Cidades Sul-Americanas: Assegurando um Futuro Urbano

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40 URBAN AGE DADOS URBANOS

A FORÇA DE TRABALHO urbanA A urbanização foi originalmente um produto da revolução industrial. As cidades estão hoje na vanguarda de uma nova transformação, que é a mudança para uma economia de serviços mais embasada no conhecimento, embora diferentes cidades do Urban Age estejam em diferentes estágios dessa transição. Os números relativos a empregos aqui apresentados mostram que Londres e Nova Iorque são as cidades que mais avançaram nessa transformação econômica, embora nenhuma das duas cidades tenha uma economia baseada exclusivamente em serviços financeiros e empresariais; varejo, lazer, serviços pessoais e sociais continuam sendo as maiores fontes de emprego nessas duas cidades. A maioria das outras cidades do Urban Age preserva 10% a 20% de seus empregos no setor secundário, dominados pela manufatura, indústria e construção. Em alguns casos, ainda permanece um pequeno setor agrícola. No âmbito das cidades da América do Sul, Lima e Bogotá permanecem como as mais industrializadas, enquanto São Paulo e Rio de Janeiro têm setores de grande importância nos serviços financeiros e imobiliários. Xangai conserva uma extensa base de manufatura, mas a proporção relativamente alta de empregos na agricultura indica que isso pode ser parcialmente atribuído ao amplo entorno territorial da cidade, que inclui áreas rurais e remotas.

Buenos Aires, São Paulo e Rio de Janeiro têm o mais elevado PIB per capita entre as cidades do Urban Age, depois de Londres, Cidade do México, Nova Iorque e Berlim, embora dentre as outras cidades sul-americanas, Bogotá e Lima contribuam mais com a sua economia nacional, respectivamente 25% e 50% da riqueza de cada país. A mudança para uma economia baseada em serviços tem implicações de longo alcance para o governo das cidades. Novos empreendimentos imobiliários destinados ao setor empresarial criaram novos bairros urbanos (em geral distantes do centro tradicional da cidade), em Londres (Canary Wharf), Buenos Aires (Puerto Madero), Cidade do México (Santa Fe) e Joanesburgo. Em alguns casos esses novos empreendimentos foram criticados pela falta de infraestrutura pública, por incentivar a segregação social e por minar a vida dos tradicionais bairros comerciais centrais. Ademais, os empregos bem remunerados no setor de serviços são também os que exigem mais conhecimentos, desta forma premiando a educação de melhor qualidade. Sem uma educação mais acessível, as cidades poderão cada vez mais operar duas economias paralelas: uma composta por uma elite extremamente móvel e altamente escolarizada, e outra dominada por pessoas cujas habilidades não lhes permitem partilhar da prosperidade que a economia do conhecimento pode trazer.

primary sector seconday sector tertiary sector

Agriculture 0.3% Services 19.5%

Manufacturing 11.8% Construction 2.5%

14%

Transport, storage, communication 4.5%

85%

Commerce 61.3%

SÃO PAULO

Agriculture 0.2% Manufacturing 11% Electricity, gas, water and sanitary services 1.6%

11%

Commerce 16.9%

89% Services and transport, storage, communication 70.3%

RIO DE JANEIRO

Índice de alfabetização da população São Paulo Rio de Janeiro Buenos Aires Bogotá Lima New York Shanghai London Mexico City

68%

Johannesburg

Índice de Desenvolvimento Humano 94% - city 87% - nation 96% 87% 99% 97% 98% 92% 93% 91% 99% 99% 94% 90% 99% 99% 87% 86%

99% 99%

Berlin Mumbai

98%

65%

87%

O índice de alfabetização representa a percentagem da população acima de 14 anos de idade que sabe ler ou escrever. No caso de Mumbai, este número se refere àqueles acima dos seis anos de idade. Os dados de Joanesburgo referem-se à Província de Gauteng. Todas as cidades apresentam índices de alfabetização mais elevados do que seus respectivos países e apenas a Cidade do México e Mumbai têm índices de alfabetização abaixo da marca de 90%.

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82 - city 80 - nation 81 80 88 87

São Paulo Rio de Janeiro Buenos Aires

76 79 79 77

Bogotá Lima

97 95

Shanghai

78

96 95 84 83 67

Electricity, gas, water and sanitary services 0.7%

Services 40%

86%

76

Commerce 33.5%

93 94

Berlin Mumbai

13%

83

London Mexico City

Agriculture 0.4% Mining and quarrying 0.2% Manufacturing 10.1% Construction 3%

New York

Johannesburg

Other 4.6%

65 62

Em todos os casos, com exceção de Bogotá e Berlim, cada uma das cidades do Urban Age tem marca mais alta para o Índice de Desenvolvimento Humano (que é composto por expectativa de vida, alfabetização, nível de escolaridade e PIB per capita) do que o restante de seus países. Nova Iorque, Londres e Berlim apresentam as marcas mais elevadas, seguidas por Buenos Aires, Cidade do México, Xangai e São Paulo.

Transport, storage and communication 7.5%

BUENOS AIRES

27.11.08 17:17:08


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