REVISTA PREA N 15

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Monumento histórico, ao centro, abriga a Casa de Cultura Popular - “Palácio Florêncio Luciano”

Por Gustavo Porpino (Colaborou Dean Sena) Fotos: Anchieta Xavier

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arelhas, a 240 km de Natal, já não é apenas um lugar para se pegar “pareias” de cavalos. Os antigos cavaleiros e boiadeiros que corriam lado a lado no caminho da Fazenda Boqueirão deram nome a uma terra simpática e de noites estreladas. O solo de Parelhas, rico em minérios, também é cintilante como o céu do Boqueirão. Mesmo assim, Parelhas não cresceu tanto quanto Caicó e Currais Novos, os maiores municípios do Seridó potiguar, mas guarda um pouco da riqueza cultural seridoense. O município celebra 150 anos em 2006 com lançamentos de livros de autores locais, exposição fotográfica na Casa de Cultura Popular e muita festa com a fartura típica do seridoense. “Até 1921 realizavam-se em Parelhas, nas tardes domingueiras, as corridas de cavalos, nas quais não faltava música, apostas e cervejas para banhar os cavalos vencedores”, conta o já falecido historiador Antônio Pereira de Macedo em sua monografia sobre a história do município, escrita em 1942.

“Da Capelinha da serra, Deus olha minha terra e abençoa o seu chão...” (Lauro Virgílio) - Foto: Hugo Macêdo.

A fé do povo em São Sebastião é uma das marcas de Parelhas e, de certa forma, foi a responsável pelo surgimento do município. Em 1856, temendo a epidemia do cólera-morbos, que matou milhares no interior potiguar, Sebastião Gomes de Oliveira, o Sebastião Chocalho, e Cosme Luiz, fizeram a promessa de construir uma capela consagrada a São Sebastião, se lhes fosse concedida a graça de escapar da doença. A peste passou e a capela foi edificada. Várias casas foram construídas próximas a antiga capela feita de taipa.

Em 26 de novembro de 1920, o povoado de Parelhas foi elevado à categoria de vila, tendo sua freguesia sido criada no dia 8 de dezembro do mesmo ano. Seis anos depois, no dia 8 de novembro de 1926, o povoado foi desmembrado do município de Jardim do Seridó. Mas a história de Parelhas começa bem antes da construção da Capelinha. Em 1688, o bandeirante Domingos Jorge Velho, penetrou pelo Boqueirão de Parelhas para apreender e matar índios que Nov/Dez 2005

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