De Onde Viemos: Bastos, Poubel, Rambaldi, Valim, Silva, Junger

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climáticas desfavoráveis, com chuvas prolongadas que atrasaram as colheitas. A economia estava consumida por guerras e revoluções, em especial, a Revolução Francesa, e mais tarde a Revolução Industrial, deixando muitas pessoas sem emprego, em virtude da importação de máquinas agrícolas e texteis inglesas. Tudo isso levou o povo suíço a um estado de miséria e fome.

Helvética¹, em 1797/1798. Os cidadãos que ali viviam perderam o direito de serem franceses e receberam em troca a ambição dos suíços por suas terras. Acabaram por se tornar apátridas em sua própria terra.

As primeiras casas dos imigrantes se assemelhavam à bandeira suíça acima, com quatro cômodos em forma de cruz. No topo, Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Conceição do Muqui - ES.

Foi o caso de Mathieu Poubel e Marie.Barbe Gauvinat, que chegaram ao Brasil em 1819 procedente de Bellefontaine, bailiado de Porrentruy, Cantão de Berna, no Jura Bernois, e representam a origem da família Poubel no Brasil. Não apenas nasceram franceses como também se casaram na França, e embora nunca tivessem deixado o local de origem (antes da vinda para cá), seus filhos, François, Pierre Etienne e François Xavier, nasceram suíços. Nesse momento, a Suiça oferecia condições

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DE ONDE VIEMOS

Até então a rotina dos suíços era muito simples. Logo que iniciava a primavera e o gelo derretia, abriam suas casas e iniciavam o trabalho rural, cuidando do gado, das terras e da lavoura. Quando começavam os primeiros ventos frios do inverno, concluíam seus trabalhos e se recolhiam às suas casas para as obrigações da temporada. Alguns emigravam para regiões mais quentes onde pudessem desempenhar qualquer atividade e ganhar dinheiro para o sustento da família, superando essa fase difícil do ano. A maioria, no entanto, permanecia em suas casas onde podiam desempenhar suas atividades artesanais, principalmente tecelagem e relojoaria. Com a Revolução Industrial a tranqüilidade acabou, principalmente para os tecelões, com o surgimento do tear industrial. Um próspero comerciante suíço (Sebastian Gachet) que viria ao Brasil em 1817, atento à libertação dos escravos e à possível necessidade de mão de obra, pensou em trazer para cá imigrantes suíços. O Rei D. João VI abriu as portas do Brasil à imigração estrangeira, autorizando a vinda de 100 famílias suíças de Fribourg. De acordo com BASTOS, mais de 2013 pessoas cruzaram o atlântico, levando consigo a esperança de uma vida melhor. Destas, apenas 1689 chegaram ao Brasil, em 26 de novembro de


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