Abundância: O futuro é melhor do que você imagina - Peter H. Diamandis

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recente. Retrocedendo uns seiscentos anos, a riqueza estava concentrada nas mãos dos membros das famílias reais, cujo único objetivo era manter aquele dinheiro na família. Foi no Renascimento, quando mercadores europeus tentaram mitigar a pobreza em grandes cidades comerciais como Londres, que esse domínio de assistência se expandiu. 2 Dois séculos atrás, a comunidade financeira se envolveu. Mas foram os titãs da industrialização conhecidos coletivamente como os robber barons * que realmente reescreveram as regras do jogo. 3 Os robber barons foram transformadores. Em menos de setenta anos, transformaram os Estados Unidos de uma nação rural em uma potência industrial. O que John D. Rockefeller fez pelo petróleo, Andrew Carnegie fez pelo ferro e aço, Cornelius Vanderbilt fez pelas rodovias, James B. Duke, pelo tabaco, Richard Sears, pelas vendas por catálogo e Henry Ford, pelos automóveis. Houve dezenas de outros. E embora a ganância desses “barões” dos negócios tenha recebido grande atenção, os historiadores contemporâneos estão de acordo: foram também esses magnatas da Era Dourada que inventaram a filantropia moderna. 5 Claro que os estudiosos têm divergido sobre quase tudo que envolve esses “barões”, inclusive a natureza de sua caridade. Não faz muito tempo, a BusinessWeek escreveu: “John D. Rockefeller tornou-se um grande doador – mas somente depois que um expert em relações públicas, Ivy Lee, informou que doações poderiam ajudar a salvar a imagem arranhada de Rockefeller”. 5 O trisneto Justin Rockefeller, um empresário e ativista político, discorda: “John David Sr., um batista devoto, começou a pagar o dízimo desde seu primeiro contracheque. Ele mantinha registros financeiros meticulosos. Seu primeiro ano nos negócios foi 1855. Sua renda foi de US$ 95, dos quais doou 10% à Igreja”. 6 O fato é que aqueles US$ 9,50 foram apenas o começo. Em 1910 Rockefeller destinou US$ 50 milhões em ações da Standard Oil para criar a fundação que traz seu nome. 7 Na época de sua morte em 1937, metade de sua fortuna havia sido doada. Carnegie, porém, foi um doador ainda maior, e é a Carnegie que a maioria dos tecnofilantropos atuais remonta suas raízes. Quando Warren Buffett quis inspirar a filantropia em Bill Gates, começou dando-lhe uma cópia do ensaio de Carnegie “O Evangelho da Riqueza”, que procura responder a uma pergunta ardilosa: “Qual a maneira apropriada de administrar a riqueza depois que as leis em que a civilização se baseia a entregou nas mãos de uma minoria?”8 Carnegie acreditava que a riqueza pessoal deve ser usada para melhorar o mundo, e a melhor forma de fazê-lo não era deixar o dinheiro para os filhos ou


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