Comunicação Política e Eleitoral no Brasil: perspectivas e limitações no dinamismo político

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Na esfera cultural, a centralidade da mídia "decorre do poder de longo prazo que possui o conteúdo das comunicações na construção da realidade por meio da representação que faz dos diferentes aspectos da vida humana" (DE LIMA, 2007, p.190- grifos do autor). No que diz respeito à política, destaca-se o papel da mídia de substituir os partidos políticos como mediadores entre candidatos e eleitores em uma campanha, bem como a atuação da mídia em funções tradicionalmente atribuídas ao partido, como a definição da agenda pública de temas relevantes, gerar e transmitir informações políticas, fiscalizar o governo e canalizar as demandas da população perante o governo (DE LIMA, 1998, apud DE LIMA, 2007, p.191). Para que se considere um sistema político como representando legitimamente os interesses comuns, é requisito que a opinião pública sobre os assuntos políticos seja livre e plural, e que o cidadão comum, para desempenhar seu papel de eleitor, tenha acesso suficiente à informação sobre políticas públicas e decisões governamentais. (ALDÉ, 2004, p.21)

No cenário centralizado na e pela mídia, as estratégias de campanha eleitoral são voltadas para a propaganda nos meios de comunicação - considerados o principal mecanismo de mediação entre candidatos e eleitores. Além dos meios tradicionais (rádio, TV, jornal), é preciso, cada vez mais, apontar também a crescente utilização da Internet como mecanismo de campanha. A PROPAGANDA POLÍTICA No universo da política, a propaganda é um dos mecanismos utilizados para dar visibilidade aos fatos e personagens políticos em todos os períodos do processo eleitoral: na campanha, seu objetivo é angariar votos (propaganda eleitoral) e, ao longo do mandato, a meta é dar publicidade às realizações de um governo e informar sobre os atos de uma administração (propaganda institucional). De acordo com Gomes (2004, p.200), a propaganda e a discussão pública são os dois elementos fundamentais da disputa pelo consentimento da maioria, nas sociedades democráticas. A diferença é que, em uma discussão pública, existe a exposição dos argumentos em favor da posição que se deseja defender contra os argumentos da posição contrária "numa interlocução socialmente garantida em que todos os opositores são convocados a intervir". Já a propaganda consiste na exposição


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