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Tragicomédia de erros Pixs
from Grifo 32
by Jornal Grifo
Se a imprensa tivesse dado os nomes aos bois, a manada certamente não teria chegado aonde chegou.
Viciado é assim: faz rachadinha até com seu próprio cartão de crédito. Velhinho fascista continua sendo, fundamentalmente, fascista.
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Subprocurador-geral substituiu concretamente o Aras que virou fantasma assustado.
Quem desenha sabe, o cenho franzido do Aras é muito usado por estelionatários e golpistas quando tentam parecer honestos.
Realismo Fantástico foi a denominação encontrada para a literatura produzida a partir da América Latina e Caribe num determinado momento histórico. Os escritores aceitaram a alcunha a partir da compreensão de que a realidade da região só poderia ser rascunhada se remetida para uma suprarealidade em que o absurdo assumia a condição do principal personagem e tentava dar conta da submissão do real aos interesses políticos mistificadores de uma minoria que se perpetuava por séculos.
Alguns anos depois, na parte desenvolvida da América, uma versão desenvolvida deste fantástico aparece nas mãos de dois irmãos cineastas, os irmãos Coen. “Fargo, Uma Comédia de Erros”, talvez seja o retrato mais corrosivo do cinema estadunidense das últimas décadas. O cenário é o interior caipira, com sua violência tranquila e sua cultura peculiar. O ponto em comum do realismo mágico latino com a oligofrenia atávica do norte é a técnica de exagerar a realidade para torná-la visível.
O Brasil de hoje não tem o charme ou o romantismo do gênero lite- rário latino-americano nem o estranhamento cinematográfico ingênuo dos irmãos estadunidenses. Mistura de farsa com o trágico, o Brasil nos últimos anos se emaranhou na mentira, se embrenhou na violência gratuita e submergiu na irracionalidade.
Não é uma clássica comédia de erros como o filme Fargo e muito menos a graciosa fantasia de Garcia Marques ou Bioy Casares. É uma tragicomédia da farsa que esconde camadas de interesses embaladas com a violência das oligarquias nacional, temperadas com o non sense da classe média rancorosa e com a traição do lumpem criminoso.
Em troca da possibilidades de se lambuzar na mesa, a elite econômica nacional jogou os talheres para o alto e se jogou nos pratos que, laboriosamente, o país havia conseguido servir. Abandonou os modos, sua história e a vergonha na cara. O 8 de janeiro é o retrato de uma classe social ensandecida pelo gosto do sangue, aliada a alguns servos em busca das migalhas e com a certeza de que a farra terminaria aquelas dias. Saudades de quando ela tinha um discreto charme.
Espero que depois da prisão de Bolsonaro o pessoal pare de agradecer a Deus na beira do campo. Só não gosto da cara de surpresa de certos jornalistas.
É fake news que o surto de caganeira em Santa Catarina tenha origem nas lojas Havan.
Talvez agora entendam que cagar no STF é mais grave do cagar no WhatsApp. Braga Neto e Heleno Nunes já dão sinais de contração intestinais.
Parece ser boato que Bolsonaro está negando que seu nome está tatuado na pingola do Daniel Alves. Carluxo assume.