Revista Village Arte Decor 2015

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Sentido 70/Hugo Fagundes

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Da esquerda para a direita: Antonio Rodrigues de Oliveira, Hélio Antonio Furlan, Fortunato Fleury Sunhiga (Renato), Jean Wiliam Pereira e Silvio Michelon

os sintomas da decadência e logo a usina seria fechada. Mesmo assim, ainda era possível se fazer muita coisa por lá. “Eu cheguei a participar de um grupo de teatro amador e a gente montou uma peça, uma farsa chamada Que Noiva que eu Arranjei?”, lembra. Tem saudade daqueles tempos, e conta que os moradores “da velha guarda” são unidos e a convivência é muito boa. “Estou otimista com esse evento, porque a renovação é sempre bem-vinda. O Monte Alegre está parecendo uma ilha e é bom que venham novos ventos.”

UMBIGO O empresário Silvio Michelon passou todos os 44 anos de sua vida no Monte Alegre. “Nasci aqui, Meus ascendentes vieram da Itália, em 1891, e logo se estabeleceram por aqui”, revela. Ele conta que tem o

umbigo enterrado no bairro e os dos dois filhos também. E não é força de expressão. “Fiz questão de enterrar os umbigos dos dois, assim que nasceram, debaixo de uma árvore. Eles são crianças, não sei se vão querer ficar sempre aqui, mas eu nem penso em sair daqui”, afirma. Tanto que, quando foi fazer faculdade, e escolheu o curso de engenharia eletrônica, a melhor opção era a USP (Universidade de São Paulo). “Mas era em São Carlos e eu teria de sair. Preferi fazer aqui mesmo, na Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba)”, lembra. Na infância de Michelon, nos anos 70, o Monte Alegre estava no auge, com tudo que uma criança precisava, e ele se recorda que só foi conhecer ‘a cidade’ aos 12 anos. “Hoje, com a estrada, fica fácil você ir ao Centro. Eu não escondo a minha paixão por aqui e, por isso, qualquer coisa que venha para melhorar o Monte Alegre eu sou favorável.”

‘A gente não precisava sair daqui para nada’


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