Revista SussuWorld N. 09 - Setembro 2019

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Ou jogos como Chakan (também Mega Drive). Coisas assim. Mas nada que tiraria seu sono. Esses games mais "terror" existiam mesmo só no PC do seu primo rico. Jogos como Alone in The dark, só pra citar o que criou o gênero. Mas com o advento do Playstation no mercado dos games e a proliferação endêmica da pirataria no Brasil, caíram no nosso colo (ou no colo das locadoras onde você pagava 1 real pra alugar a hora) as grandes revoluções dos jogos de terror: Resident Evil, cria da Capcom - que enfim, sabia fazer algo mais que beat'n'up's e jogos de luta - e também o fodasticamente lindo Silent Hill - que saiu das entranhas estranhas da KONAMI.

Nessa leva de games, surgiu muita gente explorando os novos recursos, inclusive narrativos, do poderio dos CD's, e claro, do Playstation. A vida ficou mais divertida, senhores. A gente se esmurrava pra pegar lugar na locadora (locadora de games é como uma lan-house da idade das pedras, crianças). Eu era um menino comportado (relativamente) o ano inteiro só para ganhar um Playstation no Natal. Eu chamava de videogame de cd mesmo. Mas nunca ganhei um no Natal. Talvez eu não fosse um moleque tão comportado quanto imagino.

Mas o que interessa é que do mesmo criador visionário que nos presenteou com Resident Evil, o japonês Shinji Mikami, lá na CAPCOM, veio ao mundo, pouco tempo depois naqueles primeiros movimentos tridimensionais dos games, um jogo chamado Dino Crisis. Tem o nome de ディノクライ シス no Japão (hehe), é um jogo lançado em 1999. Mesmo ano de Silent Hill, e não é coincidência. As duas empresas viviam se esbofeteando pra ver quem dominava o mercado de Survivor Horror.

O jogo segue o mesmo elemento assustador do Resident Evil, com a mesma atmosfera opressora e solitária. Aquela sensação de vazio e isolamento que você sentia jogando RE. Sabe quando voce atravessava um corredor ouvindo gemidos zumbizescos do outro lado do portão, tendo como companhia apenas o ecoar dos seus passos e uma pistola de mão com duas balas e meia (meia porque você comeu metade dela pra tentar recuperar alguma migalha de vida)? Inclusive a jogabilidade é a mesma, o estilo gráfico é o mesmo (gráficos pre-renderizados, fixos. Apenas seu personagem transita e "interage" com ele. O que proporciona gráficos lindos e realistas para a época, diga-se de passagem). É o seguinte Troquem os zumbis por dinossauros. Pronto. Tira aquela angústia romeriana do RE, aqueles lamentos e gemidos nos becos sujos.... troque isso por

uma selva, um complexo militar minimamente futurista e povoe cada moita se mexendo com um maldito dinossauro. Sim. Em vez daqueles gemidos medonhos dos zumbis, você agora irá ter pesadelos com rugidos poderosos, garras afiadas e bocas enormes cheias de dentes pontiagudos. Influencia do Jurassic Park, filme de 93? você acha?

Dino Crisis foi originalmente lançado para PlayStation. Possuindo outras versões para DreamCast, e PC. Todos tendo como personagem principal a ruiva Regina. E vou lhe dizer, é um jogo muito interessante de se jogar. A atmosfera dele, aliada à sua jogabilidade...angustiante.... faz você se sentir realmente com medo daqueles bichos. Você está mesmo com medo deles pularem em você, da sua munição acabar, de sua arma não ser suficiente. E isso porque são velociraptors no começo, mas quando aparece o amigo T-Rex... você abre o inventário, observa suas 16 balas da pistola de mão e pensa: NO CÉU TEM PÃO? - e morre. O jogo te faz sentir isso. Pelo menos se jogar no modo normal. No easy a coisa é tão ridiculamente facilitada que você se sente um debilóide tocando Air Guitar. O game possui nuances muito bem sacadas... aproveitando que o time estava fininho já depois dos mega sucessos Resident Evil. jogando Dino Crisis, você realmente se sente dentro da história, dentro daqueles ambientes.


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