Lona 790 - 12/06/2013

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Geral

QUARTA 12 JUNHO, 2013

5 dos 12 estádios que sediarão jogos da Copa do Mundo estão com as obras finalizadas A burocracia e dificuldade de gestão do Estado gereram um superfaturamento e grandes atrasos na entregas de estádios e finalizações de obras fundamentais para a Copa do Mundo de 2014.

A pouco menos de um ano para o início da Copa do Mundo no Brasil, os estádios e obras do Programa de Aceleração do Crescimento 2, o PAC da Copa, estão com seu cronograma atrasado. Dos 12 estádios escolhidos para o mundial, seis ainda estão em obras, ainda sob o risco de não ficarem prontos completamente até o início da competição. É o caso da Arena Corinthians, em São Paulo, Arena da Baixada, em Curitiba e do Estádio da Beira Rio em Porto Alegre, que, por serem particulares, estão enfrentando enormes dificuldades em receber repasses por meio de empréstimos do BNDES. Os três estádios deverão ficar prontos até o dia 31 de dezembro para serem entregues à direção da FIFA. Com relação aos estádios que já estão prontos, em todos que já foram reabertos e que tiveram jogos de futebol como evento teste, tanto Maracanã, no Rio de Janeiro, Arena da Fonte Nova, em Salvador, Estádio Castelão, em Fortaleza, e o Mineirão, em Belo Horizonte, tiveram graves problemas, desde na compra de ingresso por torcedores que tiveram que enfrentar longas filas até a dificuldades no acesso aos estádios. No próximo dia 15 de junho, haverá a o início da Copa das Confederações, que será realizada nesses estádios. O contraste disso aconteceu há poucos dias, na quinta feira, 30 de maio. A pedido do Ministério Público, a Justiça do Rio de Janeiro concedeu uma liminar para a suspensão do jogo amistoso entre Brasil e Inglaterra que aconteceria no domingo, 02, no estádio do Maracanã sob a alegação de falta de segurança aos torcedores, devido ao estádio estar ainda em fase de obras. O Governo do Rio de Janeiro entrou com recurso no mesmo dia e conseguiu derrubar a liminar e o jogo se realizou. Outro problema, esse estrutural, aconteceu com a Arena Fonte Nova, que teve o desa-

Divulgação

IGOR LARA CASTRO

bamento de uma parte de sua cobertura, sob a acusação de falha humana. Ao todo, serão investidos um pouco menos de R$ 8 bilhões em reformas e construções dos estádios, porém, num período de três anos, houve um aumento de 51% nos valores, já que se havia estimado um gasto de R$ 5,3 bilhões, segundo dados do Portal da Transparência do Governo Federal. Elefantes Brancos É incerto o futuro de alguns desses estádios após os jogos da Copa

brasileiros da série A ou B. Alguns dos motivos para “encalharem” são custo de manutenção e a localização estar fora do grande eixo, gerando assim uma demanda menor de investidores. Uma das saídas para esse problema seria realização de shows e eventos comerciais, além de fazer à compra de jogos do campeonato brasileiro da série A por parte de empresários locais ou até mesmo pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Segundo estudos da Consultoria Crowe

iniciativa privada. Foi o que aconteceu com a Alemanha, que gastou cerca de R$ 1,9 bilhões, sendo que o governo alemão colocou somente 38% de recursos públicos. Obras em execução Além dos estádios, o governo federal está fazendo um investimento pesado em outros setores muito deficientes. Ao todo, serão disponibilizados pouco mais de R$ 13 bilhões de reais, que terão destino a aeroportos, portos, mobilidade urbana, telecomunicações, desenvolvimento

Manaus,a Reestruturação da Av. Eng. Roberto Freire , em Natal, o Monotrilho Linha 17-Ouro do Metrô, em São Paulo. As cidades de Porto Alegre, Manaus e Natal estão com a maioria de suas obras em atraso. No caso de Curitiba, segundo dados do Tribunal de Contas do Paraná (TCE), ao todo são 8 obras, sendo que duas não serão realizadas: a do corredor da Cândido de Abreu e o corredor metropolitano. Cinco estão sendo executadas com atraso: a do corredor

*O número de torcedores do estádio do Corinthians terá sua capacidade reduzida para 48 mil após o término da Copa do Mundo, sendo que 17 mil cadeiras serão removidas do estádio. Dados: Portal da Transparência Copa do Mundo 2014/Portal 2014

do Mundo. Ao todo, sete estádios - de Brasília, Cuiabá, Manaus, Natal, Fortaleza, Salvador e Recife - têm grande chance de virarem “elefantes brancos” como aconteceu na África do Sul. Os motivos seriam a falta de jogos de futebol, devido a essas cidades na possuírem tradição no futebol, portanto sem times que disputam os campeonatos

Horwath RCS, em um período de 15 a 20 anos, um estádio de R$ 500 milhões, tendo uma receita de 10 milhões anuais, conseguiria somente zerar o investimento, portanto, para o estádio se tornar um local atraente, o número de arrecadação teria que ser de R$ 18 a R$ 25 milhões de reais. Além disso, a maioria dos recursos deveria vir da

turístico e segurança. Ao todo são 73 obras, das quais 15 estão em atraso e cinco não ficarão prontas até a Copa, por isso foram retiradas do planejamento, como o VLT (Veículo Leve de Transporte) linha 1-trecho 1 (Aeroporto-Asa Sul) , em Brasília, BRT (Ônibus Rápido para Trânsito) Eixo Leste-Centro e Monotrilho Norte - Centro, ambos em

aeroporto – rodoviária, requalificações da rodoferroviária e seus acessos, reforma e ampliação do Terminal do Santa Cândida, Sistema Integrado de Monitoramento (SIM) e requalificação do corredor da Marechal Floriano. Além disso, ainda há uma que está paralisada, da extensão da Linha Verde.


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