Medeia Magazine 3 - Janeiro e Fevereiro 2013

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estreias cinema

ferrugem e osso de Jacques AudiarD ESTREIA 28 FEV

Duração: 120 min

com Marion Cotillard, Matthias Schoenaerts, Armand Verdure, Céline Salette, Corinne Masiero, Bouli Lanners

Jacques Audiard apresenta Ferrugem e Osso, o seu mais recente filme desde o premiado O Profeta. Dois corpos pela metade, um filme por inteiro.

“É uma história comovente, que sai do ecrã como uma enxurrada de água que merece ser lavada em prémios.” The Guardian

“É para rir e chorar, o que mais pode pedir pelo preço do bilhete?” Thomas Bidegain (argumentista)

Principais Festivais: Globos de Ouro: Nomeado para Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Actriz Festival de Londres: Melhor Filme Festival de Cannes: Selecção Oficial – Competição Festival de Valladolid: Melhor Filme, Melhor Actor e Melhor Argumento Festival de Cabourg: Melhor Filme

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JANEIRO | FEVEREIRO 2013

Deformar é alterar a forma primitiva de algo ou, no caso particular deste filme, de alguém. Foi isso que Jacques Audiard fez aos personagens de Ferrugem e Osso. Alain, interpretado por Matthias Schoenaerts, é um expugilista, que vai viver com o filho Sam para casa da irmã. Numa das suas saídas nocturnas conhece Stéphanie (Marion Cotillard), uma treinadora de orcas no Marineland, e tornam-se amigos. Um dia, durante uma actuação no parque aquático, Stéphanie vê a sua vida mudar por causa de um terrível acidente. Da amizade com Alain nasce uma enorme dependência que se traduz na única maneira de Stéphanie regressar à normalidade. Vemos duas personagens que, segundo Audiard, “não são feitas para amar” (L´Express). Ele, o realizador, deformou-as à sua maneira: retirou mobilidade e auto-estima a Stéphanie e deu cabo dos ossos a Alain ao pô-lo de volta nos ringues improvisados na rua. Sem grande dó e muito pouca piedade. O enredo parte de dois contos de Craig Davidson, um autor canadiano comparado a Chuck Palahniuk pelo registo sarcástico, cru, e directo com que narra as suas histórias. Davidson é um autor admirado por Audiard que vê nele um narrador nato das convulsões do seu tempo. No original não existe tratadora de orcas mas um tratador e as duas personagens da história nunca se encontram. Aqui é diferente. Em Ferrugem e Osso, confrontam-se duas figuras opostas: uma mais doce e fragilizada e outra mais bruta e intempestiva. As duas estão unidas pelo desconforto físico e, consequentemente, emocional. “É uma história comovente” escreve o The Guardian, “que sai do ecrã como uma enxurrada de água que merece ser lavada em prémios”. De um lado, uma vedeta de peso, Marion Cotillard — que viu a sua


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