Garotas de Vidro

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Eles dizem —Coma isso, Lia. Coma isso, por favor. Coma, por favor, só isso, por favor, só uma mordida. —Por favor. Os corvos me vigiam, as asas dobradas cuidadosamente atrás deles, famintos olhos amarelos pesando meus pontos fracos. Eles circulam ao meu redor uma, duas, três vezes, as garras fazendo cicatrizes no chão de pedra da igreja. Eu me enrolo no altar congelado. Eles tremulam perto, penas pretas enchendo minha boca e olhos e ouvidos. meu corpo meu quarto de motel só Eles se alimentam. Eles arrancam mordidas com seus bicos – uma da minha panturrilha, uma de dentro de meu cotovelo – puxa a carne do osso e voa com o seu tesouro.


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