As Lendas de Yelena Zaltana 02

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— Leif, vá — Irys disse. — Eu o alcançarei em um minuto. Ao sair, ele me lançou um olhar triste. O jeito de Leif de se despedir, supus. Irys empoleirou-se na beirada da cama e me empurrou de volta para o travesseiro. —Você nunca vai ficar boa se continuar insistindo em usar magia. — Desculpe. E só que não aguento estar tão... — Indefesa. — Um sorriso triste curvou os lábios de Irys. — A culpa é toda sua. Pelo menos, é isso que Roze não para de dizer. Ela quer que eu a coloque trabalhando na cozinha por uma estação, como punição por resgatar Tula. — Ela deveria ser recompensada, não punida — Tula opinou. Irys ergueu a mão. — Um conselho que eu não pretendo seguir. Na verdade, acho que sua atual situação já é tão ruim que você pensará duas vezes da próxima vez em que sentir-se tentada a usar mais magia do que é capaz. E ficar presa aqui enquanto Cahil, Leif e eu viajamos até as Planícies Avibian para visitar o clã Sandseed é punição mais do que suficiente. — O que aconteceu? — indaguei. A voz de Irys ficou mais suave, suas palavras um pouco mais altas do que um sussurro. — Na noite passada, Leif e eu perguntamos para Bavol, o Conselheiro dos Zaltana, sobre o curare. De fato, veio dos seus pais. Eles fabricaram um grande lote e o mandaram entregar ao clã Sandseed. Meu coração parou por um instante. — Por quê? — De acordo com Bavol, Esau lera sobre uma substância que paralisa os músculos em um livro de história sobre tribos nômades das Planícies Avibian. Sendo assim, Esau viajou até o clil Sandseed e encontrou um curandeiro chamado Gede, que sabia um pouco sobre a substância. No clã Sandseed, informações são passadas oralmente de um curandeiro para outro, e, às vezes, o conhecimento se perde. Esau e Gede vasculharam a selva atrás da videira de curare, e, quando a encontraram, pediram para


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