Profundamente sua sylvia day

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Era mais do que óbvio que ele estava escondendo alguma coisa, e o fato de haver tamanha distância entre nós era insuportável. Em determinados pontos, ele não confiava em mim. Quando passamos pela recepção, Megumi apoiou o queixo na mão e soltou um suspiro dramático. “Ela está gamadinha em você, Cross”, murmurei enquanto saíamos e ele chamava o elevador. “Até parece”, ele esnobou. “O que ela sabe sobre mim?” “Fiquei fazendo essa pergunta a mim mesma hoje o dia todo”, respondi em voz baixa. Dessa vez, tive certeza de que ele sentiu o golpe.

O dr. Lyle Petersen era um homem alto, com cabelos grisalhos bem cortados e olhos azuis ao mesmo tempo amistosos e incisivos. Seu consultório era decorado com muito bom gosto, em tons neutros, e a mobília era extremamente confortável, algo que eu fazia questão de notar toda vez que ia até lá. Ainda não estava acostumada com a ideia de que ele era meu terapeuta. Meu contato com ele se dava apenas através da minha mãe, que era sua paciente fazia uns dois anos. O dr. Petersen se instalou em sua poltrona de costas altas diante do sofá em que Gideon e eu nos sentamos. Seu olhar afiado se alternou entre nós dois, certamente notando que estávamos mantendo certa distância e adotando uma postura defensiva. No trajeto de carro até lá havíamos nos comportado da mesma maneira. Ele abriu a capa protetora de seu tablet, apanhou a caneta e perguntou: “Vamos começar falando da causa dessa tensão entre vocês?”.


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