O samba em pessoa: narrativas das Velhas Guardas da Portela e do Império Serrano

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A minha vida... Acho graça que eu perdi um casamento por causa de Portela. Eu era noiva, foi nesse ano, em 1966, eu puxando o samba com o Maninho e o falecido Catoni. Só que eu esqueci que naquela época já existia televisão. Quando meu ex-noivo me viu na televisão, ele disse: – Olha mamãe, a dama com os dois valetes ao lado! Veio e desmanchou o casamento. Mas Deus sabe o que faz. E graças a Deus eu nunca me casei. Fui noiva duas vezes, mas não casei. Não tenho arrependimento. Eu tenho minha vida livre, não tem ninguém que diga assim – Você não vai ali. Não. Eu sou independente. Minha vida é tão boa, minha vida é tão preciosa, não é?


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