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Análise do uso dos meios de comunicação tradicionais por candidatos a prefeito em Natal/RN

Contextualização da cena política potiguar

Para entender o resultado da eleição para prefeito de Natal em 2012, a qual teve como vencedor o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT), é necessário voltar a um período passado e acompanhar o jogo de alianças e rompimentos, que resultou nessa vitória e, há anos, desenha a política potiguar. Entre as principais características das campanhas do Rio Grande do Norte, o fato de se ter as mesmas famílias na luta pelo poder e, quase invariavelmente, conseguindo conquistá-lo é algo marcante. O prefeito eleito, Carlos Eduardo Alves, é membro de uma das famílias tradicionalmente mais envolvidas com a política do Rio Grande do Norte. A sua história na vida pública teve início em 1982 quando foi eleito deputado estadual pelo PMDB e reeleito por três vezes consecutivas. Em 1996, ocupou o cargo de Secretário Estadual do Trabalho, da Justiça e da Cidadania durante o governo de Garibaldi Alves Filho (PMDB). Entre as ações que foram destaque nesse período estão a implantação dos três regimes jurídicos previstos em lei no sistema penitenciário, a solicitação para a construção dos presídios de Alcaçuz e de Caicó, a reforma das penitenciárias João Chaves e Mário Negócio, além da implementação do Procon no estado e a criação das Centrais do Cidadão. No ano 2000, ele foi indicado como vice-prefeito na chapa de Wilma de Faria (PSB). Dois anos mais tarde, em 2002, contrariando seu partido e sua família, anuncia apoio à candidatura da aliada ao Governo do Estado e fica do lado oposto ao PMDB, que governou o Rio Grande do Norte de janeiro de 1995 a março de 2002, representado por Garibaldi. Em 2003, Carlos Eduardo e seu pai, Agnelo Alves, prefeito de Parnamirim, filiaram-se ao PSB, ratificando a mudança de posicionamento político de ambos. Com a vitória de Wilma de Faria na disputa pelo governo, o vice-prefeito assumiu a Prefeitura do Natal no mesmo ano. Enquanto isso, as alianças em torno da campanha de 2004 eram formadas. Em junho de 2004 (próximo ao prazo das inscrições das candidaturas) o PSB “quebra” a aliança com o PFL (atual DEM) e anuncia Micarla de Souza (PP) para ser a candidata à vice–prefeita na Coligação “Vitória do Povo”, integrada pelo PSB, PDT, PP, PL, PPS, PSDC, PMN, PV, PRP e PCdoB. A chapa venceu a eleição no segundo turno, como mostram as seguintes tabelas no TER/RN:

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