Mondrian

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Mondrian

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Revendo Mondrian, tive a certeza de que, tendo o Cubismo Analítico como seu ponto de partida ele percebeu os limites da superfície da pintura. Em 1917, na sua obra Mais e Menos, ele já tinha invadido as margens do quadro em alguns níveis. Em 1918 ele começou a criar formas com a horizontal e a vertical, como duas linhas básicas, compondo a superfície que ele usava. Depois de um período de 20 anos, ele retornou a esse problema, que é o de libertar a superfície do quadro do espaço representativo. Se tomarmos estas obras e corta-las

exatamente

nas

suas

linhas

divisórias,

teremos

superfícies

completamente vazias, limpas e puras – elas são áreas completas de espaços não-trabalhados. Para mim, olhando para suas verticais e horizontais, vejo que ele dividiu o quadro simplesmente nas suas próprias linhas de construção. Meu próprio problema está ligado com isto, quando eu virtualmente desloco a superfície, encontrando o topo do espaço, que é como o chamei. Em 1942 com Broadway

Boogie-Woogie

surgem

outras

questões

que

abriram

novas

possibilidades no campo da atomização da cor. Ao meu ver, a grande importância de Mondrian foi a de que ele “limpou a tela do espaço representativo”, e, a partir daí, surgiu o questionamento contemporâneo deste espaço. Cabe a nós, procurar formas vivas que fujam completamente do espaço representativo, o qual pode ser usado apenas na medida que está expresso pelo tempo da obra.

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