse ser “uma honra” pois, a AHBVVNB “é aquela que nos socorre,
nos acode, nos preserva os bens, os materiais, e que nos acompanha no seu dia-a-dia nesta longa jornada que é a vida, criando bem-estar a toda a população”. “É mais que justo nestes 100 anos, lembrar também aqueles que deram a vida a esta Associação, no seu espírito, na sua solidariedade, na sua humanidade, naquele lema conhecido de todos «Vida por Vida», acrescentou o autarca. Fernando Freire espera que,
“com esta Comissão, possamos celebrar os 100 anos com muita dignidade, com muita honra e, essencialmente, valorizando aqueles que deram, e muito, de si a esta Associação. Por isso, meus amigos, hoje começa uma nova jornada. (…) Ao trabalho!” António Ribeiro, presidente da Direção da AHBVVNB, começou por falar da estranheza de alguns perante esta cerimónia pois, como disse, “as pessoas não estão habi-
Zona baixa de Tancos com mesmas regras de construção que o resto do concelho // A Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha aprovou, por unanimidade, a revogação do Plano de Pormenor de Salvaguarda da Zona Baixa de Tancos. Esta decisão, segundo Fernando Freire, “tem a ver com o que aprendemos em Vila Nova da Barquinha”. “Em 2018 tínhamos um Plano de Salvaguarda na zona histórica da vila e era extremamente limitativo quanto à reconstrução e requalificação do edificado”, explicou o presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha que ainda adiantou que o Plano “tinha critérios muito objetivos de conservação, manutenção e de reedificação, nomeadamente, com as cérceas e outros nomes técnicos”.
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Para contornar as limitações, “na sequência da regulação do Plano de Salvaguarda, criámos um regulamento de urbanização e edificação que mantinha aquilo que, para nós, era fundamental: a limitação nas áreas de construção, a limitação na altura dos respetivos pisos e a limitação na intervenção, mantendo a forma tradicional, nomeadamente mantendo os beirados portugueses, a estrutura das
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janelas, mantendo o granito ou o calcário, as chaminés... ou seja, todas as questões que consideramos serem caraterizadoras ou endógenas ao próprio território”. Após esta regulação, “aconteceu o que está à vista de todos”. A “grande intervenção que houve em Vila Nova da Barquinha e que, de facto, não descaracterizou a vila”. Segundo Fernando Freire, “deram entrada na Câmara Munici-
pal alguns pedidos que estão enquadrados na paisagem e na zona baixa de Tancos” e para quais os quais “queremos também ter este conceito”. “É este regulamento” que o Município quer agora replicar na zona baixa de Tancos, “uma localidade lindíssima com vista sobre o Arripiado e que tem algumas limitações na questão da construção”. Assim sendo, decidiu a Câmara
tuadas a que se planeie com tanta antecedência”. Partilhou com os presentes a importância do dia e “o trabalho que vai ser feito por esta Comissão”. Para o presidente da AHBVVNB, “esta Comissão vai ter um papel fundamental na mudança de ciclo dos primeiros 100 para os 100 anos seguintes. António Ribeiro considera que “o dia dos 100 anos é um dia do senhor ministro ou do senhor secretário de Estado, em que se entregam louvores e diplomas e não passa disso”. “Nós queremos fazer diferente”, afirmou. “Somos um concelho pequenino, mas queremos fazer com inovação, com uma adaptação aos novos tempos, com as novas tecnologias, com a gestão por processos, com a gestão financeira, com a gestão de recursos humanos… tudo aquilo que se diz, mas que é preciso pôr em prática. E temo-lo provado até agora que é assim que temos feito”, acrescentou António Ribeiro. Manter em mente a humildade e achar que pode sempre ser feito melhor vai continuar a ser o posicionamento da Direção e António Ribeiro deixou ainda “uma palavra de incentivo, de estímulo e de agradecimento aos elementos da Comissão”. Compõem a Comissão Executiva de preparação do Centenário: António Ribeiro, Carlos Mendes, César Oliveira, Filipe Morais, Henrique Ferreira, João Gralha, Jorge Gama, Manuel da Silva, Maria Antónia Coelho, Paulo Cordeiro e Sara Mendes. Patrícia Seixas
“replicar este regulamento, que é geral e abstrato ao próprio concelho, e aplicá-lo na zona baixa de Tancos”. Para o presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, “o nosso objetivo é alavancar algum investimento na zona baixa de Tancos para que se possa construir com qualidade, mantendo a traça identitária da freguesia de Tancos”. De referir que a freguesia de Tancos tem ARU - Área de Reabilitação Urbana, bem como Barquinha, Atalaia e Praia do Ribatejo. Significa isto que “há a possibilidade de isenção do IMI - Imposto Municipal sobre Imóveis, e de benefícios fiscais como a redução de IVA para obras de conservação e manutenção do edificado”. Patrícia Seixas
SOCIEDADE /
“Temos de contrariar décadas e décadas de políticas erradas” // Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial disse na cerimónia de inauguração das obras de requalificação do Cineteatro de Mação: “Temos de contrariar décadas e décadas de políticas erradas. Temos de ter apoios e majorar os apoios às empresas que já cá estão e depois atrair outras.” À margem da cerimónia, em declarações aos jornalistas, a ministra disse que a única forma que temos de valorizar os territórios do interior é olhar para eles de forma “diferente do que temos feito no passado.” De acordo com a ministra, a forma de fazer política e “de termos políticas iguais para todo o território, provou que é uma política errada. E nós tivemos décadas e décadas de políticas erradas que só acentuaram a desertificação do interior.” E no seguimento desta declaração, Ana Abrunhosa vincou que a desertificação foi acentuada em todas as suas dimensões, populacional, de atividade económica o que “trouxe depois os incêndios e as catástrofes que hoje vemos com as alterações climáticas. Aliás, Mação viveu isso ainda há não muito tempo.” E depois revelou que a única forma de alterar este estado é contrariar. E contrariar, segundo a ministra, é “olhar para o interior de forma diferente e, se for preciso, por exemplo, usar os fundos europeus de forma diferente daquela que usamos no litoral, temos de o fazer. Se for necessário criar políticas só para o interior, apoios só para o interior, é isso que temos de fazer. Se existirem políticas nacionais que impliquem um apoio maior para o interior, iremos fazê-lo.” Deixou ainda a indicação que estas medidas diferenciadoras já começaram a ser feitas no anterior governo, durante a pandemia. “Vamos continuar a fazê-lo e temos de robustecer a diferenciação, de olhar com mais atenção os problemas do interior”, referiu a ministra que mesmo assim notou que estas medidas não começarem a ser aplicadas com a maior urgência, não “conseguiremos contrariar décadas e décadas de má política que prejudicaram o nosso país.” Questionada sobre se a administração central está sensível para esta alteração, Ana Abrunhosa respondeu que o facto de existir um Ministério da Coesão Territorial no anterior governo e de continuar neste, fortemente reforçado, é seguramente um sinal e forte. O Ministério da Coesão Territorial abarca tudo o que importa para o interior: “nós temos as CCDR’s, temos os fundos europeus, temos a descentralização, temos as autarquias, temos o ordenamento do território. Temos todas as armas que interessam para a valorização do território.” A ministra não deixa
de lado o facto de, nestas matérias, ter de trabalhar com todos os outros ministérios, Educação, Saúde, Economia, Administração Interna, Ambiente (...), “mas acredito que o primeiro-ministro é o primeiro a querer que se faça política de forma diferente.” E revelou que se não acreditasse neste desígnio, não teria aceitado o convite para continuar à frente deste Ministério. A governante diz que é a voz do interior no Conselho de Ministros e que apresenta nas reuniões as vontades e as necessidades do interior do país. Por exemplo, na área da saúde, em que a descentralização para as autarquias está mais atrasada. “Temos de trabalhar. Estarei sempre ao lado dos autarcas neste trabalho de confiança que temos de fazer com os ministros das várias áreas que sejam necessárias para desenvolver este território” garantiu a governante. Em dia 25 de Abril, quando se cumpriu a Democratização e Descolonização, falta o terceiro D da revolução que é o Desenvolvimento, pois está e estará sempre em construção. “Não temos dúvidas que o nosso país, nos últimos anos, se desenvol-
veu. Também não temos dúvidas que o nosso interior se transformou, mas também não temos dúvidas que continuamos a ter um país assimétrico. E enquanto tivermos um país assimétrico, significa que o local em que vivemos não representa igualdade de oportunidades, por isso, está sempre por cumprir. Depois temos os movimentos populistas que ganham dimensão porque acham que fazemos más políticas para os territórios.” Mas a ministra vai mais longe e deixou a sua visão de coesão territorial. É que, cada vez mais, na sua ótica, tem de se olhar para os territórios do interior de forma isolada, os municípios, ou agrupados. É que, também cada vez mais há processos que têm de ser desenvolvidos de modo supramunicipal para melhor e mais rapidamente resolver problemas dos cidadãos. “Já temos bons exemplos de projetos desenvolvidos no interior em que é possível atrair atividades baseadas na tecnologia e no conhecimento para estes territórios. Aliás, estão na moda no que toca à procura de certas empresas para se locali-
zarem porque os seus profissionais procuram qualidade de vida ou de sossego para trabalhar. E falo de empresas de tecnologias da comunicação e temos excelentes exemplos de norte ao centro do país.” Ana Abrunhosa sublinhou que estes projetos hoje podem ser contados pelos dedos das mãos. Mas manifestou esperança que possam vir a ser tantos que deixem de se poder contar pelos dedos das mãos. Já sobre o declínio populacional, a governante é clara: “não conseguiremos recuperar a população que tínhamos no interior. Mas da maneira que estamos, então vamos ter problemas gravíssimos no nosso interior. E não esqueçamos 2017 em que vivemos tragédias que só aconteceram porque abandonámos o nosso interior. Durante décadas tivemos políticas erradas.” E este ministério poderá não resolver tudo em quatro anos, mas que possa criar condições para iniciar esta mudança que não pode acontecer sozinha. Tem de haver, segundo a ministra, uma participação efetiva dos municípios e das Comunidades Intermunicipais porque muitos dos problemas hoje não se resolvem à
escala municipal. E Ana Abrunhosa deixou um exemplo de um dos problemas dos nossos dias que tem de ser resolvido à escala supramunicipal: os transportes. Vincou a necessidade de os municípios terem visão estratégica de poderem trabalhar em conjunto, independentemente das suas cores políticas. E logo de seguida, a ministra indicou que “às vezes até são da mesma cor e não trabalham em conjunto.” A ministra concluiu que esta é uma responsabilidade coletiva, de todos, incluindo os cidadãos e é um trabalho sempre inacabado. “Os problemas vão mudando e temos de nos adaptar”. A sustentabilidade são se pode fazer só porque “Bruxelas” assim o quer, é uma responsabilidade de todos e se existirem dúvidas “voltemos a 2017 para saber o que são alterações climáticas e perceber o impacto avassalador que têm na nossa vida.” As políticas foram erradas, o interior está a perder cada vez mais população, resta saber se a adaptação das terapêuticas e deste “novo” olhar sobre o interior, tem ou não resultados positivos. Jerónimo Belo Jorge
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Região / Mação
Cineteatro reabre renovado e modernizado // O Cineteatro Municipal de Mação reabriu ao público no dia 25 de abril com a presença da ministra da Coesão Territorial e do vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro, entre centenas de maçaenses que quiseram associar-se à festa num 25 de abril primaveril. Primeiro foi descerrada a placa evocativa da inauguração. Depois foi cortada a fita para “abertura” do acesso à exposição sobre a história e as memórias do cineteatro de Mação, construído na década de 50 do século passado e com uma remodelação efetuada nos anos 80, também do século passado. De depois abriram-se as portas para a primeira lotação esgotada neste “novo” espaço cultural de Mação. O edifício passou a património municipal em 2015, mas as portas fecharam-se em 2020 por causa da pandemia tendo as obras de requalificação e modernização começado em 2021. Agora, a 25 de abril de 2022, voltou para ser a casa dos espetáculos e um dos pontos de encontro de todos os maçaenses. Luís Francisco Filipe, é o vice-presidente da CCDR Centro. Natural de Mação, é presença habitual nas cerimónias que se realização neste concelho, principalmente as que têm financiamento de programas geridos pela estrutura sediada em Coimbra. “Estivemos aqui no verão no antigo Quartel dos Bombeiros, uma peça social, agora estamos numa peça cultural e vamos aprovar uma candidatura para recuperação do pavilhão José Maria Maia” disse o vice-presidente da CCDR que indicou ainda que a estrutura apoiou esta requalificação com “cerca de 500 mil, em 800 mil euros de obra.” No dia em que se assinalou o 48.º aniversário da Revolução dos Cravos vincou que “estamos a cumprir Abril e esta peça ajuda os macaenses.” O presidente da Câmara Municipal de Mação, Vasco Estrela, começou por evocar todos quantos o construíram, trabalharam, atuaram, e fizeram parte desta vida (Cineteatro) e não esqueceu “todos os artistas de Mação que conseguiram dar nos momentos de alegria.” Depois explicou o processo de umas “obras necessárias” já que “este edifício não reunia as mínimas condições para aqui ter espetáculos.” Vasco Estrela explicou que foi feito o aproveitamento de uma “janela do programa PARU (Plano de Ação de Regeneração Urbana). Foi um investimento de cerca de 900 mil euros já com equipamento que não foi comparticipado pelo programa. E com mais 150 mil euros das obras do espaço exterior falamos de um investimento de mais de um milhão de euros.” O autarca deixou clara uma
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“Na zona de exposição podemos encontrar quatro cadeiras originais e uma máquina de projeção”
aposta do Município: “nos últimos anos temos reabilitado muito património do concelho de Mação, piscina, escola, pavilhão, Museu de Arte e do Sagrado do Vale do Tejo.” E se as obras estão feitas, o autarca apontou já o caminho que será preciso trilhar: “agora é preciso dinamizar este espaço e a câma-
ra tem aí um papel importante. É importante dar vida a este espaço. Ter uma agenda cultural para as pessoas do nosso concelho. E vai também permitir às associações poder voltar a trabalhar.” No dia 25 de Abril, Vasco Estrela apontou aos “3 D de Abril” com a referência que há um deles que
continua sempre por melhorar. “Descolonizar e democratizar estão cá falta aplicar o Desenvolver.” O presidente da Câmara fez uma agulha no seu discurso e virou se para a ministra, tendo referido que Ana Abrunhosa tem uma grande missão neste país e que os censos vieram mostrar, ou seja, uma cada
// Requalificação de um edifício cheio de história O Cineteatro Municipal de Mação reabriu ao público neste dia 25 de abril, depois de um investimento de 900 mil euros em obras de requalificação a que se juntam mais 150 mil na requalificação do espaço exterior. O projeto de requalificação, que manteve a traça do edifício, contou com o apoio de uma candidatura que representou financiamento de cerca de 500 mil euros no âmbito do PARU Plano de Ação de Regeneração Urbana. A intervenção no interior englobou trabalhos ao nível da modernização dos equipamentos, de som e projeção, do telhado e climatização, cadeiras, camarins e palco, entre outros, a par de um aumento da plateia e da volumetria para receber uma caixa de palco adequada, assim como em tetos, paredes e pavimentos, e outros trabalhos relacionados com a rede de abastecimento de água, esgotos, segurança contra incêndios, instalação de equipamentos elétricos, climatização e rede estruturada de telecomunicações e informática. O rés do chão tem o auditório,
JORNAL DE ABRANTES / Maio 2022
‘foyer’ com um espaço de apoio aos utilizadores, um balcão de atendimento, espaço de bar (também de apoio à esplanada) e sanitários. Já no primeiro piso, o Salão Nobre é um espaço para exposições, pequenos colóquios ou ações de formação. Neste piso foi ainda preparado um Espaço de Memória do cineteatro, com alguns elementos antigos, uma resenha
histórica do espaço e do próprio teatro em Mação. O Cineteatro de Mação foi inaugurado nos anos 50 e intervencionado na década de 80 do século passado, estando, há alguns anos, “sem condições de utilização cómoda e segura, e há mais de uma década sem cinema”, o que vai mudar a partir de agora.
vez mais desertificação dos territórios do interior do país. “Se houve governo que pôs está questão em cima da mesa foi o governo de António Costa. Se houve resultados é outra questão” disse Vasco Estrela que não escondeu que a ministra “vai ter de ter uma enorme resistência, força para contrariar o peso das grandes cidades.” A ministra da Coesão Territorial deixou o elogio à escolha da data para a inauguração desta requalificação: “É um polo mais que cultural, é um polo da vida dos macaenses que ganha nova vida até porque houve requalificação do espaço exterior. É uma de preservar a nossa memória, a nossa história, a identidade para construir um caminho de futuro.” A ministra fez referência aos tempos difíceis da pandemia. “Quem diria que numa semana a administração pública e as empresas desconfiaram que podiam trabalhar em teletrabalho e houve um redescobrir dos territórios do interior. Muitas famílias e empresas hoje repensam as duas vidas.” Depois deixou uma ideia que tem vindo a transmitir. “Temos de contrariar décadas e décadas de políticas erradas. Temos de ter apoios e majorar os apoios as empresas que já cá estão e depois atrair outras.” Ana Abrunhosa referiu-se ao presidente de uma Câmara que tem apresentado muitas candidaturas, para depois concluir “gostamos destes autarcas que nos desassossegam.” A ministra recebeu uma boina que lhe foi oferecida pelo vice-presidente da Câmara de Mação, António Louro. E explicou porquê: “A última vez que cá estive chovia a cântaros e um amigo tinha uma boina para a qual olhei. Prometeu-me uma e hoje veio dar-me uma. Serei uma ministra de palavra. Não poderei dizer sim a tudo, mas seguramente vamos apoiar muitos projetos para Mação.” Jerónimo Belo Jorge
REGIÃO / Vila de Rei
Município apresenta Plano Estratégico para o Turismo // O Auditório Municipal de Vila de Rei recebeu, na tarde do dia 21 de abril, a sessão de apresentação do Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico de Vila de Rei – 2030, um documento que pretende construir uma estratégia global de desenvolvimento da atividade turística no concelho, criando trajetórias e apostas neste sentido. A sessão contou com a presença do vice-presidente da Câmara Municipal e responsável pelo pelouro do Turismo, Paulo César Luís, e de Paula Reis, coordenadora do projeto e docente no Instituto Politécnico de Castelo Branco. O Plano foi desenvolvido pelo Município de Vila de Rei, pelo Instituto de Castelo Branco e pela Universidade de Évora, com a colaboração de diversos parceiros e operadores turísticos vilarregenses, com o objetivo de desenvolver um trabalho conjunto que possa captar investidores, comércio local e agentes intervenientes de promoção e dinamização turística e, da mesma forma, consolidar o trabalho e dar novas ferramentas aos agentes já presentes no território. Durante a sua intervenção, Paulo César Luís realçou que “este Plano vem dar-nos as guias orientadoras para que possamos implementar, de forma mais eficaz, novas políticas de turismo e mostrar-nos como devemos trabalhar e que caminho seguir. Este trabalho técnico e especializado vai assumir uma extrema importância para a divulgação e promoção do território, a nível nacional e internacional, mostrando todo o potencial existente no concelho de Vila de Rei, com uma oferta vasta, diferenciada e inclusiva. Os operadores turísticos locais serão os personagens principais desta estratégia e, todos juntos, conseguiremos caminhar para mais longe e com maior rapidez. Confio que estaremos todos à altura deste desafio”. Paulo César Luís, lembrou ainda a aposta que tem vindo a ser feita na área do turismo, “não só pelo Executivo mas por toda a gente do concelho” porque, como afirmou, “os vilarregenses sentem que temos capacidades turísticas assinaláveis, capacidades de bem-receber, capacidades para nos desenvolvermos com base no turismo”, depois de ter desaparecido a área queimada no concelho. No entanto, nunca se baixaram braços e há projetos em desenvolvimento. Para o autarca, estava na hora “de dar um salto em frente”. Isso significa, nas suas palavras, “que representa a necessidade
“Só conseguimos caminhar mais longe e com maior rapidez se caminharmos juntos”
// A equipa e entidades convidadas no Museu da Geodesia obrigatória de todos os agentes turísticos se unirem, darem as mãos e não continuarmos a trabalhar como até aqui, que é cada um por si”. O autarca anunciou que “o Município de Vila de Rei tem um conjunto de iniciativas preparadas para a área turística, (...) é esse caminho que queremos seguir mas também queremos que seja consubstanciado com um plano integrado e com a ajuda de todas as entidades”. Paulo César Luís desejou que “este seja o primeiro passo para que, definitivamente, todos nós percebamos que só conseguimos caminhar mais longe e com maior rapidez se caminharmos juntos”. Paula Reis, do Instituto Politécnico de Castelo Branco e do Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Universidade de Évora, fez depois a apresentação do trabalho efetuado pela equipa que andou no terreno. Deu conta dos pontos fortes do concelho, bem como das debilidades e explicou a razão da necessidades deste Plano por parte do Município, que exigiu um Plano que não ficasse somente no papel.
“Começou pelo reconhecimento do Executivo da ausência de um instrumento de planeamento num território como Vila de Rei. O planeamento é crucial (...) em setores de atividade como o turismo, que enfrenta muitos desafios”, disse a coordenadora. A apresentação, que teve um primeiro momento no Auditório Municipal, que contou ainda com a apresentação detalhada do Pla-
no por parte de George Ramos, do Instituto Politécnico de Castelo Branco, teve depois uma outra fase que decorreu no Museu da Geodesia, no Centro Geodésico de Portugal. Aí foram apresentados dois projetos turísticos já implementados no terreno e deu-se conta do andamento do já anunciado Hotel Rural Encosta dos Gamitos. Paula Gamito e João Rosa instalaram-se
em Vila de Rei e já têm alguns investimentos. Mafalda também não é natural do concelho mas escolheu a aldeia da Relva para se instalar já há alguns anos. É jardineira e artesã e os seus trabalhos podem ser vistos no Picoto da Melriça. Susel Santos foi a representante da Turismo do Centro de Portugal. Disse-se disponível para ajudar na implementação do Plano Estratégico no terreno e destacou as mais valias de Vila de Rei, o efetivo Centro de Portugal. “Sem dúvida que, nos tempos que vivemos hoje, uma linha orientadora que possa conduzir a estratégia do concelho de Vila de Rei é sempre importante”, afirmou. Susel Santos adiantou que “sem dúvida, Vila de Rei ocupa um espaço especial porque está no centro do centro de Portugal (...) e existem atualmente traços e orientações, que foram mencionados na apresentação do estudo, que o Turismo de Portugal e o Turismo Centro de Portugal também defendem”. Com um horizonte temporal de implementação que se estende até 2030, o Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico de Vila de Rei pretende assumir-se como referência para os agentes locais que integram a cadeia de valor do turismo, com vista à implementação de uma estratégia definida que possa contribuir para o enriquecimento do território e do concelho de Vila de Rei. Patrícia Seixas
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REGIÃO / Turismo
Museu da Metalúrgica Duarte Ferreira integra rede nacional de Turismo Industrial // A aposta no Turismo Industrial permitirá combater a sazonalidade, alavancar estadias mais prolongadas e promover a coesão territorial, defendeu o presidente do Turismo Centro de Portugal. “O Turismo Industrial é um produto turístico fundamental para a região, uma vez que está disponível 365 dias por ano e promove a coesão territorial”, disse Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, no Museu Nacional Ferroviário, no Entroncamento (Santarém), local onde foi constituída formalmente a rede de parceiros do Turismo Industrial da região Centro de Portugal. O momento foi assinalado pela assinatura da Declaração de Compromisso entre a Turismo Centro de Portugal, municípios e outros parceiros, nomeadamente empresas, tendo em vista a futura Rede Portuguesa do Turismo Industrial, desenvolvida a nível nacional. “A estruturação do produto turístico Turismo Industrial é uma receita para sermos mais atrativos e mais competitivos, mas também para podermos alavancar o crescimento de uma indústria fundamental na nossa região”, disse Pedro Machado, para quem este “é um produto turístico com características únicas” já que está disponível todo o ano. Tal facto, sublinhou, permitirá “alavancar estadias mais prolongadas e combater a sazonalidade”, sendo ainda um produto que “promove a coesão territorial”, no sentido em que “potencia também destinos de baixa densidade” populacional. “Portugal, e a região Centro em particular, ainda trabalha no sentido de mitigar dois dos nossos constrangimentos, a estadia média e uma forte sazonalidade, e este é um produto que permite combater quer a baixa estadia média, quer a sazonalidade”, afirmou o presidente do Turismo Centro de Portugal. Pedro Machado salientou ainda que a ideia de se poder “construir um produto turístico que está presente o ano inteiro e que permite alavancar estadias mais prolongadas, reforça depois a relação quer com o alojamento, quer com a restauração, quer com a economia
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local, quer com os serviços”, entre outros. Na ocasião, Manuel Cabral sublinhou que “o Museu Nacional Ferroviário tem por missão o estudo e a valorização do património ferroviário, mas não pretende ser apenas um museu. É um museu vivo, de experiências, que liga precisamente a indústria da ferrovia ao turismo. Queremos, cada vez mais, aproximar pessoas através do turismo, criando elementos que os possam trazer cá mais dias e mais noites”. “Por isso”, acrescentou, “este trabalho em rede é para todos absolutamente essencial, porque o turismo é uma pedra fundamental para a economia. A assinatura desta Declaração de Compromisso é, como o próprio nome indica, um compromisso de trabalho conjunto, de braço dado, no sentido de nos posicionarmos melhor”. Por sua vez, Jorge Faria, presidente da Câmara do Entroncamento, lembrou que “está em curso um projeto de valorização do património ferroviário do Entroncamento, numa parceria entre a Câmara Mu-
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// Luís Filipe Dias representou o Museu Metalúrgica Duarte Ferreira nicipal do Entroncamento, o Museu Nacional Ferroviário e a CP Comboios de Portugal. A assinatura desta Declaração de Compromisso em torno do Turismo Industrial é, por isso, para nós, muito importante e damos mais uma vez os parabéns por esta iniciativa”. Teresa Ferreira encerrou a ce-
rimónia, depois da assinatura de todos os parceiros na iniciativa, e recordou que o Turismo Industrial é um produto turístico que está a dar os primeiros passos em Portugal. “O grupo dinamizador do novo produto turístico, que é o Turismo Industrial, junta o Turismo de Portugal, as cinco Entidades Regionais de Turismo, a Madeira e os Açores, alguns municípios e alguns parceiros privados, como é o caso da Vista Alegre e da New Hand Lab. Juntos, temos feito um enorme esforço no trabalho de estruturação de um produto turístico à escala nacional. Agora estamos em modo de celebração, pois começamos a ver os seus frutos”, considerou. Na Declaração de Compromisso hoje assinada é referido, entre vários pontos, o empenho das partes na implementação das boas práticas e critérios de conformidade associados aos serviços de Turismo Industrial, de acordo com um Guia de Boas Práticas, estipula-se a participação conjunta em iniciativas para a sua promoção e confirma-se que o Turismo Centro de Portugal,
os parceiros e os municípios disponibilizarão informação atualizada sobre a oferta de Turismo Industrial nos respetivos ‘websites’. Assinaram a Declaração de Compromisso os municípios de Abrantes, Cantanhede, Entroncamento, Marinha Grande, Porto de Mós, Seia, Sever do Vouga e Tomar, a par de cerca de duas dezenas de parceiros, como o Museu Metalúrgica Duarte Ferreira, em Tramagal (Abrantes), o Museu Nacional Ferroviário, no Entroncamento, o Núcleo Museológico da Central Elétrica de Tomar, o Núcleo Museológico da Fundição Tomarense, o Museu e Fábrica da Vista Alegre, em ílhavo, e o Museu do Vidro, na Marinha Grande, entre outros. Luís Filipe Dias, vereador da Câmara de Abrantes disse, na altura à rádio Antena Livre o que é que representa este acordo para o Museu Duarte Ferreira. O Turismo Centro de Portugal é a entidade que estrutura e promove o turismo na Região Centro do país, abrangendo 100 municípios. Jerónimo Belo Jorge
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Mais sensibilização é a chave // Ainda não é conhecido o DECIR 2022 para o distrito, mas deverá ser muito semelhante ao ano passado. O ano vai inconstante, em relação ao clima, pelo que a aposta na prevenção e sensibilização das populações tem de ser ainda mais reforçada. 80% dos fogos deste ano tiveram origem negligente.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), através do Coman-dante Operacional Distrital (CODIS) de Santarém, em conjunto com o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF ), a GNR e a PSP organizou na manhã do dia 22 de abril, uma ação de sensibilização sobre o período de risco de incêndios de 2022. Uma ação que aconteceu na Cidade Desportiva de Abrantes e contou, no ex-terior, uma uma apresentação do dispositivo municipal para o período de risco de incêndios. Entre as viaturas e operacionais de todas as entidades envolvidas neste dispositivo estavam também três kit’s de outras tantas freguesias do concelho de Abrantes. Com alguma chuva á mistura o presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Va-lamatos, e o comandante distrital da ANEPC, David Lobato, cumprimentaram todos os operacionais antes de subirem ao auditório do Estádio Municipal para poderem ter um resumo do ano 2021 e os desafios que temos pela frente num ano 2022 que se antevê difícil. E começando por esta perspetiva, David Lobato, comandante distrital da Proteção Civil destacou o ano meteorológico como muito difícil, mesmo sem se saber como vai ser o período de verão. É que com os dois primeiros meses muito secos e quentes e com esta chuva de abril, necessária para fazer face á seca severa que o distrito ainda atravessa, a vegetação está a crescer de forma muito rápida e, em muitos casos, tar-dia. A vegetação de materiais finos é a mais complicada porque “alimenta e acelera”
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uma eventual ignição de incêndios. E depois, acrescenta o CODIS, há muitas zonas em que já foram feitos os trabalhos de limpeza de faixas e terrenos e agora “eclodiu” a vegetação de finos e será necessária uma nova intervenção. Aliás David Lobato apresentou os dados estatísticos que mostram que 2022 está a ser o ano mais seco e quente de sempre, apenas superado por 2012 que foi o mais seco, mas muito mais frio. Neste momento a ANEPC está a preparar o Dispositivo Especial de Combate a Incên-dios Rurais (DECIR) e que será muito semelhante ao ano passado. Embora ainda não esteja apresentado, a primeira fase só arranca a 15 de maio, já se sabe que os meios aéreos alocados ao distrito de Santarém são os mesmo do ano passado. Questionado sobre os concelhos que podem apresentar mais problemas este ano, David Lobato, deixou duas notas. A primeira que a Lezíria do Tejo teve, em 2021, mais grandes incêndios em relação ao Médio Tejo, que até é um território muito mais florestal. A segunda tem a ver com as preocupações dos concelhos que não têm incêndios há muitos anos e que são sempre uma preocupação para as autoridades: Ferreira do Zêzere, Abrantes, Sardoal ou Tomar. E David Lobato explicou que estes concelhos e uma parte de outros, claro, têm zonas muito florestais e muito densas que são uma ameaça a cada verão. E neste período há ainda uma outra preocupação que tem a ver com as ignições ne-gligentes. Ou seja, as queimadas que depois ficam descontroladas. E se olharmos a 2021 percebe-se que o número
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//Antes da sessão de sensibilização o presidente da Câmara e o CODIS cumprimentaram os operacionais de todas as entidades que integram o DECIR 2022 de ignições negligentes é muito superior aqueles que constituem ação deliberada do homem. Ou seja o incendiarismo. David Lobato, CODIS de Santarém, apresentou também alguns números em relação ao distrito. Um dos problemas do distrito é um elevado número de fogos iniciados de forma criminosa e, desse ponto de vista, há um trabalho a ser feito, mas não há ca-pacidade de colocar um GNR atrás de cada cidadão. Depois há um outro problema que são as ignições negligentes e é, neste campo, que há um trabalho a ser feito a montante. “É este que temos de trabalhar, é o uso do fogo. O Marco (ICFN) já aflorou este tema. Temos um distrito que é rural e as pessoas cortam os sobrantes das oliveiras, pinheiros ou vinhas e queimam. E é aqui que te-mos mensagem a passar”, indicou o CODIS porque dos “incêndios que já tem 2022, 80% tem esta causa, mau uso do fogo, abandono das queimadas,
ou outras.” E sendo uma área que se pode trabalhar junto das comunidades rurais deixou o ape-lo à Câmara de Abrantes e às autoridades locais para a sensibilização tendo como objetivo a diminuição das ignições negligentes. O comandante distrital da ANEPC deixou uma sugestão ao serviço Municipal de Pro-teção Civil e aos Bombeiros de Abrantes. Escolher todas as semanas, aleatoriamente, um dos pedidos de autorização de queimada e passar no local com uma equipa mul-tidisciplinar. Trata-se de uma ação de sensibilização para poder ver se a queima está a ser bem feita ou não, se cumpre as regras e, na altura, explicar as regras. Diz o co-mandante que funciona muito como prevenção até porque nas aldeias, depois há a conversa boca a boca e terá reflexos. Por outro lado indicou que o projeto aldeias seguras é também
uma forma de man-ter os pequenos aglomerados populacionais informados e preparados para qualquer eventualidade. David Lobato deixou ainda a nota de que, em 2021, a resposta dos meios de comba-te foi por “a carne toda no assador” porque um incêndio grande começa sempre como incêndio pequeno. E a estratégia funcionou. Mas o CODIS deixou a pergunta “e num dia que tenhamos 7 ou 8 incêndios em simultâneo?” E é esse o fator que a Proteção Civil distrital prefere não equacionar e, por isso, agir muito antes.
Abrantes tem 10 freguesias com kits de primeira intervenção
Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, abriu a sessão e desta-cou a sua importância em relação ao calendário que “temos pela frente, apesar de termos um dia de chuva.”
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para prevenção de incêndios
freguesias, que nos períodos de alerta la-ranja ou vermelho ficam “à disposição do comandante dos Bombeiros Voluntários de Abrantes” que, juntamente com as equipas de sapadores da Associação de Agriculto-res, criar uma rede de pré-posicionamento de meios que permite encurtar de forma muito significativamente os tempos de resposta da primeira intervenção.
ICNF destaca trabalho de prevenção
O autarca disse que tem de haver uma preparação para o verão, porque quando chegar o tempo mais quente “vamos andar todos com o coração nas mãos e por isso quero agradecer a todas as entidades que fazem parte do nosso dispositivo.” O autarca deixou também a nota que estas pessoas, agentes de Proteção Civil do concelho de Abrantes, fazem parte de uma família porque existem reuniões regulares nos períodos em que o dispositivo está ativo. E depois referiu a presença dos presi-dentes de junta de freguesia para destacar logo de seguida a aposta dos Kit’s de pri-meira intervenção que fazem um trabalho notável. E indicou que não é apenas no combate aos incêndios que esta parceria funciona, é também na prevenção e sensi-bilização. Manuel Jorge Valamatos indicou que este ano há duas estreias nos acordos. Fontes e Pego também vão ter as suas equipas nas
Marco Santos, do ICNF, deslocou-se a Abrantes para apresentar alguns números so-bre o distrito e sobre o concelho de Abrantes, para destacar o bom trabalho que tem sido feito na prevenção. O ano 2021 correu bem no planeamento e desde logo, para 2022, houve uma intenção de, em todos os municípios, fazer uma apresentação do que são as boas práticas. Na prevenção estrutural, em 2021, o ICNF fez uma gestão de combustíveis em mais de 1600 hectares e há uma aposta em aumentar estes números, de forma estratégi-ca. Marco Santos fez dois elogios públicos em relação ao concelho de Abrantes. Um des-ses elogios teve como destinatário a Associação de Agricultores que, afirmou, tem uma grande dinâmica no concelho de Abrantes e limítrofes no que diz respeito à ges-tão das faixas combustíveis. O ICNF vai até reforçar este apoio e entregou, em regime de comodato, dois tratores para melhorar a capacidade de trabalho desta estrutura. O outro elogio teve como destinatário o Município de Abrantes e o seu Serviço Mu-nicipal de Proteção
Civil que terá também muito a ver com estes resultados. De acor-do com este responsável o trabalho do ICNF é feito em articulação com os sapadores e na facilidade e proximidade entre estas entidades. Marco Santos destacou ainda o esforço do Instituto no distrito, com 21 equipas de sapadores florestais, três brigadas das comunidades intermunicipais, e esforço para colocação de máquinas de rasto para o dispositivo. No que diz respeito aos incêndios, em 2021, há uma evolução positiva. A meteorolo-gia pode ter ajudado, mas de acordo com Marco Santos, há um trabalho grande de articulação entre todas as entidades, desde a prevenção à capacidade de comando e combate. E na análise dos números, há uma diminuição de 40 % no número de ignições, em relação ao decénio anterior. Também a a área ardida representa menos 80% em rela-ção ao decénio anterior. Já no que diz respeito à plataforma online para registar os pedidos de autorização para queimas e queimadas Marco Santos indicou que é muito usada e deixou este número “só em Abrantes, neste ano de 2022, houve 7031 pedidos de autorização para a realização de queimas ou queimadas. É o segundo concelho do distrito de Santarém que só é superado por Torres Novas.”
O trabalho das forças policiais
Luís Marques, comandante do Destacamento de Abrantes da Guarda Nacional Re-publicana, avançou com a explicação da atuação desta força. A GNR pode
atuar em três áreas distintas com as suas equipas, já que tem na sua estrutura do SEPNA, Ser-viço de Proteção da Natureza e a Unidade Emergência e Proteção Civil. E cabe à guarda a vigilância, deteção e validação de áreas ardidas e apuramento de danos. O comandante revelou que cabe à guarda a investigação dos incêndios cujas causas são a negligência, porque no casos de incendiários cabe à Polícia Judiciária a investi-gação. Naquilo que foram as explicações sobre a forma de atuação desta força, o ca-pitão do Destacamento de Abrantes, deixou a nota que há uma preocupação sobre as freguesias prioritárias, não descurando as restantes. E este ano a GNR aponta co-mo freguesias prioritárias no concelho de Abrantes Carvalhal, Fontes, Martinchel e Aldeia do Mato e Souto. Naquilo que são as competências a guarda tem como uma das suas intervenções a sensibilização e fiscalização da limpeza das faixas de gestão de combustível nestas zonas. E explicou que primeiro identificação as eventuais infrações e passam nos lo-cais a sensibilizar os proprietários. Depois, numa segunda fase, se essa sensibilização não resultou e os terrenos identificados não foram limpos passam então para a fisca-lização com aplicação de coimas. Este grupo de trabalho, inicialmente era constituído pela ANEPC; ICNF e GNR, mas depois foi alargado à PSP que não tenho uma área rural de grande monta, pode inte-grar estas ações de sensibilização. E o G3 passou a G4 com a inclusão da PSP. O comissário Heitor Marracha,
do comando distrital da PSP, apresentou a forma de atuação da polícia que não tem meios humanos ou materiais destinados a interven-ção nas áreas ruais ou florestais. Mas salientou o empenhamento da força na pre-venção, fazendo também o seu trabalho nesta área. Como tal, há um conjunto de ações de sensibilização, fiscalização e interdição acres-centando ainda a criação de corredores para as viaturas de socorro, sempre que ne-cessário, assim como para ações de evacuação. Por outro lado a PSP tem a seu cargo a responsabilidade de armas e explosivos pelo que sempre que sejam detetados este tipo de artefactos há que acionar as equipas da polícia. Estamos em abril, está a chover, mas o distrito ainda está em seca severa, de acordo com os dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera de 15 de abril. E se a albufeira do Castelo de Bode apresenta alguma recuperação no armazenamento de água e não põe, para já, em causa o abastecimento dos meios aéreos pesados de combate aos fogos, há uma outra preocupação. Este ano de pouca chuva tem muitas charcas e reservatórios de água no meios da floresta que estão vazios e podem pre-judicar o trabalho de combate dos helicópteros. Há uma ideia comum a todas estas entidades, apostar na prevenção e no combate rápido a qualquer ignição porque “um grande incêndio começa sempre como pe-queno e que pode ser apagado com um balde de água, quando está a começar”. Jerónimo Belo Jorge
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SOCIEDADE /
Praia de Aldeia do Mato ganha nova vida // São cinco jovens empresários que se juntaram numa empresa para explorar e dinamizar o complexo náutico de Aldeia do Mato, no concelho de Abrantes.
Foi a 9 de abril que fizeram o arranque de um projeto denominado Bar das Caraíbas, mas cujo propósito vai muito além de um bar com uma carta preparada para acolher os visitantes num verão que esperam dinâmico e carregado de turismo. Comecemos por explicar que Aldeia do Mato tem um centro náutico com praia fluvial, piscina flutuante, marina para 17 embarcações, cable park para prática de wakboard e várias opções de atividades de natureza, em água e em terra. Depois junta-se o bar, como comida e bebida, e ainda as dormidas nos bungalows que também vão ser explorados pelos jovens empresários. “Temos todas as opções de turismo” afirmaram no lançamento oficial. Quem quiser, pode passar uns dias sem sair do complexo. Mas quem quiser pode usufruir das muitas atividades náuticas que vão passar a existir. Entre barcos e motos de água, entre o wakeboard, wakesurf e stand up paddle, entre as “bananas” puxadas pelos barcos até às canoas, há muito para o verão de 2022. E junta-se ainda, segundo os promotores, a partir de 1 de junho, abertura da época balnear, um barco para passeios na albufeira. Não para atividades náuticas, mas com horários certos para quem queira conhecer um pouco melhor a albufeira do Castelo de Bode, dentro de água. E se a estas atividades regulares se juntarem outras ideias como provas de wakeboard ou wakesurf, acrescenta-se valor. Neste campo os promotores querem dinamizar o wakesurf, pois pretendem ter em 2023 uma prova do Campeonato da Europa desta modalidade que será a prova satélite do campeonato do mundo de wakeboard que já está agendada para o verão do próximo ano. Francisco Rodrigues anunciou ainda uma parceria com uma escola de natação em águas livres que pode trazer a Aldeia do Mato uma prova noturna de natação, o que seria uma novidade por estas bandas. Francisco Rodrigues, Maria Ramalho, João Ramalho, Bernardo
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// Francisco Rodrigues, Maria Ramalho, João Ramalho, Bernardo Correia e Diogo Lourenço são os jovens empreendedores responsáveis pela reabertura do espaço
Correia e Diogo Lourenço são os mosqueteiros que se juntaram para dar vida a uma das melhores praias fluviais de todo o Castelo de Bode. Francisco Rodrigues e Diogo Lourenço explicaram que a opção foi fazer uma lavagem ao bar e á praia, que já existiam, e acrescentaram algumas coisas, como uma
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nova carta no bar e mais atividades náuticas. Os bungalows também ganharam uma nova decoração, mas “penso que a grande diferença será as pessoas que vêm para aqui e os eventos que vamos fazer”, garante Francisco Rodrigues. A empresa tem uma ideia cla-
ra de fazer deslocar mais pessoas para Aldeia do Mato, até porque, garante, “temos outras empresas ligadas às atividades turísticas e temos todo o interesse em que as pessoas venham desfrutar do Castelo de Bode”. Diogo Lourenço acrescentou que estes empreendedores preten-
Praia Fluvial de Aldeia do Mato: Latitude: 39° 32' 42.36" N ( 39.5451 ) Longitude: 8° 16' 38.89" W ( -8.27747 ) dem voltar a colocar disponíveis todas as atividades náuticas que já existiram e que nos últimos tempos têm estado paradas “e acrescentaremos outras.” “Vamos trazer para Aldeia do Mato o desporto da moda que é o wakesurf e queremos já em 2023 trazer uma prova do Campeonato da Europa”, garante Francisco Rodrigues. E o que é que motivou os cinco jovens a dar as mãos para abraçar este projeto? O Digo responde: “Sem dúvida a paixão pela região, o gosto pelas atividades náuticas, por toda esta oferta que temos aqui. Encontramos aqui um potencial imenso que podemos oferecer às pessoas.” Francisco Rodrigues acrescenta que o ano passado, com o Diogo, tinha lançado uma empresa de atividades náuticas e que não esperavam que a próxima chegasse tão depressa. Mas adianta que a ideia era poderem ter uma oferta de 360 graus no Castelo de Bode para poder fixar o turista. “Faltava-nos, para os 360 graus, 10 ou 20, faltava-nos a restauração que conseguimos ter agora. Faltava-nos a restauração para poder fixar os turistas à região, o que conseguimos agora com o Bar das Caraíbas e com o complexo de Aldeia do Mato.” O presidente da Associação dos Empresários da Albufeira do Castelo de Bode, Jorge Rodrigues, esteve presente nesta abertura e destacou que este projeto é muito importante para a dinamização do Castelo de Bode. “Esta (Aldeia do Mato) é uma das melhores praias fluviais da Albufeira do Castelo de Bode, uma praia acessível, a que tem capacidade para albergar mais pessoas, uma praia com vigilância que é absolutamente estratégica para Castelo de Bode”, destacou o presidente da Associação. Por outro lado, destacou a experiência destes jovens empresários na dinamização de atividades náuticas. E depois vincou a disponibilização de alojamento nos bungalows que se junta a uma gama variada de oferta de alojamento na rede que já existe em torno do Castelo de Bode. Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, também passou em Aldeia do Mato para cumprimentar os empresários que vão ter a concessão deste espaço turístico construído pelo Município. Para já a praia vai ter o bar aberto nos fins de semana de maio e todos os dias, de manhã à noite, a partir do dia 1 de junho. Jerónimo Belo Jorge
SOCIEDADE /
Rotary escolhe José Alves Jana como Profissional do Ano
// O Rotary Clube de Abrantes escolheu José Alves Jana, o professor, jornalista, dirigente associativo, como profissional do ano. A homenagem foi feita neste final de abril e juntou aos membros do clube muitos convidados ligados, das mais variadas formas, ao profissional do ano 2022. Deveria ter sido em janeiro, mas a Covid-19 não deixou e a Homenagem ao profissional do Ano do Rotary Clube de Abrantes foi adiada para abril. E aconteceu na terça-feira, dia 26, num jantar do clube profissional de Abrantes. Como clube profissional que é, o Rotary pretende com esta ação homenagear todos os profissionais da comunidade. Este ano de 2022 foi novamente educação a área escolhida, mas o clube já percorreram outros caminhos como a saúde, o direto ou o meio empresarial. Mas como qualquer encontro do Clube Rotário de Abrantes, a noite começa com a saudação às bandeiras (para a qual foram convidados José Alves Jana, Celeste Simão, Leal Neto, Constança Diogo e Maria Estrada) ao que seguiu o jantar e depois o momento da noite com a homenagem ao profissional do ano. Leal Neto, presidente do Rotary Clube de Abrantes, começou por destacar a homenagem a José Alves Jana. E na explicação recuou no tempo “há 45 anos houve, no Pego, uma homenagem a António Botto. E o Jana disse, naquele momento, estas palavras: quem não conhece a sua terra é um estrangeiro.” Este foi o mote para o desenrolar dos motivos que levaram o Clube a escolher José Alves Jana como profissional do ano. Leal Neto referiu que no Rotary “conhecemos as pessoas por isso fazemos as homenagens a pessoas, para além de ser um bom profissional faça a diferença. Queremos reconhecer o trabalho de Serviço que fez ao longo dos anos.” Depois apontou ao lema rotário de 2022: “servir para trans-
formar vidas.” E nesta palavra “servir” Leal Neto revelou que o seu significado nesta frase será o “altruísmo”. De seguida apontou que o Jana, como sempre o chamou, “não anda à procura que lhe batam palmas”. Leal Neto terminou a sua intervenção com a escolha de palavras retiradas da tese de doutoramento do homenageado, mas com uma adaptação pessoal. A cerimónia continuou com António Moedas e Francisco Lopes a dizer poemas de António Botto e com José Horta a cantar outro. No alinhamento foi chamado Joaquim Santos, responsável pela Avenida dos Serviços Profissionais do Rotary Clube de Abrantes, que apresentou o bilhete de identidade de José Alves Jana, nascido em Lisboa coma mãe de lisboeta e o pai natural de Mação. Veio para Abrantes aos 7 anos. Tem uma licenciatura em filosofia com doutoramento também em filosofia. Foi Chefe dos Escuteiros, desde 1969 sempre muito ligado à comunicação social local, desde 1973 com presença assídua no associativismo, fundador da associação “Palha de Abrantes”, tem três livros publicados e muito mais atividade cultural e cívica. E a apresentação do Profissional do Ano terminou com uma frase sua: “O que eu gosto de fazer é ajudar as pessoas a serem capazes.” José Alves Jana, depois de receber a homenagem, fez o agradecimento a todos os rotários por o terem colocado na “situação doce, mas desconfortável”. Depois avançou para um desfolhar das folhas que escreveu para o momento. Recusou falar da guerra, da pandemia, das eleições
em França, com a nota direta que “não é destes temas que quero falar”. Logo de seguida lançou-se numa dúvida sem futurologia: “Não faço ideia de como será o mundo que as minhas netas vão viver. Seja qual for o futuro os grandes valores humanos vão continuar presentes. Solidariedade. Justiça. Sabedoria.” José Alves Jana apontou depois ao trabalho de quase 41 anos do Rotary. E notou algumas das suas atividades como os cursos de liderança, bolsas de estudo, palestras e o combate à Poliomielite. E pode ainda juntar-se os clubes juniores, o Interact e o Rotaract. José Alves Jana apontou a pena às suas memórias de como e quando começou a dar aulas. Apontou a 1973, ano de início da carreira docente como professor de Geografia e História de Portugal e depois também de Português na nova Escola de Sardoal. Recordou os seus 120 alunos no primeiro ano como professor. “Ainda não
tinha um ano de casa entrei como professor e saí como gestor da escola”, fazendo uma referência a ter sido escolhido para dirigir aquela escola. Depois continuou a vida docente. Deixou a Geografia e a História e passou a lecionar Português ao terceiro ciclo na Escola Industrial de Abrantes. Depois da licenciatura foi colocado no grupo de Filosofia, em Abrantes, no liceu, antes ainda de ter ido para estágio em Portalegre. Voltou a Abrantes para lecionar Sociologia, Psicologia e Psicossociologia. Foi eleito vereador e trabalhou com jovens. José Alves Jana continuou a virar páginas da sua vida e chegou à conclusão que “tive de lecionar 20 disciplinas na minha vida de professor (...) sempre com a noção de que as minhas aulas não eram para mim, eram para os meus alunos.” Depois fitou a vereadora Celeste Simão, presente na sessão de homenagem, para referir que “no
concelho de Abrantes os resultados escolares dos alunos deveria merecer a atenção pública e privada. Como e que ainda há queixas de que as aulas continuam a ser expositivas? Eles não estão para nos ouvir.” A concluir, José Alves Jana, agradeceu a distinção ao Rotary Clube de Abrantes e fechou o discurso com a frase “a cidade vai continuar com as marcas que cá teremos deixado, porque nós não estaremos cá.” Neste jantar ficou a saber-se que José Alves Jana deixou uma parte da sua biblioteca pessoal à Escola Superior de Tecnologia de Abrantes. Mais tarde o próprio confirmou que doou o seu espólio de títulos de comunicação social à escola superior e outras duas partes da sua biblioteca pessoal foram igualmente doadas à Biblioteca Municipal António Botto e à Biblioteca da Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes. Jerónimo Belo Jorge
Maio 2022 / JORNAL DE ABRANTES
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SOCIEDADE /
“Dois é melhor que um” e o Tramagal Sport União já fez 100 anos // A preparação do Centenário do TSU começou muitos meses antes do 1 de maio de 2022 e a festa começou duas horas e meia antes do início do dia 1 de maio para terminar à meia-noite e iniciar as comemorações com fogo de artifício. Afinal 100 anos não são 100 dias. As pautas com o “desenho” das notas musicais estiveram guardadas na Sociedade Artística Tramagalense (SAT) desde 1953 e permitiram na comemoração do centenário ouvir o Hino do TSU em quatro versões. Comecemos pela música. Primeiro a banda da SAT. Depois a JOST (Jovem Orquestra Sinfónica do Tejo) interpretou o Hino em modo instrumental. Numa Gala do Centenário muito apelativa à emoção dos tramagalenses, o Grupo Coral da SAT entoou o Hino mais uma vez. E, não seria de outra forma, para fechar a sessão solene do centenário o Hino ecoou uma quarta vez pela sala, mas numa interpretação da JOST com o Grupo Coral e com a gravação da banda. Afinal Tramagal, Tramagal foi a palavra de ordem do início das comemorações dos 100 anos. Pela SAT passaram ainda muitos jovens que fazem parte, atualmente das diversas modalidades do clube. E os jovens fizeram desfilar memórias dos mais velhos e de tempos de glória do clube da borboleta. Mostraram a primeira Taça Avelar Machado, conquistada em 1924, dois anos depois da fundação. Depois, entre outros troféus, foram retirar ao museu as taças de campeão distrital da Associação de Futebol de Santarém das épocas de 59/60, 60/61, 60/62, 62/63 e 63/64 a que juntaram as Taças do Ribatejo das épocas 80/81, 81/82 e 94/95 com a nota que o clube disputou 6 finais. Pela Gala passou ainda uma grande parte da história do TSU. Desde o momento da criação de dois clubes em Tramagal até ao dia 1 maio de 1922 quando a frase “um é melhor que dois” fez nascer o Tramagal Sport União que jogou pela primeira vez em Abrantes a 13 junho de 1923. O TSU, na época áurea da Metalúrgica Duarte Ferreira foi representante de Abrantes e do distrito na segunda divisão nacional, onde andou oito épocas. Juntam-se ainda 11 épocas na terceira divisão nacional. Foi a 18 junho 1967 que o Tramagal subiu à segunda divisão. As fotos mostram que aquele foi um dia de uma festa enorme no Tramagal. O TSU é um clube eclético, o mais eclético do concelho de
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Abrantes, dizem com orgulho os seus dirigentes. É o segundo clube mais titulado da Associação de Futebol de Santarém. Para além do futebol tem secções de Atletismo, Pesca Desportiva, Basquetebol, Judo, Futsal e Ginástica de Manutenção. Na sua história aponta o reconhecido como instituição de utilidade pública em agosto de 2000, a 1 maio 2002 teve a inauguração da sua nova sede social e em 2017 instalação de relvado sintético no comendador Eduardo Duarte Ferreira. Na Gala dos 100 anos do TSU, e quando recebeu a medalha do Centenário, Carlos Magalhães Duarte Ferreira, representante da família Duarte Ferreira fez questão de dizer algumas palavras. E apontou, naturalmente, às memórias de e do Tramagal. E fez questão de contar uma recordação sobre a sala da SAT. “Em 1974, julho, houve um plenário aqui. Um membro da comissão de trabalhadores convidou-me para vir esclarecer um assunto. Estariam mil pessoas aqui dentro e ali fora. Era um dia de calor infernal. E quanto estava no camarim a preparar-me para o plenário o maestro da banda abordou-me e disse que a minha mãe dava muito dinheiro à banda. E
JORNAL DE ABRANTES / Maio 2022
naquele momento ele disse-me que faltava pouco dinheiro para as fardas da banda. Pus a mão ao bolso e só tinha uma nota de mil Réis. E dei-lhe esse dinheiro. Depois vim ao palco e esclareci o que havia para esclarecer com os trabalhadores e fui-me embora. Isto mostra que a gente de Tramagal é gente boa.” Fernando brasão, o presidente da Assembleia Geral vincou que “ao longo de 100 anos conseguimos um conjunto de infraestruturas. Campo. Pista de atletismo e sede.” Sobre o centenário deixou a nota de que “durante 1 ano temos
um conjunto de atividades que permitirão também olhar o futuro.” Fernando Brasão não esqueceu o passado, pois o TSU tem sido um polo de desenvolvimento dos jovens. Sublinhando que é o clube mais eclético da nossa região lembrou que na década de 90 tiveram cerca 300 jovens em atividade. “É isto que chamamos serviço para a comunidade.” Mas mesmo em dia de festa do presidente da Assembleia Geral não esqueceu que em 100 anos também há nuvens negras. “E uma das nuvens negras é a perca de população da vila. Temos o nível po-
pulacional mais baixo desde 1940, mas é reflexo das políticas do país. E é conversa para outros locais.” João Serafim, o presidente da direção do TSU fez uma espécie de lançamento do iniciamos as comemorações do centenário: “os que em 1922 pensaram que 1 é melhor que 2 devem estar satisfeitos com o resultado alcançado. Estamos gratos a milhares de sócios e centenas de atletas, treinadores e colaboradores.” João Serafim fez também o agradecimento pelos apoios ao clube e às comemorações do centenário e depois fez questão de referir que o Hino é exemplo da colaboração de duas instituições centenárias do Tramagal, numa alusão à Sociedade Artística Tramagalense. João Serafim lembrou, com uma pontinha de orgulho, que ter Marcelo Rebelo Sousa a presidir à comissão de honra é uma enorme responsabilidade. Apontando ao futuro deixou a nota de que “o futuro será o que os sócios quiserem fazer”, mas numa antecipação desse mesmo futuro lançou a campanha “100 anos 100 sócios”. Ou seja, João Serafim quer, até 30 de abril de 2023, ter 100 novos sócios. Susana Peixinho, presidente da Assembleia de Freguesia de Tramagal, em representação do presidente da Junta de Freguesia, agradeceu a todos os dirigentes e atletas. Disse que “no Tramagal todos sentimos a força e o peso da nossa borboleta” e depois acrescentou as condições ótimas da freguesia para a prática de desporto. Campo. Pavilhão. Piscina.” Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, para além de parabenizar o clube, nos seus dirigentes, notou que o TSU “é uma das instituições mais prestigiadas do nosso concelho. Olhamos para os que há 100 anos fundaram o clube e entre eles o Comendador que depois deu o nome ao campo, Eduardo Duarte Ferreira.” O presidente da Câmara de Abrantes indicou que o TSU foi sempre um dos principais polos de praticantes de atividades desportivas no concelho e deixou uma nota a “todos os dirigentes que foram guiando este clube e apoiando os atletas que aqui passaram.” Manuel Jorge Valamatos deixou como mensagem final os “votos para que os próximos 100 anos sejam honrados pelo trabalho que aqui tem sido desenvolvido.” O encerramento da sessão solene do centenário marcou o início do dia 1 de maio de 2022, afinal o grande dia de festa. É que à meia-noite foi lançado fogo de artifício num momento que juntou várias centenas de tramagalenses na rua. Afinal os 100 anos do TSU não são 100 dias. Jerónimo Belo Jorge
EDUCAÇÃO /
Alunos aprendem robótica no âmbito do T_CODE // Inserido no programa das Jornadas da Educação de Abrantes, a Escola Básica de Bemposta, no concelho de Abrantes, acolheu no dia 7 de abril, a apresentação em contexto real de sala de aula do projeto T_CODE onde os alunos do 4º ano mostraram o trabalho desenvolvido ao nível dos saberes digitais, nomeadamente em automação e programação feita em computador. Um mapa de grandes dimensões feito em papel de cenário pelos alunos e professores, que representa a localidade de Bemposta, e que tem um percurso que os carros irão conseguir ler através de discos que giram e que permitem que o carro vá na direção que se quer foi o trabalho apresentado por um conjunto de alunos motivados da Escola de Bemposta no âmbito do T_CODE. Projeto único no país, o T_CODE está presente nas escolas do concelho de Abrantes desde 2018 onde ensina programação aos alunos com 8 ou mais anos de idade, em ambiente descontraído e de diversão, desenvolvendo nas crianças um conjunto de competências úteis para a vida escolar e profissional como a criatividade, a resolução de problemas, colaboração e partilha. E o projeto é desenvolvido durante as disciplinas lecionadas pelos professores. No caso de Bemposta, o projeto T_CODE está integrado na disciplina de matemática e uma hora por semana, os alunos recebem a visita dos técnicos do Tagusvalley – Parque de Ciência e Tecnologia que estão a dinamizar o projeto nas escolas. “Esta é uma forma de ensinar que alia a parte lúdica, à parte tecnológica e digital”, descreve o professor António Tomás que salienta o papel importante deste projeto no ensino das matérias de uma forma lúdica. Na Escola Básica de Bemposta, Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, começou por agradecer aos professores e funcionários da escola e ao Parque de Ciência e Tecnologia por “se dedicarem a esta causa muito nobre que é o ensino e que é o futuro” e salientou que “esta questão da programação relacionada com os conteúdos da escola, é extraordinária, isto é o futuro e este projeto é um excelente
Professor António Tomás deu conta de que esta “é uma formação de alto nível” para as crianças
//T_CODE apresentado na Escola Básica de Bemposta, engloba mais de 700 alunos e mais de 40 professores
exemplo de como a escola precisa de se adaptar aos novos tempos”. Neste ano letivo, além da programação, o T_CODE abrange um programa mais alargado de robótica, o que é uma novidade em relação ao ano anterior, e está a desenvolver também a aplicação do digital às artes plásticas, com a realização de trabalhos que implicam a fabricação de recursos, como é o caso das tochas do Minecraft, sendo apoiados por monitores e professores. O coordenador do projeto, Ho-
mero Cardoso, disse que a abordagem “T_CODE + Tecnologia + Educação + Cidadania” assenta num projeto que “ensina programação aos alunos em ambiente descontraído e de diversão, desenvolvendo nas crianças um conjunto de competências úteis para a vida escolar e profissional como a criatividade, resolução de problemas, colaboração e partilha e, por outro lado, o desejo e a capacidade de produzir conteúdos digitais”. Nesse sentido, frisou, “é um programa de apropriação” da tecnologia. “A lógica é que os alunos sejam capazes, através do programa, de conseguir criar conteúdos e conseguir apropriar-se da forma como a tecnologia pode ser usada para criar esses conteúdos, que é uma posição muito diferente daquela a que eles estão habituados, que
é a de consumir alguma coisa que nos é apresentado ou que encontramos. A lógica do T-code é mais essa, é criar as condições para que eles consigam hoje e amanhã ter a experiência de criar alguma coisa, que é deles e que foi feita por eles, usando um recurso que é a tecnologia”, afirmou. Para a Câmara de Abrantes, “as competências adquiridas pelos alunos envolvidos neste projeto, nomeadamente a capacidade de pensamento crítico, têm-se revelado positivamente no desempenho em disciplinas como a Matemática e o Português”, mais valias que foram também realçadas pelo professor António Tomás, da Escola Básica de Bemposta, dando conta que esta “é uma formação de alto nível” para as crianças. “No ano passado começaram a entender a lógica da programa-
ção, começaram a fazer pequenas rotinas de programação com o software Scratch, que é um software criado especialmente para crianças, e este ano deram mais este passo, que para elas foi um passo de gigante, porque passaram a aplicar essas pequenas rotinas de programação robótica”, com a criação de pequenos robôs. O professor, que destacou a “excelente” recetividade dos alunos ao projeto, deu ainda conta da importância do domínio destas ferramentas para o futuro dos jovens estudantes. “Estas crianças vão trabalhar seguramente em empregos que nós não imaginamos, mas onde este tipo de conhecimento, este tipo de tecnologias, vão estar presentes, portanto estas referências valem ouro”, concluiu. O projeto T_CODE é dirigido por cinco técnicos do Tagusvalley e envolve as 27 turmas do 3º e 4º ano de escolaridade do concelho de Abrantes, num universo de cerca de 430 alunos e 30 professores, aos quais se juntaram, no presente ano letivo, 14 turmas do 5º ano (cerca de 250 alunos e 11 professores) e a três turmas do 10º ano (60 alunos e uma professora) . Financiado exclusivamente pelo orçamento da Câmara Municipal, o projeto T_CODE é resultado de uma parceria entre o Município, Tagusvalley e Fundação Raspberry Pi, sediado na Grã-Bretanha. PUBLICIDADE
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SOCIEDADE /
Abrantinos criam plataforma de recrutamento e oferta de empregos // É uma plataforma informática recente que tem como objetivo crescer e tornar-se no portal de emprego da região do Médio Tejo e, quem sabe, ir mais além. A página ”www.jobsabrantes. pt” foi criada por três abrantinos, desde a ideia inicial até à concretização de desenho e programação informática e junta num mesmo sítio as ofertas de emprego associadas a outros serviços e ferramentas que têm o único objetivo de facilitar o processo de inscrição, procura de vagas e até reuniões online entre candidatos e empregadores. Alberto Barreiro, CEO e formação profissional, Joana Barreiro Alves, marketing e recursos humanos, e Jorge Ferreira, programação e web design, são os três empreendedores que lançaram este portal ou serviço para o mercado do concelho de Abrantes. Alberto Barreiro disse ao Jornal de Abrantes que este é um portal de “oferta e procura de emprego e a ideia surgiu depois de ter fechado as minhas empresas em 2019. Na altura pensei: o que é que vou fazer agora? E a resposta foi vou ajudar as outras empresas.” Alberto Barreiro explicou depois que, enquanto empresário, tinha muita dificuldade em encontrar mão de obra qualificada. E adiantou que existem muitas plataformas de emprego mas nenhuma como esta. E o que é que distingue a jobsabrantes das outras? “Tem quatro áreas que a distingue” justifica o CEO do portal. “Há o normal em que os empregadores indicam a oferta com o email para onde os candidatos podem enviar currículos; há depois uma fórmula automática em que o portal faz uma filtragem automática dos candidatos facilitando os recursos humanos das empresa; depois há uma terceira via em que o portal vai à procura dos candidatos através de ligações a bases de dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional ou até mesmo
//A plataforma jobsabrantes oferece ferramentas que facilitam o recrutamento às empresas com recurso às redes sociais; e há ainda uma zona de classificados grátis onde qualquer pessoa pode anunciar oferta de trabalho ou até vendas de serviços. Há ainda, em breve, uma loja onde as pessoas poderão vender produtos.” Alberto Barreiro disse que a plataforma tem muitas horas de trabalho, mas que está online a cem por cento desde março. “Quando pensámos na plataforma pensámos logo em alargá-la a Constância, Mação e Sardoal, porque Abrantes é um meio relativamente pequeno e por isso vamos aos concelhos em redor de Abrantes.” É uma plataforma informática recente que tem como objetivo crescer e tornar-se no portal de emprego da região do Médio Tejo e, quem sabe, ir mais além. A página ”www.jobsabrantes.pt” foi criada por três abrantinos, desde a ideia inicial até à concretização de desenho e programação informática e junta num mesmo sítio as ofertas de emprego associadas a outros serviços e ferramentas que têm o único objetivo de facilitar o processo de inscrição, procura de
Autarquia de Abrantes instala desfibrilhadores em equipamentos desportivos São cinco desfibrilhadores instalados em equipamentos desportivos municipais com maior utilização, para assegurar uma resposta rápida em situações de paragem cardiorrespiratória. As infraestruturas desportivas
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municipais de Abrantes com maior utilização estão desde o início do ano equipadas com desfibrilhadores automáticos externos (DAE), num investimento de cerca de 6 mil euros. Este investimento contribui para aumentar a segurança e qualidade
JORNAL DE ABRANTES / Maio 2022
vagas e até reuniões online entre candidatos e empregadores. Alberto Barreiro, CEO e formação profissional, Joana Barreiro Alves, marketing e recursos humanos, e Jorge Ferreira, programação e web design, são os três empreendedores que lançaram este portal ou serviço para o mercado do concelho de Abrantes. Alberto Barreiro disse ao Jornal de Abrantes que este é um portal de “oferta e procura de emprego e a ideia surgiu depois de ter fechado as minhas empresas em 2019. Na altura pensei: o que é que vou fazer agora? E a resposta foi vou ajudar as outras empresas.” Alberto Barreiro explicou depois que, enquanto empresário, tinha muita dificuldade em encontrar mão de obra qualificada. E adiantou que existem muitas plataformas de emprego, mas nenhuma como esta. E o que é que distingue a jobsabrantes das outras? “Tem quatro áreas que a distingue” justifica o CEO do portal. “Há o normal em que os empregadores indicam a oferta com o email para onde os
candidatos podem enviar currículos; há depois uma fórmula automática em que o portal faz uma filtragem automática dos candidatos facilitando os recursos humanos das empresas; depois há uma terceira via em que o portal vai à procura dos candidatos através de ligações a bases de dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional ou até mesmo com recurso às redes sociais; e há ainda uma zona de classificados grátis onde qualquer pessoa pode anunciar oferta de trabalho ou até vendas de serviços. Há ainda, em breve, uma loja onde as pessoas poderão vender produtos.” Alberto Barreiro disse que a plataforma tem muitas horas de trabalho, mas que está online a cem por cento desde março. “Quando pensámos na plataforma pensámos logo em alargá-la a Constância, Mação e Sardoal, porque Abrantes é um meio relativamente pequeno por isso vamos aos concelhos em redor de Abrantes.” Para uma empresa fazer uma oferta de emprego na plataforma o processo é muito simples. “Basta
do serviço e, sobretudo, salvar vidas. De acordo com a informação avançada pelo município, os equipamentos foram instalados nos Pavilhões Desportivos do Tramagal e do Pego; no Estádio Municipal; no Complexo Municipal de Piscinas e no Campo de Futebol nº 3, em Rossio ao Sul do Tejo. Encontram-se em cabines especialmente preparadas para o efeito e devidamente sinalizadas. Em simultâneo foi reforçada a formação em suporte básico de vida e de desfibrilhação automática
externa aos técnicos municipais afetos a estas infraestruturas. De recordar que a Resolução da Assembleia da República n.º 262/2021 recomenda a instalação destes equipamentos em todos os recintos desportivos e escolas e o reforço da formação em suporte básico de vida. Apesar da não-obrigatoriedade, a autarquia considera um elemento importante para segurança dos utilizadores dos equipamentos, nomeadamente os praticantes de desporto e o público em geral.
fazer o registo com o número de contribuinte, a plataforma automaticamente preenche todos os campos. Recebe um email de confirmação de dados e fica logo pronta para carregar as ofertas. Seja através de plataformas próprias (no caso de empresas de trabalho temporário) ou poderá colocar na jobsabrantes. O candidato tem o currículo e as redes sociais e o empregador pode ver logo todo o perfil da pessoa que se está a inscrever”, descreveu Alberto Barreiro que acrescentou "os filtros da plataforma fazem logo a seleção consoante as necessidades. Acrescenta o CEO que quando qualquer entidade carrega uma oferta de emprego, todos os candidatos inscritos recebem uma notificação por email com essa nova possibilidade de trabalho." Alberto Barreiro revelou ainda que as entidades empregadoras que estejam registadas podem utilizar uma outra ferramenta que é a utilização de uma sala de reuniões virtual, com base na “jitsi”, para entrevistas com os candidatos às vagas, sem que este tenha de se deslocar fisicamente às empresas. Estas foram dificuldades que Alberto Barreiro foi anotando na sua vida empresarial e que agora, através da plataforma, pretende ajudar as empresas a agilizar estes processos. Neste momento a jobsabrantes é um projeto sem fins lucrativos, mas que se crescer como os empreendedores esperam poderá ganhar corpo e dar lugar a uma empresa de recursos humanos. No final de abril a jobsabrantes tinha 154 candidatos registados, 32 empresas, 62 ofertas de emprego e 39 classificados. O objetivo aponta a ser o portal de emprego de referência na região de Abrantes. Jerónimo Belo Jorge
GALERIA /
José Eduardo Baptista, 54 anos Fotógrafo nas horas vagas. O gosto pela fotografia surgiu ainda adolescente. Já nem me lembro bem como. A paixão pelos desportos desportos motorizados faz com que esse seja um dos moptivos principais das minhas fotos. Fotografar é a arte de captar e transmitir o momento único no local certo. Isso faz com que partilhe da opinião que o photoshop não combina com fotografia. A fotografia deve ser aquilo que sai. Detesto fotografar pessoas a fazer poses. Gosto de fazer fotos de flores, de pormenores, fotos fora do comum. Inesperadas.
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EDUCAÇÃO / Abrantes
Rotary Club e Câmara entregaram bolsas de estudo a alunos do concelho // O Anfiteatro da Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes, em Abrantes, foi o local escolhido para a cerimónia de distribuição de diplomas a bolseiros e patrocinadores. Realizou-se no dia 9 de abril e foi levado a cabo pelo Rotary Club de Abrantes, no âmbito do Projeto das Bolsas de Estudo para o Ensino Superior e Secundário, que vem realizando há vários anos, em colaboração com a Fundação Rotária Portuguesa e com o apoio da Câmara Municipal de Abrantes e patrocinadores empresariais e particulares, o projeto já distribui 68 Bolsas a jovens residentes no concelho de Abrantes. Revelando que “este ano tivemos 17 patrocinadores”, Leal Neto, presidente do Rotary Club de Abrantes, lembrou a importância da educação, que “tem um papel primordial” para um mundo mais justo e sustentável, e “não é só transmissão de conhecimento e técnicas nas disciplinas curriculares” mas deve ter a ver com cidadania para que “amanhã, estes sejam agentes da transformação do meio social, contribuindo para a melhoria do bem comum”. O presidente da Câmara Municipal de Abrantes agradeceu o trabalho do Clube Rotário no concelho e falou desta parceria do Município com o Rotary que “tem tido resultados extraordinários pela eficácia e pela forma como, regulamentarmente, este plano é organizado”. Manuel Jorge Valamatos falou aos bolseiros e relembrou que “o facto de vos ser atribuída uma bolsa é uma responsabilidade (...) porque há um depositar de confiança em vós”. Disse ainda ter “muita esperança naquilo que são os vossos percursos e acreditamos muito que os consigam fazer de forma exemplar”, referindo-se não só às questões académicas mas às “questões humanas”. Devolver à comunidade o que a comunidade está a investir, foi a mensagem transmitida pelo presidente da Fundação Rotária Portuguesa, José Rosmaninho. Referindo que a sociedade civil portuguesa “apoia a elevação da juventude em Abrantes”, lembrou também a “responsabilidade de, um dia mais tarde, quando tiverem possibilidades, devolverem à sociedade aquilo que a sociedade vos foi dando”. Referiu ainda que “a juventude de Abrantes sinta que tem por trás dela um con-
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//O presidente do Rotary Club de Abrantes apelou a que os jovens contribuam para a melhoria do bem comum
Para as 134 inscrições deste ano, foram atribuídas 68 Bolsas de Estudo que contaram com 17 patrocinadores
//Este ano foram atribuídas 68 bolsas de estudo junto de pessoas (...) que desejam que sejam mais ativos e melhores do que foram os pais deles”. Jorge Lucas Coelho, da Comissão da Juventude da Fundação Rotária Portuguesa, voltou a lembrar a responsabilidade de uma bolsa Rotary pois “é muito mais do que receber o prémio”. “É passar a integrar uma família que desde 1905 tem um trabalho efetivo junto das comunidades, apoiando fortemente a juventude. Acreditando que a juventude é, efetivamente um motor de mudança. São os agentes de transformação”, disse. Jorge Lucas Coelho pediu depois aos jovens que integrem o movimento rotário, mesmo após a conclusão dos estudos.
JORNAL DE ABRANTES / Maio 2022
Mensagem transmitida também pela presidente do Rotaract, o clube rotário dos jovens abrantinos. Constança Diogo apelou a que os jovens do concelho se juntem ao Clube e aproveitou a oportunidade para divulgar algumas atividades que têm realizado em prol da comunidade onde estão inseridos. O Rotary Clube de Abrantes homenageou ainda dois jovens, João Galveias e Diogo Maia, estudantes de informática, por terem desenvolvido um programa que ajudou a facilitar o processo da inscrição dos estudantes e da avaliação por parte do Rotary Club de Abrantes. José Luís Silva, um dos rotários responsável pelo processo de atri-
buição das Bolsas de Estudo falou que, muitas vezes, a maior das dificuldades é mesmo conseguir chegar ao contacto com os interessados. O processo foi agilizado mas ainda há pontas que irão ser melhoradas, foi garantido. José Luís Silva comunicou ainda que será o próximo presidente do rotary Club de Abrantes. Por parte dos 17 patrocinadores das Bolsas de Estudo falou Manuel Santos, em representação da Farmácia Santos, que foi mais longe e pediu aos jovens para aproveitarem “bem a ajuda que vos está a ser dada. Progridam com entusiasmo nos vossos estudos mas lembrem-se de duas coisas essenciais que são obrigações que contraem com a vossa cidade e com este Clube: primeiro, banirem todos os cidadãos barões da batalha que quando se lhes pergunta se Abrantes tem algum interesse para visitarem, dizem logo que aquilo não
tem nada para ver mas a seguir vão a correr para Lisboa enfiar-se no primeiro supermercado; a segunda mensagem que vos quero dar é que, terminados os vossos estudos, por favor, se tiverem oportunidade, venham investir na vossa cidade e no vosso concelho. Os vossos conhecimentos podem aqui ser desenvolvidos e contribuirem para o enriquecimento do nosso concelho” . Em representação dos alunos bolseiros falou Ana Sofia Oliveira, aluna do 1.º ano de Mestrado da Licenciatura em Química na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. A aluna agradeceu a todos a “oportunidade que nos é dada para que consigamos seguir os nossos sonhos e agradecer a confiança que depositam em nós” e disse esperar que esta iniciativa “se prolongue por muitos e muitos anos”. Este ano houve 134 inscrições, tendo sido atribuídas 68 bolsas de estudo (14 novas candidaturas e 54 recandidaturas). Deste total, 42 bolsas são apoiadas pelo Município de Abrantes, sendo as restantes apoiadas por patrocinadores e pelo movimento rotário. Estas 42 bolsas de estudo atribuídas a jovens universitários com residência no concelho, representam um apoio anual do Município de 32.500 euros. Para além do Rotary Club de Abrantes e da Câmara Municipal de Abrantes, são patrocinadores das Bolsas de Estudo as empresas Abrancongelados, Abrancop, Electrificadora Central do Feijó, Empev, Farmácia Ana Maria Santos, Isatel, Jorge Loureiro, Lda, Manuel Morgado, Lda, Ondalux, Pegop, RSA, Sarclínica-Clinica Médica.Lda e Sofalca. A título pessoal são também patrocinadores Ana Maria Santos e Paulo Estrada. Este apoio social das bolsas de estudo é dirigido aos estudantes residentes no concelho de Abrantes que estejam a frequentar o ensino superior (início ou prosseguimento de estudos) e cujas famílias se encontrem em dificuldade económica. De acordo com o protocolo estabelecido com a Câmara Municipal, compete ao Rotary Clube de Abrantes e à Fundação Rotária Portuguesa e avaliação das candidaturas e a gestão da atribuição das bolsas. De referir que os alunos a quem são atribuídas as bolsas de estudo têm boas notas e precisam de ter bom aproveitamento ao longo dos anos para manterem este apoio financeiro. No final, foram distribuídos os diplomas pelos 68 bolseiros e pelos patrocinadores que ajudam o Rotary Club e a Câmara Municipal de Abrantes neste projeto de apoio aos estudantes do Ensino Superior e Secundário do concelho. A cerimónia de entrega das bolsas de estudo para o ano letivo 2021/2022 terminou com uma palestra intitulada "O Canto do Galo pela Manhã", por José Alves Jana. Patrícia Seixas
SAÚDE /
Médico dentista do SNS já trabalha em Alferrarede
OPINIÃO /
// Na manhã de dia 6 de abril, a Câmara Municipal de Abrantes, em conjunto com o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo, realizaram uma visita ao Gabinete de Saúde Oral da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados de Abrantes, que já se encontra a funcionar no Centro de Saúde de Alferrarede desde meados de março. Diana Leiria, diretora do ACES do Médio Tejo, falou sobre o significado desta abertura do Gabinete de Saúde Oral no concelho de Abrantes e avançou com a informação de mais gabinetes a abrirem em breve na região. “É um momento de alegria, uma vez que é algo que nós já há muito tempo pretendíamos iniciar e que resulta de uma parceria entre a nossa ARS e as autarquias do Médio Tejo”, começou por afirmar Diana Leiria que adiantou que se tratou de “um investimento em conjunto” pois as obras de adaptação, como esgotos, eletricidade e renovação do gabinete, foram feitas pela ARS, tendo a Câmara de Abrantes adquirido os equipamentos. A contratação das equipas “decorre também por conta da ARS”, revelou. A diretora do ACES do Médio Tejo explicou que pode usufruir deste serviços “todos os utentes que necessitem, através de referenciação do seu médico de família” e que, em breve, “está previsto o arranque de uma equipa de Saúde Oral em Sardoal e em Constância”. O ACES prevê que, até final de abril, todos os concelhos estejam equipados com este serviço. David Martins é o médico dentista que trabalha no Gabinete de Saúde Oral em Alferrarede e contou-nos que “tem estado tudo a correr muito bem até agora, tem sido tudo fantástico” e que “as pessoas têm sido muito recetivas”. Esta nova valência no Centro de Saúde de Alferrarede vem facilitar “quem já estava à espera há muito tempo” e tem agora a oportunidade de “visitar o médico dentista sem ter que pagar no privado”. Afirmou que, em termos da lista de espera, “estamos a dar boa conta disso”, tendo já tratado de muitas das referenciações ativas estando, portanto, “em bom ritmo”. Segundo o médico dentista, “o feedback tem sido muito bom e tem sido positivo em todos os aspetos”. David Martins reconhece que ainda há quem tenha muito receio da cadeira do dentista mas, na primeira consulta, “tento sempre ter uma abordagem mais calma de modo a ficar a conhecer as pes-
A inevitável expansão da NATO?
C soas e elas a conhecerem-me e perceberem que não estamos aqui para aleijar ninguém”. Acrescentou que “felizmente, hoje temos meios para fazer tratamentos sem magoar ninguém e formas de bloquear as dores”. Não vê, hoje em dia, “motivos para ter medo de ir ao médico dentista” e garantiu que, até hoje, ainda ninguém lhe fugiu da cadeira. Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, estava satisfeito por ter mais uma valência da saúde no concelho e mostrou-se disponível para mais avanços nesta área. Começou por afirmar-se como “adepto do Serviço Nacional de Saúde” e considerou que “este é o melhor exemplo para concretizar este entendimento ideológico sobre a nossa perceção do SNS”. Hoje em dia, nem só as pessoas que têm dinheiro podem ir ao médico dentista, existindo “um novo cenário”. Explicou que “as pessoas que têm dinheiro podem vir ao médico dentista do serviço público e quem não tem dinheiro, não deixa de ser tratado”. Satisfeito por “termos melhores condições para ajudar a nossa comunidade a sorrir, a estar mais bem disposta e a ter uma vida mais saudável”, afirmou que “é sempre um momento de satisfação e, sobretudo, de grande esperança para com o futuro”. O presidente da Câmara de Abrantes desejou ainda que “estes serviços de saúde Oral possam proliferar e que sejam otimizados”.
Manuel Jorge Valamatos disse querer continuar a acreditar “que todos aqueles programas de Saúde Oral, sobretudo nas crianças, continue a ter um papel importante naquilo que é a Saúde Oral da nossa comunidade”. Adiantou o autarca que “a Câmara Municipal continua sempre atenta àquilo que é o desenvolvimento das ações ao nível da saúde”, lembrando que ainda há poucos dias o Município assinou a aceitação da transferência de competências nesta área. Mostrou-se disponível para “o que são os equipamentos e os materiais, como foi o caso do investimento que fizemos aqui neste Gabinete de Saúde Oral” e “totalmente disponíveis para todo o investimento necessário”, referindo a oportunidade que vai surgir no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência também para a saúde. Basta então uma referenciação por parte do médico de família para que o utente possa beneficiar de médico dentista no SNS. Este ser viço teve início no ACES Médio Tejo com a presença de médico dentista no Centro de Saúde de Fátima, seguiu-se Abrantes e Entroncamento. Já este mês, arrancou em Ourém e em Tomar e seguem-se, em meados de abril, em princípio no dia 18, os centros de saúde de Constância e Sardoal. Para os restantes concelhos, “estamos ainda a fazer recrutamentos”, adiantou Diana Leiria. Patrícia Seixas
//Nuno Alves //MESTRE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS //nmalves@sapo.pt
omeça a ser difícil para Putin encontrar justificações para a agressão à Ucrânia. Os argumentos somam-se mas a razão continua por existir (porque efetivamente não existe): a desnazificação da Ucrânia, a libertação das populações russófonas do leste da opressão de Kiev, a desmilitarização da Ucrânia, impedir que a Ucrânia desenvolva, conjuntamente com os EUA, um programa de armas químicas e biológicas ou impedir a expansão da NATO para a Ucrânia. Esta volatilidade cria incerteza. Ao longo da fronteira russa, desde a Finlândia à Moldávia, vários países perguntam-se sobre quem será o próximo. Estas interrogações estão a ter amplificações profundas na defesa europeia, em particular nos dois países escandinavos que não são membros da NATO: a Finlândia e a Suécia. Estes países optaram por um política de neutralidade que se tornou um imperativo da sua política externa ao longo de décadas. A Suécia, por exemplo, conseguiu evitar a participação na II Guerra Mundial, em parte, devido à sua posição neutral no conflito. Contudo, o contexto mudou. Com a geopolítica mundial virada do avesso, estes países sabem claramente de que lado pretendem ficar. Curiosamente, no início do ano, a opinião pública de ambos os países era esmagadoramente a favor da manutenção da neutralidade e da não pertença à Aliança Atlântica. Em poucos dias após a invasão da Ucrânia, a situação inverteu-se, com quase 60% dos suecos e mais de 70% dos finlandeses a defenderem a adesão à NATO. A adesão destes países escandinavos muda, por completo, o jogo geopolítico entre a NATO e a Rússia. Pela proximidade geográfica da Finlândia, uma possível adesão acrescentará 1300 Km de fronteira entre a NATO e a Rússia. E, juntamente com a Suécia, a NATO poderá vir a dominar por completo o mar Báltico, podendo assim
asfixiar quaisquer movimentações navais russas provenientes do enclave de Kalininegrado ou de São Pertersburgo. Além do mais, estes dois países, mesmo não pertencendo à NATO, têm elevadas capacidades militares e têm os meios para projetar esse poder militar além fronteiras. A entrada destes dois países seria uma garantia de segurança adicional para a NATO, já que permitiria proteger os países bálticos, onde a fronteira da Aliança poderá estar mais desguarnecida. A Rússia, desde cedo, ameaçou Estolcomo e Helsínquia quanto à possível adesão à NATO e alertou que a consumarse este cenário seria obrigada a instalar armas nucleares no seu enclave báltico de Kalininegrado. Esta ameaça criou um ciclo vicioso de dúvida e medo que eleva o dilema de segurança na região para níveis que certamente mudarão toda a geopolítica da segurança europeia. Quanto mais a Rússia ameaça, mais estes países se sentem confiantes da necessidade de pertencerem à NATO. O que fará a Rússia depois?
Maio 2022 / JORNAL DE ABRANTES
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REGIÃO / Mação recebeu Encontro de Matilhas de Caça Maior
OPINIÃO /
// Se em 2021 o primeiro Encontro de Matilheiros teve um condão solidário de angariação de ração para os cães, o de 2022 foi um encontro com outro peso e com mais participações.
A ver o mar
//Joaquim Diogo
T //O Encontro de 2022 foi um sucesso e pode antever uma edição mais forte no próximo ano O Largo da Feira, em Mação, acolheu no sábado, 30 de abril, cerca de 400 cães pertencentes a quatro dezenas de matilhas de caça maior, incluindo algumas vindas de Espanha. Este encontro, organizado pela associação ibérica “Juntos pelo Mundo Rural” repetiu a localização pelo apoio da autarquia e porque Mação tem feito um trabalho de peso na defesa do mundo rural, com contributos de peso para uma mudança do que têm sido os últimos anos. Este ano o Encontro começou com uma Bênção a todos os matilheiros, porque também eles estão em risco quando acompanham as matilhas nas montarias. Depois aconteceu um desfile dos matilhei-
ros trajados a rigor, com os animais pela trela e com o “toque do búzio” a ecoar pelas ruas de Mação. Manuela Ruivo, da direção da Juntos pelo Mundo Rural estava satisfeita com este encontro que para além daquilo que são as tradições da caça maior juntou a gastronomia e a promoção da caça como uma vertente fundamental para uma, cada vez mais, divulgação do mundo rural. Este encontro teve ainda uma sessão com o chef Rodrigo Castelo para promover a degustação dos sabores mais intensos da carne de caça nas crianças e jovens. Vasco Marques, vereador da Câmara de Mação, destacou o apoio da autarquia a este evento, a esta
associação que tem vindo a desenvolver o trabalho de promoção do mundo rural que ao longo de muitos anos tempo vindo a perder população e, com esse êxodo, a perder muitas das suas características. E convém lembrar que a caça sempre fez parte do mundo rural. E é assim que as matilhas não servem apenas para a caça ou como apoios a atividades de lazer. Elas são fundamentais nas ações para o controlo da densidade de animais, na nossa região em relação aos javalis, são uma ferramenta nas ações que pretendem evitar acidentes rodoviários ou no controle de acessos dos animais à agricultura. JBJ
Cornucópia de Talentos organiza I Jornadas sobre Pedagogias Diferenciadas A Cornucópia de Talentos - Associação para a Promoção da Saúde e o Desenvolvimento Humano, sediada em Abrantes, irá organizar as suas I Jornadas Pedagógicas sobre Pedagogias Diferenciadas, no fim-de-semana de 14 e 15 de Maio,no Edifício Pirâmide, em Abrantes. As I Jornadas Pedagógicas sobre
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Pedagogias Diferenciadas irá ter como oradores Deolinda Ribeiro, Luís Filipe B. Teixeira, Celeste Simão, Paulo César Gonçalves, José Pacheco, Luiza Lameirão, Vera Mendonça, Cátia Lopes e Tânia Seabra. A Cornucópia de Talentos é uma associação sem fins lucrativos, em Abrantes, dedicada ao ser humano
JORNAL DE ABRANTES / Maio 2022
no seu desenvolvimento cognitivo, físico e espiritual. Trabalha na prevenção da Saúde, do Ensino e da Formação praticando metodologias diferenciadas e inspiradas em modelos já existentes como a Escola da Ponte, O Pinhão, e em pedagogias/filosofias como Waldorf, Montessori, High Scope, entre outras.
odos, ou quase, julgamos que Portugal é um país pequeno. Mas estamos errados. Não se trata de grandeza histórica, aquela de que se alimentam os que não têm futuro. Portugal é – hoje – um grande país em termos de território. E sê-lo-á ainda mais, muito mais, se for aprovado o pedido de alargamento da nossa zona económica exclusiva. Porque o mar que é nosso também é território. Hoje, a nossa zona económica exclusiva é a 3ª maior (11%) da União Europeia. E se o alargamento solicitado for concedido, 97% de Portugal será mar. Sabemos o que isso significa? Eu não sei o suficiente, apenas procuro informar-me. E percebo que é um desafio imenso. Em vários sentidos. Desde logo, de responsabilidade nacional e internacional pelo território: não podemos deixá-lo transformar-se numa terra de ninguém onde se reproduzem todas as piratarias. Além disso, o mar é um catálogo de oportunidades e manda a inteligência que, se queremos ter futuro, terá de ser construído sobre as oportunidades presentes e não sobre glórias passadas. Então, há que investir de modo inteligente neste território. É uma prioridade nacional. Por isso, justifica-se que tenhamos um Ministério do Mar e que Tiago Pitta e Cunha tenha vencido o Prémio Pessoa 2021 na qualidade de especialista do mar. E ele foi bem claro: “O nosso fim último é tornarmo-nos uma das potências marítimas do século XXI”. E basta dizer que a nossa zona económica exclusiva, se ficar como foi pedida, será a 10ª maior do mundo. Um desafio imenso, como o mar. Mas os recursos (financeiros, humanos, organizacionais…) são sempre limitados. Quer dizer que se puxamos os recursos para o mar, vão faltar em terra. Sobretudo no interior. E não é preciso explicar porquê: despovoado, pouco produtivo, pouco capaz de ser um pilar ativo do nosso futuro nacional, quanto mais europeu. Pode dizer-se que qualquer governo responsável
//José Alves Jana //FILÓSOFO
deve apostar no mar, não no mato. Há várias atitudes a partir daqui: desmoralizar, olhar para o lado como se nada fosse, berrar alto contra… ou apostarmos nós naquilo que outros não vão querer nem poder apostar. Essa nossa aposta passa por alguns passos decisivos: assumirmos nós a responsabilidade pelo nosso desenvolvimento, melhorarmos a nossa organização em função dessa responsabilidade, implicarmos os recursos humanos existentes nessa tarefa, criarmos objetivos claros que possam ser assumidos pelas várias organizações do território, desenvolver e alimentar lideranças globais e setoriais aos vários níveis capazes de trabalharem de modo articulado para esse desígnio coletivo. E o dinheiro? Para o sucesso de um projeto, são necessárias apenas duas coisas: tempo e pessoas, disse alguém. O tempo é o mesmo para todos, mas é curto, também para todos, por isso não há tempo a perder. Falta saber se temos pessoas. Sim, temos poucas e já muito envelhecidas. Portanto, o segredo é simples, embora trabalhoso: aproveitar as que temos e cativar outras que (ainda) não temos. Falta referir uma coisa: boas metodologias de trabalho. Ou seja, pessoas praticantes de boas metodologias de trabalho. E a qualidade destas mede-se pelos resultados. Daí a importância decisiva da avaliação permanente. Para não ficarmos a ver o mar.
desmoralizar… ou apostarmos nós naquilo que outros não vão querer nem poder apostar.
ECONOMIA / OPINIÃO /
S Food Fab Lab é uma porta aberta para a inovação alimentar // Depois de quatro edições a avaliar e premiar inovação em produtos alimentares, o INOV. LINEA, Tecnologias Alimentares, abriu candidaturas até 15 de maio, para a 5.ª edição do prémio Food Fab Lab. Trata-se de uma iniciativa nacional promovida pelo Tagusvalley, Parque de Ciência e Tecnologia. Ou seja, qualquer pessoa, individual ou através de empresa, que tenha um produto alimentar que considere inovador, ou se tem intenção de criar um negócio alimentar, ou até apenas testar um produto que já tenha no mercado pode inscrever-se. O Food Fab Lab pode ser a peça em falta num puzzle de desenvolvimento empresarial ou no lançamento de um novo produto no mercado. O exemplo do vencedor da edição do ano passado é a melhor forma de “mostrar” as virtudes deste concurso de âmbito nacional. Rui Lopes apresentou-se ao Food Fab Lab, com o seu pão de medronho. Um produto que tinha começado a desenvolver anos antes, para utilização do medronho de forma diferente das utilizações que, tradicionalmente, eram dadas a este fruto silvestre. De acordo com as investigações de Rui Lopes, o medronho poderia ser mais que um fruto para aguardente, licores ou geleias. E no desenvolvimento da farinha de medronho percebeu que podia fazer um pão com benefícios para a saúde, como fonte de fibra e de proteína. Rui Lopes já tinha uma padaria a fazer o seu pão de medronho, mas aproveitou o Food Fab Lab para
potenciar ainda mais este produto. O empresário da região de Leiria disse nunca ter corrido atrás de um prémio, mas sim na possibilidade de melhorar a investigação de anos. Ao ganhar o Food Fab Lab de 2021, para além das melhorias no pão, conseguiu alavancar ainda mais o seu produto. E passou a ostentar na sua comunicação institucional o carimbo de vencedor deste concurso. E foi tanto mais positivo que fechou contrato com a Sonae para poder ter o pão de medronho nas várias lojas deste grupo de retalho. Rui Lopes acrescentou que a entrada do pão de medronho nos continentes, nas três insígnias, não foi um processo fácil, até porque a sua empresa é pequena e assenta apenas no empresário. Mas o facto é que esta cadeia aposta em produtos “clean label” e o pão de medronho insere-se nesta categoria. O Food Fab Lab permite ao produto vencedor receber um prémio de 1500 euros em serviços do INOV. LINEA do Tagusvalley. E estes serviços podem ser ao nível do desenvolvimento de produto e oficina de introdução no mercado. Para além do grande prémio, tal como em anos anteriores, vão ser atribuídos três outros prémios nas categorias: Inovação, Potencial de Mercado e Degustação (com o valor de 500 euros cada).
O Tagusvalley apresentou, nesta quarta-feira, dia 27 de abril, a edição do prémio e onde Paula Grijó, presidente da direção do Parque Tecnológico de Abrantes, destacou que “o prémio Food Fab Lab tem como objetivo apoiar os empresários e dar a conhecer este espaço do Inov-Linea que está ao serviço da comunidade abrantina e da região”. O laboratório do Food Fab Lab assenta num espaço multi funcional, composto por uma cozinha e uma nave industrial onde estão disponíveis equipamentos e tecnologias dedicados à transformação, investigação e produção à escala piloto de produtos alimentares. Os equipamentos permitem a preparação e transformação de produtos hortofrutícolas e/ou cárnicos. O júri que avalia os produtos desta edição do Food Fab Lab será constituído pela Escola Superior de Turismo do Estoril, Escola Superior de Santarém, AHRESP, Agrocluster do Ribatejo, Colab, Confraria Enófila de Santarém, Associação Portuguesa de Nutricionistas e, pela primeira vez, o grupo Sonae.As inscrições estão abertas até dia 15 de maio, em www. tagusvalley.pt e podem candidatar-se empresas ou empresários em nome individual, legalmente constituídos na forma de pessoas singulares ou coletivas ou pessoas individuais com idade superior a 18 anos. Jerónimo Belo Jorge
im, vermelhos escarlates, vermelhos cuja cor a censura salazarista abominava, substituindo-a pela palavra encarnada, pois o vermelho simboliza na nossa bandeira o sangue de todos quantos o derramaram pela Pátria incluindo os presos políticos para raiva do ditador salazarista e seus apaniguados. Cravos vermelhos sinónimos de liberdade, de respeito ante as opiniões opostas, de tolerância, também de firmeza quando os inimigos dessa liberdade a procuram apoucar, se pudessem dobá-la até ficar num ínfimo nó górdio de desatino democrático. O nó górdio em que se encontrava o regime do Botas de Santa Comba sufocava as liberdades, matava, estropiava, abstrusa e absurda guerra colonial. Cravos vermelhos colocados nos canos das espingardas, fim da guerra colonial, constituição de partidos políticos, imprensa livre de censuras, passaportes sem reservas, instauração do divórcio, só por si tão salientes e operativas transformações políticas e sociais constituíram as traves mestras das vivências de todos, mulheres e homens, sem distinção de cor, sexo, crença e modelo de vida e, os cravos libertadores foram, são obra de militares que na sua esmagadora maioria após a euforia da vitória regressaram aos quartéis e os milicianos à disponibilidade. De todos os envolvidos no restauro da democracia destaco o Capitão dos capitães, Salgueiro Maia,
//Armando Fernandes
alentejano de nascimento, ribatejano por mútua adopção, benemérito desta cidade (quando o Município lhe agradecerá?), audaz e determinante na restituição do orgulho em sermos portugueses no conceito da Arte de Ser Português obra lapidar de Teixeira de Pascoaes o monge laico da Serra do Marão. O generoso e impoluto Salgueiro Maia participou em actos políticos no burgo abrantino, nunca se deixou contaminar pela moléstia da prosápia pacóvia enquanto durou a atmosfera subjacente ao triunfo, continuou modesto e de bom trato, continuou a estudar a causa das coisas, continuou simples, sincero, sem pedras nas botas, sem reserva mental, sem remordimentos. Partiu prematuramente para o Olimpo, deixando-me o fel da saudade e o mel dos tempos de feliz convívio.
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Município de Mação Câmara Municipal
EDITAL Nº7/2022 CONCESSÃO DA EXPLORAÇÃO DO BAR DA ALBUFEIRA DA BARRAGEM DE ORTIGA Vasco António Mendonça Sequeira Estrela, Presidente da Câmara Municipal de Mação torna público que de acordo com a deliberação de Assembleia Municipal, na sua reunião de 27 de abril de 2022 se procede à abertura de procedimento para Concessão da exploração do bar da albufeira da barragem de Ortiga, nos termos das seguintes cláusulas e condições: 1. O presente procedimento é promovido pela Câmara Municipal de Mação, com sede Rua Padre António Pereira de Figueiredo, no 9 — 6120-750 Mação, com o número de telefone 241 577 200, número de fax 241 577 280 e endereço eletrónico qeral@cm-macao.pt. 2. Constitui objeto deste procedimento a alienação de bens móveis dispensáveis, no âmbito do n.0 1 do artigo 33 do Regime Jurídico das Autarquias Locais. 3. Podem concorrer à presente concessão, pessoas singulares ou coletivas. 4. Os edifícios e locais da presente concessão, poderão ser visitados pelos interessados, mediante marcação prévia, para o contacto 5. O programa de procedimento e caderno de encargos, estão patentes na Secção de Aprovisionamento do Município de Mação, onde poderão ser examinados, durante as horas normais de expediente, desde a data da publicação do Edital, até ao prazo limite para entrega das propostas, bem como no sítio da internet: www. cm-macao.pt. 6. Os elementos a apresentar pelo concorrente, de acordo com o previsto no procedimento, devem ser referenciados e acondicionados em conformidade com os preceitos a seguir indicados: a) A proposta, a que se referem as alíneas a) e b) do artigo 130 do Programa de Procedimento, é apresentada em invólucro opaco e fechado, em cujo rosto se deve escrever a palavra "p Rop0STA". b) Os documentos que acompanham a proposta, a que se refere o artigo 150 do Programa do Procedimento, são apresentados em invólucro opaco e fechado, em cujo rosto se deve escrever a palavra "DOCUMENTOS QUE ACOMPANHAM A PROPOSTA". c) Os invólucros referidos nos números anteriores são, por sua vez, guardados num outro invólucro opaco e fechado, em cujo rosto se deve escrever as palavras "SOBRESCRITO EXTERIOR" bem como a identificação do procedimento: "PROCESSO N.0 39/2022 — CONCESSÃO DA EXPLORAÇÃO DO BAR DA ALBUFEIRA DA BARRAGEM DE ORTIGA" e a identificação da entidade adjudicante "MUNICIPIO DE MAÇÃO". d) A proposta, bem como os documentos que a acompanham, devem ser entregues pessoalmente na secretaria Município de Mação, durante o horário normal de expediente, (das 09h00 às 12h30m e das 14h00m às 17h30m) mediante recibo de entrega ou enviados pelo correio, sob registo, com aviso de receção para o Município de Mação — Secção de Aprovisionamento, Rua Padre António Pereira de Figueiredo, 6120-750 Mação, devendo, em qualquer caso, a respetiva receção ocorrer até às 17hOOm do dia 12 de maio de 2022. 7. Se o envio da proposta for feito pelo correio, o concorrente será o único responsável pelos atrasos que porventura se verifiquem, não podendo apresentar qualquer reclamação na hipótese de a entrada dos documentos de verificar já depois de esgotado o prazo de entrega das propostas. 8. A abertura das propostas, será efetuada em ato público a realizar por um júri nomeado pelo órgão para decisão de contratar, no dia útil seguinte ao do término do prazo de entrega, com início pelas 15:00 horas, no edifício dos Paços do Concelho. 9. As propostas serão analisadas, pelo júri, no dia útil seguinte ao da sua abertura, sendo que a adjudicação será feita ao concorrente cuja proposta apresente o valor mais elevado. 10. O prazo de concessão é de 01 de junho a 30 de setembro de 2022. 11. Para constar se publica o presente Edital e outros de igual teor, que vão ser afixados nos lugares públicos do costume. 12. O Município de Mação reserva-se o direito de não adjudicar, se assim o entender, caso as propostas apresentadas não reunirem as condições estabelecidas no programa de procedimento e caderno de encargos.
Mação, 28 de abril de 2022
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JORNAL DE ABRANTES / Maio 2022
Queixoperra inaugurou polidesportivo Era um anseio de anos na aldeia da Queixoperra a construção de um ringue polidesportivo para a realização de atividades. A Associação Cultural adquiriu o terreno ao lado da sede e do parque de festas da aldeia e depois com a União de Freguesias de Mação, Penhascoso e Aboboreira e com o apoio da Câmara Municipal de Mação, a obra nasceu. O novo ringue foi inaugurado no sábado de Páscoa com um jogo Sporting-Benfica que juntou as mulheres da Queixoperra na quadra para, logo de seguida, os homens da terra entrarem numa disputa futebolística já tradicional dos solteiros contra os casados. Flávio Santos, presidente da Associação Cultural e Desportiva de Queixoperra, quer agora criar um mural, numa parede lateral do ringue, para inscrever o nome de todos os sócios que têm ajudado a erguer a associação desta pequena aldeia do concelho de Mação.
Câmara de Abrantes atribui 175 mil euros para kits de primeira intervenção A Câmara Municipal de Abrantes reforça este ano o apoio aos kits de primeira intervenção contra incêndios, tendo aprovado por unanimidade no dia 19 de abril, em reunião de Câmara, o apoio de 175 mil euros (+ 15 mil do que em 2021) para celebração de contratos interadministrativos para melhor desempenho de atribuições em matéria de Proteção Civil, com as Juntas de Freguesia de Abrantes e Alferrarede; Aldeia do Mato e Souto; Bemposta; Mouriscas; S. Facundo e Vale das Mós; Rio de Moinhos; Tramagal; Carvalhal; Fontes e Pego, sendo que as duas últimas integram pela primeira vez este dispositivo. As carrinhas ligeiras das Juntas de Freguesia integram o Dispositivo Especial Contra Incêndios Rurais (DECIR), no âmbito municipal, para responder de forma mais rápida e eficaz no ataque aos incêndios, na sua fase inicial, até que cheguem os reforços ao local do incêndio, sendo
uma mais-valia pela sua proximidade e rapidez. Estão equipadas com maquinaria, mangueira e tanque com capacidade de 600 litros de água, estando também apetrechadas com rádios de comunicação. Nos períodos de alerta laranja e vermelho, estarão pré posicionadas em Locais Estratégicos de Estacionamento (LEE), dentro do limite da respetiva freguesia, locais esses definidos previamente pelo comandante dos Bombeiros Voluntários de Abrantes. As freguesias que não disponham dos recursos necessários para levar a cabo estas ações não deixam, por isso, de estar protegidas já que todos os restantes meios no âmbito da proteção civil são alocados em caso de necessidade. Para o presidente da Câmara, “num território tão extenso como o de Abrantes, precisamos de ter dispositivos em vários pontos do concelho para que, num processo de ignição
“Pego e Fontes juntam-se às oito que já integram o DECIR”
de um incêndio, possamos ter condições de ataque rápido, na salvaguarda de pessoas e bens”. Manuel Jorge Valamatos sublinha que “os kits de primeira intervenção funcionam também como instrumentos de vigilância, desempenhando um papel dissuasor e informativo, junto da população”. O autarca releva ainda o trabalho “de grande esforço” das juntas de freguesia aderentes, porque “têm de alocar recursos humanos e algum investimento do seu próprio orçamento, ao serviço de uma causa tão importante e relevante”.
PATRIMÓNIO / NOMES COM HISTÓRIA / Grupo
O Rio Torto nasce na freguesia de Bemposta e desagua na margem esquerda do Tejo, um pouco a jusante da ponte rodoviária do Rossio ao Sul do Tejo. Nos invernos chuvosos as águas extravasam das margens e juntam-se com as do Tejo, inundando toda a zona sul daquela povoação. O nome advém-lhe certamente do seu percurso sinuoso e é já antigo pois aparece num documento de 1248, referindo-se a uma doação de uma herdade do Rio Torto, pertencente ao termo de Abrantes. Na altura não aparece qualquer sinal da existência ali de uma povoação que correspondesse à actual S. Miguel do Rio Torto, mas num documento de 1365 já há referência a um Gomes Lourenço, morador em Rio Torto e em 1527 já ali viviam 53 moradores. Supõe-se que esta povoação, hoje desaparecida, ficaria na zona mais baixa, junto da actual igreja matriz e cemitério e que a povoação situada no cimo do monte só surgiu posteriormente, não se sabendo bem quando se deu essa transferência, ou quando lhe foi associado o nome do seu patrono - S. Miguel. Nas Memórias Paroquiais de 1758, surge já como freguesia, contando então com seiscentos e vinte habitantes. A ponte ferroviária sobre este rio, situada quase junto à foz, é a mais antiga das pontes construídas na região de Abrantes, em consequência da expansão do caminho-de-ferro na segunda metade do século XIX e integra o troço da linha Santarém – Abrantes, cuja inauguração se situa em 1862. Nos Anais do Município de então podemos ler: “O dia 7 de Novembro foi um dia de regozijo público para os moradores desta Vila, por se abrir à exploração o traçado do caminho-de-ferro de Santarém até à estação do Rossio. Perto de duas mil pessoas de ambos os sexos se juntavam junto à estação para admirar o espectáculo grandioso da chegada do comboio, o qual atravessou a ponte do Rio Torto à uma da tarde. (…) O Exmo. Duque de Loulé, Ministro dos Estrangeiros e Obras
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uma nova forma de comunicar. ligados por natureza. 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt www.mediaon.com.pt
Públicas e Anselmo J. Braancamp, Ministro do Reino, quiseram honrar, com a sua presença, este acto. (…) Os Exmos. Ministros tinham mandado vir de Lisboa um primoroso jantar, que terminou depois das três horas da tarde e regressaram a Lisboa próximo das quatro”. Mas nem só de festas é feita a história desta ponte. Presenciou bastantes tragédias, uma delas a menos de um mês após a sua inauguração. Referem também os Anais: “No dia 2 de Dezembro de 1862, abateu um dos tubos, na altura em que passava um comboio de materiais para as obras da via férrea, precipitando no rio parte dos carros e com estes muitas pessoas de ambos os sexos, empregadas nos mesmos trabalhos: destes infelizes, muitos morreram logo e vinte e dois deram entrada no Hospital da Misericórdia desta Vila.” Consta que o total de vítimas foi ao todo de catorze, pelo que a ponte passou na altura a ser conhecida por Ponte dos Catorze, denominação que aparece nos Anais de 1868, na altura em que já precisava de alguns arranjos e a Câmara de Abrantes providenciava à sua reparação. Mas os acidentes não se ficaram por aqui. Na primeira metade do século XX, começaram a chamar-lhe Ponte Corta – Cabeças, pois como
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//Teresa Aparício
A Ponte Ferroviária sobre o Rio Torto, antiga ponte Corta - Cabeças
era bastante estreita, deu origem à morte de alguns incautos que, inadvertidamente, punham a cabeça fora da janela, na altura em que o comboio passava sobre ela. Durante muitos anos foi reclamada a sua remodelação, mas só em Dezembro de 1964 o tabuleiro da mesma foi substituído por um outro mais largo. No Nova Aliança de 1/ 1/ 1965 podemos ler: “ Depois de muitos anos de lamentações justificadas pelo número de vítimas decapitadas pelos comboios, a ponte do Rio Torto deixou de cortar cabeças (…) e acabou finalmente o natural arrepio que muitos passageiros sentiam ao passar por ali, com paragem de comboios obrigatória, antes e depois”. Nos últimos anos e, felizmente, esta ponte velhinha, pouco tem tido para nos contar, a não ser uma história de resistência a muitas cheias que ciclicamente os invernos vão trazendo ao Rio Torto que sob ela corre. Consultas: - Campos, Eduardo, Dicionário Toponímico e Etimológico do concelho de Abrantes, edição C.M.A. 1987 - MORATO, Manuel António e MOTA João Valentim, Memória Histórica da Notável Vila de Abrantes, edição da C.M.A. 1981
Maio 2022 / JORNAL DE ABRANTES
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SAÚDE /
/ Filipa Serra / Higienista Oral da Unidade Saúde Pública do Médio Tejo
SIM, vamos falar de Saúde Oral!
Uma boca saudável permite-nos respirar, falar, expressar, saborear, beber, morder, comer, fazer música, assobiar, beijar… Uma boca saudável ajuda a construir uma boa autoestima, aumenta a qualidade de vida, o bem estar social e emocional e contribuiu fortemente para uma melhor saúde em geral. Apesar da grande oferta de serviços dentários públicos e privados, a saúde oral ainda é nos dias de hoje negligenciada o que leva a grandes consequências, nomeadamente se essa negligência acontecer nas crianças. Hábitos de higiene oral devem de ser introduzidos nas crianças o mais cedo possível, desde os primeiros dentinhos, e isto porque (dados FDI World Dental Federation): • A nível mundial, estima-se que 486 milhões de crianças sofrem de cárie dentária em dentes decíduos (de leite); • Gengivites severas e cáries dentárias em dentes decíduos estão entre as 10 doenças mais prevalentes; • A cárie dentária causa dor, ansiedade e leva à perda precoce de dentes. • A pobre saúde oral de uma criança afeta a sua performance escolar. Crianças com pobre saúde oral têm 12x mais probabilidade de faltar às atividades. Mais de 50 milhões de horas escolares são perdidas por ano, devido a pobre saúde oral; • Crianças com pobre saúde oral referem que se sentem apreensivos em conhecer outras crianças porque estas podem fazer piadas acerca dos seus dentes; • O consumo regular de alimentos e bebidas açucaradas é a causa principal da cárie dentária e de outras doenças orais.
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Assim, vamos contribuir para que as crianças cresçam mais saudáveis e mais felizes. Promova, incute, os seguintes hábitos: • Escovar os dentes 2x ao dia, uma obrigatoriamente à noite antes de deitar; • Utilizar de pasta de dentes com flúor (quantidade de 1450-1500ppm) - uma bolinha (tamanho da unha do dedo mindinho da criança); • Utilizar uma escova dos dentes do tamanho adequado à boca; • Evitar lanches e bebidas açucaradas; • Visitar o higienista oral e/ou médico dentista pelo menos 1 a 2x ao ano. Nunca é tarde para mudar e uma boca saudável é sinonimo de MAIS SAÚDE física e mental.
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JORNAL DE ABRANTES / Maio 2022
Ana Vila Lobos recebe Medalha de Mérito // A diretora do Serviço de Nefrologia do CHMT – Centro Hospitalar do Médio Tejo, Ana Vila Lobos, foi distinguida pela Ordem dos Médicos (OM) com uma Medalha de Mérito pela sua carreira ao serviço do SNS. A homenagem foi atribuída a Ana Vila Lobos e 17 médicos que, na avaliação da OM, contribuíram forma relevante para a dignificação da profissão médica e da Medicina em geral. “Estamos a homenagear quem personaliza na perfeição o ‘Ser Médico’ e que tanto se dedicou e continua a dedicar aos seus doentes. Estamos a enaltecer também quem foi pioneiro em cada uma das suas áreas de especialização. São colegas extraordinários e que muito orgulham a Medicina Portuguesa”, afirmou o presidente da Secção Regional Centro da OM, Carlos Cortes, que é, também, diretor do Serviço de Patologia Clínica do CHMT. A carreira de Ana Vila Lobos é indissociável do SNS – Serviço Nacional de Saúde: “Sou médica há quase 42 anos e o sentimento de ter visto crescer o Serviço Nacional de Saúde Português, um dos melhores do mundo, e poder ter contribuído, ainda que numa ínfima parte, para o seu desenvolvimento, deixa-me orgulhosa do dever cumprido. Esse dever que foi simultaneamente um caminho de felicidade, por ter uma profissão maravilhosa que se expressa num olhar de agrade-
cimento de um doente e na alegria de uma boa prestação de um colega mais jovem”, precisou a médica. No rescaldo da homenagem, a diretora do Serviço de Nefrologia do CHMT quis deixar uma mensagem de gratidão: “Este caminho só foi possível porque comigo estiveram muitos profissionais de saúde de todas as áreas e a quem presto aqui a minha homenagem. Esta medalha também é deles”, afirmou. Ana Vila Lobos nasceu em Lisboa e a sua carreira na especialidade de Nefrologia é indissociável do Hospital Curry Cabral (HCC), unidade onde desenvolveu mais de três décadas de atividade assistencial, nomeadamente na Unidade de Transplantação Renal e Hepática do HCC, tendo sido médica do primeiro doente transplantado renal dessa unidade (1989) e do primeiro doente transplantado hepática do país (1992) – que após o procedimento pioneiro ficou dependente de hemodiálise, sendo 6 meses mais tarde submetido também a transplante renal. A médica iniciou o seu percurso no CHMT em 2016, tendo integrado o Conselho de Administração da ins-
tituição de fevereiro de 2020 a abril de 2021, assumindo o cargo de Diretora Clínica no auge da pandemia de COVID-19. O seu papel na prestação de cuidados de saúde de excelência à população residente na região do Médio Tejo tem sido central e determinante. Para além da intensa atividade desenvolvida no CHMT, Ana Vila Lobos desenvolveu uma ligação privilegiada aos Cuidados de Saúde Primários – da qual os Protocolos de Teleconsulta de Nefrologia e Consulta de Nefrologia na Comunidade firmados com o ACES Lezíria são exemplo. No início de 2022, a diretora do Serviço de Nefrologia do CHMT foi promotora do protocolo de articulação firmado entre o CHMT e o Hospital Distrital de Santarém (HDS), através do qual o quadro médico de Nefrologia do CHMT passou a assegurar o acompanhamento dos doentes renais crónicos de Santarém, realizando as consultas da especialidade de Nefrologia nas próprias instalações do HDS. No âmbito desta parceria, cerca de uma centena de doentes renais crónicos do HDS, que tinham o seu acompanhamento assegurado através de um protocolo com o Hospital de Santa Maria/ Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHULN), passaram a ter uma continuidade de cuidados de saúde diferenciados de excelência, numa lógica de proximidade, sem a necessidade de qualquer deslocação. Coautora de múltiplas publicações nacionais e internacionais com mais de 160 referências bibliográficas na literatura mundial, Ana Vila Lobos é também grande impulsionadora da atividade científica no Serviço que dirige, destacando-se o empenho que desde sempre teve com a formação dos colegas mais jovens. Casimiro Ramos, presidente do Conselho de Administração do CHMT, deixa também a homenagem da instituição à sua Diretora de Serviço: “O país e a região do Médio Tejo têm de estar muito gratos à Drª Ana Vila Lobos. Pela sua dedicação, pelo seu esforço e permanente superação, pelo seu sentido de missão e entusiasmo contagiantes. Ana Vila Lobos desenvolveu uma carreira fulgurante e de grande sucesso, que foi distinguida com a Medalha de Mérito da OM. Mas partilhou esse sucesso com o SNS, com a região do Médio Tejo e com o país. Por isso lhe somos muito gratos e é com muito orgulho que podemos contar consigo nesta grande equipa de profissionais de excelência ao serviço do CHMT.”
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