Anais do I Encontro sobre Gramatica

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Anais do I Encontro sobre Gramática: Saberes e Fazeres. Volume 1, Número 1. Fortaleza-CE. 2012. ISSN 2316-9583

GÊNERO TEXTUAL: TECNOLOGIA DE INTERAÇÃO COMUNICATIVA NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA.

Expedito Wellington Chaves COSTA (IFCE)1 Resumo A linguagem é, hoje, reconhecida como instrumento de interação social, empregado pelos sujeitos humanos com o objetivo primordial de transmitir informações diversas entre interlocutores reais. Por isso, as regras do sistema linguístico devem ser usadas como meios aos objetivos da interação verbal. Nesse sentido, os gêneros textuais se apresentam como uma forma de comunicação capaz de realizar objetivos específicos em situações sociais particulares, o que, no ensino de Língua Portuguesa, garante a relação entre a aprendizagem e os contextos comunicativos do cotidiano dos alunos e dos professores, uma vez que cada gênero supre pelo menos uma necessidade comunicativa oral ou escrita. Além disso, ao usar os gêneros textuais nas aulas, os professores podem explorar todos os aspectos (como forma, função, estilo e conteúdo), para ensinar estrutura e uso dos fenômenos linguísticos. Dessa forma, o objetivo deste artigo é apresentar o potencial dos gêneros textuais no ensino de Língua Portuguesa e algumas estratégias de como utilizá-los para o aprimoramento das competências linguísticas e comunicativas dos estudantes, independente do nível em que se encontrem. A seleção dos gêneros a serem usados é facilitada pela ocorrência deles em diversos portadores, entre os quais o jornal impresso é um dos mais profícuos. Conclui-se que a necessidade e a diversidade da comunicação contemporânea exigem contato permanente dos estudantes com a diversidade de gêneros textuais, para garantir-lhes desenvolvimento de competência comunicativa e aprendizagem real das funções da língua materna. Palavras-chave: Língua Portuguesa; Gêneros Textuais; Interação; Ensino; Aprendizagem.

Desde a década de 1980, o termo gênero tem sido utilizado por muitos pesquisadores nos mais variados campos do conhecimento e com as mais diversas conotações. Já na primeira metade da década de 1990, Freedman e Medway (1994, p. 1, tradução nossa) observam que “a palavra gênero está na boca de todos, de pesquisadores e estudiosos a pedagogos e professores”. Portanto, o que era um termo restrito aos setores mais especializados da crítica e da erudição acadêmica e às conversas de pessoas letradas, estendeu-se e deixou de ser um termo marcado apenas nessas discussões. Para Koch (XAVIER e CORTEZ, 2002), a preocupação particular da linguística com os gêneros está diretamente ligada ao desafio que enfrenta de acompanhar as mudanças sociais ao lado das quais os novos gêneros emergem e se constituem. Exemplos disso são os gêneros que se fazem presentes na rede mundial de computadores, cujo representante mais comum é o chat. Uma vez que as mudanças na vida da sociedade se fazem necessariamente acompanhar do desaparecimento ou da adaptação de velhos gêneros, por um lado, e do surgimento de novos gêneros, por outro, a discussão desses fenômenos se torna hoje algo imprescindível. Em tempos passados, entretanto, a história do uso do termo apontava para direções e interesses bem distintos e restritos em relação ao que se tem hoje. Marcuschi (2002) indica que o uso do termo gênero, embora tenha se firmado com Aristóteles e com os estudos de retórica, remonta já a Platão e aos estudos literários. Com Aristóteles, a arte retórica desenvolve-se no sentido de capacitar

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). Mestrado. Email: ms.wellington@gmail.com

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